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Tutoria 3 – Módulo 1 – Eduarda Miranda Conhecer a definição de puberdade e os seus parâmetros de normalidade. (Escala de Tanner). > A puberdade é o fenômeno biológico que se refere às mudanças fisiológicas e morfológicas resultantes da reativação dos mecanismos neuro-hormonais do eixo hipotalâmico-hipofisário- gonadal. As principais manifestaçoes da puberdade sao o estirao puberal e as mudanças na composiçao corporal, além do desenvolvimento gonadal, dos órgaos de reproduçao, das características sexuais secundárias e dos sistemas e órgaos internos. Ocorre grande variabilidade no tempo de início, na duraçao e na progressao do desenvolvimento puberal(3). Considerase atraso puberal a ausência de caracteres sexuais secundários em meninas a partir dos 13 anos; e em meninos a partir dos 14 anos. A monitorizaçao do desenvolvimento puberal é feita pela classificaçao de Tanner, que estudou e sistematizou a seqüência dos eventos puberais em ambos os sexos, em cinco etapas, considerando, quanto ao sexo feminino, o desenvolvimento mamário e a distribuiçao e a quantidade de pêlos; e no masculino, o aspecto dos órgaos genitais e também a quantidade e a distribuiçao dos pêlos pubianos(4). > A puberdade pode ser caracterizada como um período de maturação biológica, no qual ocorre a transição da infância para a fase adulta, e é marcada por diversas transformações físicas e psicossociais. A puberdade pode acontecer em diferentes épocas para os adolescentes, já que o início da puberdade está relacionado a fatores genéticos, ambientais e também a fatores psicológicos. No entanto, observa-se que a puberdade em meninas ocorre entre oito e treze anos e, em meninos, entre nove e quatorze anos. > Na puberdade, há o desenvolvimento do sistema cardiorrespiratório e reprodutor, além do estirão de crescimento, período em que o adolescente apresenta uma aceleração no processo de crescimento corporal. Essa fase é desarmônica e inicia-se com o crescimento dos membros, o que cria um aspecto desproporcional no corpo do adolescente, até o momento em que esse crescimento se estabiliza novamente. > A puberdade caracteriza-se, principalmente, pela secreção das gonadotrofinas pela hipófise, o que estimula a produção dos hormônios esteroides e faz com que ocorra o desenvolvimento das características sexuais secundárias. o Puberdade em meninos: Em meninos, a testosterona é o hormônio esteroide responsável pelo surgimento das características sexuais secundárias. A puberdade, nesse grupo, inicia-se com o aumento do pênis e do volume dos testículos; o surgimento dos pelos pubianos, axilares e faciais; a alteração no timbre de voz, tornando-se mais grave; o início da produção de espermatozoides, entre outras caraterísticas. Observa-se também um aumento nas glândulas mamárias, no entanto, elas regridem espontaneamente, sendo raros os casos em que seja necessário algum tipo de intervenção. o Puberdade em meninas: Nas meninas, o estrogênio e a progesterona são os hormônios esteroides responsáveis pelo surgimento das características sexuais secundárias. Nesse grupo, a puberdade começa com o aumento das glândulas mamárias, surgimento dos pelos pubianos e axilares e, por último, a menarca, que é a primeira menstruação. A menarca não tem uma data específica para acontecer e está relacionada a diversos fatores, como período de ocorrência da menarca da mãe e fatores emocionais e ambientais. Crescimento e desenvolvimento infantil Maria Eduarda Miranda Tutoria 3 – Módulo 1 – Eduarda Miranda > Tanto em meninas quanto em meninos, é observado um aumento da oleosidade da pele, o que pode acarretar o surgimento das acnes. > Puberdade precoce o É caracterizada a puberdade precoce quando as características sexuais secundárias surgem antes dos oito anos em meninas e antes dos nove anos em meninos. Isso deve- se ao aumento antecipado dos hormônios sexuais no sangue, o que pode ocorrer por diversos fatores. Diante disso, é necessário que se realize um acompanhamento com um especialista para que o caso seja melhor avaliado e seja feita a orientação necessária. o Passar por tantas transformações hormonais, físicas e psicológicas pode não ser um período fácil para muitos adolescentes. Diante disso, o diálogo com os pais é imprescindível. É importante também que se busque assistência médica para avaliar como está ocorrendo todo esse processo de transformação biológica e orientar o adolescente diante das muitas dúvidas que podem surgir. Muitas vezes, pode ser necessária também uma assistência psicológica, pois é um período de grandes mudanças. Tutoria 3 – Módulo 1 – Eduarda Miranda Entender todos os parâmetros de crescimento > Peso o A criança dobra de peso de nascimento aos 4-5 meses, triplica aos 12 e quadruplica com 2-2 anos e seis meses. o De dois ate os oito anos, cada criança ganha em média 2kg/ano. o Existe uma formula para o cálculo aproximado do peso que pode ser usada para crianças de três ate onze anos: Peso(kg) = idade (anos) x 2 + 9. o Obs: os bebes ate dois anos ou ate 16kg deverão ser pesados na posição deitada ou sentados na balança mecânica pediátrica. Já as crianças maiores de dois anos e os adultos são pesados na balança tipo plataforma. > Estadiamento o O termo comprimento é usado para determinar o crescimento linear em crianças ate dois anos. A partir dos dois anos, usamos o termo altura. A “estatura, por sua vez faz referência a ambos os termos. o O comprimento médio das crianças ao nascimento é de 50cm. No primeiro semestre de vida 15cm e no segundo semestre 10cm; ao final do primeiro ano a criança cresce 25cm, ou seja, cerca de 50% do seu comprimento ao nascimento. Maria Eduarda Miranda Tutoria 3 – Módulo 1 – Eduarda Miranda o Com quatro anos a criança mede em torno de 1 metro. o Fórmula de acordo com a idade (3 aos 11 anos): Altura(cm) = (idade – 3) x 6 + 95 o Obs: ate os dois anos o comprimento devera ser medido com a criança na posição deitada, colocando-se a régua em contato com o vértice da cabeça e sobre a sola dos pés posicionada a um ângulo de 90º. Após dois anos, a estatura é medida com a criança na posição de pé, apoiando-se a região occipital e os calcanhares sobre a régua vertical. > Perímetro cefálico o É uma medida que representa o crescimento do cérebro. Nos primeiros meses d vida é muito útil para a identificação de desvios do desenvolvimento neurológico. o É uma medida confiável do crescimento do cérebro, sendo um índice que menos varia para diferentes grupos etários. o Obs; no recém-nascido é maior que o perímetro torácico. > SS/SI o Segmento inferior (SI) é a distância que vai da sínfise púbica ao chão, e o segmento superior (SS) é a diferença entre a estatura e o segmento inferior. o Ao nascimento, o segmento superior é maior que o inferior, mas, durante a adolescência, a proporção SS/SI deve estar entre 0,9 e 1. O aumento dessa relação pode significar alguma malformação, displasia óssea ou raquitismo. > Envergadura o A envergadura é a distância entre os dedos médios de ambas as mãos estando os braços abertos. Também na adolescência a relação envergadura:estatura atinge valores próximos a 1. > Alvo genético o A fórmula do alvo genético permite que calculemos o canal genético de crescimento de uma criança com base na hereditariedade, ou seja, com base na estatura dos pais. Assim consegue-se prever o limite mínimo, a média e o limite máximo de estatura que a criança pode alcançar ate o fim da puberdade. o Aproximadamente 20% das crianças poderão apresentar ao final da puberdade uma estatura inferior ou superior ao alvo genético. § MENINAS = ALTURA DA MÃE (cm) + ALTURA DO PAI (cm) – 13/2 § MENINOS = ALTURA DA MÃE (cm) + ALTURA DO PAI (cm) + 13/2 o O resultado desse cálculo indica o canal de crescimento da família, Considera-se normal uma variação de mais ou menos 5cm. Maria Eduarda Miranda Tutoria 3 – Módulo 1– Eduarda Miranda > CURVA DE CRESCIMENTO/ Z SCORE: o As curvas de crescimento apresentam 7 percentis: percentil 5, percentil 10, percentil 25, percentil 50, percentil 75, percentil 90 e percentil 95. o Além dos percentis, existe outra forma de comparar peso e estatura de um paciente especificamente com a média populacional. Esta forma depende do cálculo do desvio padrão, que é feito através da seguinte fórmula: o Escore Z + 3: percentil 99,8 o Escore Z + 2: percentil 97,7 o Escore Z + 1: percentil 84,2 - Média: percentil 50 (Mediana) - Escore Z - 1: percentil 15,8 o Escore Z - 2: percentil 2,28 o Escore Z - 3: percentil 0,15 > Idade óssea o O potencial de crescimento de um individuo pode ser presumido por meio da progressão da ossificação das epífises ósseas. o Os centros de ossificação do esqueleto aparecem e progridem em uma sequência conhecida nas crianças normais, permitindo assim que a maturação esquelética possa ser comparada com a idade cronológica. Logo, o grau de maturação óssea característico para uma determinada idade cronológica é definido como idade óssea. o Após o período neonatal, quando geralmente se utiliza a radiografia do joelho para estimar a idade do esqueleto, a radiografia de mão e punho esquerdo é a mais utilizada para determinar a idade óssea. o Como o fechamento completo das epífises indica que a pessoa parou de crescer, o que esses métodos é quanto ainda o paciente pode crescer. o O crescimento estatural tem uma importante relação com a idade óssea, visto que a menina cresce ate atingir uma idade óssea de 15 a 16 anos e o menino ate 17 e anos. Maria Eduarda Miranda Maria Eduarda Miranda Tutoria 3 – Módulo 1 – Eduarda Miranda Identificar o que influencia nos distúrbios patológicos do crescimento > Alguns distúrbios do crescimento infantil podem ser identificados no nascimento, quando o bebê possui altura e/ou pesos anormais. Além disso, muitos desses problemas são notados ao longo da infância pelos próprios pais, quando a criança não acompanha o crescimento e desenvolvimento de outras da mesma idade. > Um ponto de atenção é o crescimento da criança após o segundo aniversário, que deve ser de, pelo menos, quatro centímetros ao ano. Apenas um médico pode fazer o diagnóstico. Porém, a atenção dos pais durante todo o crescimento é fundamental para ajudar a identificar o problema. > QUAIS PODEM SER AS CAUSAS DE DISTÚRBIOS DO CRESCIMENTO? o Herança familiar – se os pais da criança são baixos, existem grandes chances de que a criança herde essa característica. o Deficiência hormonal – o hormônio do crescimento (GH) é produzido pela hipófise, glândula localizada no cérebro, e possui papel importante no crescimento. Sua deficiência reduz a taxa de crescimento, que pode resultar em baixa estatura. Quando produzido em excesso, pode causar problemas como o gigantismo, condição em que o organismo cresce mais do que o normal. o Falta de nutrientes na alimentação – para ter crescimento e desenvolvimento normais, existem alguns nutrientes que as crianças devem consumir. A deficiência deles pode comprometer o crescimento normal. Veja quais são: § Vitamina A – Esta vitamina age no fluxo do hormônio de crescimento durante a noite. Boas fontes: cenouras, manga, batata-doce e bife de fígado. § Zinco – o zinco tem ação no hormônio do crescimento, atuando no equilíbrio da sua produção. A deficiência limita o crescimento infantil e diminui a resistência a infecções. Boas fontes: carnes vermelhas, amêndoas e feijão. § Ferro – estudos demonstram que a deficiência desse elemento pode ser prejudicial tanto para o desenvolvimento infantil quanto para o crescimento físico, pois reduz a circulação de oxigênio nas células. Boas fontes: carnes vermelhas e espinafre. o Incapacidade de absorver nutrientes - existem situações em que a criança consome os nutrientes de forma correta, mas não os absorve. Como no caso da doença celíaca, que afeta o intestino. Para quem tem o problema, comer glúten pode fazer com que o revestimento interno do intestino seja danificado, dificultando a absorção de nutrientes essenciais para o crescimento. o Doenças genéticas – o material genético (DNA) é o que determina nossas características físicas, inclusive o nosso crescimento. As doenças genéticas são causadas por alterações nesse material. Algumas condições deste tipo são: § Síndrome de Turner – é um distúrbio genético que acomete apenas o sexo feminino, com a taxa de uma para cada 2.500 mulheres nascidas. Ela é causada por monossomia do cromossomo X. A condição clínica é variável, incluindo por vezes a baixa estatura, cardiopatia e dismorfismos faciais. § Síndrome de Prader-Willi – doença genética caracterizada por hipotonia severa e dificuldades de alimentação na primeira infância, seguida na infância por alimentação excessiva e desenvolvimento gradual de obesidade mórbida (a menos que haja um controle externo na alimentação) associada à baixa estatura e atraso de desenvolvimento. Maria Eduarda Miranda Tutoria 3 – Módulo 1 – Eduarda Miranda Distúrbio do Crescimento: O Hormônio do Crescimento (GH) é uma substância produzida por uma glândula no cérebro, denominada hipófise (também chamada de pituitária). Este hormônio promove o crescimento durante a infância e continua tendo um papel importante no metabolismo durante a vida adulta. O GH é secretado durante toda a vida de uma pessoa e sua atuação mais conhecida está na promoção do crescimento. Além da altura, entretanto, o GH afeta muitos sistemas no organismo, incluindo metabolismo de gorduras e proteínas e metabolismo ósseo. O GH, por esta razão, é prescrito não somente para crianças, mas também para adultos com deficiência de GH. Para que se utiliza o Hormônio do Crescimento? Indicações em Crianças • Falta de GH (deficiência de GH) • Síndrome de Turner • Doenças Renais Crônicas • Crianças nascidas pequenas para a idade gestacional (PIG) Deficiência de GH (DGH) em crianças Deficiência de hormônio do crescimento é uma condição em que o organismo da criança falha na produção da quantidade adequada de hormônio do crescimento, causando um atraso do crescimento. A DGH pode estar presente desde o nascimento, ou pode aparecer em qualquer fase da infância ou idade adulta. É geralmente causada pela falha da glândula hipófise na produção dos níveis adequados de hormônio do crescimento. Tais deficiências podem ocorrer, por vezes, como consequência de alguns tipos de tratamentos médicos, como radioterapia ou cirurgia cerebral, ou devido a uma condição preexistente, como um tumor cerebral, trauma, etc. Algumas vezes pode ser o resultado de um defeito hereditário. Entretanto, para a maioria dos pacientes, a razão para a falta de hormônio GH é desconhecida. Tutoria 3 – Módulo 1 – Eduarda Miranda Classificação da Deficiência de Hormônio do Crescimento A deficiência de Hormônio do Crescimento (DGH) pode se manifestar em graus variados e ter muitas causas diferentes. Por ocasião do diagnóstico, o médico fará perguntas sobre a história médica do paciente, realizará um exame físico e solicitará exames laboratoriais e de imagem, a fim de obter o máximo de informação possível sobre a condição. Os médicos utilizam os seguintes critérios para classificar Deficiência de Hormônio do Crescimento (GHD): • Idade por ocasião do diagnóstico • Tipo de deficiência • Grau de deficiência • Local da deficiência • Causa da deficiência Idade por ocasião do diagnóstico 1. Início na infância 2. Início na fase adulta Esta classificação é feita levando-se em conta se o paciente havia parado ou não seu crescimento por ocasião do diagnóstico (geralmente as pessoas param de crescer ao redor dos 19 anos). Tipo de deficiência 1. Isolada 2. Múltipla (deficiência de mais de dois hormônios produzidos na hipófise) O tipo de deficiência (isolada ou múltipla) dependerá se o paciente temdeficiência também de outros homônios hipofisários, além da DGH. O hormônio do crescimento é produzido pela glândula hipófise, que secreta vários hormônios diferentes, que também são essenciais para manter as funções normais do organismo. Grau de deficiência 1. DGH parcial 2. GHD grave Local da deficiência 1. Primária - origem hipofisária 2. Secundária - origem hipotalâmica Conforme descrito acima, a hipófise secreta o hormônio do crescimento. Entretanto, uma parte do cérebro conhecida como hipotálamo regula a secreção do hormônio do crescimento pela hipófise. Deste modo, a deficiência de hormônio do crescimento pode ter origem na hipófise ou no hipotálamo. Causa da deficiência • Idiopática (nenhuma causa específica pode ser identificada) • Tumor hipofisário (geralmente tumores benignos) • Resultante de tratamento de um tumor (cirurgia ou radiação) • Lesão acidental Tutoria 3 – Módulo 1 – Eduarda Miranda • Outras Síndrome de Turner Síndrome de Turner é uma condição que afeta apenas meninas e é um distúrbio cromossômico. Pode ser monossomia completa ou parcial do cromossomo X e as duas características mais constantes são baixa estatura de início pós-natal e adigenesia (alteração no aparelho de reprodução). A causa da baixa estatura na Síndrome de Turner é em grande parte explicada por uma alteração no gene SHOX do cromossomo sexual. Toda menina com baixa estatura e/ou com atraso puberal deve realizar o exame cariótipo. O diagnóstico pode ser feito em qualquer idade; cerca de 30% das crianças são diagnosticadas ao nascimento e outras 25,5% durante o período médio da infância. Para muitas meninas portadoras de Síndrome de Turner, entretanto, o diagnóstico pode ser feito somente na adolescência. O que significa ter Síndrome de Turner? As meninas portadoras de Síndrome de Turner podem apresentar as seguintes características: Altura Uma estatura reduzida frequentemente representa o maior obstáculo para uma menina com Síndrome de Turner. Ao nascimento, estas meninas geralmente têm um comprimento normal. Durante os primeiros anos de suas vidas, elas crescem quase tão rápido quanto a níveis considerados padrão na altura. A diferença é particularmente notável quando as outras meninas estão entrando na puberdade e apresentando rápidos aumentos de estatura, o que não ocorre com as meninas com Turner. Geralmente, as mulheres com Turner que não estão recebendo tratamento são, em média, 20 cm mais baixas que outras mulheres. Nos últimos anos, as meninas com Turner estão sendo tratadas com hormônio do crescimento e os resultados provisórios sugerem que a estatura final possa ser aumentada de 5 a 10 cm. Desenvolvimento Puberal e Menstruação Na maioria das meninas com Turner, os ovários não se desenvolvem como deveriam. Por este motivo, também há uma ausência dos hormônios sexuais femininos, importantes para o desenvolvimento das características sexuais secundárias (pêlos pubianos, desenvolvimento das mamas etc.). Consequentemente, muitas meninas com Turner podem ter desenvolvimento incompleto das características sexuais secundárias. A maioria não menstrua e apresenta infertilidade. Características Físicas As meninas com Turner podem apresentar traços físicos que são característicos desta condição, como o pescoço com um septo lateral. Esta é uma pequena dobra de pele de cada lado do pescoço dando a impressão que o pescoço é curto. Ao nascimento, entre um terço e metade das meninas com Turner apresentará inchaços com aspecto de um coxim no dorso das mãos e pés. Isto normalmente desaparece após um certo tempo, podendo reaparecer durante a puberdade. Outras características que podem estar presentes: Baixa implantação de cabelo Problemas Físicos - As pesquisas têm mostrado que uma pequena porcentagem de meninas com Turner tem alguma forma de anormalidade cardíaca. A maioria destas anormalidades, felizmente, é Tutoria 3 – Módulo 1 – Eduarda Miranda relativamente insignificante. É importante que as meninas com Turner façam um exame do coração (por meio de mapeamento cardíaco especial) precocemente. - Podem também ocorrer problemas de ouvido com uma tendência para frequentes infecções no ouvido médio. Com o passar do tempo, algumas mulheres podem apresentar um comprometimento da audição. - As meninas com Turner também podem ter pequenas anormalidades renais e morfologicas. Entretanto, elas geralmente não afetam o funcionamento dos rins. Doenças renais crônicas Os rins são responsáveis pela excreção de urina na concentração correta. Isto significa que um rim funcionando normalmente excreta a água em excesso e impurezas, enquanto retém sais e outros compostos necessários ao organismo. As crianças com doença crônica do rim (renal) podem ser divididas em três grupos, dependendo da função renal que têm: - Disfunção renal crônica - função renal menor que 50% - Insuficiência renal crônica - função renal menor que 25% - Doença renal em fase terminal - função renal menor que 5% (pacientes em diálise) Cerca de seis crianças em cada um milhão da população total sofrem de doença renal crônica. Aproximadamente um terço das crianças com doença renal crônica tem crescimento anormal, em parte devido ao fato de as doenças renais perturbarem o metabolismo do hormônio do crescimento (GH). Os hormônios corticosteróides, que são frequentemente utilizados para tratar a doença renal, podem também retardar o crescimento. Entender como o desenvolvimento e o crescimento intrauterino influenciam no desenvolvimento e crescimento puberal - Crescimento pré-natal Placenta: É um importante órgão endócrino durante a gestação, secretando inúmeros peptídeos hormonais: ● Estrogênios placentários (estrona, estradiol e estriol): A secreção é aumentada ainda mais próxima ao termo. • Progesterona: É secretada pelo corpo lúteo nas primeiras seis semanas de gravidez, e após este período passa a ser sintetizada pela placenta. Tem como funções manter a musculatura uterina relaxada durante a gravidez e inibir o sistema imune materno contra os antígenos fetais. • Somatotrofina (hCS) e gonadotrofina coriônicas humanas (hCG): São hormônios semelhantes quimicamente às gonadotrofinas hipofisárias, têm o papel de manter o corpo lúteo no início da gestação, estimular a síntese de progesterona e estimular o testículo em fetos masculinos. O sistema vascular hipotálamo-hipófise está presente na 12a semana de gestação, mas torna-se funcional apenas entre 30-35 semanas de gestação. Até este período é a placenta que secreta os principais hormônios controladores. IGF-I e IGF II são as principais substâncias que participam do crescimento intrauterino e extrauterino. Após o nascimento, o GH assume papel importante atuando via receptores, e estimulando a síntese hepática de IGF-I. Maria Eduarda Miranda Tutoria 3 – Módulo 1 – Eduarda Miranda Dos hormônios, a insulina é a que parece influenciar mais o crescimento fetal, podendo ser detectada no plasma fetal por volta de 12 semanas. A insulina promove o crescimento estimulando a captação celular de aminoácidos e, subsequentemente, a síntese de proteínas. Aumenta, também, o depósito de glicogênio e de lipídeos nos tecidos de armazenagem, como fígado, músculo e tecido adiposo. As somatomedinas, ou IGF, constituem um grupo de peptídeos produzidos pela placenta e pelo feto, as quais estimulam mitoses celulares e têm propriedades semelhantes à insulina, estimulando a entrada de glicose e aminoácidos nas células. O hormônio do crescimento (GH), apesar de ter algumas ações sobre o metabolismo fetal de hidratos de carbono, não afeta o crescimento somático. - Crescimento pós-natal Genéticos: O perfil genético de crescimento de um indivíduo envolve dois aspectos: 1. 1) o primeiro se refere à ausência de anormalidades estruturais/numéricas cromossômicas e a ausência de mutações genéticas que venham influenciar negativamente os sistemas decrescimento. 2. 2) e segundo refere-se ao próprio potencial genético determinado pelos genes herdados de pai e mãe, e que nos permite através de uma fórmula matemática (alvo genético) prever a estatura final. Cerca de 80% da estatura é determinada pelo tamanho dos pais. Em relação à genética, não existe um gene do crescimento. São centenas deles que interagem entre si e contribuem, cada um, com uma parcela maior ou menor para a estatura final. Alguns se relacionam com a produção e ação de hormônios; outros, com o funcionamento celular e existe ainda, uma grande parcela desses genes, que estão ligados à saúde e com o desenvolvimento da cartilagem de crescimento. - Neuroendocrino O hipotálamo é o maior centro endocrinológico do organismo. Regula a síntese de peptídeos tróficos da hipófise através de fatores de estimulação ou inibição e por sua vez, a síntese hormonal de todas as glândulas efetoras. São exemplos: ● o fator de liberação do hormônio do crescimento hipotalâmico (GHRF) estimula a liberação do GH hipofisário; ● o fator de liberação da corticotrofina hipotalâmico (CRF) libera a corticotrofina (A CTH) hipofisária, que por sua vez estimulará a secreção de cortisol pela glândula suprarrenal; ● o hormônio liberador de tireotrofina (TRF) libera o TSH hipofisário, e este atua sobre a tireóide estimulando a síntese T4/T3; ● os fatores de estimulação das gonadotrofinas (LHRF e FSHRF) estimulam a secreção hipofisária de LH e FSH, e assim por diante. Maria Eduarda Miranda Maria Eduarda Miranda Tutoria 3 – Módulo 1 – Eduarda Miranda O GH é sintetizado pela hipófise anterior, de forma pulsátil, principalmente durante a noite nas fases III e IV do sono e sua secreção está diretamente proporcional a melatonina. Fatores como sono, atividade física, nutrição e esteróides sexuais alteram a secreção de GH. O hormônio de crescimento (GH) exerce seu efeito sobre o crescimento por intermédio dos: fatores de crescimento insulina-símile (IGF), principalmente IGF-I e IGF-II. Diversos são os fatores que relacionados com o estado nutricional da pessoa ou ao estresse estimulam a sua secreção: • Jejum • Hipoglicemia ou baixa concentração de ácidos graxos no sangue • Exercício • Excitação • Trauma • Grelina. A secreção do GH ocorre em pulsos, principalmente no início das fases III e IV do sono, com meia- vida de aproximadamente 20 minutos. A amplitude dos pulsos e a massa de GH secretada variam com a idade, aumentando durante a puberdade, período em que ocorre a maior secreção deste hormônio, e decaindo na vida adulta para concentrações semelhantes às observadas em indivíduos pré-púberes, com posterior diminuição progressiva. Ao contrário de outros hormônios, o GH não age por meio da glândula-alvo, mas exerce seus efeitos, diretamente, sobre todos ou quase todos os tecidos do organismo. Promove não só o aumento de tamanho das células do número de mitoses, promovendo sua multiplicação e diferenciação específica de alguns tipos celulares, tais como as células de crescimento ósseo e células musculares iniciais. Estimula também o crescimento das cartilagens e dos ossos. O efeito mais óbvio do GH é o de aumentar o crescimento esquelético. Isso resulta de efeitos múltiplos do hormônio do crescimento sobre os ossos, incluindo: (1) aumento da deposição de proteínas pelas células osteogênicas e condrocíticas, que causam o crescimento ósseo, (2) aumento da reprodução dessas células (3) efeito específico de conversão de condrócitos em células osteogênicas, causando, assim, a deposição de osso novo. Os IGFs (IGF-1 e IGF-2) são fatores de crescimento produzidos na maioria dos órgãos e tecidos do organismo, possuindo ações autócrinas, parácrinas e endócrinas sobre o metabolismo intermediário, proliferação, crescimento e diferenciação celular. Eles circulam no plasma acoplados a proteínas séricas chamadas IGFBPs Os IGFs são sintetizados no fígado, sob estímulo do GH; elas podem ter sua síntese diminuída na presença de desordens hepáticas ou alterações enzimáticas desta via. O IGF-I sérico está diretamente relacionado à secreção de GH, aumentando no seu excesso e diminuindo com a sua deficiência; o IGF-II diminui com a queda do GH, entretanto, não aumenta com seu excesso. OBS: Durante o crescimento intrauterino, os IGFs apresentam menor dependência em relação ao GH, o qual, após o nascimento, assume gradualmente a posição de principal regulador. As crianças com deficiência congênita de GH apresentam discreta ou nenhuma redução do comprimento ao nascer, enquanto crianças com inativação do gene do IGF-1 ou com molécula Tutoria 3 – Módulo 1 – Eduarda Miranda de IGF-1 bioinativa apresentam importante comprometimento do crescimento longitudinal, associado a dismorfias graves, surdez e atraso do desenvolvimento neuropsicomotor. O crescimento linear pós-natal é resultado da ação do GH e do IGF-I. O IGF-I atua na placa de crescimento levando à proliferação e hipertrofia, enquanto o GH atua na diferenciação celular. Devemos lembrar também que os hormônios tireoidianos são necessários, pois atuam tanto através da estimulação da produção de GH como também diretamente sobre a epífise, proporcionando sua diferenciação. Desta forma, crianças com hipotireoidismo podem nos dar a falsa impressão de deficiência de GH. O hipotireoidismo é a principal causa de baixa estatura de etiologia endócrina. Os esteróides sexuais (androgênios e estrogênios) atuam também de modo duplo: aumentam a síntese de GH e agem diretamente na placa de crescimento. O fechamento das epífises é provocado pela ação dos estrogênios. Durante a puberdade, a elevação das concentrações dos esteróides sexuais acompanha-se de aumento da velocidade de crescimento, que ocorre mais precocemente nas meninas e mais tardiamente nos meninos, como consequência da estimulação do eixo GH-sistema IGF. No início da puberdade, a elevação endógena dos hormônios sexuais acompanha-se de aumento na frequência e na amplitude dos pulsos de GH, com aumento de até duas a dez vezes da quantidade de GH secretada a cada pulso. Consequentemente, a concentração sérica média de GH nas 24 horas aumenta durante a puberdade, com o pico coincidindo com o pico da velocidade de crescimento. Explicar os fatores endócrinos e externos que influenciam no ambiente > De um modo geral, considera-se crescimento um processo dinâmico e contínuo que ocorre desde a concepção até o final da vida, expresso pelo aumento do tamanho corporal. Constitui um dos melhores indicadores de saúde da criança, refletindo as suas condições de vida no passado e no presente.1 > Todo ser humano nasce com um potencial genético de crescimento que poderá ou não ser alcançado, dependendo das condições de vida a que esteja exposto desde a concepção até a idade adulta. Portanto, o processo de crescimento está influenciado por fatores intrínsecos (genéticos) e extrínsecos (ambientais), dentre os quais destacam-se a alimentação, a saúde, a higiene, a habitação e os cuidados gerais com a criança, que atuam acelerando ou retardando esse processo.2-7 > Com relação ao crescimento linear, pode-se dizer que a altura final do indivíduo resulta da interação entre sua carga genética e os fatores do meio ambiente, os quais permitirão a maior ou menor expressão de seu potencial genético. A concepção dialética das interações genético-ambientais se contrapõe às ideias mecanicistas pelas quais seriam apenas os genes que determinam as características dos indivíduos.8 Assim, o crescimento das crianças depende da ação de diversos elementos socioeconômicos e culturais e do efeito significante da hereditariedade. Está claro que se um indivíduo ou uma população vive em ambiente satisfatório, os genes terão a oportunidade de expressar seu máximo potencial. Isso explica a importância cada vez mais evidenciada das investigações entre crescimentoe condições externas (ambientais, sociais, econômicas e culturais).9 > Para Westwood et al.,10 o impacto do fator genético sobre o crescimento é limitado quando comparado aos fatores extrínsecos; a precocidade e a persistência de situações adversas Maria Eduarda Miranda Maria Eduarda Miranda Maria Eduarda Miranda Maria Eduarda Miranda Tutoria 3 – Módulo 1 – Eduarda Miranda podem impedir que a criança alcance o seu potencial genético e, para Posada et al.,11 ainda não está clara a importância do hereditário e do ambiental sobre o crescimento das crianças, pois é extremamente difícil especificar quantitativamente o valor relativo de um e de outro. É dito que, em igual ambiente, o desenvolvimento físico individual depende de fatores basicamente hereditários. Por outro lado, se tem demonstrado que crianças de distintas raças mostram curvas de crescimento semelhantes se as condições ambientais, a alimentação e a proteção contra as infecções são as mesmas. > A baixa estatura dos povos orientais, de algumas etnias negras da África e das populações da América Latina, durante muito tempo foi entendida como característica racial; hoje, representa o resultado de fatores ambientais adversos, dificultando a afirmação do poder do potencial genético do crescimento.12 O crescimento pós-natal, também, é ditado pelos fatores genéticos e externos que envolvem as condições socioeconômicas e ambientais, a alimentação, a morbidade, além da evolução do crescimento intra-uterino, traduzido pelo peso ao nascer.13,14 > Face a comprovada natureza multicausal do crescimento infantil, alguns estudos têm sido desenvolvidos no mundo, buscando relacionar variáveis biológicas, socioeconômicas, ambientais, culturais, demográficas, entre outras, com a sua etiologia e seu desenvolvimento.6,9,11 > O retardo estatural constitui, atualmente, a característica antropométrica mais representativa do quadro epidemiológico do crescimento de crianças no Brasil e no mundo, produzindo o que se convencionou chamar de nanismo nutricional, que representa, sem qualquer questionamento, a manifestação biológica mais universal do problema.15-19 Maria Eduarda Miranda
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