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APS DIREITO TRIBUTÁRIO

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APS – DIREITO TRIBUTÁRIO: TEORIA DO TRIBUTO
PROFESSOR: ADRIANO DE SALLES OLIVEIRA BARCHA
ALUNO: PAMELA DALISE DE SOUZA
RA: 8529831 	TURMA: 003107A02
	No campo restrito das imunidades tributárias, as principais são as imunidades concedidas exclusivamente aos impostos, descritas no Art. 150, inciso VI da CF/88:
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
VI - instituir impostos sobre:
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;
b) templos de qualquer culto;
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei;
d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão.
e) fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil contendo obras musicais ou literomusicais de autores brasileiros e/ou obras em geral interpretadas por artistas brasileiros bem como os suportes materiais ou arquivos digitais que os contenham, salvo na etapa de replicação industrial de mídias ópticas de leitura a laser.
	a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros - A chamada imunidade recíproca, é aquela consagrada pela CF/88 na alínea "a", do inciso VI, em seu Art. 150. Trata-se de uma norma que impede o poder de tributar, através de impostos, sobre patrimônio, renda ou serviços dos entes federativos entre si. Dessa forma União, Estados, Distrito Federal e Municípios ficam sujeitos a essa norma impeditiva de tributação. Essa norma foi reconhecida pelo STF como cláusula pétrea pela ADI nº 939-7-DF.
	O conjunto dessas normas gerou polêmica perante tribunais no Brasil, pois empresas públicas e sociedades de economia mista, estariam excluídas da imunidade tributária recíproca, pelo simples fato de haver pagamento de preços e tarifas pelos usuários dos serviços prestados pela mesma.
	Todavia tal controvérsia foi pacificada no STF através do julgamento do Recurso Extraordinário (RE 407.099/RS), que reconheceu a extensão da imunidade recíproca a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, sob o argumento de que a mesma presta serviço público de prestação obrigatória e exclusiva do Estado, a simples delegação e a cobrança de tarifa não afastaria a supracitada imunidade.
	b) templos de qualquer culto - o Brasil como um país laico, ou seja não pertence e nem está sujeito a nenhuma religião. Não existe uma religião oficial no Brasil. Então a norma constitucional imunizante veda a cobrança de impostos aos templos de qualquer culto.	Se interpretássemos o texto constitucional de maneira restritiva, estariam imunizados apenas os templos, ou seja a propriedade imóvel, dessa forma apenas o Imposto sobre a Propriedade Predial Territorial Urbano (IPTU) e o Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR).
	Esse ponto é pacífico perante o STF que já tratou do tema em sede de RE 325.822/SP, onde se transcreve importante parte abaixo:
"[...] A imunidade prevista no art. 150, VI, b, CF, deve abranger não somente os prédios destinados ao culto, mas, também, o patrimônio, a renda e os serviços 'relacionados com as finalidades essenciais das entidades nelas mencionadas'. [...]". (STF, Tribunal Pleno, RE 325.822/SP, Rel. Min. Ilmar Galvão, rel. p/ acórdão Min. Gilmar Mendes, j. 18.12.2002, DJ 14.05.2004, p. 33).
	Então ainda que o imóvel pertencente a uma entidade religiosa esteja alugado, mas não deixe de estar vinculado as finalidades essenciais, será imune a cobrança de impostos.
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei - engloba uma grande quantidade de pessoas imunes.
* A imunidade dos partidos políticos - Quando se fala em imunidade aos partidos políticos e as suas fundações, busca-se proteger essas pessoas de uma tributação discriminatória do Estado, em outras palavras para impedir que o governo faça uso o poder de tributar para por exemplo castigar um partido da oposição. Cabe ressaltar que os partidos políticos são instrumentos fundamentais a representatividade da democracia.
* A imunidade das entidades sindicais dos trabalhadores – Está relacionada diretamente com os direitos sociais previstos na constituição, no sentido de proteção jurídica do hipossuficiente em uma relação laboral. Portanto, se refere apenas aos sindicatos dos trabalhadores, não sendo aplicável às entidades sindicais patronais.
*As imunidades das entidades educacionais e assistenciais sem fins lucrativos - As imunidades concedidas as entidades educacionais e assistenciais sem fins lucrativos, se justificam uma vez que as mesmas prestam serviço público de responsabilidade do Estado e ainda os prestam sem a finalidade de mercancia, nada mais justo que as mesmas sejam contempladas com a imunidade sobre impostos. No Recurso Extraordinário junto ao STF, nº385091/DF, Relatoria do Ministro Dias Toffoli, julgado em 06/08/2013, questionou se pelo fato de um imóvel pertencente a uma instituição de ensino estar vago ou não edificado, a imunidade permaneceria mantida. Ao apreciar a questão, o STF entendeu que sim, pois apenas o simples fato de ainda não ser utilizado, não retira a garantia constitucional da imunidade tributária, desde que estejam atendidos os demais requisitos legais.
	d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão – Também conhecida como imunidade cultural, visa baratear o acesso à cultura e facilitar a livre manifestação do pensamento, a liberdade de atividade intelectual, artística, científica e da comunicação e o acesso à informação. Independente de qual seja o conteúdo da obra, sendo de alta ou baixa qualidade literária, não se afasta a imunidade tributária, pois não poderia se aplicar a norma em um limite que o legislador não definiu.
	O STF em julgamento do RE 221.239/SP concedeu a imunidade a um álbum de figurinhas, considerando que o mesmo seria uma publicação destinada ao público infanto-juvenil. Destaco abaixo um trecho do voto da Exa. Ministra Ellen Gracie:
"[...] O Constituinte, ao instituir a imunidade ora discutida, não fez ressalvas quanto ao valor artístico ou didático, à relevância das informações divulgadas ou à qualidade cultural de uma publicação. Da mesma forma, não há no texto da Lei Maior restrições em relação à forma de apresentação de uma publicação. Por isso, o fato de figuras, fotos ou gravuras de uma determinada publicação serem vendidos separadamente em envelopes lacrados, não descaracteriza a benesse consagrada no art. 150, VI, d da Constituição Federal.
Ora, se o fim desta norma constitucional é facilitar o acesso à cultura e à informação, o "álbum de figurinhas" nada mais é do que uma maneira de estimular o público infantil a se familiarizar com meios de comunicação impressos, atendendo, em última análise, à finalidade do benefício tributário. [...]" (STF, 2ª Turma, RE 221.239/SP, Rel. Min. Ellen Gracie, j. 25.05.2004, DJ 06.08.2004).
	Também já pacificado pelo STF a norma imunizante não é estendida aos encartes com conteúdos propagandísticos, pelo argumento de os mesmos não serem destinados à cultura sendo então de finalidade exclusivamente comercial, como podemos ver o entendimento do Ministro Ilmar Galvão em seu voto:
"[...] Na aplicação da norma, por isso mesmo, não se pode perder de vista o caráter, que tem, de instrumento de amparo e estímulo à educação e à cultura, evitando-se, por essa forma, interpretações suscetíveis de desvirtuar essa finalidade, em detrimento do erário.
De ver-se, por isso, que não há de ser estendida a imunidade a veículos de comunicação escrita voltados a interesses propagandísticos, de exclusiva índole comercial, ainda que distribuídos em forma de encartes em jornais e periódicos, como o de que tratam estes autos.
De registrar, por fim, que ainda que se cuidasse, no caso, de publicação contempladapela imunidade, seria ela de natureza objetiva, não se estendendo às editoras, aos autores e às empresas jornalísticas e, especialmente de publicidade - que permanecem sujeitas à tributação pelas receitas e pelos lucros auferidos - , mas apenas às publicações e ao papel destinado à sua impressão. [...]"(STF, 1ª Turma, RE 213.094/ES, Rel. Min. Ilmar Galvão, j. 22.06.1999, DJ 15.10.1999).
	Todavia a propaganda inserida no corpo do jornal, não retira a imunidade do mesmo, pois a de certa forma ela ajuda a manter de forma financeira as atividades jornalísticas, e estas sim incentivam cultura e ainda diminuem em tese a onerosidade da publicação, estando dessa forma e equilíbrio com a finalidade da norma.
	e) fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil contendo obras musicais ou literomusicais de autores brasileiros e/ou obras em geral interpretadas por artistas brasileiros bem como os suportes materiais ou arquivos digitais que os contenham, salvo na etapa de replicação industrial de mídias ópticas de leitura a laser - A imunidade musical foi trazida ao rol de imunidades dos impostos pela famigerada EC nº 75, publicada no Diário Oficial de União (DOU) em 16.10.2013. A queda nas vendas de obras musicais se viram em situação alarmante, afinal qualquer obra musical, seja em áudio ou em vídeo, pode ser facilmente encontrada gratuitamente na rede mundial de computadores. Com essa norma imunizatória, espera-se a redução do custo final para as obras musicais de artistas brasileiros ou por eles interpretados, trazendo consigo o acesso á cultura pelas classes menos privilegiadas economicamente.
	Diante do trabalho exposto, é possível afirmar que a existência de atividades imunes à tributação implica em reconhecer que sua implementação deve atender às finalidades estabelecidas na Constituição. Enfim, a imunidade não é uma benesse, um privilégio que a sociedade concede, mas um ônus que assume aquela instituição que se obriga a cumprir os requisitos constitucionalmente estabelecidos para o exercício daquelas determinadas atividades. 
	O titular da imunidade não é nem a instituição, nem o Estado, mas a sociedade, representada, que estabelece no ordenamento jurídico as diretrizes a serem seguidas por aqueles que desejam ser desonerados de impostos.
	Por fim, fato incontestável é que a imunidade tributária deve alcançar todo o conjunto patrimonial das pessoas, coisas e instituições salvaguardadas pela CF, pois, se assim não fosse, a incidência de outros tributos (que não os impostos), certamente, prejudicariam o livre exercício das atividades que se pretendeu imunizar, desse modo, inviabilizando a conquista dos preceitos constitucionais almejados pelo regime democrático.

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