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Unidade II BIOQUÍMICA METABÓLICA Profa. Dra. Renata Dias Compostos nitrogenados não proteicos Porfirinas e ácidos nucleicos Porfirinas são compostos formados por quatro anéis pirrólicos contendo nitrogênio. Anel pirrólico é oriundo das moléculas de glicina (fornece o nitrogênio ao anel pirrólico) e succinilcoA. Compostos nitrogenados não proteicos Essas moléculas possuem afinidade por íons metálicos e a associação entre a porfirina e o íon metálico forma a metaloporfirina (Fe++, Mg++ ou Cu++). Em mamíferos, a principal porfirina é o heme (hemoglobina, mioglobina, citocromos e clorofila). Síntese do heme A síntese do heme ocorre na medula óssea, no baço e no fígado. As moléculas precursoras são succinil-CoA e glicina. O succinil-CoA é proveniente do Ciclo de Krebs e a glicina é um aminoácido. Síntese do heme Síntese do heme pode ser resumida em 4 etapas: 1. succinil-CoA e glicina se condensam formando uma molécula de ácido aminolevulínico (ALA); 2. duas moléculas de ALA condensam-se originando porfobilinogênio; 3. quatro moléculas de porfobilinogênio formam o uroporfirinogênio; 4. formação de protoporfirina e incorporação do Fe2+. Metabolismo das bases púricas e pirimídicas Pirimidinas são as bases nitrogenadas de estrutura heterocíclica e fórmula química C4H4N2. Essa classe de bases é representada pela citosina (C), pela timina (T) e pela uracila (U). Na formação da molécula de DNA e RNA, as pirimidinas se unem às purinas correspondentes por meio de ligações de hidrogênio, ligação denominada emparelhamento de base. As pirimidinas são moléculas menores e formadas por um único anel de carbono e nitrogênio. As bases púricas são moléculas grandes e compostas de dois anéis. Metabolismo das bases púricas e pirimídicas Pirimidinas Moléculas precursoras são o ácido aspártico e o carbamil- fosfato, formando a uracila e, a partir dela, as demais bases pirimídicas (citosina e timina) por modificações. Purinas Síntese mais complexa com número maior de moléculas e tem como molécula inicial a ribose-fosfato, sendo a primeira base montada o IMP que se converterá em AMP ou GMP. Interatividade Entre os compostos nitrogenados não proteicos, citam-se moléculas que são capazes de se associarem a metais, tais como ferro, magnésio e cobre e, por isso, são conhecidas como: a) Metaloproteínas. b) MetaloporfirÍnas. c) Purinas. d) Pirimidinas. e) Anel pirrólico. Resposta Entre os compostos nitrogenados não proteicos, citam-se moléculas que são capazes de se associarem a metais, tais como ferro, magnésio e cobre e, por isso, são conhecidas como: a) Metaloproteínas. b) Metaloporfirínas. c) Purinas. d) Pirimidinas. e) Anel pirrólico. Degradação do heme O heme libera Fe2+, o qual passa a fazer parte do reservatório de ferro no organismo. Os anéis do heme, primeiramente, são convertidos em biliverdina por meio do sistema microssomal heme-oxigenase das células reticuloendoteliais e, depois, são convertidos em bilirrubina pela biliverdina redutase. A bilirrubina é um pigmento amarelo e tóxico, principalmente, para o sistema nervoso. Degradação do heme Aproximadamente, 85% da bilirrubina total é derivada do catabolismo da hemoglobina presente nas hemácias, as quais após 90 a 120 dias de atividade são degradadas e liberam o seu conteúdo de hemoglobina, porém a cadeia globínica é reaproveitada integralmente ou degradada em seus aminoácidos constituintes. O restante é obtido das outras proteínas que contêm o heme. Degradação do heme Ao observar um hematoma, ele pode apresentar diferentes colorações resultantes dos intermediários da degradação do heme. A bilirrubina, por ser insolúvel em água e, como consequência insolúvel no plasma, é transportada para o fígado e ligada à albumina, que é denominada bilirrubina indireta ou não conjugada. A bilirrubina isolada que entra na célula hepática e é ligada ao ácido glicurônico é denominada bilirrubina direta ou bilirrubina conjugada. Degradação do heme A bilirrubina direta é um componente normal da bile e é encaminhada para a vesícula biliar e, depois, para o duodeno. No intestino, a bilirrubina direta é hidrolisada para a forma não conjugada, que é reduzida pela microbiota, transformando-se em urobilinogênio. A maior parte do urobilinogênio é transformado em estercobilina pelas bactérias intestinais (cor castanha e dá a coloração característica das fezes). Degradação do heme Uma parte do urobilinogênio é reabsorvido a partir do intestino e entra no sistema porta-hepático. Uma porção desse urobilinogênio é captada pelo fígado e novamente secretada na bile. A parte restante é transportada para o rim, onde é convertida em urobilina e é excretada. A urobilina tem coloração amarela, dando a cor característica da urina. Degradação do heme Em condições anormais, pode ocorrer o acúmulo tanto de bilirrubina direta quanto de bilirrubina indireta, esses compostos podem se depositar nos tecidos, dando-lhes o aspecto amarelado (icterícia). A medida da bilirrubina plasmática fornece um índice quantitativo da severidade da icterícia. A concentração de bilirrubina representa um equilíbrio entre a sua produção e a sua excreção. A icterícia pode ser dividida em três tipos: Icterícia pré-hepática, icterícia hepática e icterícia pós-hepática. 1. Icterícia pré-hepática: consequente ao aumento de bilirrubina indireta. O fígado não consegue captar toda a bilirrubina indireta para fazer a conjugação com o ácido glicurônico. Causas de icterícia pré-hepática: Icterícia fisiológica do recém-nascido: insuficiência na produção da enzima glicuronil-transferase, que catalisa a conjugação da bilirrubina; Icterícia hemolítica: destruição excessiva das hemácias; Síndrome de Crigler-Najjar: ausência da enzima glicuronil-transferase (fatal nos primeiros meses de vida); Síndrome de Gilbert: redução da produção da enzima glicuronil-transferase. 2. Na icterícia hepática: ocorre aumento da bilirrubina direta e indireta, diminuição do urobilinogênio fecal (fezes claras) e aumento do urinário (urina escura), com presença de bilirrubina na urina. As principais causas são as lesões hepáticas, como o câncer, a cirrose ou a hepatite. 3. Na icterícia pós-hepática: aumento de bilirrubina direta, diminuição do urobilinogênio fecal (fezes claras) e presença de bilirrubina na urina. A principal causa: obstrução do ducto biliar, que impede a bilirrubina de ir para o intestino, como consequência, ela reflui para o sangue. Nas doenças hepáticas agudas ou crônicas, observa-se uma diminuição dos níveis séricos de proteínas, como albumina e proteínas de coagulação. Interatividade Em relação à icterícia do recém-nascido é possível afirmar que ocorre por: a) Deficiência enzimática materna. b) Deficiência enzimática neonatal. c) Influência do comportamento alimentar materno. d) Ausência da ingestão de vitaminas na gestação. e) Anomalia hepática congênita. Resposta Em relação à icterícia do recém-nascido é possível afirmar que ocorre por: a) Deficiência enzimática materna. b) Deficiência enzimática neonatal. c) Influência do comportamento alimentar materno. d) Ausência da ingestão de vitaminas na gestação. e) Anomalia hepática congênita. Micronutrientes São fundamentais para o metabolismo e são eles: água, vitaminas e sais minerais. Vitaminas podem ser hidrossolúveis ou lipossolúveis. Hidrossolúveis (B e C). Lipossolúveis (D, E, K e A). Água É o solvente universal. Participa de todas as reações químicas do organismo. Ingestão de 2 L em média. Vitaminas São substâncias orgânicas de complexidade variável, que não são sintetizadas pelo organismo, devendo ser fornecidas pela dieta.