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DIREITO CONSTITUCIONAL 3 Sistema Constitucional de Crises - Não comporta a intervenção federal, apenas o estado de defesa e sítio - Está previsto a partir do art. 136 ao 139, CF Introdução - A Constituição Federal compreendendo a existência de uma situação de anormalidade social, capaz de colocá-la em risco, propriamente se defende de restrições arbitrárias e inconstitucionais através de dois institutos: estado de defesa e estado de sítio - Garante a inexistência de ingerências arbitrárias em relação aos direitos e garantias fundamentais Características A)Necessidade: vem atrelada a ideia de ocorrência de situações de extrema gravidade¹, que demandam a adoção de medidas excepcionais² para a manutenção da estabilidade da ordem constitucional e instituições democráticas ¹. Art. 136 e 137, CF ². Restrições temporárias aos direitos e garantias previstos na constituição + A supressão, diferentemente das restrições, NÃO é temporária!!! - Medidas excepcionais para garantia da ordem constitucional e instituições democráticas não permitem o fechamento do Congresso e STF, uma vez que esses influem diretamente sobre os direitos e garantias fundamentais - As medidas excepcionais devem ser adequadas e proporcionais à crise, dessa maneira, excessos são evitados B)Temporariedade: imposição de um prazo determinado para a duração do estado de legalidade extraordinária Estado de Legalidade Extraordinária - Conjunto de normas a serem aplicadas em situações excepcionais. Estão constitucionalmente previstas/ conformadas até que a situação de normalidade seja reestabelecida Estado de Defesa - Previsto no art. 136, CF - É considerada a medida mais branda do Sistema Constitucional de Crises A)Conceito: série de medidas temporárias, destinadas a destinadas preservar ou reestabelecer, em uma área restrita e determinada¹, a ordem pública ou a paz social² ameaçadas por fatores políticos, sociais³ e ou fenômenos da natureza de grande proporção ¹. Não necessariamente o estado de defesa será decretado de maneira nacional ². Pode ser que não tenha ocorrido algo fático em relação à ordem pública e a paz social, mas as mesmas podem estar ameaçadas ³. Respectivamente exemplos de ameaças a fatores políticos e sociais – risco a instituições democráticas e formação de motins B)Pressupostos Materiais – condições fáticas exigíveis para a instauração do estado de defesa: 1. Grave e/ou eminente instabilidade institucional – fatores políticos e sociais OU 2. Calamidade de grandes proporções da natureza + Suas condições não são cumulativas!!! C)Pressupostos Formais – observância do cumprimento dos requisitos previstos no texto constitucional - Diferente dos pressupostos materiais, os formais precisam NECESSARIAMENTE possuir todos os seus requisitos cumpridos – são cumulativos!!! Iº Requisito: manifestação prévia do Conselho da República e do Conselho de Defesa Nacional + O Presidente deve realizar a oitiva dos órgãos consultivos/ auxiliares, no entanto, as opiniões dos mesmos não influem na decretação do estado de defesa IIº Requisito: decretação do estado de defesa pelo Presidente da República + A partir dessa ação há, na área designada, o início do estado de defesa PREVISÕES DO DECRETO: 1) Prazo de duração - Art. 136, § 2º, CF. O tempo de duração do estado de defesa não será superior a trinta dias, podendo ser prorrogado uma vez, por igual período, se persistirem as razões que justificaram a sua decretação. + Para se obter a prorrogação é necessário que o Presidente realize, novamente, a oitiva do Conselho da República e do Conselho Nacional 2) Especificações das áreas abrangidas - Deve ser indicado que parcela territorial estará em consonância com a proposta + O estado de defesa não precisa abranger todo o país 3) Indicações das Medidas Coercitivas - Restrições de direitos que podem ser feitas frente ao estado de defesa - Art. 136, §1º, I, CF. Restrições aos direitos de: a) reunião, ainda que exercida no seio das associações; b) sigilo de correspondência; c) sigilo de comunicação telegráfica e telefônica; + Questões relacionadas à prisão estão dispostas no parágrafo 3º do Art. 136, CF - O Presidente deve escolher as restrições adequadas para a situação D) Controle Político - Realizado pelo Congresso Nacional - Previsto no art. 136, §4º ao 7º, CF + Questões tratadas pelo Poder Executivo e Legislativo são chamadas de políticas - O controle político é realizado POSTERIORMETE à decretação do estado de defesa - Após declaração, o Presidente deve apresentar o decreto no prazo de 24h para o Congresso - O parlamento terá 10 dias, contados a partir do recebimento do documento, para apreciar os termos do decreto e aprová-lo ou rejeitá-lo - Em caso de rejeição, o Presidente deverá, imediatamente, cessar o estado de defesa – como prevê o art. 136, §7º, CF - Haverá convocação extraordinária do parlamento em 5 dias, caso o Congresso esteja em recesso – art. 136, §5º, CF E) Fiscalização Política Concomitante - O parlamento poderá verificar a existência de excessos nas medidas restritivas, durante a vigência do decreto, através de uma comissão - A comissão de fiscalização será composta por 5 membros da mesa do congresso, escolhidos pelo próprio parlamento F) Controle Após a fiscalização do Estado de Defesa - Encerrado o Estado de Defesa e suas determinações, poderá haver a responsabilização pelos ilícitos cometidos por agentes e executores do período - O controle é realizado na esfera judiciária Estado de Sítio - Previsto no art. 137, 138 e 139, CF - Medida mais drástica em relação ao Sistema Constitucional de Crises A) Conceito: corresponde a suspensão temporária e localizada de direitos e garantias constitucionais, apresentando maior gravidade se comparada ao estado de defesa - Medidas temporárias que NECESSARIAMENTE devem ser aprovadas pelo parlamento brasileiro ANTERIORMENTE a decretação + O controle político é anterior ao decreto do estado de sítio B) Pressupostos Materiais - Condições fáticas que irão ensejar a decretação do estado de sítio - Previstos no art. 137, I e II, CF - Não são cumulativos, ou seja, na conjuntura social não há necessidade de se verificar todos os pressupostos 1. Comoção grave de repercussão nacional - Grave crise, capaz de colocar instituições democráticas ou o governo legitimamente em risco 2. Ineficácia das medidas adotadas no estado de defesa - Exaurida a possibilidade de prorrogação do estado de defesa e continuada a situação de crise, o estado de sítio pode ser estabelecido - Seu prazo é de 30 dias, mas pode ser prorrogado quantas vezes forem necessárias - Previsto no art. 137, I, CF 3. Declaração de guerra ou resposta à agressão armada de Estado estrangeiro - Previsto no art. 137, II, CF - Art. 138, § 1º, CF. O estado de sítio, no caso do art. 137 (...) inciso II, poderá ser decretado por todo o tempo que perdurar a guerra ou a agressão armada estrangeira C) Pressupostos Formais - observância do cumprimento dos requisitos previstos no texto constitucional – cumulativos Iº Requisito: manifestação prévia do Conselho da República e do Conselho de Defesa Nacional IIº Requisito: aprovação do decreto pelo Parlamento - A aprovação do parlamento deve ser por maioria absoluta!!! IIIº Requisito: decretação do estado de sítio pelo Presidente da República - Solicitada autorização para decretar o estado de sítio durante o recesso parlamentar, o Presidente do Senado Federal, de imediato, convocará extraordinariamente o Congresso Nacional para se reunir dentro de cinco dias, a fim de apreciar o ato – Art. 138, §2º, CF PREVISÕES DO DECRETO: 1) Prazo de duração do estado de sítio 2) Indicação das medidas coercitivas e restritivas de direitos - Diferentemente do decreto de defesa nacional, não há necessidadede se indicar a área abrangida pela proposta, uma vez que trata-se de uma situação nacional D) Controles no Estado de Sítio 1. Prévio: realizado para autorizar a decretação do estado de sítio 2. Concomitante: realiza a verificação, por meio de comissão parlamentar, de possíveis excessos nas medidas excepcionais decretadas – Art. 140, CF 3. Posterior: Responsabilização de ilícitos praticados por agentes durante o estado de sítio na esfera judicial – Art. 141, CF E) Restrições constitucionalmente Autorizadas - As restrições são dependentes dos pressupostos materiais - Na vigência do estado de sítio decretado com fundamento no art. 137, I, poderão ser adotadas as restrições previstas no art. 139, CF - Na vigência do estado de sítio decretado com fundamento no art. 137, II, TODOS os direitos e garantias poderão ser restringidos, desde que haja proporcionalidade à situação e esteja presente no decreto aprovado pelo Congresso Forças Armadas e Segurança Pública Nacional 1) Principais Diferenças Forças Armadas - Prevista no art. 142 e 143, CF - As forças armadas são responsáveis pela garantia da paz social e do estado de direito - Excepcionalmente, as forças armadas realizam as funções atribuídas à segurança nacional - É composta por 3 grandes instituições: exército, marinha e aeronáutica. Todas nacionais, permanentes e regulares - As Forças Armadas são pautadas em 2 princípios: 1) Hierarquia: vínculo de subordinação escalonada e graduada (de inferior para superior hierárquico) 2) Disciplina: poder hierárquico que os superiores possuem para impor condutas/ dar ordens aos seus subordinados (inferiores) Segurança Nacional - A segurança pública tem como função assegurar a lei e a ordem - Composta pelas polícias - Prevista no art. 144, CF 2) Forças Armadas A) Chefia das Forças Armadas - O Presidente da República é o comandante máximo das instituições que compõem as forças armadas, que para garantir uma boa gestão dessas, atua em consonância com o ministério da defesa - A hierarquia das Forças Armadas segue a seguinte ordem: 1) Presidente 2) Comandante 3) Postos Oficiais 4) Graduações (praças) - Cada grau será regido pela antiguidade B) Objetivos das Forças Armadas 1) Defesa da pátria contra ameaças externas + Contam com o auxílio da ABIN 2) Garantia dos poderes constitucionais + Executivo, Legislativo e Judiciário 3) EXECEPCIONALMENTE, por iniciativa de qualquer um dos poderes constitucionais, garantir a lei e a ordem C) Utilização das Forças Armadas como instrumento de Segurança Pública - Para garantir a lei e a ordem, devem ser observados os seguintes requisitos, previstos no Art. 15, CL 97/99: A) Decisão do Presidente (de ofício ou mediante provocação do STF ou Congresso) + A decisão não é vinculada, o Presidente possui discricionariedade B) Esgotamento das vias do art. 144 + O art. 144 nomeia quais são os instrumentos de Segurança Pública C) Declaração do esgotamento das vias do art. 144 pelo Governador e o Presidente + Após a declaração, o chefe de segurança pública será afastado para que as forças armadas assuma o controle A utilização das Forças Armadas como instrumento de Segurança Pública será episódica, em área determinada e em prazo determinado D) Organização Militar + Não são servidores públicos 1) Remuneração dos militares – Súmula 6, STF - Não há garantia de um salário mínimo aos praças, como para outras categorias de trabalhadores. No entanto, o Estado tem como obrigação fornecer-lhes as condições materiais para a adequada prestação do serviço militar obrigatório nas Forças Armadas 2) Regime Jurídico – Art. 142, §3º, III, CF - Composto pelo art. 7º e art. 37, XI-XV, CF 3) Perda de posto ou patente – Art. 142, §3º, VI-VII, CF - Para um militar perder seu posto é necessário passar por um julgamento autônomo no STM para que haja a decisão efetiva da queda hierárquica ou não 4) Limite de idade para ingresso nas Forças Armadas – Art. 142, §3º, X, CF E) Características Aplicáveis aos Militares – Art. 143, CF 1) Vedações – Art. 142, §3º, IV, CF - ao militar são proibidas a sindicalização e a greve, sob pena de prisão 2) Vedação à filiação partidária - Art. 142, §3º, V, CF. O militar, enquanto em serviço ativo, não pode estar filiado a partidos políticos + Conflito com o art. 14, §8º, CF - Quando o militar, em atividade, possui a intenção de se candidatar a um cargo, dispensa-se a filiação partidária! – determinação do STF - Deverá haver registro da candidatura assinado pelo partido. Caso o mesmo seja eleito, se filiará e entrará em inatividade militar 3) Não cabimento de Habeas Corpus para punições militares disciplinares – Art. 142, §2º, CF - Não caberá habeas corpus para se discutir o mérito do pedido. Mas, para questionar a legalidade da punição pode ser impetrado F) Serviço Militar Obrigatório - Previsto no art. 143, CF. O serviço militar é obrigatório para homens alistados maiores de 18 anos - O §1º do mesmo artigo prevê a atribuição de serviço alternativo para aqueles que, após alistados, alegarem escusa de consciência, conforme a Lei 8239/91 + A escusa de consciência desobriga o sujeito a realizar determinada atividade, imposta a todos, por questões filosóficas, morais, políticas, culturais ou religiosas – Art. 5º, VIII, CF - Não cumprida a obrigação alternativa, serão suspensos os direitos políticos do sujeito, nos termos do art. 15, IV, CF) - No §2º é previsto a dispensa de mulheres e eclesiásticos do serviço militar obrigatório em tempos de paz 3) Segurança Pública - Prevista no art. 144, CF, tem como função a garantia da lei e da ordem - Composta pela: Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Ferroviária Federal, Polícia Civil, Polícia Militar e Corpo de Bombeiros A) Polícia Rodoviária e Ferroviária Federal: - Previstas no art. 144, §2º e 3º - Organizadas/ administradas pela união, tem como objetivo o patrulhamento ostensivo, respectivamente, das rodovias e ferrovias federais B) Polícia Federal - Prevista no art. 144, §1º, é considerada uma polícia investigativa¹ e judiciária² ¹. Relacionada à colheita de provas para se atrelar/ comprovar a materialidade e autoria de crimes ². Desempenha atividades de auxílio ao Poder Judiciário Federal C) Atribuições da Polícia Federal – Art. 144, §1º, CF 1) Investigação e operação de crimes federais¹ ¹. Praticados contra a União, crimes políticos, à distância, contra/por funcionário público federal, praticado em navio ou aeronave, contra o sistema financeiro, crime de reingresso ou permanência de estrangeiro expulso, contra a organização do trabalho e contra os direitos humanos 2) Investigação de outras infrações de repercussão interestadual ou internacional² ². Tráfico de entorpecente, contrabando e descaminho + Atuam conjuntamente às polícias militares e civis 3) Polícia aeroportuária, de fronteiras e marítima D) Segurança Pública Estadual - Composta pela Polícia Militar, Polícia Civil e Corpo de Bombeiros E) Polícia Civil – Art. 144, § 4º, CF - Equiparada a Policia Federal, é tida como uma polícia investigativa e judiciária no âmbito estadual - É responsável pela apuração de infrações penais do estado F) Polícia Militar e Corpo de Bombeiros – Art. 144, §6º, CF - São forças reservas/ auxiliares do exército brasileiro - A Polícia Militar é preventiva, ou seja, tem como objetivo impedir a prática de infrações penais - O Corpo de Bombeiros possui como característica própria o asseguramento da defesa civil EXEMPLO: Realizar partos, soluções elétricas e outros conflitos G) Segurança Pública Municipal – Art. 144, §8º, CF - Atrelada à guarda municipal, que possui como função a proteção do patrimônio público da cidade + Evita depreciações - Sua existência não é obrigatória - Pode dar voz de prisão, assim como qualquer outro cidadão, no entanto, não possui poder para efetivá-laH) Força Nacional de Segurança Pública - Não possui previsão constitucional - Prevista na Lei 11.473/07 - Órgão relacionado à Segurança Pública, advindo da cooperação/ convênio entre a União e os Estados Membros - Composta pelos servidores militares e civis - São treinados pela União e remunerados (além de seus salários) pelo Fundo Nacional de Segurança Pública por diárias de missão - Possui como competência o policiamento de grandes eventos, como a copa do mundo, cumprimento de mandatos de prisão e alvarás de soltura, além da vigilância de presos e a prestação de serviços técnicos Finanças Públicas/ Estatuto Constitucional do Orçamento - Previsto entre os art. 163 – 169 e normativas infraconstitucionais, como a Lei de Responsabilidade Fiscal 101/2000, Decreto 2829/98 e Portaria 42/99 A) Introdução: - Art. 163. Lei complementar disporá sobre: I - finanças públicas; II - dívida pública externa e interna, incluída a das autarquias, fundações e demais entidades controladas pelo poder público; III - concessão de garantias pelas entidades públicas; IV - emissão e resgate de títulos da dívida pública; V - fiscalização financeira da administração pública direta e indireta; VI - operações de câmbio realizadas por órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; VII - compatibilização das funções das instituições oficiais de crédito da União, resguardadas as características e condições operacionais plenas das voltadas ao desenvolvimento regional. - Leis orçamentárias, além de temporárias, serão dispostas por lei ordinárias + São elas: 1. PPA (Plano Plurianual) – validade de 4 anos 2. LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) – validade de 1 ano 3. LOA (Lei de Orçamentária Anual) - Não corresponde a uma legislatura B) Conceito de Orçamento: - Processo e um conjunto integrado de documentos¹, que visam elaborar, expressar, aprovar, executar e avaliar² programas e planos de obras, serviços e encargos governamentais³, que tem uma estimativa de receita e fixação de despesa + Todas as ações enumeradas devem estar documentadas para justificar a necessidade dos gastos envolvidos e serem aprovadas pelo parlamento. Sem a aprovação do parlamento, as ações tornam-se crimes de responsabilidade - Em situações de anormalidade podem haver exceções - Um exercício fiscal – 01/JAN até 31/DEZ - O que o governo irá gastar no próximo exercício deve estar previsto no orçamento, sob pena de crime de responsabilidade - Previsão de Receita: expectativa do valor que irá ingressar nos cofres públicos C) Estrutura do Orçamento Brasileiro - No Brasil há o chamado orçamento-programa, que objetiva 2 pontos: desenvolvimento econômico e social - O orçamento-programa é um sistema integrado, composto pelo orçamento: fiscal, de empresas públicas e seguridade social + Essa composição é permanente e contínua, ou seja, não é possível desvincular o campo econômico e social D) Princípios do Orçamento 1. Princípio da Exclusividade – Art. 165, §8º, CF: - Veda a existência de outras matérias na Lei Orçamentária Anual que não sejam a fixação da despesa e previsão da receita - O princípio da exclusividade é proveniente da Emenda à Constituição de 1891 em 1926, com a finalidade de dar fim às caudas orçamentárias/ orçamentos rabilongos 2. Princípio da Programação – Art. 165, §4º, CF: - TODO orçamento brasileiro deve estar em consonância com o Plano Plurianual - Deverão ser formulados objetivos concretos, delimitando as possibilidades de ações futuras 3. Princípio do Equilíbrio Orçamentário: - Não possui previsão constitucional - Não é aplicado no Brasil - É relativo a um exercício fiscal – equilíbrio anual + Equivalência entre as despesas autorizadas e receita prevista – entra 10 e sai 10 - O desequilíbrio orçamentário existirá de 2 formas, ambas prejudiciais: a) Déficit: o montante das despesas autorizadas é superior a previsão do ingresso a receita – Gasta mais do que recebe b) Superávit: oposto ao déficit, ou seja, a estimativa da receita supera a despesa autorizada - POR QUE O BRASIL NÃO APLICA ESSE PRINCÍPIO? Desde 1929 (grande depressão) o princípio do equilíbrio é visto com descrédito, pois a tese do orçamento anualmente equilibrado não se configura possível - De acordo com esse princípio, o orçamento deveria depender da economia, o que não é ideal. A ECONOMIA DEVE DEPENDER DO ORÇAMENTO 4. Princípio da Anualidade – Art. 165, §5º, CF: - Os planos e projetos, contidos no orçamento-programa, realizados pelo poder público deverão ser planejados por intermédio da anualidade - Possui importância constitucional no âmbito político¹ e financeiro² ¹. Concede ao Congresso o poder de aprovar e fiscalizar o orçamento anual do Executivo ². Através dos ciclos econômicos bem delimitados, haverá o conhecimento de quando serão os gastos e as entradas de recursos 5. Princípio da Unidade – Art. 165, § 1º - 5º, CF: - Antes de 1946 o orçamento era unedocumental, ou seja, o orçamento do poder público constava em um único documento, composto pelo somatório de despesas e receitas - Após 1946 até os dias atuais, o orçamento é multidocumental - A unidade se traduz na orientação política, metodologia e objetivos para os entes públicos - O orçamento é um sistema integrado, onde todos os documentos se comunicam 6. Princípio da Universalidade – Art. 165, §5º, CF: - Exige que todas as despesas e receitas do poder público sejam incluídas no orçamento geral anual – LOA + Serão atrelados à LOA despesas e receitas de todas as figuras da administração pública direta ou indireta 7. Princípio da Legalidade – Art. 165, CF: - Todo ato da administração pública deve ser autorizado por lei. Sendo assim, só poderá haver a arrecadação de receitas ou geração de despesas nos casos previstos no ordenamento jurídico > Leis Orçamentárias > Obrigatórias > Iniciativas do Presidente 8. Princípio da não vinculação – Art. 167, IV, CF: - Veta que a receita de impostos seja destinada a um órgão, fundo ou instituição pública + Salvo nos casos dos arts. 158 e 159 (matéria tributária), saúde, ensino e cultura 9. Princípio da Quantificação dos créditos orçamentários – Art. 167, VII, CF: - A quantificação daquilo que o Executivo está autorizado à gastar é de suma importância, de observância obrigatória, não podendo conceder créditos ilimitados - Deve-se quantificar aquilo que o Executivo irá gastar, pois seus créditos são LIMITADOS! - A quantificação dos créditos estará presente no PPA, LDO e LOA - REGRAS: 1) Proibição em realizar despesas/ assunção de obrigações que excedam os créditos orçamentários¹ ¹. Aquilo que já está nos cofres públicos 2) Proibição da realização de operações de crédito que excedam o montante das despesas de capital² ². Investimentos públicos (obras, máquinas, etc) Processo Legislativo Orçamentário A) Regime de Repartição Orçamentária - Baseado no Federalismo Cooperativo que visa a repartição de recursos observando a necessidade de cada ente federativo + Abrange a esfera social e econômica B) Atores envolvidos - O processo legislativo é realizado pelo poder executivo, que elabora e sanciona os projetos de leis. E poder legislativo, que aprova os projetos e realiza alterações pontuais nos projetos > Coadjuvantes – Poder Judiciário, Ministério Público e Defensoria Pública - Possuem participação na elaboração da proposta orçamentária enviando seus projetos ao Presidente, que os organiza e integra ao projeto geral enviado para o Legislativo + O projeto orçamentário é referente a LDO C) Poder Legislativo - O projeto é, inicialmente, encaminhado para Câmara dos Deputados. Em seguida, passa pela CCJR, não podendo haver emendas nessa fase. Consecutivamente, haverá análise de comissão temática mista permanente (CMO – Comissão Mista de planos, Orçamentos públicos eFiscalização). Por fim, o projeto chegará ao plenário da Câmara para ser aprovado por maioria simples e ser encaminhado ao Senado - A competência para propor emendas e leis orçamentárias pertence a CMO + O plenário também não pode propor emendas D) Comissão Mista de planos, Orçamentos públicos e Fiscalização – Art. 166, CF Composição: - Comissão mista permanente (30 deputados e 10 senadores) Competências: - Examinar e emitir pareceres sobre os projetos de leis orçamentárias provindas do Presidente - Possibilidade de apresentar alterações pontuais aos projetos de leis orçamentárias e emendas - As emendas podem ser propostas por parlamentares que integram a CMO, assim como por qualquer outro que apresente emenda individual impositiva à comissão E) Plenário – Art. 166, §3º e 4º, CF - Em plenário a aprovação dos projetos orçamentários será por maioria simples - No caso do projeto da LOA, deve se verificar se a mesma está em consonância com a LDO em vigência + No caso da LDO, deve se observar se a mesma está de acordo com o PPA vigente F) Leis Orçamentárias em Espécie 1. Plano Plurianual (PPA) - Previsto no art. 165, I, §1º e art. 167,§1º - Baseado no orçamento programa, base estrutural da ideia de orçamento no Brasil. Objetivos do Poder Público devem vislumbrar um amplo prazo - Possui prazo de 4 anos. 3 anos para o Poder Executivo que o idealizou e 1 para o consecutivo - Seu objetivo é o estabelecimento de metas a longo prazo - Tem como conteúdo as despesas de capital¹ e despesa de duração continuada² ¹. Despesas de investimentos, que irão gerar lucro/ aumento no patrimônio público + Art. 167, §1º: toda despesa de capital deve estar prevista no PPA, sob pena de crime de responsabilidade ². Duram mais de 2 anos e assim como as despesas de capital, devem estar no PPA 2. Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) - Prevista no art. 165, II, §2º - Possui como objetivo estabelecer metas e prioridades para o próximo exercício fiscal, além de realizar parte do PPA, apontando quais serão as despesas de capital para o próximo ano e estabelecer diretrizes para elaboração da LOA - Prazo de 1 ano – 1 exercício fiscal (01/JAN a 31/DEZ) - Tem como conteúdo despesas de investimento para o exercício seguinte mais 2 anexos > 1º Anexo - Metas fiscais: estabelece metas anuais futuras, referentes à receitas, despesas e dividas > 2º Anexo - Riscos fiscais: traz um demonstrativo da avaliação das metas do ano anterior 3. Lei Orçamentária Anual (LOA): - Lei de Orçamento por excelência (por ser a mais detalhada) - Possui como objetivo definir ano a ano e de forma detalhada as despesas e receitas para o próximo exercício fiscal - Tem como conteúdo a concretização da LDO. Contém os 3 orçamentos¹ previstos na CF, efetivando o princípio da unidade ¹. Orçamento das empresas, seguridade social e fiscal G) Responsabilidade Fiscal e Limites Constitucionais de Despesas Públicas - Previsão normativa: art. 169, CF e Lei complementar 101/2000 (LRF) Introdução: - A Lei de Responsabilidade Fiscal auxilia os governantes a bem gerirem os recursos/orçamentos públicos. Possui uma linguagem didática, trazendo regras claras e precisas a serem aplicadas a TODOS os gestores públicos Objetivos da LRF: - Consagrar a transparência na gestão pública, possibilitando o controle social dos gastos governamentais, que serão dispostos em relatórios/ demonstrativos - Trazer princípios que irão embasar todo o orçamento público Matérias atreladas ao orçamento público SEMPRE serão veiculadas por intermédio de lei complementar, como a LRF. Exceto as leis orçamentárias em espécie (PPA, LDO e LOA) H) Principais Normas/ Previsões da LRF Introdução: - O Brasil sempre teve em seu histórico um desequilíbrio fiscal, advindo da inflação descontrolada, taxas de juros extremamente elevadas, endividamento público e alta carga tributária. A LRF apaziguar todos esses fatores Previsões: - Estabelecimento de limite de gastos com pessoal (está executando o art. 169, CF). Isso se da através da receita corrente líquida¹ do ente federativo ¹. O que sobrou do pagamento de despesas + Apenas uma porcentagem da receita corrente líquida pode ser destinada aos gastos com pessoal - Limites para o endividamento público – determinado por um projeto de iniciativa do Presidente, a ser aprovado pelo SENADO Federal - Definição de metas fiscais anuais – A LRF impõe a necessidade da existência da LDO (metas mediatas) e LOA (metas imediatas) - Mecanismos de compensação para despesas de caráter permanente + Despesas que perduram por mais de 2 anos – impõe ao governante, que esse não poderá criar despesas de caráter continuado (mais de 2 anos) senão indicar fonte de receita ou redução de despesa continuada - Mecanismos para controle de finanças públicas em anos de eleição – A LRF impede que haja contratações de operação de créditos por antecipação de receita no último do mandato e o proíbe o aumento de despesas com pessoal nos 180 dias que antecedem a finalização do mandanto I) Despesas com Pessoal - Prevista no art. 169, CF e arts, 19 e 20, LRF - Pessoal – relativo aos 3 entes federativos, ou seja, União, Estados e Municípios + Servidores ativos, inativos e pensionistas - O limite é a porcentagem sobre a receita corrente líquida do ente federativo > União: pode gastar até 50% da receita destinada ao pessoal – 2,5% para o Poder Legislativo, 6% para o Poder Judiciário, 0,6% Ministério Público Federal, 3% despesas com o DF e 37,9% para o Poder Executivo > Estados: pode gastar até 60% - 3% para o Poder Legislativo, 6% Poder Judiciário, 2% Ministério Público e 49% Poder Executivo > Municípios: 60% - 6% Poder Legislativo e 54% para o Poder Executivo Ordem Econômica e Financeira - Prevista no título VII – Art. 170 ao 192, CF - O direito econômico e o ponto da ordem econômica e financeira surgem no contexto constitucional no momento em que se percebe a necessidade de se obter, em alguns pontos, a intervenção do Estado na economia para garantia de direitos fundamentais de 2º geração (econômicos, sociais e culturais) + Surgem sob influencia da Revolução Russa na constituição de 1934 – ultra progressista A) Panorama Histórico: - A ordem econômica e financeira está presente na grande maioria dos países em 2 momentos: >1º: Durante o séc. XVIII e XIX, não há a interferência do Estado na economia, uma vez que essa era pautada na autorregulação. O que determinava a economia era a propriedade privada e a autonomia da vontade. - Rompe-se essa ideia no séc. XX, em razão das 2 Grandes Guerras, diversas recessões e abuso do poder econômico >2º: O Estado faz a intervenção na economia, por intermédio da ordem econômica financeira - A partir do séc. XX até os dias atuais. Inicia-se a constitucionalização da economia B) Brasil: - Alguns autores afirmam que possuímos uma economia mista - O art. 219 afirma que possuímos uma economia de mercado, ou seja, capitalista, descentralizada e atrelada a livre iniciativa. Em contra partida, autoriza-se, perante ditames constitucionais, que o Estado realize intervenções na economia não somente em períodos excepcionais, mas também cotidianos C) Intervenção Estatal na economia Brasileira: - O Estado irá realizar intervenções sendo um agente normativo e regulador através da União + Lei 12.529/2011 – previsão dos órgãos que irão compor o sistema brasileiro de defesa da concorrência e outras formas > Motivos pelos quais o Estado pode intervir na economia: 1) Segurança nacional 2) Interesse nacional 3) Garantir a justiça social (equidade) > Finalidades: 1) Fiscalização da economia para evitar a existência de abusos 2) Realizar incentivos 3) Planejamento indicativo ao setor privado + Informar o setor privado onde será realizado aporte financeiro D) Fundamentos e Finalidade da Ordem Econômica brasileira: - A partir do fato de que a economiado Brasil é mista, tem-se 2 fundamentos dentro da premissa da ordem econômica 1) Fundamento Social: Valorização do trabalho humano, ou seja, proporcionar uma vida digna ao trabalhador 2) Fundamento Liberal: Livre iniciativa – Art. 170, p.u (restrições) - Ambos os fundamentos devem se conciliar – ADI 1950 E) Finalidade: - Unindo o valor social e liberal, a finalidade da ordem econômica brasileira é garantir a todos uma existência digna, conforme os ditames da justiça social F) Princípios da Ordem Econômica e Financeira: 1) Soberania Nacional – Art. 1º, I, CF - Evita com que se tenha uma influencia descontrolada de outros países em nossa economia, garantindo independência nacional - Liberdade brasileira para ditar sua própria política econômica, sem interferência de outros países 2) Propriedade Privada + Se tratara de propriedade privada, havendo a valorização de princípios liberais - A propriedade privada, sendo um princípio na ordem econômica e financeira, estabelecerá critérios para possibilidade de usar, gozar, fruir e proteger juridicamente essa propriedade - A propriedade privada deverá ser conformada com outros princípios que regem a ordem econômica 3) Função Social da Propriedade - Não é uma limitadora do direito de propriedade, é parte do conceito - O Estado pode intervir e limitar o direito de propriedade se não haver um bom exercício dessa garantia, ou seja, não cumprir a função social + A intervenção realizada pelo Estado é chamada de desapropriação-sanção > Propriedade está atrelada a Função Social 4) Defesa do Meio Ambiente - Desenvolvimento sustentável: compatibilização do desenvolvimento econômico e ambiental 5) Livre Concorrência - Desdobramento da livre iniciativa - Visa evitar o abuso do poder econômico - Configura-se o abuso do poder econômico: a) dominação dos mercados b) eliminação da concorrência c) aumento arbitrário dos lucros - Quem observa a consagração da livre concorrência é o CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) e a Secretaria Econômica da Fazenda 6) Defesa do Consumidor - Atrelada ao princípio da vulnerabilidade nas relações de consumo + A ordem econômica visa proteger a parte mais vulnerável da relação econômica. A partir dessa ideia originou-se o CDC 7) Redução das desigualdades regionais e sociais - Princípio da República Brasileira, prevista no art. 3, III 8) Busca do pleno Emprego - Possui os seguintes sentidos: a) Amplo: entende que o Estado deve estimular qualquer atividade econômica b) Estrito: o Estado deve valorizar o trabalhador e estimular que este busque uma atividade econômica 9) Tratamento diferenciado para as micro e pequenas empresas - Possibilitar a competição no mercado
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