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Peça nº SN-Contestação (Prova P2)

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CURSO DE DIREITO - ESTÁGIO EM PRÁTICA JURÍDICA I
Prof. Ms. Alexandre Werlang - Segunda avaliação - 23/06/2020.
Acadêmico: MARCÍLIO MONTEIRO GUSMÃO Nota Final _________
Orientações Gerais – Leia com Atenção:
Elabore a peça processual adequada com base nos dados informados abaixo.
A petição deverá abordar todos os aspectos de direito material e processual pertinente ao caso proposto. 
A prova deverá ser realizada individualmente.
A mera citação do dispositivo legal não confere pontuação. Não precisa transcrever o dispositivo legal.
A prova poderá ser feita manuscrita ou por editor de texto, e deverá ser enviada para o meu e-mail: alexandreawerlang@gmail.com (tudo minúsculo, apenas salientei o “a” para não ser omitido), até às 23h00 de hoje (23/06/2020), sob pena de não ser conhecida. Quem fizer a prova manuscrita, peço que as fotos tenham boa qualidade, por editor de texto, de preferência arquivo DOC.
Cláudia dirigia seu veículo Spin na Avenida Ipiranga, na cidade do Porto Alegre, quando sofreu uma colisão, na qual também se envolveu o veículo Cruze de Marcos. O acidente lhe gerou danos materiais estimados em R$ 40.000,00 (quarenta mil reais), equivalentes ao conserto de seu automóvel. Marcos, por sua vez, também teve parte de seu carro destruído, gastando R$ 30.000,00 (trinta mil reais) para o conserto. Diante do ocorrido, Cláudia pagou as custas pertinentes e ajuizou ação condenatória em face de Marcos, autuada sob o nº 110/2020 e distribuída para a 8ª Vara Cível do Foro Central de Porto Alegre, com o objetivo de obter indenização pelo valor equivalente ao conserto de seu automóvel, alegando que Marcos teria sido responsável pelo acidente, por dirigir acima da velocidade permitida. Cláudia informou, em sua petição inicial, que não tinha interesse na designação de audiência de conciliação, inclusive porque já havia feito contato extrajudicial com Marcos, sem obter êxito nas negociações. Cláudia deu à causa o valor de R$ 1.000,00 (um mil reais). Marcos recebeu a carta de citação do processo pelo correio, no qual fora dispensada a audiência inicial de conciliação, e procurou você na qualidade de advogado (a) e lhe informou que: a responsabilidade pelo acidente foi de Cláudia, que estava dirigindo embriagada, como atestou o boletim de ocorrência; e que ultrapassou o sinal vermelho. Assim entende que, no pior cenário, ambos concorreram para o acidente, porque, apesar de estar 5% acima do limite de velocidade, Cláudia teve maior responsabilidade, pelos motivos expostos. Aproveitando a oportunidade, Marcos pretende obter de Cláudia indenização em valor equivalente ao que gastou com o conserto do veículo. Marcos não tem interesse na realização de conciliação. Na qualidade de advogado (a) de Marcos, elabore a peça processual cabível para defender seus interesses, indicando seus requisitos e fundamentos, nos termos da legislação vigente. Considere que o aviso de recebimento da carta de citação de Marcos foi juntado aos autos no dia 04/05/2020 (segunda-feira), e que não houve feriados e suspensão dos prazos processuais, no mês de maio 2020. (Valor: 5,00) 
Boa Sorte e saúde!
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 8ª VARA CÍVEL DO FORO CENTRAL DA COMARCA DE PORTO ALEGRE/RS.
	
Processo nº 110/2020.
MARCOS, nacionalidade, profissão, estado civil, portador da Carteira de Identidade nº xxxxxxxxxx , inscrito no CPF/MF sob o número xxxxxxxxxxxx(Documento em anexo), residente e domiciliado na Rua (Endereço Completo), (Cidade), CEP(número) no (Estado), e´mail, por seu procurador signatário, instrumento de mandato incluso(Documento em Anexo)que recebe avisos e intimações no Endereço(Rua/Cidade/Estado), vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência, apresentar sua:
CONTESTAÇÃO
Nos autos da ação indenizatória que lhe é movida por CLAÚDIA, devidamente qualificada nos autos do processo em epigrafe, que tramita perante este Douto Juízo, o que faz consubstanciado nos motivos de fato e direito que passar a expor: 
I – DOS FATOS:
O Sr. Marcos alega que transitava na Av. Ipiranga na cidade de Porto Alegre dirigindo o seu veiculo Cruze, quando a Sra. Cláudia que dirigia seu veículo Spin no mesmo logradouro, o atingiu tendo com isto ocasionado uma colisão. O acidente lhe gerou danos materiais estimados em R$ 30.000,00 (Trinta Mil Reais), equivalentes ao conserto de seu automóvel. 
Cláudia, por sua vez, também teve danos no seu veiculo, gastando com isto, segundo a mesma a quantia de R$ 40.000,00 (Quarenta Mil Reais) para o conserto. Diante do ocorrido, Cláudia pagou as custas pertinentes e ajuizou ação condenatória em face de Marcos, autuada sob o nº 110/2020 e distribuída para a 8ª Vara Cível do Foro Central de Porto Alegre, com o objetivo de obter indenização pelo valor equivalente ao conserto de seu automóvel, alegando que o autor teria sido responsável pelo acidente, por dirigir acima da velocidade permitida. 
Cláudia informou, em sua petição inicial, que não tinha interesse na designação de audiência de conciliação, inclusive porque já havia feito contato extrajudicial com o autor, sem obter êxito nas negociações. Cláudia deu à causa o valor de R$ 1.000,00 (Hum mil reais). O autor recebeu a carta de citação do processo pelo correio, no qual fora dispensada a audiência inicial de conciliação, e a responsabilidade pelo acidente foi de Cláudia, que estava dirigindo embriagada, como atestou o boletim de ocorrência; e que ultrapassou o sinal vermelho. 
Em virtude disso, o autor pretende obter de Cláudia indenização em valor equivalente ao que gastou com o conserto do veículo. O autor não tem interesse na realização de conciliação.
	II – PRELIMINARMENTE
IMPUGNAÇÃO AO VALOR DA CAUSA
Em sua inicial, o Sr. Marcos entende como devido a título de danos materiais, a importância de R$ 40.000,00(Quarenta Mil Reais), portanto, esse era o valor que se esperava que a Sra. Cláudia pedisse como valor de causa, o que para abruto espanto deste ora peticionante, não ocorreu. 
Inexplicavelmente, a autora deu a causa o valor de R$ 1.000,00(Hum Mil Reais), assim, salvo melhor julgamento, o valor da causa em questão se encontra errôneo, tanto pelos danos provocados no veiculo da autora, como nos danos provocados no veiculo do Sr. Marcos, sem contar em um possível cálculo que poderia ser efetuado em uma possível reparação por danos morais e por todo acima exposto, confiando na revisão deste Douto Juízo, entende-se o assunto como superado e passa-se a analisar o valor da causa. Conforme ainda o Art. 293 do Novo Código de Processo Civil temos a seguinte redação in verbis: 
 Art. 293.  “O Réu poderá impugnar, em preliminar da contestação, o valor arbitrado á causa pelo autor, sob pena de preclusão, e o Juiz decidirá a respeito, impondo, se for o caso, a complementação das custas.”
DA CITAÇÃO DA PARA A AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO
Em sua inicial, a autora informa que não tinha interesse na designação da audiência de conciliação, pois já havia em contato anterior e extrajudicial com o Sr. Marcos, não obtido êxito nas negociações, e com isto não foi contemplado, inicialmente, o principio da conciliação ou mediação conforme o que preconiza o Art. 334 do CPC in verbis:
Art. 334.  “Se a petição inicial preencher os requisitos essenciais e não for o caso de improcedência liminar do pedido, o Juiz designará audiência de conciliação ou de mediação com antecedência mínima de 30(Trinta) dias, devendo ser citado o Réu com pelo menos 20(Vinte) dias de antecedência.” 
Entretanto, a citação do Sr. Marcos para o referido processo, mesmo sendo dispensada a audiência de conciliação, foi feita de maneira errônea, pois não obedeceu ao ditame legal e foi feita pelo correio, quando deveria ter sido endereçada ao seu defensor, para o devido conhecimento, tanto do peticionante, como de seu procurador devidamente constituído e que tem a responsabilidade de receber todos os avisos e intimações referentes ao seu cliente conforme preconiza o § 3º deste mesmo artigo in verbis:
 § 3º .  “ A intimação do autor paraa audiência será feita na pessoa de seu Advogado.”
DA RESPONSABILIDADE DA AUTORA EM CONDUZIR VEICULO SOB INFLUÊNCIA DE ALCOOL OU SUBSTÂNCIA ENTORPECENTE.
Conforme o boletim de ocorrência, a Sra. Cláudia transitava no referido logradouro (Av. Ipiranga) aproximadamente às (Horas e Minutos) com o seu veiculo Spin, e logo após se envolveu em um acidente de trânsito com danos materiais a terceiro, quando atingiu o veiculo Cruize conduzido pelo Sr. Marcos.
Foi relatado no referido documento oficial, que a condutora se encontrava sob a influência de álcool, devido à ingestão de bebida alcoólica, e que esta também avançou o sinal vermelho do semáforo que era parada obrigatória para a mesma e que esta deveria obedecer, vindo com isto a provocar o sinistro. 
Tal constatação no tocante a embriaguez ao volante, fere frontalmente o que esta plenamente positivado em legislação pertinente, mais precisamente no CTB (Código de Trânsito Brasileiro) em seu Art. 306, in verbis:
Art. 306. “Conduzir veiculo automotor com capacidade psicomotora alterada em razão da influência de álcool ou de outra substância psicoativa que determine dependência.” 
O fato em si é revestido de patente responsabilidade de quem realmente deu causa ao acidente, e que assumiu todos os riscos em produzi-lo devido a uma atitude impensada e arriscada. 
	III – DO MÉRITO:
Inicialmente, imprescindível se faz a esta defesa, demonstrar para Vossa Excelência que a autora em sua petição inicial, deu a causa o valor de R$ 1.000,00(Hum Mil Reais), e este valor se encontra totalmente em desacordo para que se arguir na presente lide, pois se encontra muito abaixo do valor dos danos, e porventura de sua devida indenização que seria devida a uma parte ou a outra, pois uma teve o prejuízo de R$ 40.000,00(Quarenta Mil Reais), enquanto a outra teve na ordem de R$ 30.000,00(Trinta Mil Reais).
Também Vossa Excelência, há de se falar na maneira em que o Réu foi citado, pois tal citação do Sr. Marcos para o referido processo, mesmo sendo dispensada a audiência de conciliação, foi feita de maneira irregular, pois foi contrária ao ditame legal e foi feita pelo correio, não adotando a forma correta quando a entrega do documento, e, portanto sendo passível de impugnação devido à forma com que foi endereçada e entregue.
Por derradeiro, em virtude do estado psicomotor da autora que foi provado no documento oficial confeccionado pelo órgão policial, e que ora se acosta aos autos, atestando que tais condições afrontam a Lei e, por conseguinte acarretaram em ocasionar danos materiais a um terceiro, e que por um desdobramento mais afortunado do destino, não ocasionou um mal maior, inclusive com a possibilidade de lesões corporais e até mesmo o evento morte de outros condutores e usuários da via, se traduz que o Réu não deu causa ao evento, e sim foi vitima deste.
	IV – DOS PEDIDOS:
	Portanto, requer digne-se vossa Excelência, a conhecer dos seguintes pedidos:
A) O acolhimento das PRELIMINARES, no mérito, requer a improcedência dos pedidos formulados na inicial, com amparo legal no Art. 487, I do CPC;
B) Requer ainda a condenação do autor a pagar as custas e os honorários advocatícios;
C) Protesta pela produção de todos os meios de provas.
Nestes termos, pede deferimento.
			Porto Alegre/RS, 22 de Maio de 2020
 Advogado xxx	
				OAB nº xxx

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