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UNIVERSIDADE GUARULHOS CURSO DE BACHARELADO EM PSICOLOGIA NATALIA VALENCIANO TAMIRES NUNES Técnicas de Grupo e Relações Humanas: Atuação do Psicólogo na Atenção Básica GUARULHOS 2020 UNIVERSIDADE GUARULHOS CURSO DE BACHARELADO EM PSICOLOGIA – 6NNA NATALIA VALENCIANO- 28176071 TAMIRES NUNES- 28286622 Técnicas de Grupo e Relações Humanas: Atuação do Psicólogo na Atenção Básica Trabalho apresentado à disciplina de Técnicas de Grupo e Relações Humanas como requisito de obtenção parcial de nota para o 6º semestre do curso de bacharelado em Psicologia na Universidade Guarulhos - UNG. Professor JEFERSON ULISSES BARRETO LAURINDO GUARULHOS 2020 RESUMO O presente trabalho teve por objetivo compreender o projeto de atuação dos profissionais de psicologia dentro da atenção básicas diante da demanda observada no artigo “Grupo de Acolhida em Saúde Mental: A psicologia na Atenção Básica”. Alguns profissionais procuram atuar de acordo com os princípios do SUS, baseando- se em abordagens críticas da Psicologia. Palavras-chave: Psicologia Social Crítica, SUS, Atenção básica, Grupo de Acolhimento, Saúde Mental. ABSTRACT The present work aimed to understand the project of the work of psychology professionals within primary care in view of the demand observed in the article "Reception Group in Mental Health: Psychology in Primary Care". Some professionals seek to act in accordance with the principles of SUS, based on critical approaches in Psychology. Keywords: Critical Social Psychology, SUS, Primary care, Host Group, Mental Health. INTRODUÇÃO A psicologia passou a existir no Brasil em 1962, através da Lei Federal n° 4.119. No ano de 1964 foi regulamentada a formação do psicólogo e seu exercício profissional pelo Conselho Federal de Educação com o Decreto n° 53.464 (DIMENSTEIN, 1998). Só assim, o psicólogo passa a assumir um espaço institucionalizado, primeiramente em áreas como orientação e seleção profissional, orientações escolares e avaliações, basicamente em áreas clínicas, escolares, industriais e do magistério. Na década de 1980, os psicólogos deram início a aproximação referente às questões sociais apresentadas na época, principalmente quando o assunto era a saúde. Devido as pressões apresentadas no mercado de trabalho, o campo da assistência pública à saúde foi para onde se direcionou uma considerável parcela desses profissionais. Desde então, é possível observar nessa área muitos profissionais psicólogos, se inserido sendo que, muitas vezes, são eles também os responsáveis pelas ações de promoção da saúde (SANTOS, QUINTANILHA e ARAUJO, 2010). Segundo Dimenstein (1998), os seguintes fatores foram decisivos para aumentar a entrada do psicólogo nos serviços públicos de saúde: a) o contexto das políticas públicas de saúde do final dos anos de 1970 e em toda a década de 1980, particularmente a repercussão no setor de recursos humanos; b) a diminuição de busca aos consultórios de psicologia por parte da população, causada por seu empobrecimento, a partir dos anos de 1980; c) o movimento da própria categoria com o objetivo de redefinir a função social da psicologia na sociedade; d) a difusão da psicanálise e a psicologização da sociedade. Em relação a esses últimos fenômenos, Russo (2002, p. 43) ressalta que a difusão da psicanálise opera como a força motriz para o processo de psicologização da sociedade, ou seja, "a volta para dentro de si mesmo [...] uma busca "dentro de si" para o que antes estava 'fora' – parâmetros, regras, orientação", que dá sentido a aspectos significativos da vida. Podemos considerar o Acolhimento um espaço inicial de entrada ou triagem, e nossa tarefa era escutar e encaminhar os casos para diversos projetos de intervenção. Porém, no decorrer do processo a prioridade passou a ser o vivenciar mais profundamente a experiência do grupo. Ao oferecer um espaço para que o usuário possa falar de sua dor, estamos não só singularizando seu sofrimento como possibilitando que este sujeito seja escutado e compreendido por diferentes pontos de vista. A compreensão da problemática do outro num espaço coletivo, junto aos seus pares, pode deslocar este sujeito do lugar daquele que se queixa– para uma experiência que o transforme em alguém crítico, com demandas próprias, capaz de estar inserido e de circular no espaço familiar e social. METODOLOGIA O artigo teve como objetivo relatar experiências de um projeto a qual tem por objetivo aprimorar, planejar, qualificar e avaliar a realização de um grupo de acolhida em saúde mental em uma UBS no distrito Docente-assistencial da UFCSPA. Os alunos participantes estão graduando entre o 5ºe 10º semestre de Psicologia. A metodologia de encaminhamento dos usuários ocorreu por discussões dos casos abordados. Semanalmente os estagiários reúnem-se afim de relatar as demandas trazidas e discutir sobre o melhor encaminhamento para cada caso. O usuário pode ser beneficiário acordado pelos acadêmicos, sendo convidado a participar do grupo, pode ser encaminhado diretamente por alguém da equipe ou por um trabalhado da unidade de saúde. Quando um novo usuário ingressa no grupo, os alunos realizam uma acolhida inicial individual a qual visa conhecer a demanda do usuário, bem como informar referente ao funcionamento do espaço, proporcionando um acolhimento e sensação de pertencimento ao indivíduo. O grupo tem encontros semanais com duração média de uma hora. Sua pratica está fundamentada nos grupos operativos de Pichon-Rivière, os quais visam operar uma determinada tarefa – a aprendizagem. A técnica do grupo operatório transforma uma situação de grupo em um espaço de investigação-ativa (Silveira Luiza et al apud ZIMERMAN; OSÓRIO, 1997; PICHON-RIVIÈRE, 2005). Ao finalizar os encontros o grupo é exposto em ata formal para servir de material de análise da equipe. CONSIDERAÇÕES FINAIS O grupo de acolhida em saúde mental, foi formado por um grupo aberto, com diferentes participantes a cada encontro, criado desde de Setembro de 2012. O grupo permaneceu por 4 anos, sempre variando os números de participantes, porem nunca sem usuários. Os participantes revelavam sentir-se seguros, compreendidos e isentos de julgamentos, tendo suas causas acolhidas. A principais causas expostas pelos participantes eram quadro depressivos, ansiedades e usuários de psicofármacos. Os participantes buscavam informações sobre alternativas de apoio e suporte emocional, obtendo melhorias por conta própria. Verificamos o aumento do interesse para acolher os problemas do outro, fazendo o processo terapêutico ficar cada vez mais eficaz e com que o objetivo do grupo de acolhida fosse alcançado. A melhora clínica foi nítida, gerando nos participantes autonomia para tomarem suas próprias decisões e buscar melhorias nas condições de vida, compreensão da vivência no grupo como um fator de fortalecimento para lidarem com dificuldades que enfrentam em suas rotinas. Neste artigo observamos o vínculo entre a teoria e a prática através das práticas em extensão vinculadas ao Serviço-Escola de Psicologia, contribuindo para formação dos alunos e para cumprimento do papel social. Tendo em vista os resultados que o grupo acolhida em saúde mental tiveram, considera-se de extrema importância a formação de outros grupos acolhidas em saúde mental em muitas outras unidades de saúde, possibilitando aumento nos atendimentos em saúde mental à população. REFERÊNCIAS CINTRA, Marcela Spinardi; BERNARDO, Marcia Hespanhol. Atuação do Psicólogo na Atenção Básica do SUS e a Psicologia Social. Psicol. cienc. prof., Brasília , v. 37, n. 4, p. 883-896, dez. 2017 . Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-98932017000400883&lng=pt&nrm=iso>. acessos em 06 out. 2020. https://doi.org/10.1590/1982-3703000832017. DIMENSTEIN, M. D. B. O psicólogo nas Unidades Básicas de Saúde: desafios para a formação e atuação profissionais. Estudos de Psicologia, 1998, 3(1), 53-81. Acesso em 18 set. 2019. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/%0D/epsic/v3n1/a04v03n1.pdf LIMA, M. Atuação psicológica coletiva: uma trajetória profissional em unidade básica de saúde. Psicologia em Estudo, Maringá, v. 10, n. 3, p. 431-440, set./dez. 2005. Acesso em 18 set. 2019. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/pe/v10n3/v10n3a10.pdf Psicologia: Ciência e Profissão Out/Dez. 2017 v. 37 n°4, 883-896. Revista Conexão UEPG |294-Ponta Grossa, v. 13 n.2 - maio/ago. 2017Disponível em: http://www.revistas2.uepg.br/index.php/conexao SANTOS, Keli Lopes; QUINTANILHA, Bruna Ceruti; DALBELLO-ARAUJO, Maristela. A atuação do psicólogo na promoção da saúde. Psicol. teor. prat., São Paulo , v. 12, n. 1, p. 181-196, 2010 . Disponível em http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516- 36872010000100015&lng=pt&nrm=iso . acessos em 06 out. 2020. https://doi.org/10.1590/1982-3703000832017 http://www.scielo.br/pdf/%0D/epsic/v3n1/a04v03n1.pdf http://www.scielo.br/pdf/pe/v10n3/v10n3a10.pdf http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-36872010000100015&lng=pt&nrm=iso http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-36872010000100015&lng=pt&nrm=iso
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