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Metodologia cientifica

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Metodologia cientifica
O que é ciência?
Existem inúmeras definições para “ciência”, por isso começaremos a
falar na origem etimológica (de onde vem) da palavra.
No grego: conhecer, portanto, a ciência para os gregos era todo o saber criticamente fundamentado, ou seja, todo o resultado da indagação racional fazia parte integrante de um único saber. Nessa fase, ela não se distinguia da filosofia.
No latim: significa “um conhecimento que inclui, em qualquer modo ou medida, uma garantia da própria validez”.
Eles utilizam um texto de Lakatos e Marconi pra exemplificar a diferença entre senso comum e conhecimento cientifico, o texto fala basicamente que os camponeses na antiguidade eram desprovidos de conhecimento mas sabiam certinho quando e como plantar e colher e foi evoluindo desde o período feudal, revolução agrícola e assim por diante, até chegar aos dias atuais, onde se utilizam sementes selecionadas com produtos de controles de pragas.
Após o texto é dito que existem dois tipos de conhecimento diferentes, que se misturam: a empiria e teoria, ou seja, um conhecimento que é obtido através de experiencia e observação de fatos e outra que é adquirido pela sistematização dessa observação, onde o conhecimento empírico pode ser comparado com o conhecimento do camponês que é transmitido de geração em geração, por meio da educação informal e baseado na experiencia pessoal.
Já o conhecimento teórico é fundamentado da sistematização da observação dos fenômenos da natureza, ou seja, na racionalidade, e é transmitida por treinamento apropriado procedimentos científicos, ele não só observa, mas tenta achar explicações como, “como?” e “por que?”.
Concluímos que o que diferencia esses dois conhecimentos “é a forma, o modo ou método e os instrumentos do “conhecer’” (LAKATOS; MARCONI).
Se a apropriação é física, sensível, por exemplo, a representação de uma onda luminosa, de um som ou o que acarreta uma modificação de um órgão corpora do sujeito cognoscente, tem-se um conhecimento sensível. Tal tipo de conhecimento é encontrado tanto nos animais quanto no homem (CERVO; BERVIAN, 1976).
Se a representação não é sensível, isso ocorre com realidades, tais como conceitos, verdades,
princípios e leis, tem-se então um conhecimento intelectual.
O conhecimento sempre implica numa dualidade de realidades: de um lado, o sujeito cognoscente e, de outro, o objeto conhecido que está possuído, de certa maneira, pelo cognoscente. O objeto conhecido pode, às vezes, fazer parte do sujeito que conhece. Pode-se conhecer a si mesmo, pode-se conhecer e pensar os seus pensamentos. Mas nem todo o conhecimento é pensamento. O pensamento é conhecimento intelectual.
Segundo Cervo e Bervian, têm-se quatro espécies de considerações sobre a mesma realidade; o homem e consequentemente o pesquisador estão se movendo dentro de quatro níveis diferentes de conhecimento: conhecimento empírico, conhecimento científico, conhecimento filosófico e conhecimento teológico.
Existem quatro formas ou tipos de conhecimentos, segundo Trujillo (2008), que diz que o
conhecimento se divide em:
• Conhecimento popular
É passado de geração para geração, chamado também de senso comum. É o conhecimento empírico comum baseado nas experiências do ser humano com a própria natureza e com a sociedade.
• Conhecimento filosófico
Sua principal característica, segundo Trujillo (2004), é que as hipóteses filosóficas são baseadas na experiência e na observação e não na experimentação. Ou seja, suas hipóteses não podem ser refutadas nem confirmadas, apesar de serem sistematizadas e racionalizadas.
Portanto, o conhecimento filosófico é caracterizado pelo esforço da razão pura para questionar os problemas humanos e puder discernir entre o certo e o errado, unicamente recorrendo às luzes da própria razão humana (LAKATOS; MARCONI, 2008).
A razão, vista sobre esse ponto de vista, tende a substituir e reunir as experiências numa única
vertente irrefutável. (Não entendi nada, q?)
De acordo Cervo e Bervian, o conhecimento filosófico se distingue do científico pelo objeto de
investigação e pelo método. O objeto das ciências são os dados próximos, imediatos, perceptíveis pelos sentidos ou por instrumentos, pois, sendo de ordem material ou física, são por isso suscetíveis de experimentação (método científico = experimental). O objeto da filosofia é constituído de realidades mediatas, não perceptíveis pelos sentidos e, por serem de ordens suprassensíveis, ultrapassam a experiência (método racional).
A ordem natural do procedimento é, sem dúvida, partir dos dados materiais e sensíveis (ciência) para se elevar aos dados de ordem metaempírica, não sensíveis, razão última da existência dos entes em geral (filosofia).
• Conhecimento religioso
Tem como principal característica a utilização de doutrinas que contêm proposições sagradas e reveladas pelo sobrenatural, ou seja, pela inspiração. Portanto, não pode ser contestado.
Sua origem é a criação divina e suas evidências não podem ser verificadas. O conhecimento
teológico ou religioso depende de um ato de fé, por ser considerado “revelação” de uma divindade sobrenatural.
• Conhecimento teológico
Cervo e Brevian mencionam conhecimento teológico. O conhecimento teológico ou teologia
dogmática é aquele conjunto de verdades a que os homens chegaram, não com o auxílio da inteligência, mas mediante a aceitação dos dados da revelação divina, da fé. São os conhecimentos adquiridos nos livros sagrados e aceitos racionalmente pelos homens, depois de ter passado pela crítica histórica mais exigente.
• Conhecimento científico
É baseado em fatos (factual), lida com acontecimentos e é real. Sistematiza as observações em teorias, criando hipóteses que podem ou não ser refutadas. Portanto, é falível, mas aproximadamente exato.
Exige verificação racional mediada pela observação e pela teorização das experiências e fatos.
Hoje em dia, sabemos que todas essas formas de conhecimento, apesar de estarem metodologicamente separadas, coexistem no ser humano e é a partir dessa interação entre valores, culturas, pontos de vista e experiência que podemos refletir e observar a realidade, apreendendo-a de formas diferentes.
Antes de voltarmos ao conceito de ciência, estabeleceremos a relação entre teoria e empiria.
Características da teoria
Restringe à amplitude dos fatos a serem estudados; define os aspectos da investigação e os fatos a serem observados oferecem um sistema de conceitos, classificando e estruturando fatos; resume o conhecimento; possibilita inter-relações entre fatos e teorias já conhecidas e explica os fenômenos de forma mais ampla.
Podemos dizer então que entendemos, por teoria, o conhecimento sistemático, fundamentado em observações empíricas e/ou postulados racionais, voltado para a formulação de leis e categorias gerais que permitam a ordenação, a classificação minuciosa e também a transformação dos fatos e das realidades da natureza.
Concluímos que é nessa interação que se constitui o que chamamos de ciência.
Temos, assim, um processo de auto alimentação entre teoria e empiria, ou entre teoria e prática.
Com base nesses dados, concluímos que a ciência é o processo racional usado pelo homem para se relacionar com a natureza e, assim, obter resultados que lhe sejam úteis. É o corpo de conhecimentos sistematizados que adquiridos via observação, identificação, pesquisa e explicação de determinadas categorias de fenômenos e fatos são formulados metódica e racionalmente.
Segundo Ferrari, a ciência é todo um conjunto de atitudes e atividades racionais dirigidos ao sistemático conhecimento com objetivo limitado, capaz de ser submetido à verificação.
Método
O que é método?
Palavra de origem grega – metá (reflexão, raciocínio, verdade) + hódos (caminho, direção). Portanto: Méthodes refere-se ao caminho que permite chegar a um fim.
Para Lakatos e Marconi, “[...] método é o conjunto das atividades sistemáticas e racionais
que, com maior segurança e economia, permite alcançar o objetivo – conhecimentos válidos e verdadeiros – traçandoo caminho a ser seguido, detectando erros e auxiliando as decisões do cientista.
*Pesquisa é um procedimento racional, sistemático, que tem por objetivo
buscar respostas aos problemas que são propostos e Método científico é um conjunto de etapas e processos a serem vencidos, ordenadamente, na investigação dos fatos ou na procura de uma verdade. *
Existem inúmeros métodos que podem ser usados para elaborar uma dissertação científica; cabe ao aluno escolher aquele que se aproxima mais de seus interesses e objeto de estudo.
Método indutivo: Raciocínio que parte de dados particulares (fatos, experiências, enunciados empíricos) e por meio de uma sequência de operações cognitivas, chega a leis ou conceitos mais gerais, indo dos efeitos à causa, das consequências ao princípio, da experiência à teoria.
Método dedutivo: Inferência lógica de um raciocínio; conclusão, ilação.
O que é metodologia científica?
Refere-se à forma como funciona o conhecimento científico.
Ao longo do tempo, essa forma de pensar e fazer a ciência se modificou.
A metodologia científica tem sua origem no pensamento de Descartes, que foi posteriormente
desenvolvida empiricamente pelo físico inglês Isaac Newton.
Descartes propôs chegar à verdade mediante a dúvida sistemática e a decomposição do problema em pequenas partes, características que definiram a base da pesquisa científica. O Círculo de Viena acrescentou a esses princípios a necessidade de verificação e o método indutivo (positivismo lógico). (Não entendi nada de novo parte 2)
Mais recentemente, a metodologia científica tem sido abalada pela crítica ao pensamento cartesiano e elaborada pelo filósofo francês Edgar Morin (1991). Ele propõe, no lugar da divisão do objeto de pesquisa em partes, uma visão sistêmica, do todo. Esse novo paradigma é chamado de teoria da complexidade.
O que é um paradigma?
Paradigma: do grego parádeigma = literalmente, modelo; é a representação de um padrão a ser seguido.
É um pressuposto filosófico, matriz, ou seja, uma teoria. Métodos e valores que são concebidos como modelos ou mesmo uma referência inicial como base de modelo para estudos e pesquisas.
Na filosofia grega, paradigma era considerado a fluência (fluxo) de um pensamento, pois, mediante os vários pensamentos sobre o mesmo assunto é que se concluía a ideia, seja ela intelectual ou material.
Movimentos metodológicos
Racionalismo: Corrente filosófica que afirma ser o raciocínio (“razão pura”, sem influência dos sentidos empíricos) uma operação mental, discursiva e lógica utilizada para uma ou mais proposições. Com ela, é possível extrair conclusões se uma ou outra proposição é verdadeira, falsa ou provável.
Empirismo: Corrente filosófica que considera a experiência (uso dos sentidos) como critério ou norma da verdade.
• negar o absolutismo da verdade ou, pelo menos, da verdade acessível ao ser humano;
• reconhecer que toda verdade pode e deve ser posta à prova e, para tanto, ocasionalmente
modificada, corrigida ou abandonada.
Há outros movimentos metodológicos relevantes para a discussão científica e é importante observar a existência de elementos racionalistas e empiristas nos mesmos. São eles:
Positivismo e Neopositivismo
Criado por Auguste Comte (1798 – 1857), o Positivismo prega a “neutralidade nas ciências”. O cientista não deve se deixar levar por pressupostos metafísicos ou teológicos. Ele deve utilizar operações de “mensuração”, ou seja, medição, análise sistemática e experimentação para os estudos dos fenômenos.
Vários pesquisadores, entre eles o matemático Wittgenstein, combinaram as ideias empiristas com a lógica moderna.
 Para os neopositivistas, a verificabilidade seria o critério de significação de um enunciado. Ou seja, a validade de proposição científica só era atribuída após sua verificação empírica. Assim, o uso da lógica e da matemática alicerçava o conhecimento do real e separava o que é científico do não científico.
Pragmatismo: Sua origem filosófica teve ramificações em outras áreas de conhecimento, como na política e na literatura. Também como método científico o Pragmatismo compreende que “[...] a clareza de nossas ideias implica concebermos seus efeitos práticos”.
Sua estrutura metodológica se divide em:
• Identificação de um problema – problematização.
• Criação de uma hipótese explanatória – possível solução – para ser testada.
• Aferição: testar sua explicação hipotética de “maneira cuidadosa e repetidamente” (observar e anotar os resultados buscando os erros). As hipóteses erradas são eliminadas do conjunto das explicações; aquelas que sobreviverem, serão consideradas “para investigações futuras”.
Marxismo e dialética: Aqui se utiliza o marxismo como método científico, sem considerar as discussões em torno do seu programa social. O filósofo e economista alemão Karl Marx (1818 –1884) desenvolveu seu método de análise da realidade por intermédio do viés da dialética – tese/antítese/síntese. Esse processo consiste em fazer uma proposição afirmativa (tese), em seguida a confrontação dela com o seu contrário (antítese) e, finalmente, com o embate entre afirmação e negação, chegar a uma síntese. Esse movimento se daria
continuamente.
Assim, podemos identificar em Marx uma distinção entre duas esferas:
• Infraestrutura: economia, organização da vida produtiva e do trabalho.
• Superestrutura: elementos ideológicos e culturais influenciados pela base econômica: religião, arte, ciência, educação, meios de comunicação etc.
Estruturalismo: Desenvolveu-se na França, entre as décadas de 1950 e 1960. Envolveu os campos da psicanálise, psicologia e etc.
Defendem que a realidade é composta de estruturas. Assim, podem-se encontrar estruturas em todos os campos, desde o corpo humano até nas línguas.
O método para as ciências humanas e sociais se baseia na identificação de tais estruturas e explicação da composição e
organização de suas partes para formar uma totalidade conclusiva. A estrutura não é percebida como algo estático, mas como uma totalidade que se transforma e se autorregula.
Discussões contemporâneas:
Thomas Kuhn escreveu A estrutura das revoluções científicas. Nela, desenvolveu os conceitos de paradigma e de ciência normal.
Paradigma é a representação do padrão de modelos a serem seguidos. É um pressuposto
filosófico-matriz, ou seja, uma teoria, um conhecimento que origina o estudo de um campo científico; uma realização científica com métodos e valores que são concebidos como modelo; uma referência inicial como base de modelo para estudos e pesquisas.
A ciência clássica procuraria solucionar os problemas científicos com os pressupostos conceituais, metodológicos e instrumentais que são compartilhados pela comunidade científica e que constituem o paradigma. Ela amplia e aprofunda o “aparato conceitual” do paradigma, sem alterá-lo.
Quando, entretanto, o progresso e o desenvolvimento do conhecimento requerem explicações que o paradigma vigente não pode fornecer, a ciência passa por uma crise, que pode dar origem a uma revolução científica. Assim, para Kuhn, os enunciados científicos são provisórios, e a ciência não opera com verdades irrefutáveis. (Acabou o modulo um e aprendemos nada praticamente eeeeee).
UNIDADE II
Tipos de pesquisa
Pesquisa acadêmica: A educação escolar, a fase pedagógica da vida moderna, consiste no contato sistemático, organizado e ativo com os resultados julgados melhores entre aqueles já conseguidos até hoje pelos seres humanos.
Pesquisa “de ponta”: A fase acadêmica da formação profissional em nosso sistema de ensino culmina com o terceiro grau, já que o país carece da tradição de formação técnica de segundo grau. Ou seja, é ao final do terceiro grau que se tem um profissional de nível superior.
Caracterização das pesquisas
• Exploratórias
Explorar é tipicamente a primeira aproximação de um tema e visa criar maior familiaridade
em relação a um fato ou fenômeno. Quase sempre se busca essa familiaridade pela prospecção de materiais que possam informar ao pesquisador a real importância do problema, o estágio em que se encontram asinformações já disponíveis a respeito do assunto e, até mesmo, revelar ao pesquisador novas fontes de informação. Por isso, a pesquisa exploratória é quase sempre feita como levantamento bibliográfico, entrevistas com profissionais que estudam/atuam na área, visitas a web sites etc.
• Descritivas
Após a primeira aproximação (pesquisa exploratória), o interesse é descrever um fato ou fenômeno. Por isso, a pesquisa descritiva é um levantamento das características conhecidas, componentes do fato/fenômeno/problema. É normalmente feita na forma de levantamentos ou observações sistemáticas.
• Explicativas
Criar uma teoria aceitável a respeito de um fato ou fenômeno constitui a pesquisa explicativa. Esta se ocupa com os porquês de fatos/fenômenos que preenchem a realidade, isto é, com a identificação dos fatores que contribuem ou determinam a ocorrência, ou a maneira de ocorrer dos fatos e fenômenos.
Não é demais afirmar que as informações mais importantes, componentes das várias ciências, são originárias desse tipo de pesquisa, já que visa aprofundar o conhecimento da realidade para além das aparências dos seus fenômenos. E, por natureza, envolve o pesquisador num nível também mais elevado de responsabilidade para com os resultados obtidos.
Caracterização das pesquisas segundo os procedimentos de coleta
Procedimentos de coleta são os métodos práticos utilizados para juntar as informações necessárias à construção dos raciocínios em torno de um fato/fenômeno/problema. Na verdade, a coleta de dados de cada pesquisa terá peculiaridades adequadas àquilo que se quer descobrir. Mas, é possível apontar alguns procedimentos‑padrão, comumente utilizados, aos quais se fazem as adaptações de espaço/tempo/matéria necessárias às exigências de cada caso.
As formas mais comuns de se coletarem informações são:
• Pesquisa experimental
É quando um fato ou fenômeno da realidade é reproduzido de forma controlada, com o objetivo de descobrir os fatores que o produzem ou que por ele são produzidos.
• Pesquisa ex‑post‑facto
Na verdade, trata‑se de uma pesquisa experimental. A diferença é que aqui o fato‑fenômeno se põe naturalmente, anterior ou sem o controle do pesquisador. É daí que partirá a observação e, eventualmente, a experimentação. Ou seja, estando um fato ou fenômeno já posto, tenta‑se explicá‑lo e entendê‑lo. A expressão é latina e literalmente significa “a partir de depois do fato” (a partir dos pós‑fato).
• Levantamento
É a pesquisa que busca informação diretamente com um grupo de interesse a respeito dos dados que se deseja obter. Trata‑se de um procedimento útil, especialmente em pesquisas exploratórias e descritivas.
• Estudo de caso
Selecionar um objeto de pesquisa restrito, com o objetivo de aprofundar os aspectos
característicos, é o estudo de caso cujo objeto pode ser qualquer fato/fenômeno individual, ou um de seus aspectos. É também comum a utilização do estudo de caso quando se trata de reconhecer, num caso, um padrão científico já delineado no qual possa ser enquadrado. Por lidar com fatos/fenômenos normalmente isolados, o estudo de caso exige do pesquisador grande equilíbrio intelectual e capacidade de observação (“olho clínico”), além da parcimônia quanto à generalização de resultados.
• Pesquisa‑ação
Acontece quando há interesse coletivo na resolução de um problema ou suprimento de uma
necessidade. Os pesquisadores e os participantes se envolvem no trabalho de pesquisa de modo participativo ou cooperativo. A partir dessas características de base, outros procedimentos já descritos podem ser utilizados como meio de coleta. Pesquisadores e pesquisados podem se engajar em pesquisas bibliográficas, experimentos etc., interagindo em função de um resultado esperado.
• Pesquisa bibliográfica
O conjunto de materiais escritos/gravados, mecânica ou eletronicamente, que contém
informações já elaboradas e publicadas por outros autores, é uma bibliografia. São fontes
bibliográficas os livros (de leitura corrente ou de referência, tais como dicionários, enciclopédias, anuários etc.), as publicações periódicas (jornais, revistas, panfletos etc.), fitas gravadas de áudio vídeo, páginas de internet, etc.
• Pesquisa documental
Documentos são as fontes de informação que ainda não receberam organização, tratamento analítico e publicação. São fontes documentais as tabelas estatísticas, relatórios de empresas, documentos informativos arquivados em repartições públicas, associações, igrejas, hospitais, sindicatos, fotografias, epitáfios, obras originais de qualquer natureza, correspondência pessoal ou comercial etc. A pesquisa documental é a que se serve dessas fontes.
Caracterização das pesquisas segundo as fontes de informação
Campo, que é um lugar natural aonde acontecem os fatos e fenômenos, laboratório e bibliografia.
Leitura crítica
O bom leitor lê rapidamente e entende bem o que lê. Ex de hábitos:
- Ler com objetivo determinado – exemplo: aprender certo assunto, repassar detalhes,
responder a questões.
-Ler unidades de pensamento – abarca, num relance, o sentido de um grupo de palavras.
Relata rapidamente as ideias encontradas numa frase ou num parágrafo.
O mau leitor lê vagarosamente e entende mal o que lê. Ex:
- Ler sem finalidade – raramente sabe por que lê.
- Ler palavra por palavra – pega o sentido da palavra isoladamente. Esforça‑se para ajuntar
os termos para poder entender a frase. Frequentemente, tem de reler as palavras.
Identificação do texto
• Título 
• Data de publicação 
• Orelha ou contracapa 
• Índice ou sumário 
• Introdução, prefácio ou nota do autor
• Bibliografia
Análise temática
O objetivo da análise temática é a compreensão da mensagem do autor. Para isso, é preciso distinguir dentro do texto:
• Tema – do que fala o texto, qual o seu assunto central.
• Problema – qual problema o texto procura discutir. O problema é específico dentro do tema
central.
• Tese – é a ideia central que o autor defende. É a resposta que ele deu para o problema levantado no tema.
• Raciocínio – é o processo lógico utilizado pelo autor; de que ponto ele partiu, as etapas, até a conclusão.
• Ideias secundárias – são ideias apresentadas pelo autor, mas não aprofundadas. Também
aparecem como exemplos para argumentação.
UNIDADE III
Tipos de texto
-Resenha crítica
-Fichamento
O processo da escrita
O autor Whitaker Penteado (1997) apresenta um processo para ajudar o estudante no processo da escrita. Segundo ele, a escrita está dividida em três fases:
• Invenção
É o esforço do “espírito”; operação por meio da qual assimilamos o assunto da exposição e adquirimos sobre ele o mais completo domínio.
• Disposição
Arte de bem-dispor o que vai escrever; organização dos materiais reunidos durante a invenção, Ex:
— Exórdio: captar as graças de quem lê. Uma introdução atraente para o leitor;
— Proposição: sumário do assunto. Um resumo do que será tratado no texto;
— Narração
• Elocução
Procura da forma, execução técnica do estilo, a transposição do pensamento em palavras.
Essas três etapas compreendem uma lógica interna no texto, com começo, meio e fim. Um bom texto terá essas etapas postas de forma clara.
· escreva com naturalidade;
· conheça a língua;
· aprenda a pensar;
Redação
Os dez mandamentos de uma boa redação, segundo Withaker (1977):
• Use palavras e frases simples.
• Use palavras e frases formais.
• Use pronomes pessoais.
• Use ilustrações e exemplos gráficos.
• Use preferivelmente parágrafos e sentenças curtas.
• Use verbos ativos.
• Economize adjetivos e floreados.
• Evite rodeios.
• Faça com que cada palavra tenha a sua função no texto.
• Atenha‑se ao essencial.
Coesão e coerência
Abreu apresenta quatro princípios fundamentais ou metarregras de coerência textual. Elas auxiliam na composição e evitam erros absurdos:
I. Metarregra da repetição: um texto coerente deve ter elementos repetidos (coesão textual).
II. Metarregra de progressão: um texto coerente deve apresentar renovação do suporte semântico (informações novas à medida que vai avançando).
III. Metarregra da não contradição: em um texto coerente,o que se diz depois não pode contradizer o que se disse antes ou o que ficou pressuposto (fazer sentido).
Projeto de pesquisa
Segundo Booth (2000, p. 19), pesquisar é reunir informações necessárias para encontrar uma resposta a uma pergunta e assim chegar à solução de um problema.
Para elaborarmos um projeto de pesquisa, precisamos escolher um assunto, ler o que outras pessoas escreverem sobre ele, coletar dados e, a partir daí, formular uma pergunta (problematização).
Toda pesquisa tem como objetivo dar a resposta a essa pergunta – seja pela refutação ou pelo reforço das hipóteses.
Com base no roteiro elaborado pelo professor José J. Queiroz1, apresentaremos alguns passos para a construção de um projeto de pesquisa:
1º passo: o tema
Primeiramente, o tema deve nascer de um interesse do aluno. Algum assunto no qual ele gostaria de trabalhar por dois anos, discutindo e estudando. A empatia pelo objeto de estudo é fundamental.
• título geral: deve ser amplo e chamativo;
• subtítulo (específico ou técnico): a delimitação do objeto de estudo. O subtítulo deve enuncia com clareza o objeto e seus limites.
2º passo: apresentação do tema
É a ideia inicial. Ela deve ter um texto claro e sucinto, explicando a importância do tema e a motivação do autor. É recomendado observar qual modelo de projeto será pedido na instituição escolhida. Por vezes, alguns desses passos não constam no projeto.
3º passo: delimitação do tema e do objeto
Ressaltamos que objeto é diferente de objetivo. Objeto é aquilo que você irá estudar. É seu objeto de estudo. Objetivo é o que você pretende com a análise daquele objeto.
Ele deve ser enunciado com clareza e seus limites devem ser estabelecidos com precisão.
Como delimitar um tema?
Existem alguns critérios que facilitam a delimitação. São eles:
• Onde – espacialidade: local onde o objeto está localizado. Por exemplo: a cidade, bairro, instituição ou marca que será analisada. Ou, no caso de uma análise audiovisual, onde o produto foi filmado.
• Quando – temporalização: período ou época em que o objeto será estudado. Período ou época no qual a obra analisada foi feita (contextualização).
• Quem – pessoas ou segmentos sociais que serão analisados (público‑alvo).
• Como – ponto de vista: prisma ou enfoque da abordagem. Como observamos anteriormente, existem inúmeras vertentes cientificas e métodos – é necessário defini‑los. Para definirmos esse item, é necessário também definir os autores que sustentarão nossas proposições científicas.
4º passo: problematização
A problematização é o conjunto de dúvidas ou questões que se quer resolver ou descobrir dentro de um tema. Ela surge a partir do contato com a bibliografia existente ou dados coletados sobre o tema.
Problema de pesquisa:
• O que será que?
• Como tal coisa se caracteriza?
• Que sentido tem?
• Por que tal processo acontece?
• Que diferenças existem entre?
• Quais as formas diversificadas e variações de tal processo comunicacional?
O que não é problema de pesquisa
Expressando um problema de pesquisa
• Não há regras. Inicia‑se com aquele documento preparatório respondido anteriormente.
• Comece a escrever perguntas, tudo o que você consiga perguntar (brainstorming). O prêmio aqui não é para as boas perguntas, mas para a maior diversidade possível.
• Crítica às perguntas. Distinga as perguntas que expressam apenas falta de informação e de maiores estudos (é aquele conhecimento que você desconfia que já existe em algum lugar, mas que precisará dele mais tarde).
• Descarte as perguntas práticas que pedem soluções concretas, ações, propostas diretas sobre “que fazer para”. Verifique se não é possível derivar delas problemas de conhecimento.
Sistematizando as perguntas
O melhor é que sejam poucas perguntas na construção de um problema no projeto de pesquisa. O importante é a consistência do conjunto, sua relevância e sua possibilidade de demarcar um território sobre o assunto.
Organize as perguntas mais relevantes e as secundárias. Mais amplas e mais específicas. Independentes entre si ou relacionadas; relacionadas em paralelo ou por subordinação.
5º passo: hipóteses
As possíveis soluções do problema. É uma opção do autor frente ao(s) problema(s) levantado(s).
Constitui a ideia central do trabalho e será objeto de demonstração.
Uma pesquisa é um trabalho de investigação para confirmar ou informar uma hipótese:
• hipóteses relevantes aparecem em estágios avançados de reflexão;
• as hipóteses avançadas derivam de problemas de pesquisa longamente elaborados
6º passo: objetivos do trabalho
*Objeto é diferente de objetivo
Objeto: é o núcleo central do trabalho, seu alvo exatamente demarcado.
Objetivos: são os resultados que o autor pretende alcançar com o projeto.
Vamos inserir mais uma pergunta a ser respondida aqui.
Motive sua pergunta a fim de entender como, por que ou se.
Seu objetivo final é explicar:
• O que você está escrevendo – seu tópico.
• O que você não sabe sobre ele – sua pergunta.
• Por que você quer saber sobre ele – seu fundamento lógico.
Objetivo geral
É o objetivo maior e o mais amplo de sua pesquisa. Inclui as variáveis a serem pesquisadas. Começa com um verbo de ação: identificar, analisar, descrever etc.
Objetivos específicos
Definem ou descrevem as etapas a serem cumpridas para alcançar o objetivo geral. Começam com um verbo (ação).
Cada objetivo, além de ser claro, expressa apenas uma ideia ou ação.
7º passo: referencial teórico
Constrói um conjunto de princípios sistemáticos, lógicos e coerentes. O referencial teórico não é citação de obras; é extremamente importante que o aluno comece a separar esse material desde a primeira pesquisa bibliográfica.
8º passo: procedimentos metodológicos
Ele é o processo geral do raciocínio. Seu objetivo é enunciar os caminhos probatórios, as ferramentas de coleta do material para trabalhar o objeto e provar as hipóteses.
Concluímos que o método científico é a teoria da investigação e necessitamos cumprir as seguintes etapas: (coloquei alguns só)
• Descobrimento do problema ou lacuna num conjunto de conhecimentos. Se o problema não estiver enunciado com clareza, passa‑se à etapa seguinte; se o estiver, passa‑se à subsequente.
• Colocação precisa do problema ou, ainda, recolocação de um velho problema à luz de novos conhecimentos (empíricos ou teóricos, substantivos ou metodológicos).
Método indutivo
[...] é um processo mental por intermédio do qual, partindo de dados
particulares, suficientemente constatados, infere‑se uma verdade geral ou
universal
Exemplo:
O corvo 1 é negro.
O corvo 2 é negro.
O corvo 3 é negro.
Então, todo corvo é negro.
Para Lakatos e Marconi, esse método “[...] vai do especial ao mais geral, dos indivíduos às espécies, das espécies aos gêneros, dos fatos às leis ou das leis especiais às leis mais gerais”.
Fases do processo indutivo:
• observação dos fenômenos;
• descoberta da relação entre eles;
• generalização da relação;
Método dedutivo
Iremos exemplificar o método dedutivo, comparando‑o com o indutivo.
Dedutivo
Todo mamífero tem um coração.
Ora, todos os cães são mamíferos.
Logo, todos os cães têm coração.
Indutivo
Todos os cães que foram observados tinham um coração. Logo, todos os cães têm um coração.
Segundo Salmon (1978), existem duas características básicas que distinguem os argumentos indutivos e dedutivos:
Indutivo
I. Se todas as premissas são verdadeiras, a conclusão é provavelmente verdadeira, mas não necessariamente verdadeira.
II. A conclusão encerra a informação que não estava, nem implicitamente, nas premissas.
Dedutivo
I. Se todas as premissas são verdadeiras, a conclusão deve ser verdadeira.
II. Toda a informação ou conteúdo fatual da conclusão já estava, pelo menos, implicitamente nas premissas.
Método hipotético dedutivo
Cria‑se uma solução provisória, uma tentativa de teoria na qual passa a ser criticada pelo próprio autor com vistas a eliminar o erro.
9º passo: plano e cronograma
Plano provisório
É um roteiro preliminar do trabalho, um esqueleto, no qual iremos dividir os capítulos e colunas do trabalho. Uma boa dica é selecionaras bases‑mestras da dissertação, as palavras‑chave e, a partir delas, construir capítulos. Dentro de cada capítulo, devemos separar as etapas necessárias para a conclusão.
É importante que cada capítulo tenha começo, meio e fim. O enunciado de cada capítulo deve, como maior preocupação, responder às indagações do autor e provar as hipóteses.
10º passo: bibliografia
Aprender como citar toda a bibliografia utilizada, seja ela de obras, artigos, documentos publicados ou inéditos, reportagens, filmes, vídeos, internet, aulas, congressos etc.

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