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DIS_DIA_INTER_PSICO_ U4 - Webaula

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Nessa aula, trataremos de algumas especi�cidades do psicodiagnóstico. Veremos nessa aula algumas especi�cidades, tais
como: diagnóstico em equipe multipro�ssional, diagnóstico e intervenção em PCDs e o diagnóstico extra consultório.
Especi�cidades em psicodiagnóstico
Diagnóstico e Equipe Multipro�ssional
Antes de falarmos em equipe multipro�ssional, convém deixar claro o signi�cado de alguns conceitos importantes. Às vezes
usamos o conceito “multipro�ssional” e “interdisciplinar” como sinônimos. Não são. Multipro�ssional diz respeito a uma
equipe compondo um serviço ou atendendo a uma �nalidade única, sendo que nessa equipe há pro�ssionais de diversas
áreas. Multipro�ssionais. Cada um atua em sua área, mas a �nalidade é a mesma.
Um exemplo é uma unidade básica de saúde, onde há odontólogos, médicos e psicólogos. Todos buscam levar saúde
aos munícipes atendidos pelo equipamento público, mas cada um na sua área. Por exemplo, o psicólogo não entra na
sala do dentista, e o dentista não está junto com o médico quando este está diagnosticando uma criança febril. Cada um
no seu quadrado, mas com um objetivo que os une.
A atuação interdisciplinar é feita quando os pro�ssionais de diferentes disciplinas de formação atuam conjuntamente,
compartilhando seus conhecimentos e formação em vista do objetivo em comum naquele dado momento.
Um exemplo da área médica é uma cirurgia, em que ao mesmo tempo estão presentes na sala cirúrgica o enfermeiro
instrumentador, o médico cirurgião e o médico anestesista. Outro exemplo é na área do SUAS, em que um psicólogo e
um assistente social, por exemplo, realizam uma visita técnica domiciliar juntos e depois discutem a impressão que cada
um teve lançando mão, cada um deles, dos conhecimentos de sua área de formação.
Diagnóstico e Equipe Multipro�ssional: interdisciplinar
Considerando o trabalho do psicológico em equipe multipro�ssional e interdisciplinar, algumas considerações precisam ser
feitas. O objetivo do trabalho é diagnosticar a complexidade do sujeito avaliado por isso vários pro�ssionais participam do
trabalho.
Num exame admissional, por exemplo, vários pro�ssionais avaliam as diversas áreas e competências do sujeito. O
psicodiagnóstico, contudo, é restritivo do psicólogo e só ele pode fazê-lo. A partilha dos resultados do psicodiagnóstico
obedece o princípio de partilhar com a equipe apenas o que for necessário para compor a complexidade diagnóstica, sempre
com o consentimento da pessoa submetida ao psicodiagnóstico. A devolutiva à pessoa avaliada acerca de seu desempenho e
resultados também é dever do psicólogo.
Diagnóstico e Intervenção em PCDs
Diagnóstico e Intervenção em Psicologia
Temas clássicos e atuais em psicodiagnóstico
Você sabia que seu material didático é interativo e multimídia? Isso signi�ca que você pode interagir com o conteúdo de diversas formas, a
qualquer hora e lugar. Na versão impressa, porém, alguns conteúdos interativos �cam desabilitados. Por essa razão, �que atento: sempre
que possível, opte pela versão digital. Bons estudos!
Para falarmos sobre diagnóstico e intervenção com pessoas com de�ciência, cabe antes uma discussão de nomenclatura.
Atualmente, não se usa termos como pessoa portadora de de�ciência, ou mesmo pessoa com necessidades especiais,
pessoas especiais, excepcionais, etc.
Utiliza-se o termo “pessoa com de�ciência, abreviado pela sigla PCD. Termos como “portador” não fazem sentido pois a
pessoa não está portando uma de�ciência, ela tem uma de�ciência. Termos como especial, excepcional também não são
mais utilizados pois soam como um eufemismo, uma espécie de negação da de�ciência. E a pessoa tem a de�ciência. Por isso
o termos Pessoa com de�ciência. As de�ciências podem ser físicas ou intelectuais.
De�ciência física é aquela de�ciência causada por ausência ou comprometimento em funções motoras ou sensitivas. Por
exemplo, cegueira, surdez, paraplegia, tetraplegia, etc. De�ciência intelectual envolve a incapacidade de pensamento
so�sticado e abstrato, que geralmente é sintoma de diversas condições sindrômicas como Down, os autismos diversos,
etc. É comum também a associação de ambas as de�ciências, como no caso de pacientes com paralisia cerebral.
O psicólogo que atua com PCDs deve valer-se de instrumentais adaptados para o tipo de público, como testes em braile, teste
aplicados em libras, testes validados para de�ciências intelectuais, etc. Mais importante é destacar que o psicólogo precisa de
formação especí�ca para lidar com o tipo de público diante do qual exercerá sua pro�ssão. Por exemplo, com de�cientes
auditivos, é necessário que o psicólogo conheça Libras e esteja inserido no mundo dos surdos.
Diagnósticos extra consultório
Falamos quase que exclusivamente do psicodiagnóstico feito para consultório, ou então do psicodiagnóstico como etapa para
ingresso num novo trabalho, mas o psicodiagnóstico se aplica em outros contextos também. Por exemplo, na área social o
diagnóstico se aplica à comunidade, em termos de identi�cação de potencialidades e vulnerabilidades do território.
Também é comum o diagnóstico organizacional, em que prevalecem os diagnóstico de cultura, que são os valores que
circulam pela organização, e o diagnóstico de clima, que seria a percepção dos colaboradores acerca da organização.
Duração do psicodiagnóstico e remuneração
Sobre a duração do psicodiagnóstico e a remuneração por ele, são perguntas interessantes e objetivas, mas a resposta não é
tão simples e tão objetiva assim. Considerando que o psicólogo tem autonomia para elaborar seu processo psicodiagnóstico,
não há tempo exato nem remuneração exata. O que é importante ter em mente é que, sobre a duração do psicodiagnóstico,
o objetivo é que �que pronto o mais rápido possível, pois o diagnóstico é sempre um ponto de partida.
Porém essa pressa não pode levar o psicólogo a realizar muitas atividades no mesmo dia. Por exemplo, realizar entrevistas e
baterias de testes no mesmo dia cansa a pessoa e compromete seu desempenho. Sobre a remuneração, depende também
das estratégias utilizadas, pois testes psicológicos custam caro e o preço deles varia. Contudo, alguns conselhos regionais de
psicologia disponibilizam tabela de honorários em seu site.
O CRP da 6ª região, por exemplo, que é o CRP de São Paulo, atualiza anualmente a tabela de honorários, e lá há limite
inferior e superior para cada atividade que o psicólogo realiza, incluindo atividades de psicodiagnóstico. Depois dessa
aula, vale a pena dar uma olhadinha lá.
Teste Rorschach
Hermann Rorschach (1884-1922)
Antes de falarmos sobre o teste, troquemos algumas palavras seu fundados, Hermann Rorschach. Rorschach era um
psiquiatra suíço e seguidor das ideias de Freud, que já faziam sucesso na Europa nas primeiras décadas do século XX. Como
psicanalista, foi um dos fundadores da sociedade psicanalítica de Zurique e a psicanálise é a base sobre a qual desenvolveu
seu famoso teste de personalidade, que começou a ser desenhado a partir de seus estudos e pesquisas realizados desde
1911.
Hermann Rorschach morreu jovem, aos 37 anos, de forma inesperada, o que interrompeu o desenvolvimento de seus
estudos sobre o psicodiagnóstico a partir do Rorschach. Seus trabalhos permaneceram desconhecidos por cerca de dez anos
após sua morte, sendo posteriormente reconhecido, difundido e estudado principalmente na Europa e nos Estados Unidos,
onde fez muito sucesso.
A hipótese projetiva – fundamento do Rorschach
Um teste projetivo, como é o caso do Rorschach, é um tipo de teste psicológico que se baseia na chamada hipótese projetiva.
De acordo com essa hipótese, a pessoa a ser testada, ao procurar organizar uma informação ambígua (ou seja, sem um
signi�cado claro, como as pranchas do teste de Rorschach), projeta aspectos de sua própria personalidade.
O intérprete (ou seja, o psicólogo que aplica o teste) teria assim a possibilidade de, trabalhando por assim dizer "de trás
para frente", reconstruir os aspectos da personalidade que levaram às respostas dadas.
A hipótese projetiva - fundamentopsicanalítico
Por trás da hipótese projetiva que fundamenta o teste de Rorschach está o conceito psicanalítico freudiano de projeção.
Projeção, para Freud, é um dos mecanismos de defesa do Ego e sua ação consiste em, de forma inconsciente, projetar em
outra pessoa características indesejadas da própria pessoa que projeta.
Por exemplo, o marido diz que sua vida não dá certo porque sua esposa não tem paciência. Ele não tem paciência
alguma, mas não reconhece sua impaciência, e a projeta em sua esposa, que até pode ser impaciente também, mas a
projeção faz com que ele não reconheça a impaciência em si, só no outro, em quem é projetada sua característica, tal
qual um Datashow faz com a parece para a qual se volta.
Teste Rorschach
O teste Rorschach consiste em dez pranchas em que aparecem manchas ou borrões disformes de tinta. Hermann Rorschach
inicialmente criou 25 pranchas, mas a editora exigiu que se reduzissem para 10. Você provavelmente já deve ter visto as
pranchas do teste Rorschach na cultura popular. Elas aparecem, por exemplo, no �nal do �lme “Laranja Mecânica”, quando o
personagem principal está sendo submetido a uma avaliação psicológica.
A aplicação do teste sempre é individual e a técnica de aplicação consiste em pedir para o paciente descrever o que vê
em cada prancha, momento no qual espera-se que este paciente projete sua personalidade para tornar as manchas
ininteligíveis em algo inteligível.
Teste Rorschach: requisitos para utilização
Cabe lembrar que o teste é, no Brasil, restritivo do psicólogo, como todo teste psicológico. Por ser fundamentado na
psicanálise requer conhecimentos psicanalíticos por parte do psicólogo, bem como formação especí�ca para o teste,
sobretudo para a correção, que é bastante complexa.
Aplicação e interpretação do teste Rorschach - introdução
O teste Rorschach
Antes de falarmos sobre a aplicação e interpretação do teste Rorschach, convém retomarmos alguns pontos importantes
sem os quais não faz sentido falarmos em aplicação e interpretação desse teste. É um teste projetivo de personalidade, ou
seja, é utilizado para diagnóstico de personalidade a partir da hipótese projetiva psicanalítica.
É, já dito, baseado na teoria psicanalítica, sobretudo no conceito de projeção, e foi desenvolvido pelo psiquiatra e psicanalista
Hermann Rorschach entre as décadas de 10 e de 20 do século passado. O teste consiste basicamente em 10 pranchas com
manchas de tinta, lembrando que incialmente Hermann Rorschach criou 25 pranchas, mas por demandas editoriais reduziu
para 10.
O teste Rorschach – considerações para aplicação
Para se aplicar o Rorschach, algumas considerações se fazem importantes. Primeiro, é um teste de personalidade, então será
usado quando se tratar de avaliação de personalidade, ou seja, identi�cação de per�s, de interesses, de rações esperadas
frente a situações ambientais, etc.
Como todo teste, deve ser associado a outros instrumentos para que o psicodiagnóstico seja completo. Em outras
palavras, para avaliar personalidade, além da aplicação do Rorschach é preciso utilizar-se de entrevistas, anamnese, etc.
Como se trata de um teste complexo, seu uso requer familiaridade com o teste em si e com a teoria subjacente ao teste. É
um teste que requer formação especí�ca para aplica-lo, e aqui veremos em linhas gerais alguns informações sobre aplicação
e interpretação, mas para que o psicólogo o aplique é necessário uma formação mais sólida do que essa aula, obviamente.
Essa aula funciona como um primeiro contato com o instrumento.
O teste Rorschach: aplicação
A aplicação do teste é feita sempre de forma individual. O psicólogo vai exibindo as dez pranchas, uma de cada vez, e orienta
o paciente a verbalizar o que vê em cada prancha, sem censura do conteúdo a ser verbalizado.
O teste Rorschach: durante a aplicação
Durante o teste, o psicólogo observa o comportamento geral do paciente: percepção, postura, atenção, memória, lógica etc.
Também são levados em conta dezenas de detalhes, como o tempo de reação, o número de respostas e a área da imagem
interpretada.
Conforme vai mostrando os cartões, o psicólogo também faz perguntas mais especí�cas sobre as respostas do paciente, para
entender melhor sua interpretação. Ele quer saber, por exemplo, que elementos do borrão levaram a determinada resposta.
O teste Rorschach: interpretação
Para chegar ao resultado, o psicólogo preenche uma tabela com várias categorias.. Cada uma representa um de muitos
quesitos como os movimentos da pessoa, os sentimentos demonstrados etc. A interpretação �nal vem de uma comparação
dessa tabela com padrões obtidos em pesquisa.
Situação-problema
Caracterização do caso
Preso por crimes diversos, a sua maioria roubo seguido de morte.
Considerando seu tempo de detenção mais o bom comportamento na penitenciária, seu advogado pede progressão de
pena para regime semiaberto.
O Ministério Público manifesta-se pela manutenção do regime fechado, dada a periculosidade do detento.
Juiz solicita perícia técnica da psicologia.
Perito técnico: psicólogo
Psicólogo clínico e jurídico.
Tem experiência em consultoria judiciária como assistente técnico e como perito.
Tem formação psicanalítica e experiência em avaliação psicológica à luz da psicanálise.
Experiência em psicologia aplicada à criminologia.
Perito técnico: psicólogo
Psicólogo clínico e jurídico.
Tem experiência em consultoria judiciária como assistente técnico e como perito.
Tem formação psicanalítica e experiência em avaliação psicológica à luz da psicanálise.
Experiência em psicologia aplicada à criminologia.
Estratégias do psicólogo
Anamnese do caso.
Entrevista com agentes penitenciários.
Entrevista com o detento.
Entrevista com os familiares que o receberiam.
Aplicação de teste psicológico.
Anamnese do caso
Ao debruçar-se sobre o caso a partir dos materiais constantes do processo judiciário e matérias jornalísticas, o psicólogo
constata que se trata de um criminoso cujos atos denotam frieza e impulsividade, ambos compatíveis com psicopatia.
Entrevista com agentes penitenciários
Em entrevista com agentes penitenciários, os mesmos descrevem o detento em tela como alguém obediente e de bom
comportamento, solícito e subordinado. Embora quieto, é educado, cortês e nunca “deu trabalho”.
Entrevista com o detento
O mesmo declara que tem consciência de que praticou atos graves em seu passado, e que era uma pessoa diferente.
Hoje, por ter estado preso, tido contato com o mundo religioso no presídio e ter conversado com a psicóloga do presídio,
considera-se uma pessoa diferente e não mais fará o que fez no passado. Ao contrário, pretende voluntariar-se no
trabalho preventivo com jovens para orientá-los a não entrar no mundo do crime.
Entrevista com familiares que o receberiam
Entrevista não realizada. Nenhum familiar demonstrou interesse em recebê-lo. Os pais do detento são falecidos, e seu
único irmão não se interessa em manter contato.
Aplicação de teste psicológico
Interessado em analisar a personalidade do detento em tela, o psicólogo opta pela aplicação do teste Rorschach, pois
tem experiência com o mesmo.
Orienta o detento a verbalizar o que vê em cada prancha. O detento acha bem interessante o teste e acaba se
demorando em cada prancha, detalhando o que vê.
O resultado do Rorschach mostra-se crucial para o parecer �nal do psicólogo.
No teste, �ca claro que o detento continua muito impulsivo, afetivamente frio, egocêntrico e dissimulador, o que explica
suas respostas na entrevista e seu comportamento junto aos agentes penitenciários.
Em seu parecer, o psicólogo aponta que nesse momento o detento será um risco para a sociedade se reinserido, o que
embasa a decisão do juiz.

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