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Resenha descritiva do livro História da América Latina: cinco séculos.

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FUNDAÇÃO EDUCACIONAL UNIFICADA CAMPOGRANDENSE – FEUC
FACULDADES INTEGRADAS CAMPO-GRANDENSES – FIC
CURSO DE LICENCIATURA EM HISTÓRIA
	
DAYANE TORRES DE CASTRO
HUGO FERRAZ FREIRE VIEIRA
RESENHA DESCRITIVA 
RIO DE JANEIRO
JUNHO DE 2020
WASSERMAN, Cláudia (Coord.). História da América Latina: cinco séculos. 4 ed. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2010, p. 118-175.
RESENHA DESCRITIVA
 O livro História da América Latina: cinco séculos. Tendo como colaboradores Cláudia Wasserman e Benito Bisso Schmidt, foi publicado pela editora da UFRGS em 2010.
 Nesta resenha será abordado somente o capítulo quatro (A crise do sistema colonial e o processo de independência). Onde serão introduzidos os eventos que resultaram na crise do sistema colonial e conflitos que deram origem ao processo de independência.
 Ao iniciarmos o texto, encontramos uma citação do artigo de Chaunu, alegando que à independência foi uma falha em curto tempo e que é um tema preferido da historiografia hispano-americana. Mas a História do processo de independência é grande e sofre mitificações sobre os abusos coloniais, influencias recebida e os movimentos precursores. E Chaunu, acaba fazendo uma simplificação sobre a independência, que seria a libertação política. Destacando apenas uma oposição (“colonos” e “metropolitanos”, ou, “americanos” e “espanhóis”). Logo, surgindo um processo de naturalização da história americana, onde há um território virgem e coma vinda dos espanhóis começa o desenvolvimento “maduro” para uma futura sociedade. 
 E em seguida a autora desconstrói essa mitificação do processo de independência, pois teve a presença de vários grupos sociais e com vários interesses, onde as demandas foram direcionadas em vários momentos do movimento independista, surgindo grande oposição. Ficando nítida através da grande contradição entre os americanos nas colônias. Pois os bens situados eram os criollos (descendentes de europeus) e responsáveis por controlar a produção mercantil. Mas a maioria da população era indígena (trabalhando compulsoriamente) tinha os escravos (marginalizados nos processos produtivos) e os libertos, mestiços e mulatos buscavam posição na sociedade. E eram contra os peninsulares e se manifestavam seu ódio contra os criollos, pois eram os superiores.
 De acordo com o texto, a luta pela independência assume outras dimensões. Onde, os criollos lutam contra as forças da metrópole (“classes perigosas”), essas classes aproveitavam o espaço para mobilizar suas reivindicações contra as dominações construídas na América colonial. Logo, a independência fica marcada pelos seguintes fatores: Movimentos precursores, boa parte foi um fracasso devido ao medo dos criollos; influencia da Revolução Francesa, tendo dificuldade de manter a estrutura do Antigo Regime e os abusos da Metrópole em relação a vários grupos sociais da sociedade colonial. Os criollos lideravam as lutas pela independência e enfrentavam ameaças nas bases da sociedade, onde queriam mudar a fachada jurídico-politica. 
 A crise do sistema colonial começa com o surgimento da crise econômica e politica que a Espanha enfrentou. A crise econômica se dá devido à crença de que a riqueza nacional era devido ao acumulo de metais preciosos, gerando o mercantilismo. E esses metais eram inseridos no tesouro nacional, em uma época que não existia mais os filões argentíferos da Europa central. E com foco na exploração de metais, desanimou o crescimento da manufatura espanhola, causando aumento nos preços de produtos primários. Pierre Vilar ressalta que o baixo custo do metal (devido ao uso de trabalho compulsório na mineração americana) gerou processo de inflação incontrolável, gerando dependência de abastecimento externo e uma perda de capital espanhol. E em seguida, eles tentam a “refeudalização”, definido por investimentos em propriedades senhoriais pelos empresários enriquecidos na exploração colonial, agravando mais o estancamento da agricultura. 
 A crise política se inicia com a morte do rei Carlos II, sendo o fim da dinastia Habsburgos. Gerando guerras sobre quem teria o direito de assumir o trono. Logo, para ter um reconhecimento formal para um Bourbon assumir a coroa, surge o tratado de Utrecht, onde a Inglaterra recebe terras espanholas e favorecimentos coloniais, tendo o direito de fornecimento de escravos e permisos.
 Espanha fica submissa das principais potencias europeia. Portanto, a Espanha inicia a busca pela recuperação do “poder”, tendo três pontos fundamentais. 1- reverter os privilégios comerciais da Ingraterra, 2- Incentivo da agricultura e da manufatura metropolitana que estava em decadência e 3- Restabelecimento do controle alfandegário dos portos andaluzes. Resumidamente, a Espanha queria produzir internamente o que era importado, querendo reativar o exclusivismo comercial e integrar regiões periféricas da Espanha à região central, pela abolição feudal alfandegária interna que ainda persistia.
 Com essa postura, a Espanha tenta ampliar o pacto colonial e também o fim do processo de acumulação primitiva com a Inglaterra tomando frente com a Revolução Industrial. Mas os criollos obteve vantagens com o comércio com ingleses, onde tinham livre-cambismo em relação a metrópole, logo, caminha-se para uma ruptura do sistema. E a Espanha, tenta melhorar a relação comercial entre Metrópole e Colônias, com a abertura de diversos portos para o comercio direto. Mas ela não tinha como suprir com a mesma eficiência da Inglaterra a demanda de bens faturados que tinha as colônias. Ela teve um relativo aumento nas rendas coloniais, mas surgem contrabandos com os ingleses e um comércio inter-regional. 
 A Espanha tenta recuperar o total controle das colônias, mas quanto mais ela tentava, mais ela se prejudicava. Como por exemplo, a busca de uma eficiente fiscalização para recuperar o exclusivismo comercial. E sua reforma administrativa criou novos vice-reinados e capitanias, aumentando as corregedorias e audiências. Porem surge problemas com as pessoas que estão nos cargos dessas corregedorias, iniciando conflitos com a população das colônias, devido aos privilégios nos repartimentos e enriquecimento ilegal nas custas da tributação que controlavam, garantindo maior arrecadação para Espanha.
 No texto explica as complicações da Espanha, onde a centralização da metrópole impede uma tomada ágil de medidas pelas autoridades coloniais. E ainda teve os problemas de superposição de privilégios entre as autoridades coloniais, onde não tinha uma clara obrigação especifica para cada um e a reformas para melhoria do pacto colonial, gerou um grande processo burocrático, aumentando a dificuldade de relacionamento entre a metrópole e as colônias.
 Portanto, o processo de independência da América surge com a insatisfação da população das colônias. O problema dos criollos com a metrópole era em relação ao monopólio, pois só beneficiava alguns, onde os produtos coloniais se submetiam aos comerciantes monopolistas, usando intercambio não equivalente e essa reversão de privilégios de acordo com Chiaramonte, explicaria a luta pela independência. E não somente isso, surge conflitos contra o criollos e oposição nos grupos inferiores. E também revoltas indígenas querendo suas terras, tirando os privilégios dos curacas para controla-los. Surgem revoltas escravas, porque não queriam abolir a escravidão. Logo, devido a essa série de acontecimentos, foi muito importante para libertação colonial.
 O texto também apresenta uma visão de como o Chile passou pelo processo colonial até o início das ideias de ruptura com a metrópole. Ideias essas, vindo de pessoas que constituíam parte do alto escalão social, boa parte intelectuais. Usaram um golpe militar para dissolver o congresso e exilar algumas pessoas. Essa ideia de emancipação com a metrópole se dá por uma série de insatisfações ou descontentamentos, tais como: Falta de liberdade no comércio, questão do Rio da Prata, invasões no território e disputas com portugueses.
 Conforme os acontecimentosse davam a sede por ruptura aumentava, principalmente por parte da ala mais radical do grupo. No dia 25 de maio de 1810, houve uma grande revolta que culminou no afastamento do Vice-Rei e formação de uma junta totalmente formada por revolucionários, sendo denominada de Primeira Junta. Fazendo grandes mudanças, como: Tentativa de impor seu modelo em outros territórios, abertura dos portos ao comércio estrangeiro, houve também leis de cunho social, como por exemplo, o estabelecimento desigualdade entre brancos e índios, sem abolir a escravidão.
 Ainda nesse ano, houve uma expedição bem sucedida ao Alto Peru, que foi marcada por uma série de medidas radicais, sendo a maioria delas voltadas aos indígenas, dentre elas: repartição gratuita da terra, liberdade de localização e agrupamento dos índios, houve também a abolição dos tributos e liberdade de comércio, essas mudanças tiraram das mãos dos encomenderos o papel monopolista. Outra mudança feita foi um anticlericalismo, ou seja, aboliu os privilégios da igreja. Com essas medidas eles ganhavam mais confiança dos índios e perdiam dos proprietários de terra.
 Castelli e sua utopia são enfraquecidas e por fim derrotados no ano seguinte, pelos realistas em Huaqui. Sendo obrigado a abandonar o Alto Peru. Daí por diante uma série de revoltas tomou conta desse e de demais territórios. As "Republiquetas", como eram chamadas, sobreviveram, até a independência definitiva, que se dariam muitos anos e mais tarde.
 Esses quadros estabilizaram a política e a produção de comércio externo, porém até essa estabilidade de fato chegar, houve mais e mais revoluções, conflitos e hostilidades.
 Portanto, o texto ele explica todo o processo desde o inicio da crise, até os conflitos que geraram a independência. O texto usa uma linguagem acadêmica, mas não é de difícil entendimento. Tendo presente na leitura debates historiográfico entre autores e até mesmo desconstrução da simplificação e mitificação da história da América Latina.

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