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LIVROS PROFETICOS (UNINTA)

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VLIBRAS
Arnaldo Sá
TEXTO SAGRADO IV LIVROS PROFÉTICOS AT
Sobral
2017
 
 
Sumário
Palavras do Professor autor
Sobe o autor
Ambientação à disciplina
Trocando ideias com os autores
 Problematizando
PARTE I – OS PROFETAS MAIORES
Isaías
Jeremias
Ezequiel
Daniel 
PARTE II- OS PROFETAS MENORES: De Oseias a Miqueias
Oseias
Joel
Amós
Jonas
Obadias
PARTE III- OS PROFETAS MENORES: De Naum a Malaquias
Naum
Habacuque 
Sofonias
Ageu
Zacarias
Malaquias
Explicando melhor com a pesquisa
Leitura Obrigatória
Pesquisando com a internet
Saiba mais
Vendo com olhos de ver 
Revisando
Autoavaliação
Bibliografia
Bibliografia Web
Vídeos  
Palavra do professor autor
Prezado Estudante, 
 Seja bem-vindo ao estudo dos livros proféticos no AT. Neste estudo o criador resolveu compartilhar com seus servos, os profetas, os acontecimentos relevantes que ainda estavam no porvir. Amós, um vaqueiro chamado por Deus para realizar um ministério profético, esclarece que “o SENHOR Deus não fará coisa alguma, sem primeiro revelar o seu segredo aos seus servos, os profetas”.
	Estes segredos revelados por Deus deviam ser anunciados. O profeta tinha uma dura missão. Ainda que a mensagem divina fosse impopular, o servo do Senhor deveria pregá-la e repeti-la mesmo pondo em risco sua própria vida, e não era raro isso acontecer. Alguns foram presos, outros martirizados, muitos perseguidos no cumprimento de sua tarefa. Jeremias foi jogado em um poço cheio de lama, e, segundo a tradição, Isaías foi serrado ao meio pelo cruel monarca do reino de Judá, que não suportava ouvir-lhe as admoestações divinas.
	O Moderno Dicionário da Língua Portuguesa Michaelis define profeta como “aquele que, entre os hebreus, anunciava e interpretava a vontade e os propósitos divinos e, ocasionalmente, predizia o futuro”.
	Interessante notar, nesta definição, o termo “ocasionalmente”, em relação às predições. Deixa transparecer que prever o futuro não era a única função do profeta. Ele exercia outros ofícios igualmente importantes: anunciar e interpretar a vontade e os propósitos de Deus.
	
Em situações específicas, o profeta tinha a missão de conduzir pessoas ao arrependimento, levando-as a reconhecer seus erros. Foi o que aconteceu no caso de Davi, ao cometer um homicídio que, hoje, poderia dizer-se “triplamente qualificado”: planejou o crime, ordenou sua execução por motivo banal e não deu nenhuma chance de defesa à vítima. Todos conhecem a história do rei que adulterou com a mulher de um soldado de seu exército e depois mandou matá-lo. Leia o relato completo em II Samuel 12:1-13.
Na verdade, esse caso particular ilustra o objetivo geral do trabalho de um profeta: trazer de volta o povo que se afastara de Deus, indicando-lhe o caminho da obediência e prenunciando as consequências da rebeldia. 
	Os profetas, como porta-vozes de Deus, tinham a sagrada missão de conduzir o povo ao arrependimento, mostrando a ação divina sobre as nações desobedientes, incluindo Israel e Judá. Por isso eram considerados o cérebro e os olhos da comunidade civil e religiosa
	Assim, estimado aluno, esperamos que essa luz que irradia do trono de Deus por meio de seus servos, os profetas, ilumine sua vida com a esperança de um futuro na companhia do Príncipe da Paz. 
 
 Bom estudo!
 O autor
Sobre o autor
Arnaldo Vicente Ferreira Sá, graduação em Letras pela Universidade Estadual Vale do Acaraú (1985), graduação em Teologia pelo Instituto Superior de Teologia Aplicada (2010) e Especialização em Língua Portuguesa pelo Instituto Superior de Teologia Aplicada (2006). Atualmente é Professor Substituto da Universidade Estadual Vale do Acaraú e Professor Titular do Instituto Superior de Teologia Aplicada. Tem experiência na área de Letras, com ênfase em Ensino Universitário.
Ambientação à disciplina
Caros estudantes,
	Abordaremos como a Bíblia é um livro extraordinário. Fruto da atuação do Espírito Santo sobre agentes humanos, temos hoje uma compilação de 66 escritos, considerando-se o cânon hebraico do Antigo Testamento composto de 37 livros autorizados. Desse conjunto, dezesseis são classificados, na Teologia Cristã, como livros proféticos.
	Considerados “mensageiros do Altíssimo”, os profetas recebiam também os designativos de “homem de Deus” e “vidente”. Mas profetas e profetizas tinham uma missão bem mais abrangente do que apresentar o futuro. Eram conselheiros, defensores da justiça, porta-vozes das revelações divinas nos momentos cruciais da história de Israel.
	A condição de profeta colocava-o em posições de liderança. Por isso, não raro se viam aqueles que ambicionavam o status desses homens de Deus, e apresentavam ao povo falsas mensagens, como se falassem em nome do Eterno. Haveria alguma forma de distinguir o falso do verdadeiro?
	O capítulo 13 do livro de Deuteronômio inicia com uma advertência: “Quando profeta ou sonhador se levantar no meio de ti e te anunciar um sinal ou prodígio...” Na sequência, o povo é orientado a observar a mensagem do profeta: ainda que a profecia se cumpra, mas o suposto vidente prega adoração a falsos deuses, deve ser banido do meio da congregação. Essa ainda é a forma correta de testarmos, hoje, os que se proclamam mensageiros do Senhor. Se sua mensagem e conduta não estiverem de acordo com a verdade revelada de Deus, não lhes devemos dar nenhum crédito.
	Em todo o antigo testamento, temos a presença marcante de muitos homens e mulheres atuando como servos de Deus, chamados para a missão profética. Entretanto, nesse manual de estudos, vamos nos concentrar no exame sucinto da vida e obra daqueles que deixaram o relato escrito de suas profecias e mensagens recebidas do Deus Altíssimo.
	A sequência destes escritos, nas traduções modernas da Bíblia, é a seguinte:
	Profetas maiores: Isaías, Jeremias, Ezequiel e Daniel.
	Profetas menores: Oseias, Joel, Amós, Obadias, Jonas, Miqueias, Naum, Habacuque, Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias.
	Convém lembrar que, segundo o cânon adotado nas Bíblias católicas, o livro de Baruque deve ser acrescentado à lista dos profetas menores.
	A grande mensagem dos profetas focaliza-se na apresentação da resposta divina para o problema do pecado: a vinda do Messias, o filho de Deus, cuja missão seria resgatar o homem de seu estado decaído e restituir-lhe a imagem e semelhança do Criador. De forma magistral, Isaías resume essa maravilhosa boa nova: “Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; o governo está sobre os seus ombros; e o seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz.” (Isaías 9:6).
Nota: Salvo indicação contrária, os textos bíblicos citados neste compêndio são da tradução da Bíblia Almeida Revista e Atualizada publicada pela Sociedade Bíblica do Brasil.
Trocando ideias com os autores
Sugerimos a leitura da obra Guia do leitor da Bíblia, neste livro é abordado um comentário abrangente, não somente dos profetas, mas de todos os livros da Bíblia Sagrada. Como o título da obra sugere, o autor repassa todos os capítulos da Bíblia, informando e orientando o leitor por meio de resumos, significado da mensagem do livro estudado, apresentando definições e explicações de termos bíblicos, com referências cruzadas de passagens da Bíblia. 
RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia. Rio de Janeiro: CPAD, 2010. 
 Para ampliar seus conhecimentos Propomos também a você caro estudante a leitura da obra Manual Bíblico SBB, assim como o Guia do Leitor da Bíblia, ele também está na categoria de estudos gerais das Escrituras Sagradas. Provê informações sobre todos os livros bíblicos, e traz valiosas informações sobre os escritos proféticos.
PAT & DAVID ALEXANDER (editores). Manual Bíblico SBB. Barueri, SP: SociedadeBíblica do Brasil, 2008.
	Guia de estudo: Após a leitura dessas obras faça uma resenha apontando as principais características dos livros proféticos e suas contribuições para as pessoas nos dias de hoje, em seguida compartilhe no ambiente virtual.
Problematizando
	
Qual a melhor forma de contextualizar a obra de cada profeta?
	A melhor resposta a essa pergunta é tentar localizar no tempo e no espaço os acontecimentos registrados em cada livro. A partir desse ponto, podemos traçar uma linha do tempo com personagens e principais fatos relacionados à vida do profeta, reconstruindo, assim, o ambiente contextual da profecia. Isso nos ajuda a compreender melhor a mensagem de Deus para a época em que foi escrita.
	Analise cuidadosamente o gráfico e o mapa desta página e sempre recorra a ele no estudo deste resumo. Será de grande ajuda para entender o contexto histórico dos profetas bíblicos. 
	Guia de estudo: Faça uma pesquisa sobre o contexto histórico dos profetas e se esse contexto influenciou em seus ministérios, em seguida compartilhe suas descobertas postando no ambiente virtual. 
Os profetas maiores
1
Conhecimento
Conhecer os quatro profetas maiores do Antigo Testamento e apreender a mensagem de cada livro.
Habilidade
Ser capaz de identificar o estilo e características próprias dos profetas maiores.
Atitude
Demonstrar segurança na interpretação hermenêutica dos autores bíblicos estudados, reconhecendo a essência de sua mensagem, bem como a contextualização de sua obra.
 
Profeta Isaías
Significado do Nome: Como a maior parte dos nomes bíblicos do Antigo Testamento, Isaías é uma palavra hebraica. Significa “Salvação de Jeová”. 
Quem era: 
Qualquer biografia que se possa delinear dos profetas bíblicos será sempre curta, pois não era do interesse do autor expor sua vida pessoal. O foco da mensagem eram as instruções de Deus a seu povo. Às vezes, uma ou duas linhas de apresentação, e logo em seguida o escritor já partia para a proclamação da mensagem divina. No caso de Isaías, suas primeiras palavras mencionam apenas a temática geral (uma visão recebida de Deus), o nome de seu pai (Amoz, que não devemos confundir com o profeta Amós), e o período de seu ministério (durante os reinados de Uzias, Jotão, Acaz e Ezequias, reis de Judá).
Sabe-se que era casado com uma mulher que ele apenas identifica com o epíteto de “profetisa” (Is. 8:3), de quem teve filhos, dos quais dois são nomeados simbolicamente: Um-Resto-Volverá e Rápido-Despojo-Presa-Segura (Is. 7:1, 8:3). Pertencia à família da nobreza israelita. Isso justifica seu livre trânsito na corte de Jerusalém. 
	Epíteto: significa acrescido, posto ao lado. É um termo de origem grega. Epíteto é uma expressão que, associado ao substantivo, o qualifica como uma alcunha, um apelido ornamentando o nome e o distinguindo. 
O chamado:
 Seu chamado é descrito no capítulo seis de seu livro. Aqui, o profeta relata uma visão do trono de Deus, cercado por serafins de seis asas, que proclamavam continuamente: “Santo, santo, santo é o SENHOR dos Exércitos; toda a terra está cheia da sua glória”.
	Diante do esplendor e santidade do Altíssimo, Isaías (Cap. 6), em desespero, exclama: “Ai de mim! Estou perdido! Porque sou homem de lábios impuros, habito no meio de um povo de impuros lábios.” (v. 5). No entanto, um anjo retira uma brasa viva do altar, e com ela toca os lábios do profeta, declarando: “a tua iniquidade foi tirada, e perdoada, o teu pecado”. (v.7) A partir desse momento, o profeta é investido de autoridade para anunciar os juízos divinos. Quando o SENHOR o interpela: “A quem enviarei, e quem há de ir por nós?” Isaías, pode, então, responder: “Eis-me aqui, envia a mim.” (v. 8). 
Autoria:
	Isaías é contestado, por algumas correntes teológicas modernas, como único autor de todos os 66 capítulos do livro. Tais teólogos alegam, entre outras coisas, diferenças no contexto histórico profético após o capítulo 39, por isso argumentam que os capítulos 40 a 66 são adições de outros escritores. Embora possamos dividir o livro em três partes temáticas (ver tópico A Mensagem), a maioria dos estudiosos concorda com a unidade geral do livro de Isaías e aceita a integralidade de seu conteúdo dentro de um plano profético mais amplo.
	Integralidade: É um conjunto de tudo aquilo utilizado para formar ou completar um todo.
O contexto: Época e lugar
	Isaías mesmo indica claramente o período histórico de seu ministério e também delimita o contexto geográfico social em que atua como mensageiro de Deus: “Visão de Isaias. Filho de Amoz, que ele teve a respeito de Judá e Jerusalém, nos dias de Uzias, Jotão, Acaz e Ezequias, reis de Judá.” (Isaias 1:1).
O profeta ministrava na região de Judá, especificamente na cidade de Jerusalém, apesar de suas predições ultrapassarem as fronteiras deste reino, todas as outras nações mencionadas: Assíria, Egito, Babilônia, Tiro, entre tantas estão direta ou indiretamente relacionadas ao esquema profético universal, pois afinal, o Deus Eterno é o Senhor de todas elas. Além disso, essas nações mantinham, em diferentes graus, relações com o reino de Judá.
	Isaías começa sua missão na Judeia, por volta do ano (740 a. C), no ano da morte do rei Uzias. Seu ministério estende-se por 53 anos, prolongando-se, portanto, até o ano (687 a. C), durante os reinados de Jotão, Acaz e Ezequias.
A mensagem: Profecias, Advertências e Promessas.
	A história do Reino de Judá pode ser firmemente demarcada por três períodos distintos: 
1) A fase Pré-exílico;
2) O tempo do exílio na Babilônia;
3) O período pós-exílio, quando as famílias expatriadas retornaram para Jerusalém.
O livro do profeta Isaías segue muito de perto esse esquema. Os 39 primeiros capítulos enfocam a primeira fase, o período histórico antes do exílio, em que Isaías viveu e cumpriu seu ministério. Estes capítulos apresentam uma série de profecias que apontam para a punição da casa rebelde de Judá: “Ai desta nação pecaminosa, povo carregado de iniquidade, raça de malignos, filhos corruptores; abandonaram o Senhor, blasfemaram do Santo de Israel, voltaram para trás.” (Isaías 1:4). 
O Senhor conhece bem o deplorável estado de seu povo. O profeta descreve em palavras vivas a triste condição nacional: “Desde a planta do pé até à cabeça não há nele coisa sã, senão feridas, contusões e chagas inflamadas, umas e outras não espremidas, nem atadas, nem amolecidas com óleo.” (Isaías 1:6). E apresenta o castigo merecido: “A vossa terra está assolada, as vossas cidades, consumidas pelo fogo; a vossa lavoura os estranhos devoram em vossa presença; e a terra se acha devastada como numa subversão de estranhos.” (v: 7).
Diante da iminente destruição, Deus, em sua inefável misericórdia, faz um convite e oferece esperança: 
Vinde, pois, e arrazoemos, diz o SENHOR; ainda que os vossos pecados sejam como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve; ainda que sejam vermelhos como o carmesim, se tornarão como a lã. Se quiserdes e me ouvirdes, comereis o melhor desta terra. (ISAÍAS 1: 18- 19).
	O versículo seguinte traz a terrível advertência: “Mas, se recusardes e fordes rebeldes, sereis devorados à espada.” Infelizmente, essa foi à escolha de Judá. Como consequência, a espada do juízo se concretizou no cerco de Jerusalém pelas tropas de Nabucodonosor, que levou em cativeiro as mais nobres famílias hebreias para servi-lo na corte babilônica. A terra ficou desolada, com uma população reduzida e destituída de lideranças. “A tua prata se tornou em escórias, o teu licor se misturou com água.” (Is.v. 22).
	A segunda parte do livro (capítulos 40 a 55) reflete esse período em que o povo estava humilhado e em terra estranha. Mas o Senhor promete libertação! E na figura do rei Ciro, surge o libertador do jugo da Babilônia. Os remanescentes finalmente poderiam voltar à terra prometida. Mas, muito superior a esse general persa, viria o tempo do Salvador Magno, não só da nação, mas de todo o mundo: Aquele conhecido como o “Servo sofredor” e descrito nos capítulos de Isaías(Is. 52; 53).
	A terceira parte (capítulos 56 a 66) contém profecias de cura e restauração. Aqui se misturam cenas proféticas do período pós-exílio com promessas que nos remetem à renovação final de todas as coisas: a criação de um novo céu e uma nova terra: “Porque, como os novos céus e a nova terra, que hei de fazer, estarão diante de mim, diz o SENHOR, assim há de estar a vossa posteridade e o vosso nome.” (Isaías 66:22).
	
Destaques messiânicos:
	Dentre os pontos de maior relevância no livro de Isaías, destaca-se o seu messianismo. De todos os profetas, é o que apresenta maior número de profecias referentes à obra, ao ministério e caráter de Nosso Senhor Jesus Cristo, por isso é conhecido como o “profeta evangelista”. São antológicas as previsões messiânicas contidas nos (capítulos 7, 9, 11, 35, 52) e, em especial, no (capítulo 53). 
	O próprio Senhor Jesus, ao fazer a leitura de Isaías (61:1-2), na sinagoga, aplicou a si mesmo as palavras do profeta:
Então, lhe deram o livro do profeta Isaías, e, abrindo o livro, achou o lugar onde estava escrito: O Espírito do Senhor está sobre mim, pelo que me ungiu para evangelizar os pobres; enviou-me para proclamar libertação aos cativos e restauração da vista aos cegos, para pôr em liberdade os oprimidos, e apregoar o ano aceitável do Senhor. Tendo fechado o livro, devolveu-o ao assistente e sentou-se; e todos na sinagoga tinham os olhos fitos nele. “Então, passou Jesus a dizer-lhes: Hoje, se cumpriu a Escritura que acabais de ouvir.” (LUCAS 4:17-21).
 Isaías já anuncia o Messias vindouro diante da corte do rei Acaz. O profeta tranquiliza o ansioso rei, ameaçado pelos exércitos da Síria e Israel, que, após a divisão do reino, ficou com as dez tribos do Norte. Isaías então oferece um sinal do Senhor dos Exércitos como prova de sua proteção. Acaz recusa, alegando não pretender tentar ao Senhor. Então o homem de Deus levanta a voz e exclama: “Ouvi, agora, ó casa de Davi... o Senhor mesmo vos dará um sinal: eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho e lhe chamará Emanuel.” (Is. 7:13-14). Conforme o evangelista Mateus (Mt.1:23), essa profecia se cumpre na pessoa de nosso Senhor Jesus. 
	No capítulo 9, Isaías nos transporta para as praias do lago de Genesaré, na “Galileia dos gentios”, e fala mais um pouco desse menino que nasceria da virgem: “Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; o governo está sobre os seus ombros; e o seu nome será: Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz” (Is. 9:6). 
	No (capítulo 11), o Senhor Jesus é apresentado como o rebento de Jessé, sobre o qual repousaria “o Espírito do Senhor”, Espírito de sabedoria, de entendimento, de conselho e de fortaleza. A raiz de Jessé traria justiça e equidade para os pobres e humildes, e seria duro com os perversos. “A justiça será o cinto dos seus lombos, e a fidelidade o cinto dos seus rins.” (11:5).
	O ministério de Nosso Senhor é sucintamente descrito nos (versos 5 e 6 do capítulo 35): “Então, se abrirão os olhos dos cegos, e se desimpedirão os ouvidos dos surdos; os coxos saltarão como cervos, e a língua dos mudos cantará; pois águas arrebentarão no deserto, e ribeiros, no ermo.”
	Mas de todos os pronunciamentos proféticos de Isaías, o que mais impressiona pela riqueza de detalhes é a profecia do “Servo sofredor”, que se inicia no (verso 13 do capítulo 52) e estende-se por todo o (capítulo 53). Aqui o profeta prenuncia a missão, o sofrimento, a morte e a ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo. Tudo predito 700 anos antes dos fatos acontecerem. Convém abrir sua Bíblia e ler toda a passagem. Eis um resumo:
	Missão: Salvar o pecador. Deu sua alma como oferta pelo pecado (Is.53:10). Caiu sobre Ele a iniquidade de todos nós (v. 6). Tomou sobre Ele nossas dores e enfermidades (v. 4)
	Sofrimento: Foi traspassado e moído (v. 5). Homem de dores (v. 3). Aflito, ferido e oprimido (v. 4). “Como cordeiro foi levado ao matadouro; e, como ovelha muda perante os seus tosquiadores, ele não abriu a boca.” (v. 7).
Morte: Cortado da terra dos viventes (v. 8). Esteve, em seu sacrifício, com os perversos (os ladrões com Ele crucificados) e com o rico (José de Arimateia) (v. 9). Derramou a sua alma na morte (v. 12).
Ressurreição: “Verá a sua posteridade e prolongará os seus dias” (v. 10). Verá o resultado de sua missão e ficará satisfeito (v. 11). “Será exaltado e elevado e será mui sublime” (Is.52:13).
Súmula do livro
1. Profecias, advertências e julgamento sobre Judá. (Is. 1 – 13)
2. Emanuel – Deus Conosco – é anunciado. (Is.7 – 9:7)
3. Juízo sobre Samaria. (Is.9:8 – 10:4)
4. Reino do Messias versus reinos dos homens. (Is.10:5 – 12)
5. Profecias e juízos sobre povos diversos, indivíduos e Israel. (Is.13 – 35)
6. Ezequias, os assírios e a libertação do Senhor. (Is.36 – 39)
7. Palavras de conforto aos que estão no exílio. (Is.40 – 49)
8. Esperança e salvação no Messias. (Is.50 – 57)
9. Palavras de restauração e vitória. (Is.58 – 66)
Profeta Jeremias
 Significado do Nome: Do hebraico Yirmyah, que significa “Jeová é elevado”. 
Quem era: 
	Jeremias pertencia a uma família da classe sacerdotal. Seu pai, Hilquias, morava em uma pequena cidade da tribo de Benjamim, Anatote, que ficava cerca de cinco quilômetros de Jerusalém. Acompanhava a família nas peregrinações ao templo construído por Salomão, nas principais festas religiosas, em muitas das quais seu pai participava como sacerdote oficiante. Preparando-se, com certeza, para, quando chegasse o tempo oportuno, realizar os sacrifícios expiatórios dos rituais judaicos.
	Sabemos que o profeta não teve filhos, pois Deus mesmo ordenou que ele não casasse: “Não tomarás mulher, não terás filhos nem filhas neste lugar.” (Jeremias 16:2). Levado à força por um grupo de Judeus rebeldes ao Egito, aí faleceu já bem idoso.
	Era homem de muita sensibilidade espiritual e sofria com a rebeldia do povo e os desmandos de seus dirigentes que rejeitavam as advertências de Deus. 
O chamado:
	Logo no primeiro capítulo de seu livro, Jeremias deixa transparecer que ainda era muito jovem ao ser chamado por Deus, provavelmente estava no início da adolescência. Assim ele declara:
A mim me veio, pois, a palavra do SENHOR, dizendo: Antes que eu te formasse no ventre materno, eu te conheci, e, antes que saísses da madre, te consagrei, e te constituí profeta às nações. Então, lhe disse eu: ah! SENHOR Deus! Eis que não sei falar, porque não passo de uma criança. (Jeremias 1:4-6)
	No entanto, quando Deus tem um propósito a ser realizado por um agente humano, Ele o capacita e faz seu instrumento escolhido superar qualquer obstáculo. O SENHOR, então, responde a Jeremias: “Não digas: Não passo de uma criança; porque a todos a quem eu te enviar irás; e tudo quanto eu te mandar falarás. Não temas diante deles, porque eu sou contigo para te livrar.” (Jr.1: 7 - 8)
	E, semelhante ao que aconteceu a Isaías, o Eterno ungiu seu servo com um toque transformador, revestindo-o do poder do Alto para cumprir os desígnios divinos. A mão do Criador moveu-se e colocou na boca do profeta as próprias palavras de Jeová. “Eis que ponho na tua boca as minhas palavras.” (v. 9) e Deus conclui sua unção sobre Jeremias, prometendo-lhe proteção sobre o profeta e sua mensagem: “Eu velo sobre a minha palavra para cumpri-la... Pelejarão contra ti, mas não prevalecerão; porque eu sou contigo para te livrar.” (Jr.1: 12 - 19).
 
Autoria:
	Existem amplas evidências internas de que o livro foi escrito pelo próprio Jeremias, auxiliado pelo escriba Baruque, que lhe servia de secretário. Nesta função, Baruque anotou discursos do profeta, em momentos diversos, principalmente quando este se encontrava em situação de liberdade restrita: “Então, Jeremias chamou a Baruque, filho de Nerias; escreveu Baruque no rolo, segundo o que ditou Jeremias, todas as palavras que a este o SENHOR havia revelado.” (Jeremias 36:4). Nessa ocasião o profeta estava preso. No versículo seguinte, ele declara: “Estou encarcerado; não posso entrar na Casa do SENHOR.”.
Ocontexto: Época e Lugar
	Jeremias acompanhou a ruína final do Reino de Judá. Suas primeiras mensagens são da época do piedoso rei Josias, que governou o Reino do Sul de (640 a 609 a. C). Profetizou ainda durante o governo dos últimos monarcas que se sentaram no trono de Davi: Jeoaquim, Joaquim e Zedequias, que reinou até (586 a. C), quando finalmente as tropas de Nabucodonosor destroem Jerusalém e os levam cativo para Babilônia. 
	Ao todo, podemos dizer que o ministério profético de Jeremias durou 40 anos, (de 627 a 587 a. C).
A mensagem: Profecias, Advertências e Promessas.
	A mensagem básica das profecias de Jeremias está condensada nas palavras de Deus ao profeta, no (capítulo 1, verso 10): “Olha que hoje te constituo sobre as nações e sobre os reinos, para arrancares e derribares, para destruíres e arruinares e também para edificares e para plantares.”
	É uma mensagem de juízo, punição e esperança, dirigida principalmente ao povo judeu, mas com ramificações às diversas nacionalidades que compunham o cenário político-social da época.
	As dez tribos do Norte, praticantes de idolatria e outras mazelas espirituais, já haviam recebido a justa punição por seus atos de injustiça. Os Assírios sitiaram Samaria, a capital do Reino do Norte, em (721 a. C), destruindo a dinastia de reis perversos que governaram Israel após a morte de Salomão. 
Com a divisão do Reino, Judá e Benjamin permaneceram fiéis à casa de Davi e a história bíblica relata uma alternância de bons e maus governantes. Essa instabilidade dos líderes do Reino do Sul enfraqueceu moralmente a nação, e Judá, assim como as tribos irmãs do Norte, tornou-se tão ímpia quanto os povos vizinhos. Então o Senhor pronuncia sua sentença contra os habitantes de Judá, pois “queimaram incenso a deuses estranhos, e adoraram as obras das suas próprias mãos.” (Jeremias 1:16). 
No sermão que o profeta faz diante do templo (capítulo 7), os pecados de Judá são apontados e nomeados: idolatria, corrupção, injustiça, desamor e hipocrisia, vejam a seguir:
Furtais e matais, cometeis adultério e jurais falsamente, queimais incenso a Baal e andais após outros deuses que não conheceis, e depois vindes, e vos pondes diante de mim nesta casa que se chama pelo meu nome, e dizeis: Estamos salvos; sim, só para continuardes a praticar estas abominações! (GEREMIAS7: 9 - 10).
 O porta-voz do Senhor dos Exércitos faz um apelo, mas não é ouvido: “Emendai os vossos caminhos e as vossas obras, e eu vos farei habitar neste lugar.” (V. 3).
A rebeldia de Judá levaria irremediavelmente a uma drástica consequência. A nação, assim como o Reino do Norte (aqui identificado com a tribo de Efraim), deveria sofrer opressão e exílio: Veja o que diz a citação a seguir:
Agora, pois, visto que fazeis todas estas obras, diz o SENHOR, e eu vos falei, começando de madrugada, e não me ouvistes, chamei-vos, e não me respondestes, farei também a esta casa que se chama pelo meu nome, na qual confiais, e a este lugar, que vos dei a vós outros e a vossos pais, como fiz a Siló. Lançar-vos-ei da minha presença, como arrojei a todos os vossos irmãos, a toda a posteridade de Efraim. (CAPÍTULO 7:13-15).
A mensagem de Jeremias não era popular. Ele precisava alertar o povo da iminente destruição, e até mesmo induzi-los a entregar-se ao opressor, o império da Babilônia, para evitar o massacre, e por isso foi acusado de traição. E mesmo sofrendo perseguição, privação da liberdade, tortura e ameaça de morte, seguiu firme em seu propósito de anunciar os juízos divinos. Às vezes beirava ao desespero, mas não desistiu da missão a ele confiada. Angustiado diante de tão grandes responsabilidades, chegou a clamar: 
Por que não me matou Deus no ventre materno? Por que minha mãe não foi minha sepultura? Ou não permaneceu grávida perpetuamente? Por que saí do ventre materno tão-somente para ver trabalho e tristeza e para que se consumam de vergonha os meus dias? (JEREMIAS 20:17-18). 
	Mas o profeta revela também os desígnios de restauração e alegrias que brotavam do coração do Altíssimo: “Porque eis que vêm dias, diz o SENHOR, em que mudarei a sorte do meu povo de Israel e de Judá, diz o SENHOR; fá-los-ei voltar para a terra que dei a seus pais, e a possuirão.” (Jeremias 30:3). No verso 17, Deus expressa seu desejo de renovar sua aliança com seu povo: “Porque te restaurarei a saúde e curarei as tuas chagas, diz o SENHOR.” Porque “Com amor eterno eu te amei; por isso, com benignidade te atraí.” (31:3). Assim o Senhor completaria sua obra de completa restauração: “Purificá-los-ei de toda a sua iniquidade com que pecaram contra mim; e perdoarei todas as suas iniquidades com que pecaram e transgrediram contra mim.” (33:8).
Súmula do livro
1. Jeremias é chamado e comissionado por Deus. (Jr. 1)
2. Julgamento de Deus sobre Judá. (Jr. 2-6)
1. Sermão no Templo de Jerusalém. (Jr. 7-10)
2. Aliança quebrada e o castigo dos infiéis e corruptos. (Jr. 11-16)
3. O coração “desesperadamente corrupto” dos homens. (Jr. 17)
4. Parábola do oleiro. (Jr. 18)
5. Profecia contra Jerusalém e aflição do profeta. (Jr.19-20)
6. Embates com o rei Zedequias. (Jr. 21)
7. A justiça verdadeira, o Messias e os falsos profetas. (Jr. 22-23)
8. Visão dos cestos de figos bons e ruins. (Jr. 24)
9. Anúncio do exílio em Babilônia. (Jr. 25)
10. Jeremias condenado à morte e sua libertação. (Jr. 26)
11. Profecia do jugo babilônico. (Jr. 27)
12. Ananias e os falsos profetas. (Jr. 28-29)
13. Uma nova aliança. (Jr. 30-31)
14. Jeremias compra um campo. (Jr. 32)
15. O reino do Messias. (Jr. 33)
16. Decadência e queda de Jerusalém. (Jr. 34-39)
17. Acontecimentos na terra desolada. (Jr. 40-45)
18. Juízo contra as nações. (Jr. 46-49)
19. Juízo contra Babilônia. (Jr. 50-51)
20. Retrospectiva final. (Jr. 52)
Profeta Ezequiel
Significado do Nome: Do hebraico, Yehezqel, Deus fortalece, ou Deus é Fortaleza. 
Quem era: 
	Assim como Jeremias, Ezequiel pertencia a uma família sacerdotal. Buzi, seu pai, era sacerdote e o profeta Ezequiel também exercia esta função. Foi um dos exilados para Babilônia durante as campanhas de Nabucodonosor contra Jerusalém.
O chamado: 
	O chamado ao profeta Ezequiel ocorreu de maneira inusitada, quando uma impressionante visão da glória de Deus lhe foi revelada às margens de um pequeno braço do rio Eufrates. Assim narra o próprio Ezequiel: “Aconteceu no trigésimo ano, no quinto dia do quarto mês, que, estando eu no meio dos exilados, junto ao rio Quebar, se abriram os céus, e eu tive visões de Deus.” (Ezequiel 1:1).
	É dito, em (Ez.1:3 ), que a Palavra do Senhor veio expressamente ao profeta e no mesmo versículo é mencionado o vocábulo “mão”, que também aparece no contexto dos chamados de Isaías e Jeremias: “e ali esteve sobre ele a mão do SENHOR.” (1:3). 
	Neste primeiro contato, Ezequiel fica deslumbrado como o Senhor se revela a ele. Vê, no meio de uma nuvem, algo parecido a metal brilhante, com seres viventes alados semelhantes a brasas vivas. “Assim eram os seus rostos. Suas asas se abriam em cima; cada ser tinha duas asas, unidas cada uma à do outro; outras duas cobriam o corpo deles.” Todo o conjunto segue o movimento de rodas impulsionadas por um só Espírito. 
“O aspecto dos seres viventes era como carvão em brasa, à semelhança de tochas; o fogo corria resplendente por entre os seres, e dele saíam relâmpagos, os seres viventes ziguezagueavam à semelhança de relâmpagos.” (Versos 13 e 14). Por cima da cabeça desses seres, algo que “metia medo” ao profeta: um firmamento de cristal brilhante. Sobre este firmamento, uma semelhança de trono. Nas palavras de Ezequiel, “era a semelhança da Glória do SENHOR”. O profeta cai por terra quando, então, escuta uma voz:
Filho do homem põe-te em pé, e falarei contigo. Então, entrou em mim o Espírito, quando falava comigo, e me pôs em pé, e ouvi o que me falava. Ele me disse: Filho do homem, eu te envio aos filhos de Israel, às nações rebeldes que se insurgiram contra mim; eles e seus pais prevaricaram contra mim, até precisamente ao dia de hoje. Os filhos são deduro semblante e obstinados de coração; eu te envio a eles, e lhes dirás: Assim diz o SENHOR Deus. (EZEQUIEL 2: 1-4).
	Desde o primeiro contato de seu chamado, Ezequiel recebe sua missão e é designado pelo epíteto “Filho do homem”, que se repete cerca de 90 vezes no livro do profeta. Essa expressão foi aplicada, posteriormente, a Jesus, no Novo Testamento. 
Autoria:
	Não existem grandes questionamentos quanto à autoria do livro de Ezequiel, e a maioria dos teólogos e estudiosos bíblicos concordam que foi escrito pelo profeta-sacerdote homônimo, ou melhor, dizendo profeta-sacerdote perfeito.
O contexto: Época e Lugar
	O contexto e o espaço de atuação do profeta Ezequiel estão claramente definidos. “Estando eu no meio dos exilados, junto ao rio Quebar, se abriram os céus, e eu tive visões de Deus.” Ele é enviado a profetizar aos exilados em Babilônia. Deus, apesar da rebeldia de seu povo, não o abandona. Envia seus servos para orientá-los, adverti-los e consolá-los. Longe da amada terra prometida, desolados, oprimidos e separados de seus entes queridos, a única voz que podia uni-los em esperança era a voz do profeta do Senhor. Ele era a certeza de que Deus os acompanhava em seus sofrimentos.
A mensagem: Profecias, Advertências e Promessas.
	A mensagem de Deus é explicada em Ezequiel, por um rolo de um livro. Em sua época, os livros eram escritos em longas tiras de pergaminho ou papiro, e em seguida, enrolados. O profeta vê “certa mão” com um rolo e recebe a ordem: “Come este rolo, vai e fala à casa de Israel”. E obedece de imediato: “Então, abri a boca, e ele me deu a comer o rolo”.
	Toda a ação é um indicativo claro de que as palavras de Ezequiel provinham do próprio trono de Deus, portanto são dignas e verdadeiras. Suas mensagens podem ser resumidas em quatro grandes blocos, segundo Richards:
1. Profecia contra Judá. (1-24)
2. Profecia contra as nações estrangeiras. (25-32)
3. Profecia sobre a restauração. (33-39)
4. Profecia sobre a reconstrução do templo. (40-48)
Deus deixa claro, ao profeta, sua grande responsabilidade em levar ao povo uma chance de arrependimento:
Quando eu disser ao perverso: Certamente, morrerás, e tu não o avisares e nada disseres para o advertir do seu mau caminho, para lhe salvar a vida, esse perverso morrerá na sua iniquidade, mas o seu sangue da tua mão o requererei. (EZEQUIEL 3:18) 
	Para ilustrar a urgência e seriedade da punição sobre os pecadores impenitentes da casa de Judá, Deus convoca o profeta a dramatizar, com cenas fortes, seus vaticínios. Em uma ocasião, por exemplo, Ezequiel cozinha bolos de cevada sobre fezes e deles se alimenta diante do povo para mostrar que “Assim comerão os filhos de Israel o seu pão imundo, entre as nações para onde os lançarei.” (Ezequiel 4:13).
	No (capítulo 8), Deus apresenta a Ezequiel as abominações que ainda continuavam a se fazer em Jerusalém, e no próprio Templo, por aqueles que ficaram em Canaã. Homens adorando ídolos de toda espécie, as mulheres oferecendo tributo a Tamuz, deus da fertilidade das nações pagãs, e, no átrio do templo, entre a porta principal e o altar, vinte e cinco homens, talvez sacerdotes, com os rostos virados para o oriente, adoravam o sol. O povo, mesmo debaixo dos juízos divinos, não se arrependia, ao contrário, afundava-se mais e mais na abominável prática da idolatria.
	Outro tópico que podemos destacar encontra-se no (capítulo 18). Aqui o profeta apresenta o princípio da responsabilidade individual. Cada um é responsável por seus próprios atos, a justiça divina não penaliza os filhos pelos pecados dos pais, nem os pais podem ser julgados pelos erros dos filhos.
 Veja a citação a seguir:
Veio a mim a palavra do SENHOR, dizendo: Que tendes vós, vós que, acerca da terra de Israel, proferis este provérbio, dizendo: Os pais comeram uvas verdes, e os dentes dos filhos é que se embotaram? Tão certo como eu vivo, diz o SENHOR Deus, jamais direis este provérbio em Israel. Eis que todas as almas são minhas; como a alma do pai, também a alma do filho é minha; a alma que pecar, essa morrerá.” (EZEQUIEL 18:1-4)	
	
Outra mensagem que impressiona pela força da narrativa e imagens inusitadas é a famosa visão do vale de ossos secos, apresentada no (capítulo 37).
	O profeta é conduzido pelo Espírito do SENHOR a um vale de ossos “sequíssimos”, segundo seu próprio testemunho. Ouviu, então, a pergunta: “Filho do homem, acaso, poderão reviver estes ossos?”	 Em meio a esta cena de completa desolação, Deus estabelece um diálogo em torno do impossível para a compreensão humana. Como poderia o povo de Israel, morto em seus delitos e pecados, expatriado e humilhado, vivendo sob a opressão de uma nação inimiga e idólatra, desviado dos caminhos do Senhor Altíssimo... Como poderia esse povo ser restaurado e revivido?
	No entanto Ezequiel recebe a ordem: “Profetiza a estes ossos e dize-lhes: Ossos secos ouvi a palavra do SENHOR.” (Ez. 37:4). O profeta obedece, e diante de seus olhos vê acontecer o milagre: “Olhei, e eis que havia tendões sobre eles, e cresceram as carnes, e se estendeu a pele sobre eles; mas não havia neles o espírito.” (Ez. 37: 8). Novamente, o Senhor ordena “Profetiza...” E veio espírito de vida ao vale dos mortos, “e viveram e se puseram em pé, um exército sobremodo numeroso.” (Ez. 37: 10). É assim que Deus atua sobre o seu povo. Para Ele nada é impossível. Veja o que diz o capítulo (37 de Ezequiel).
Sabereis que eu sou o SENHOR, quando eu abrir a vossa sepultura e vos fizer sair dela, ó povo meu. Porei em vós o meu Espírito, e vivereis, e vos estabelecerei na vossa própria terra. “Então, sabereis que eu, o SENHOR, disse isto e o fiz, diz o SENHOR.” (EZEQUIEL 37:13-14)
	A lição para nós é que, embora tudo pareça irremediavelmente perdido, nosso Senhor e Salvador pode transformar nosso fracasso em vitória. “Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá.” (JOÃO 11:25).
Súmula do livro:
1. A visão gloriosa do Altíssimo Deus. (Jo. 1-3)
2. Pecados e julgamento de Judá. (Jo. 4-24)
3. Juízos sobre nações e povos. (Jo. 25-32)
4. Promessas de renovação da aliança de Deus com seu povo. (Jo. 33-39)
5. O templo restaurado e a glória de Deus. (Jo. 40-46)
6. A terra renovada. (Jo. 47-48)
 Profeta Daniel
Significado do Nome: Provém de duas palavras hebraicas: Dan, que significa “juiz”, e El, palavra comumente usada em Canaã para designar “Deus”. Daniel, portanto, exprime o sentido de “Deus é Juiz”.
	
Quem era: 
	Daniel era apenas um adolescente durante o cerco de Jerusalém pelas tropas de Nabucodonosor. Após a conquista da cidade, é levado, juntamente com muitas famílias judaicas, para a cidade de Babilônia, onde vive até avançada velhice, sempre testemunhando positivamente do seu Poderoso Deus. Serve aos reis babilônicos e persas como sábio conselheiro e intérprete dos oráculos divinos. Juntamente com seus companheiros, Hananias, Misael e Azarias, sofre perseguição por causa de sua fidelidade ao Deus Eterno.
	Homem de fé inabalável, sempre recorre à oração nos momentos difíceis: para decifrar sonhos, sob ameaça de morte, enfrentando leões famintos em uma cova escura. Continua sendo exemplo de fidelidade para todo jovem que quer servir piedosamente ao Senhor.
O Chamado:
	Diante da trágica situação em que se encontravam os cativos de Israel, após o assalto das tropas babilônicas a Jerusalém, Deus escolheu um jovem fiel aos princípios judaicos para representá-lo na corte dos conquistadores. Podemos prevê esse chamado em (Daniel 1:17): “Ora, a estes quatro jovens Deus deu o conhecimento e a inteligência em toda cultura e sabedoria; mas a Daniel deu inteligência de todas as visões e sonhos.” O Senhor sempre capacita alguém para servi-lo e ministrar sua palavra nas mais adversas circunstâncias.
Autoria:
	Existe uma ampla discussão acerca da autoria do livro de Daniel. Não exatamente quanto ao nome do autor, mas em relação à sua verdadeira identidade. 
	Os críticos mais persistentes resgatam antigos argumentos de Porfírio, filósofo neoplatônico do terceiro século da EraCristã. Em sua obra de 15 volumes Adversus christianus (Contra os cristãos), Porfírio afirma que o autor do livro de Daniel era um judeu que vivera no tempo de Antíoco Epifânio e suas profecias refletiam apenas um relato de fatos passados.
	Antíoco Epifânio: foi um rei da dinastia Selêucida que governou a Síria entre (175 A.C. e 164 a.C). 
	Os modernos “Porfírios” (leia-se: teólogos liberais) acrescentam outros argumentos contra a autenticidade do livro de Daniel: põe em dúvida a existência de alguns personagens que aparecem no escrito profético; apontam a existência de 3 vocábulos gregos (nomes de instrumentos musicais); a utilização da escrita aramaica em alguns trechos... Enfim, apresentam proposições irrelevantes que não têm força suficiente para neutralizar a legitimidade profética de Daniel. Eles teriam que anular a autoridade de Nosso Senhor Jesus Cristo, que reconheceu a obra do profeta, aplicando uma de suas profecias a um acontecimento futuro: “Quando, pois, virdes o abominável da desolação de que falou o profeta Daniel, no lugar santo (quem lê, entenda)...” (Mateus 24:15). 
 Feyerabend comenta: “Deus fechou a boca de leões famintos! E eles foram substituídos por incrédulos. Daniel escapou da cova dos leões e foi cair na cova dos críticos. E ele ainda figura no cardápio!” (Daniel verso por verso, p. 7).
O contexto Época e Lugar: 
	Daniel foi protagonista da agonia de seu povo durante as primeiras investidas de Nabucodonosor contra Jerusalém. Em (605 a. C), foi levado ao cativeiro para a corte do rei conquistador, onde foi educado em toda a ciência dos caldeus, sem, no entanto, afastar-se de sua crença no Deus de seus pais. Nabucodonosor, Belsazar, Ciro, Dario são monarcas contemporâneos a Daniel. Também viveram em seu tempo os profetas Jeremias e Ezequiel.
A mensagem Profecias, Advertências e Promessas. 
	Fazendo uma breve excursão pelo livro de Daniel, podemos colher lições extraordinárias para nossa vida pessoal, além de apreciarmos o descortinar da história através de suas impressionantes profecias. 
	Logo no primeiro capítulo, podemos constatar a força de caráter de Daniel e seus companheiros. Mantinham um estilo de vida saudável, obedecendo às instruções divinas no tocante aos hábitos alimentares. Diante de uma dieta estranha e que se distanciava dos preceitos da Torá, “resolveu Daniel, firmemente, não contaminar-se com as finas iguarias do rei, nem com o vinho que ele bebia.” (Daniel 1:8). O resultado da obediência aos mandamentos de Deus veio logo em seguida: “No fim dos dez dias, a sua aparência era melhor; estavam eles mais robustos do que todos os jovens que comiam das finas iguarias do rei.” (1:15).
	Iguarias: Comida muito saborosa; refeição apetitosa, deliciosa.
	O capítulo dois abre com um sonho e uma descabida exigência do rei Nabucodonosor. Ele esquecera o sonho e exigia que seus sábios lhe contassem o que havia sonhado e dissessem a interpretação. Humanamente impossível! Caso não conseguissem, o castigo seria a morte. Daniel e seus amigos hebreus estavam entre os sábios. O profeta pede um tempo ao rei, e entra em oração. O mistério lhe é revelado, e Daniel apresenta-se diante do monarca para decifrar o enigma: “Respondeu Daniel na presença do rei e disse: O mistério que o rei exige, nem encantadores, nem magos nem astrólogos o podem revelar ao rei; mas há um Deus no céu, o qual revela os mistérios...” (Daniel 2:27-28).
	Em seguida revela a sucessão de grandes reinos que tomariam lugar no palco da história mundial, tudo predito muitos séculos antes de os fatos acontecerem.
 
Tu, ó rei, estavas vendo, e eis aqui uma grande estátua; esta, que era imensa e de extraordinário esplendor, estava em pé diante de ti; e a sua aparência era terrível. A cabeça era de fino ouro, o peito e os braços, de prata, o ventre e os quadris, de bronze; as pernas, de ferro, os pés, em parte, de ferro, em parte, de barro. Quando estavas olhando, uma pedra foi cortada sem auxílio de mãos, feriu a estátua nos pés de ferro e de barro e os esmiuçou. (DANIEL 2:31-34)
	Nos versículos seguintes Daniel dá toda a interpretação. Cada parte da grande estátua representa um reino da história. A pedra “cortada sem auxílio de mãos” é o reino eterno e intransferível de Deus, que será, finalmente, estabelecido por ocasião da Segunda Vinda de Nosso Senhor Jesus Cristo.
	Um ponto de destaque é a humildade de Daniel ao reconhecer que o mérito da revelação não é dele, mas sim de Deus:
Seja bendito o nome de Deus, de eternidade a eternidade, porque dele é a sabedoria e o poder; é ele quem muda o tempo e as estações, remove reis e estabelece reis; ele dá sabedoria aos sábios e entendimento aos inteligentes. Ele revela o profundo e o escondido; conhece o que está em trevas, e com ele mora a luz. (DANIEL 2:20)
	Uma profecia similar é apresentada no (capítulo 7), em que quatro grandes animais representam os reinos correspondentes aos quatro metais da estátua do (capítulo 2).
	O emocionante episódio da cova dos leões está narrado no ( capítulo 6). Já por volta dos seus oitenta anos, Daniel se torna alvo da inveja de autoridades do reino babilônico, sob o comando de Dario. O governante, instigado por inimigos políticos de Daniel, proíbe adoração a qualquer divindade, pelo período de um mês, a não ser ao próprio monarca. Mas o profeta continua fiel ao Deus de Israel, prestando-lhe sua devoção diária. Denunciado por seus adversários, Daniel é jogado em uma cova de leões famintos. Deixemos que o próprio mensageiro do Senhor conte o desfecho da história:
Pela a manhã ao romper do dia, levantou-se o rei e foi com pressa à cova dos leões. Chegando-se ele à cova, chamou por Daniel copela manhã voz triste; disse o rei a Daniel: Daniel, servo do Deus vivo! Dar-se-ia o caso que o teu Deus, a quem tu continuamente serves, tenha podido livrar-te dos leões? Então, Daniel falou ao rei: Ó rei, vive eternamente! O meu Deus enviou o seu anjo e fechou a boca aos leões, para que não me fizessem dano, porque foi achada em mim inocência diante dele; também contra ti, ó rei, não cometi delito algum. Então, o rei se alegrou sobremaneira e mandou tirar a Daniel da cova; assim, foi tirado Daniel da cova, e nenhum dano se achou nele, porque crera no seu Deus. Ordenou o rei, e foram trazidos aqueles homens que tinham acusado a Daniel, e foram lançados na cova dos leões, eles, seus filhos e suas mulheres; e ainda não tinham chegado ao fundo da cova, e já os leões se apoderaram deles, e lhes esmigalharam todos os ossos. (DANIEL 6:19-24)
	A explicação deste impressionante desfecho está no final do (verso 23): “porque crera no seu Deus.” Esta é a grande mensagem do livro de Daniel. A fé alimentada pela comunhão diária com o Criador e Mantenedor do universo é o segredo da vitória sobre a perseguição, a inveja, e os momentos mais difíceis da vida.
	Convém ainda destacar a famosa profecia messiânica das setenta semanas. Trata-se de um período profético muito significativo, pois indica, com precisão, o tempo em que o Messias seria ungido e morto, completando um ciclo do grande plano de Deus para a redenção da humanidade. O texto base encontra-se em (Daniel 9), a partir do (versículo 24), quando o anjo Gabriel explica a visão dada no capítulo anterior: Veja na citação a seguir:
Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo e sobre a tua santa cidade, para fazer cessar a transgressão, para dar fim aos pecados, para expiar a iniquidade, para trazer a justiça eterna, para selar a visão e a profecia e para ungir o Santo dos Santos. Sabe e entende: desde a saída da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém, até ao Ungido, ao Príncipe, sete semanas e sessenta e duas semanas; as praças e as circunvalações se reedificarão, mas em tempos angustiosos. Depois das sessenta e duas semanas, será morto o Ungido e já não estará; e o povo de um príncipe que há de vir destruirá a cidade e o santuário, e o seu fim será num dilúvio, e até ao fim haverá guerra; desolações são determinadas. Ele fará firme aliançacom muitos, por uma semana; na metade da semana, fará cessar o sacrifício e a oferta de manjares; sobre a asa das abominações virá o assolador, até que a destruição, que está determinada, se derrame sobre ele. (DANIEL 9:24-27) 
 Para a correta interpretação desse período de tempo, devemos aplicar o princípio bíblico dia/ano utilizado na cronologia profética. Veja Números (14:34) e Ezequiel (4:5-7).
Súmula do livro
1. Traslado para Babilônia e adaptação ao exílio. (Cap. 1)
2. O sonho do rei. (Cap. 2)
3. Os companheiros de Daniel na fornalha ardente. (Cap. 3)
4. A loucura do rei. (Cap. 4)
5. Festa e punição de Belsazar. (Cap. 5)
6. Daniel lançado em uma cova de leões. (Cap. 6)
7. Visão de quatro reinos. (Cap. 7)
8. Visão do carneiro e do bode. O chifre pequeno. (Cap. 8)
9. As setenta semanas. (Cap. 9)
10. Oração e revelações. (Cap. 10)
11. Visões de guerras, conflitos e juízos. (Cap. 11)
12. Tribulação, julgamento e triunfo. (Cap. 12) 
Os profetas menores:
De Oseias a Miqueias
2
Conhecimento
Conhecer os seis primeiros profetas menores do Antigo Testamento e apreender a mensagem de cada livro.
Habilidade
Ser capaz de identificar o estilo e características próprias de cada um dos profetas menores.
Atitude
Demonstrar segurança na interpretação hermenêutica dos autores bíblicos estudados, reconhecendo a essência de sua mensagem, bem como a contextualização de sua obra.
 Profeta Oseias
Significado do Nome: Do hebraico Howshea, que significa “Salvação”
Quem era: 
	Há poucas informações pessoais sobre Oseias, em seu livro. Na abertura, declara ser filho de Beeri, e, como sua mensagem é direcionada a Israel (Reino do Norte), presume-se que vivia nessa região. Por sua amorável obediência a Deus e o carinho com que tratava a esposa infiel, foi considerado “o mais gentil dos profetas do Antigo Testamento”. (Richards).
	Com sua infiel Gômer, teve três filhos que receberam nomes relacionados à sua mensagem profética: Jezreel; Lo-Ruama, ou seja, Desfavorecida; e Lo-Ami, que significa “Não Meu Povo”. (1:4-9)
	
O Contexto Época e Lugar
	Em Oseias (1:1), somos informados de que o profeta recebeu mensagens de Deus “nos dias de Uzias, Jotão, Acaz, Ezequias, reis de Judá, e nos dias de Jeroboão, filho de Joás, rei de Israel.” 
	Por volta do ano (930 a. C), logo após a morte do Rei Salomão, seu filho Roboão assume o trono de Davi, com sede em Jerusalém, na tribo de Judá. Entretanto, Jeroboão consegue convencer dez tribos a segui-lo, e constrói o Reino do Norte, com sede em Samaria, que continuou sendo chamado reino de Israel. 
	O Jeroboão citado no livro de Oseias não é o fundador do Reino do Norte, mas um dos seus descendentes. Trata-se de Jeroboão II, “décimo terceiro rei de Israel, que reinou 41 anos (783-743 a.C.)”. (Dicionário da Bíblia Almeida). Esse foi o contexto histórico do ministério de Oseias
O Chamado:
	Há um velho ditado que afirma o seguinte: “Deus escreve certo por linhas tortas.” Creio que esse dito popular se aplica com justeza à história de Oseias. Logo no primeiro contato que o Eterno estabeleceu com o profeta, deu-lhe uma ordem, no mínimo, estranha: “Vai, toma uma mulher de prostituições e terás filhos de prostituição.” (1:2) A seguir, explica o motivo dessa perturbadora instrução: “porque a terra se prostituiu, desviando-se do SENHOR.”
	A sequência do relato indica que o profeta obedeceu imediatamente, sem questionar: “Foi-se, pois, e tomou a Gômer, filha de Diblaim”... Essa é a grande característica da maioria dos profetas bíblicos: a submissão instantânea à vontade divina. Um caso que foge a essa regra é o profeta Jonas, está lembrado? Logo mais falaremos sobre ele.
Autoria:
	Escrito pelo profeta Oseias, consoante as evidências internas do próprio livro.
A mensagem: Profecias, Advertências e Promessas.
	A mensagem que perpassa o livro de Oseias é o tema do incomensurável e incompreensível amor de Deus. Nosso Pai celeste não desiste de nós, ainda que caiamos no mais profundo poço de traição e iniquidade.
	A história da infiel esposa de Oseias é a história do povo de Deus, que buscou deuses estranhos, feitos pelas mãos de homens, ídolos que nada significam. Israel quebrou a aliança com o Senhor, que repetidamente lhe dava uma nova chance de arrependimento. Assim como Gômer, que voltou ao prostíbulo, mas foi perdoada pelo dedicado marido: Veja o que diz a citação a seguir:
Disse-me o SENHOR: Vai outra vez, ama uma mulher, amada de seu amigo e adúltero, como o SENHOR ama os filhos de Israel, embora eles olhem para outros deuses e amem bolos de passas.
Comprei-a, pois, para mim por quinze peças de prata e um ômer e meio de cevada; e lhe disse: tu esperarás por mim muitos dias; não te prostituirás, nem serás de outro homem; assim também eu esperarei por ti. Porque os filhos de Israel ficarão por muitos dias sem rei, sem príncipe, sem sacrifício, sem coluna, sem estola sacerdotal ou ídolos do lar. Depois, tornarão os filhos de Israel, e buscarão ao SENHOR, seu Deus, e a Davi, seu rei; e, nos últimos dias, tremendo, se aproximarão do SENHOR e da sua bondade. (OSEIAS 3:1-5)
	A ação divina de extrema misericórdia e compaixão infinita por seu povo, por toda a humanidade perdida, pode ser resumida nas palavras comunicadas pelo Espírito Santo ao profeta Oseias: “Atraí-os com cordas humanas, com laços de amor; fui para eles como quem alivia o jugo de sobre as suas queixadas e me inclinei para dar-lhes de comer.” (OSEIAS 11:4)
Súmula do livro
1. Oseias casa com uma mulher adúltera, símbolo do infiel povo de Deus. (1-3)
2. A infidelidade de Israel. (4-7)
3. A justiça de Deus. (8-10)
4. A compassiva misericórdia de Deus. (11-12)
5. Desvios de Israel. (13)
6. Arrependimento e restauração. (14)
 Profeta Joel
Significado do nome: Joel significa literalmente “Jeová é Deus”. 
Quem era:
	A única informação direta que temos sobre o profeta é o nome de seu pai: Petuel. Infere-se, ainda, do contexto de seu livro que habitava no Reino do Sul (Judá), onde cumpriu seu ministério profético.
O Chamado:
	O chamado de Joel está condensado em poucas palavras, na abertura do livro: “Palavra do SENHOR que foi dirigida a Joel.” O ofício de todo o verdadeiro profeta fundamenta-se unicamente na “Palavra do SENHOR”. Esta curta expressão é a senha que sinaliza a atuação do porta-voz de Deus, que deve, não apenas proclamar, mas, sobretudo praticar, as mensagens proferidas pela boca do Altíssimo.
Autoria:
	 Joel é o mensageiro e também o escritor da mensagem. Não há controvérsia teológica significativa sobre a autoria do livro.
O contexto: Época e Lugar.
 O cenário é, inequivocamente, o reino de Judá, ao sul de Israel. Quanto à data, existe muita especulação, variando entre o século nono ao sexto antes de Cristo. Richards sugere que a contundente mensagem de Joel foi direcionada aos habitantes de Judá algum tempo antes da invasão babilônica, provavelmente na época do rei Uzias.
A mensagem: Profecias, Advertências e Promessas.
	Joel apresenta aos seus ouvintes uma mensagem forte e repleta de urgência. Os temidos gafanhotos, que assolavam os campos e o produto da lavoura, são apresentados como agentes do juízo divino: o gafanhoto cortador, o migrador, o destruidor e o devorador. Representam povos que assolariam a terra de Judá. “Fez de minha vide uma assolação, destroçou a minha figueira, tirou-lhe a casca, que lançou por terra...” (Joel 1:7).
	Cinco vezes o profeta repete a expressão “o Dia do SENHOR”, o que faz sua mensagem extrapolar a barreira do tempo e chegar até o período da consumação dos séculos: “O sol se converterá em trevas, e a lua, em sangue, antes que venha o grande e terrível Dia do SENHOR.” (Joel 2:31). 
	No mesmo contexto, proclama a profecia citada por Pedro, o Apóstolo, em seu famoso discurso no dia do Pentecostes: “E acontecerá, depois, que derramarei o meu Espírito sobre toda a carne; vossos filhos e vossas filhas profetizarão, vossos velhos sonharão, e vossos jovens terão visões; até sobre os servos e sobre as servas derramarei o meu Espírito naquelesdias.” (Joel 2:28-29)
	Mas o profeta conclui sua poderosa proclamação com uma palavra de esperança e graça. “E acontecerá que todo aquele que invocar o nome do SENHOR será salvo; porque, no monte Sião e em Jerusalém, estarão os que forem salvos, como o SENHOR prometeu...” (Joel 2:32). Destaca a restauração de Judá e Jerusalém, cuja sorte será mudada pelo Senhor dos Exércitos. Então, conclama a todos que façam sua escolha: “Multidões, multidões no vale da Decisão! Porque o Dia do SENHOR está perto, no vale da Decisão.” (Joel 3:14).
	 
Súmula do livro
1. Os juízos divinos representados pela praga de gafanhotos. (Cap. 1)
2. O grande e terrível Dia do Senhor e o derramamento de Seu Espírito. (Cap. 2)
3. A batalha final: julgamento e recompensa. (Cap. 3)
Profeta Amós
Significado do Nome: A raiz da palavra hebraica para Amós indica a ideia de “carga”, ou seja, um fardo que pesa sobre alguém. Amós seria, então, um “carregador de fardos”, codinome bem coerente com seu ofício braçal: agricultor e pastor de ovelhas. Isso nos leva a refletir sobre o Cordeiro mudo de (Isaías 53), que carregou sobre si nossas dores e enfermidades.
	
Quem era: 
	O Eterno Deus escolhe instrumentos humanos das mais variadas classes e profissões. Ele vê o interior e busca aqueles que possam servi-lo com humildade e retidão. Deus escolheu Amós “entre os pastores de Tecoa”. O próprio profeta declara: “Eu não sou profeta, nem discípulo de profeta, mas boieiro e colhedor de sicômoros.” (Amós 7:14). Homem conhecedor das durezas da vida tinha recursos conquistados com seu esforço pessoal (um rebanho). Por outro lado, se identificava com os mais necessitados, pois colhia, e certamente se alimentava de figos silvestres usados pelos pobres (sicômoros). Sua coragem e firmeza de caráter se revelam ao enfrentar o rei, a nobreza e a classe sacerdotal de Israel.
	Sicômoros: É uma espécie de figueira de raízes profundas e ramos fortes que produz figos de qualidade inferior, cultivada no Médio Oriente e em partes da África há milénios. 
O Chamado:
	Imaginemos, por um momento, uma cena pastoril. Um homem maduro conduzindo seu rebanho pelas colinas de Tecoa, uma vila próxima a Belém. Um balido diferente chama sua atenção para um cordeirinho que ficara preso a galhos retorcidos. O bom pastor ouve suas ovelhas. Ele corre para socorrer o pequeno animal. Pega o bichinho no colo, e examina-o. De repente, ouve uma voz suave, mas firme, que o convoca para uma difícil missão... Bem, esse hipotético, mas o provável cenário poderia ser o pano de fundo do chamado de Amós. Declara o profeta: “O SENHOR me tirou de após o gado e o SENHOR me disse: Vai e profetiza ao meu povo de Israel.” (Amós 7:15).
Autoria:
	O consenso geral, no meio teológico, é que a obra tenha sido escrita por Amós, um criador de ovelhas do reino de Judá.
O contexto: Época e Lugar
	Amós vivia em Tecoa, pequena vila a 16 quilômetros de Jerusalém, no reino de Judá. No entanto, seu ministério e principal foco de sua mensagem tinham como alvo o reino de Israel. Por volta de (750 a. C.), Deus o comissionou para advertir Jeroboão II da iminente queda das tribos do Norte, que estavam sob sua tutela. 
A mensagem: Profecias, Advertências e Promessa.
	O ponto central da mensagem de Amós é a injustiça social. A prosperidade no reinado de Jeroboão II tinha um preço cruel: a opressão das classes menos favorecidas, que tinham de trabalhar mais e também pagar mais caro pelos produtos da terra. Falseavam-se os pesos e os comerciantes enriqueciam com balanças viciadas. A voz do profeta se levanta contra a corrupção da elite dominante: “Ouvi esta palavra, vacas de Basã, que estais no monte de Samaria, oprimem os pobres esmagais os necessitados e dizeis a vosso marido: Dá cá, e bebamos”. (Amos 4:1)
Ouvi isto, vós que tendes gana contra o necessitado e destruís os miseráveis da terra, dizendo: Quando passará a Festa da Lua Nova, para vendermos os cereais? E o sábado, para abrirmos os celeiros de trigo, diminuindo o efa, e aumentando o siclo, e procedendo dolosamente com balanças enganadoras (AMÓS 8:4-5)
	Deus promete castigar aquela sociedade egoísta, indiferente ao sofrimento do próximo e corrupta: “Converterei as vossas festas em luto e todos os vossos cânticos em lamentações; porei pano de saco sobre todos os lombos e calva sobre toda cabeça; e farei que isso seja como luto por filho único, luto cujo fim será como dia de amarguras.” (Am.8:10). E, mais que fome biológica, por causa do desprezo de Israel pelas mensagens divinas, viria uma fome pior, muito pior: Veja a citação a seguir:
Eis que vêm dias, diz o SENHOR Deus, em que enviarei fome sobre a terra, não de pão, nem sede de água, mas de ouvir as palavras do SENHOR. “Andarão de mar a mar e do Norte até ao Oriente; correrão por toda parte, procurando a palavra do SENHOR, e não a acharão.” (AMÓS 8:11-12)
	Mas o profeta repete o convite ao arrependimento, pois a vontade do Senhor é, sobretudo, resgatar o pecador: “Pois assim diz o SENHOR à casa de Israel: Buscai-me e vivei... Buscai o bem e não o mal, para que vivais; e, assim, o SENHOR, o Deus dos Exércitos, estará convosco, como dizeis.” (Am. 5:4 e 14).
	E, apesar das danosas consequências da rebeldia do povo de Israel, a restauração sempre fez parte dos planos de Deus: “Naquele dia, levantarei o tabernáculo caído de Davi, repararei as suas brechas; e, levantando-o das suas ruínas, restaurá-lo-ei como fora nos dias da antiguidade... Mudarei a sorte do meu povo de Israel; reedificarão as cidades assoladas e nelas habitarão, plantarão vinhas e beberão o seu vinho, farão pomares e lhes comerão o fruto.” (Am. 9:11 e 14).
	Na mensagem de Amós, podemos vislumbrar o plano de Deus para cada um de nós. Ele aponta nosso pecado, mostra suas terríveis consequências, se necessário nos aflige com a necessária punição. Mas seu convite para o arrependimento e conversão nos traz a promessa do completo perdão e restauração eterna.
Súmula do livro
1. Juízos contra nações vizinhas. (Cap. 1)
2. Advertências, juízos e denúncias contra Israel. (2-6)
3. Visões de julgamento e castigo. (7-8)
4. Promessas de restauração: um futuro reino de justiça. (Cap. 9)
 Profeta Obadias
Significado do Nome: Obadias significa, no original hebraico, “Servo de Jeová”. 
	
Quem era: 
	A única informação direta sobre o profeta é seu próprio nome, que já indica o essencial que realmente precisamos saber sobre alguém a serviço do Onipotente: era um servo de Deus!
O Chamado:
	O livro é curto e direto. Não entra em detalhes sobre o chamado de Obadias. Mas destaca logo no primeiro versículo que o profeta tinha uma mensagem especial de Deus para um povo descendente de Abraão, portanto parente próximo de Judá. A mensagem foi dada em forma de “visão”, e tinha autoridade divina: “Assim diz o SENHOR Deus a respeito de Edom.”
Autoria:
	O autor é o próprio Obadias, que escreveu esta profecia apresentada, nas Bíblias atuais, em um só capítulo dividido em 21 versículos. 
O contexto: Época e Lugar
	O contexto não está bem definido, mas é possível inferir informações que podem nos conduzir à época referenciada na profecia. 
Edom, ao sudeste do Mar Morto, era um pequeno reino fundado por Esaú, irmão de Jacó, sendo ambos filhos de Isaque e, portanto, netos de Abraão. Apesar do parentesco, os Edomitas sempre foram hostis ao povo de Israel. E tudo indica que, durante o cerco babilônico a Jerusalém, em (586 a. C), o exército de Edom aproveitou-se da ocasião para saquear algumas cidades de Judá. No verso 11, o profeta afirma: “No dia em que, estando tu presente, estranhos lhe levaram os bens, e estrangeiros lhe entraram pelas portas e deitaram sortes sobre Jerusalém, tu mesmo eras um deles.”
A mensagem: Profecias, Advertências e Promessas.
	As cidades Edomitas, construídas em terreno rochoso e muito fortificadas, eram motivo de orgulho de seus habitantes. Obadias denuncia a arrogância de Edom: “A soberba do teu coração te enganou, ó tu que habitas nas fendas das rochas, na tua alta morada, e dizes no teu coração: Quem me deitarápor terra?” (OBADIAS 1: 3). 
	Quem responde é o próprio Deus dos Exércitos: “Se te remontares como águia e puseres o teu ninho entre as estrelas, de lá te derribarei, diz o SENHOR.” (OBADIAS 1: 4).
	Todas as atitudes dos homens e das nações estão grafadas nos registros divinos. E o Senhor fará justiça a todos. O incidente focalizado no livro de Obadias extrapola as questões familiares dos descendentes de Abraão e aponta para o dia do ajuste final. Enquanto a punição sobrevém aos desobedientes, o reino eterno de Deus, aqui simbolizado pelo monte Sião, será estabelecido. Veja na citação a seguir:
Porque o Dia do SENHOR está prestes a vir sobre todas as nações; como tu fizeste assim se fará contigo; o teu malfeito tornará sobre a tua cabeça. Porque, como bebestes no meu santo monte, assim beberão, de contínuo, todas as nações; beberão, sorverão e serão como se nunca tivessem sido. Mas, no monte Sião, haverá livramento; o monte será santo; e os da casa de Jacó possuirão as suas herdades. (OBADIAS 1:15-17).
	Qual o destino dos Edomitas? O manual bíblico da sociedade bíblica do Brasil nos ajuda a responder, com essa valiosa informação: Veja na citação a seguir:
No século 5 a.C., os árabes tomaram Edom e, no século 3, a região foi conquistada pelos Nabateus (que construíram a cidade de Petra, na atual Jordânia). Alguns Edomitas se instalaram no sul de Judá. Herodes o Grande, rei dos judeus na época do nascimento de Jesus, era descendente deles. Após o ano 70 d.C., os Edomitas desapareceram completamente da história.” (MANUAL BÍBLICO SBB, PÁG. 495).
Súmula do livro
1. Juízo contra os Edomitas. (Ob. v. 1-9)
2. Motivos do oráculo: as hostilidades contra Jacó. (Ob. v. 10-14)
3. O Dia do Senhor. (Ob. v. 15-18)
4. Restauração da casa de Jacó. (Ob. v. 19-21)
Profeta Jonas
Significado do Nome: Do hebraico, Yonah, que significa “pombo”. 
Quem era: 
		Jonas morava em Gate-Hefer, uma pequena cidade distante, aproximadamente, quatro quilômetros da vila de Nazaré. O nome de seu pai, Amitai, é mencionado tanto em seu próprio livro, quanto no relato dos reis de Israel, o que nos ajuda a identificar o período histórico do seu ministério.
		É um dos mais conhecidos profetas do Antigo Testamento, pois seu livro apresenta um gênero literário diferente do gênero profético. É, na verdade, a empolgante narrativa de um homem que foge de Deus, é engolido por um grande peixe em alto mar, cumpre a missão que lhe fora designada e aprende a grande lição do Evangelho: “Amai os vossos inimigos.”
O Chamado:
	Jonas certamente já ministrava como profeta no reinado de Jeroboão II, quando foi chamado para uma missão específica: alertar os ninivitas de uma iminente ação divina contra os abusos e pecados desse povo.
Autoria:
	A autoria do livro sempre foi largamente aceita pelos estudiosos da Bíblia como sendo obra do próprio Jonas, até o século XIX. A partir de então, alguns teólogos liberais afirmam que o livro é apenas uma parábola de fé, e que foi escrito em um período posterior ao exílio. No entanto, não existem provas documentais que apoiem a especulação destes teólogos que têm dificuldade de aceitar o elemento sobrenatural do relato de Jonas.
O contexto: Época e Lugar
	Em (II Reis 14:25), encontramos o profeta Jonas ministrando no reinado de Jeroboão II, rei de Israel. Esse texto nos remete à década de (780 a. C). Outro cenário do ministério do profeta é apresentado em seu livro, quando é comissionado por Deus a profetizar em Nínive, capital do império assírio.
A mensagem: Profecias, Advertências e Promessas.
 Os teólogos, de modo geral, concordam que a mensagem central do livro de Jonas está focada na misericórdia divina. Tal misericórdia não se limita às fronteiras da nação israelita. O Senhor de Israel também se preocupa com a salvação de outros povos, ainda que sirvam a deuses estranhos.
	A história do desobediente Jonas é bem conhecida. Primeiro Deus o envia para uma missão específica: “Dispõe-te, vai à grande cidade de Nínive e clama contra ela, porque a sua malícia subiu até a mim.” (Jonas 1:2). Ao ouvir que devia pregar na capital da Assíria, qual a imediata atitude do profeta? O relato continua dizendo: “Jonas se dispôs, mas para fugir da presença do SENHOR, para Társis... Para longe da presença do SENHOR.” (Jonas 1:3). Társis, na Espanha, era realmente um lugar bem longe do cenário de sua missão: cerca de 4.000 km de distância.
	Um profeta, com certeza, sabe que não é possível esconder-se da presença de Deus. Então, quais as razões da atitude de Jonas? Podemos até pensar que foi o medo que o fez querer ir tão longe. Mas não. As razões estão ocultas nas entranhas do preconceito e do ódio. Os assírios eram inimigos históricos do povo de Israel, e Jonas queria mesmo é que eles fossem aniquilados. Isso está evidente no sentimento de frustração e declarações do profeta, quando percebeu que a população de Nínive se arrependeu e, por isso, não foi destruída por Deus. O profeta, então, confessa o verdadeiro motivo de sua tresloucada aventura ao fugir de um Deus que tudo vê e tudo sabe: 
Com isso, desgostou-se Jonas extremamente e ficou irado. E orou ao SENHOR e disse: Ah! SENHOR! Não foi isso o que eu disse, estando ainda na minha terra? Por isso, me adiantei, fugindo para Társis, pois sabia que és Deus clemente, e misericordioso, e tardio em irar-se, e grande em benignidade, e que te arrependes do mal. Peço-te, pois, ó SENHOR, tira-me a vida, porque melhor me é morrer do que viver. (JONAS 4:1-3)	
	Observe o absoluto grau de intolerância do profeta, ao ponto de desejar a própria morte. Na verdade, ele não queria, de forma alguma, que Deus fizesse qualquer coisa a favor de seus inimigos. Nesse ponto, Deus, vendo que seu servo também precisava de salvação, criou uma parábola viva: o arbusto que cresceu rápido e deu boa sombra para aliviar o profeta do escaldante sol. Mas, logo em seguida, a planta morre. E mais uma vez, Jonas fica muito irritado.
	É nesse contexto que nosso sábio Deus ensina, não somente a Jonas, mas a todos nós, a mais preciosa lição de amor e misericórdia: Veja a citação a seguir:
Então, perguntou Deus a Jonas: É razoável essa tua ira por causa da planta? Ele respondeu: É razoável a minha ira até à morte. Tornou o SENHOR: Tens compaixão da planta que te não custou trabalho, a qual não fizeste crescer, que numa noite nasceu e numa noite pereceu; e não hei de eu ter compaixão da grande cidade de Nínive, em que há mais de cento e vinte mil pessoas, que não sabem discernir entre a mão direita e a mão esquerda, e também muitos animais? (JONAS 4:9-11).
Súmula do livro
1. Jonas rejeita a missão dada por Deus e foge. (Cap. 1)
2. Jonas no ventre do grande peixe. (Cap. 2)
3. Jonas prega em Nínive, e o rei e o povo se arrependem. (Cap. 3)
4. Deus ensina a Jonas o que significa a verdadeira compaixão. (Cap. 4)
 Profeta Miqueias
Significado do Nome: Miykhah (hebraico) = “Quem é semelhante a Jeová?”
.
Quem era: 
	Miqueias era um campesino que vivia em Moresete-Gate, uma pequena aldeia do interior de Judá, a 35 quilômetros de Jerusalém. Muito provavelmente este povoado estava em terras dominadas pelos filisteus.
O Chamado:
	Em Miqueias (1:1), o livro inicia afirmando: “Palavra do SENHOR que em visão veio a Miquéias...” Muitos dos escritos proféticos começam com declarações semelhantes. Ao receber a excelsa Palavra do Senhor, o servo de Deus sente-se na incumbência de levar adiante a mensagem. Assim ocorreu a Miqueias.
Autoria:
	A autoria do livro é atribuída a Miqueias, praticamente sem contestação no campo teológico.
O contexto: Época e Lugar 
	Tendo exercido seu ministério entre (785 a 745), situa-se no mesmo período dos profetas Isaías e Amós. Sua mensagem é dirigida aos dois reinos: Israel (ao norte) e Judá (ao sul). A época é especificada já no primeiro versículo do livro, ao serem declinados os nomes dos reis: “Nos dias de Jotão, Acaz e Ezequias, reis de Judá, sobre Samaria e Jerusalém”.
A mensagem: Profecias, Advertências e Promessas.
	Em sua visão, Miqueias contempla o Altíssimosaindo do seu trono para caminhar sobre as alturas da terra. Sob seus pés, as montanhas se derretem e os vales se fendem. O juízo sobre Judá (Reino do Sul) e Samaria (Reino do Norte) têm motivos específicos: idolatria e injustiça. Diz o profeta:
Todas as suas imagens de escultura serão despedaçadas, e todos os salários de sua impureza serão queimados, e de todos os seus ídolos eu farei uma ruína, porque do preço da prostituição os ajuntou, e a este preço volverão. (MIQUEIAS 1:7)
	Além da prostituição cultual (adoração de ídolos), o profeta denuncia a opressão e a violência contra os mais fracos: 
Ai daqueles que, no seu leito, imaginam a iniquidade e maquinam o mal! À luz da alva, o praticam, porque o poder está em suas mãos. Se cobiçam campos, os arrebatam; se casas, as tomam; assim, fazem violência a um homem e à sua casa, a uma pessoa e à sua herança. (MIQUEIAS 2:1-2)
Os líderes políticos e religiosos não são poupados. Na verdade, são responsáveis diretos pela decadência moral e espiritual que levarão a nação à ruína:
Ouvi, agora, isto, vós, cabeças de Jacó, e vós, chefes da casa de Israel, que abominais o juízo, e perverteis tudo o que é direito, e edificais a Sião com sangue e a Jerusalém, com perversidade.
Os seus cabeças dão as sentenças por suborno, os seus sacerdotes ensinam por interesse, e os seus profetas adivinham por dinheiro; e ainda se encostam ao SENHOR, dizendo: Não está o SENHOR no meio de nós? Nenhum mal nos sobrevirá.
Portanto, por causa de vós, Sião será lavrado como um campo, e Jerusalém se tornará em montões de ruínas, e o monte do templo, numa colina coberta de mato.” (MIQUEIA 3:9-12).
	
 Mas, em meio às trevas em que o povo e seus guias haviam mergulhado, Deus proclama Seu mais supremo ato de misericórdia. Enviaria Seu único filho para estabelecer na terra um reino de perdão e justiça. E até já havia escolhido a cidade onde nasceria, entre os homens, o Deus Forte, Príncipe da Paz e Pai da Eternidade:
E tu, Belém-Efrata, pequena demais para figurar como grupo de milhares de Judá, de ti me sairá o que há de reinar em Israel, e cujas origens são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade. (MIQUEIAS 5:2)
	A profecia cumpriu-se seiscentos anos depois, quando a pequena vila de Belém recebeu o Menino Jesus, nos braços de uma virgem, para salvar toda a humanidade!
Súmula do livro
1. Exortação a Israel e Judá. (1-2)
2. Denúncia contra os líderes. (3)
3. Salvação para os gentios. (4)
4. O nascimento do Messias anunciado. (5)
5. Contenda de Deus contra os transgressores. (6)
6. Quem é semelhante ao Deus de misericórdia? (7)
OS PROFETAS MENORES:
DE NAUM A MALAQUIAS
3
Conhecimento
Conhecer os seis últimos profetas menores do Antigo Testamento e apreender a mensagem de cada livro.
Habilidade
Ser capaz de identificar o estilo e características próprias de cada um dos profetas menores.
Atitude
Demonstrar segurança na interpretação hermenêutica dos autores bíblicos estudados, reconhecendo a essência de sua mensagem, bem como a contextualização de sua obra.
Profeta Naum
Significado do Nome: significa “conforto” ou “consolo”
Quem era: 
 O sétimo dos profetas menores foi o “consolador” do povo de Deus, principalmente o Reino do Norte, que foi destruído pelos Assírios em (722 a. C). Recebe o codinome de “o lcosita”, em referência à sua cidade natal Elcos, cuja localização ainda não está completamente definida. Alguns a relacionam com Elcesi, na Galileia, e lembram Cafarnaum, na mesma região, que significa “aldeia de Naum”. 
O Chamado:
	Deus designou o profeta para proclamar a “sentença contra Nínive”, capital da Assíria. 
Autoria:	
	O livro, que na Almeida Corrigida inicia com o título “Peso de Nínive”, é atribuído ao profeta Naum sem grandes polêmicas sobre a autoria.
O contexto: Época e Lugar
	Naum, contemporâneo do profeta Jeremias, fez suas previsões em Judá, por volta de (620 a. C).
A mensagem: Profecias, Advertências e Promessas.
	No seu Guia do Leitor da Bíblia, Richards nos informa que “o Livro de Naum chegou a ser acusado de ser um ‘festival de ódio’. Ele se resume em um único foco. Descreve e reflete sobre a iminente destruição de Nínive, a capital do poderoso império assírio.”
	Essa profecia parece contrastar com o relato de Jonas, que apresenta a compassiva atitude de Deus ao perdoar os ninivitas em ocasião diversa. Mas o contexto agora era outro. Os assírios, sob o comando de Sargão II, invadiram Samaria, deportaram milhares de israelitas para outras regiões, usaram suas mulheres e filhas como prostitutas, e trucidaram as crianças arremessando-as contra os muros. 
	O profeta reconhece que o Senhor “é tardio em irar-se.” (Na.1:3). Mas Ele não deixa a iniquidade sem punição. Ao encher-se o cálice da ira divina, o Eterno “toma vingança e é cheio de furor.” (NAUM 1:2).
	Aquele que confia em Deus, à promessa é forte: “O SENHOR é bom, é fortaleza no dia da angústia e conhece os que nele se refugiam.” (Naum 1:7).
	Finalmente Deus vingaria seu povo das atrocidades sofridas. Em (Na. 3:15). É dada a sentença aos opressores: “o fogo ali te consumirá, a espada te exterminará, consumir-te-á como o gafanhoto”.
	De fato, os anais da História confirmam que, no ano (612 a. C), as comportas dos reservatórios que abasteciam a cidade foram abertas pelos soldados medos e caldeus, e Nínive caiu sob o domínio do império babilônico.	
Súmula do livro
1. O zeloso Deus de Israel. (Cap. 1)
2. Nínive sitiada. (Cap. 2)
3. A ruína de Nínive. (Cap. 3)
 Profeta Habacuque
Significado do Nome: No hebraico, Habacuque vem da raiz Khavaq, com sentido de “abraçar”. Khavaqquwq significa, portanto, “abraço”. 
Quem era: 
	Pouco se sabe sobre a vida do profeta Habacuque. De acordo com o Dicionário da Bíblia de Almeida, “talvez fizesse parte do grupo de músicos do Templo (Hc 3.1), que nesse tempo ainda estava de pé (Hc 2.20).”
O Chamado:
	Em um período muito conturbado da história de Judá, Deus se apresenta ao profeta para responder uma pergunta que atormentava a mente dos oprimidos de Jacó: “Até quando, SENHOR, clamarei eu, e tu não me escutarás? Gritar-te-ei: Violência! E não salvarás?” (HABACUQUE 1:2)
Autoria:
	Autoria não contestada. Habacuque é amplamente aceito como o escritor do livro
O contexto: Época e Lugar
	Os estudiosos da cronologia bíblica situam Habacuque entre (605 e 586 a. C), período das incursões babilônicas contra o Reino de Judá.
	Incursões: Ataque; investida militar em área estrangeira; invasão das forças militares em territórios não nacionais.
Mensagem: Profecias, Advertências e Promessas.
	Habacuque aborda um tema universal e atemporal: Por que os perversos prosperam e os que buscam a justiça sofrem? O profeta reclama: “A lei se afrouxa, e a sentença nunca sai; porque o ímpio cerca o justo, e sai o juízo pervertido.” (HABACUQUE 1:4). Esse questionamento é temática central no livro de Jó e do Salmo 73.
	O profeta vê os violentos caldeus avançando sobre a terra prometida para devastá-la. O rastro de destruição vai ficando pelo caminho. O servo de Deus fica consternado. E, na sua indignação, inquire do Senhor uma explicação: 
Mas como pode tolerar esses traidores, essa gente má? Os teus olhos são puros demais para olhar o mal; tu não suportas ver as pessoas cometendo maldades. Como é, então, que ficas calado quando esses malvados matam pessoas que são melhores do que eles?”(HABACUQUE 1:13). 
	O profeta continua com sua inquirição e levanta outras questões em torno do mesmo tema. Para sua surpresa, o Altíssimo não ficou calado. “Então, o SENHOR me respondeu e disse: “Escreve a visão e torna-a bem legível sobre tábuas, para que a possa ler o que correndo passa.” (HABACUQUE 2:2)
	A resposta de Deus deveria ser para todos, pois as dúvidas de Habacuque pertenciam a toda a Nação. Que havia de tão especial na mensagem que deveria ser escrita em letras garrafais, para que a possa ler o que correndo passa?
	Deus revela ao profeta uma proposição básica de toda a mensagem das Escrituras Sagradas: “O JUSTO, PELA SUA FÉ, VIVERÁ”

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