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ESTUDO DE CASO SOBRE AMNÉSIA

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Introdução 
A amnésia pode ser definida como um estado mental patológico em que a memória e o aprendizado estão afetados em proporções maiores que as demais funções cognitivas em um paciente sem alteração do nível de consciência (Kopelman, 2002). A partir dessa conceituação clássica de amnésia, pressupõe-se que a amnésia retrógrada seja comumente acompanhada por amnésia anterógrada, ou seja, pela habilidade de reter novas informações ou aprender. Entretanto, publicações recentes relatam casos de prejuízo desproporcional da memória retrógrada em relação à anterógrada (Ross, 2000; Sellal et al., 2002; Lucchelli e Spinnler, 2002). A compreensão da amnésia retrógrada isolada representa um grande desafio, uma vez que é difícil explicar como traços antigos de memória, presumivelmente bem consolidados, não podem ser acessados, mas novas informações podem ser retidas e recordadas (Lucchelli e Spinnler, 2002). Muitas dúvidas persistem sobre as bases neuroanatômicas envolvidas na amnésia retrógrada e sua elucidação poderá contribuir para o entendimento dos múltiplos sistemas de memória.
RELATO DE CASO SOBRE AMNÉSIA
Homem de 36 anos, casado, com um filho. É sargento da Guarda Civil e trabalha em oficinas.
História do problema:
O paciente sofreu duas quedas (Junho e Outubro 1999) com breve perda de consciência. Após a segunda queda apresenta uma amnésia retrógrada muito severa que afeta todos os processos de memória (episódica, semântica e procedimental), que condiciona uma dependência absoluta em relação às atividades da vida diária e uma grande desadaptação social. No entanto, mantém intactas as suas capacidades de aprendizagem, pelo que se efetuou reabilitação neuropsicológica; vários meses depois observou-se uma notável melhoria da memória procedimental e semântica, mas persistem dificuldades na memória episódica (localização temporal dos acontecimentos), as quais originam limitações para uma vida autónoma e a incapacidade de trabalhar.
Este caso apresenta importantes dificuldades de diagnóstico diferencial, já que as explorações neurofisiológicas e de neuroimagem realizadas (rigorosamente normais) não evidenciam lesões que justifiquem a severidade do transtorno Amnésico e o padrão deste não é o habitualmente observado no síndrome amnésico pós-traumático. Contudo, também não cumpre os critérios de perturbação dissociativa nem aparecem dados que sugiram simulação. A evolução do caso proporciona mais elementos diagnósticos, persistindo, contudo, a impossibilidade de o encontrar nas classificações nosológicas atuais.
DISPONIVEL: 
https://www.scielo.br/pdf/rpc/v35n1/v35n1a05.pdf. Acessado em 29/09/2020 https://www.psicologia.pt/artigos/ver_artigo.php?codigo=CC0006 - . Acessado em 29/09/2020
https://www.scielo.br/pdf/rpc/v35n1/v35n1a05.pdf

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