Buscar

A História Da Educação Dos Surdos No Brasil

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

Historia da Educação do Surdo
Na antiguidade, os Gregos viam os surdos como seres incapazes, pois para eles o pensamento se dava mediante a fala. Sem a audição os surdos na época ficavam fora dos ensinamentos e com isso, não adquiriam o conhecimento. Os Romanos privavam os surdos de direitos legais. Eles não herdavam os bens da família, não votavam etc.
A mudança no pensamento de que os surdos eram incapazes de aprender foi iniciada pelo religioso surdo chamado Ponce de León, um monge beneditino, que vivia em uma cidade da Espanha. Ele ensinava surdos filhos de nobres preocupados com a exclusão de seus filhos diante da sociedade e da lei. Constituiu uma escola para Surdos em seu próprio monastério e nela utilizava, para educar seus alunos, um alfabeto bi-manual – utilizando ambas as mãos – e alguns sinais simples.
Depois de inúmeros acontecimentos com relação à educação de surdos, chega ao Brasil, a pedido de D. Pedro II, o professor surdo francês Eduard Huet, que fundaria, posteriormente, no Rio de Janeiro, o Instituto de Surdos-Mudos, começando assim a história da educação dos surdos no Brasil. O trabalho proposto pelo francês seguia a Língua de Sinais e por isso o mesmo foi considerado o introdutor da Língua de Sinais Francesa no Brasil.
O instituto para surdos foi fundado por Huet em 1857. Inicialmente chamado de Instituto de Surdos-Mudos, passando a receber o nome de Instituto Nacional de Surdos-Mudos. Funcionava como um internato e lá crianças e adolescentes estudavam conteúdos como Português, Matemática, História, Geografia, Linguagem articulada, etc.
O alfabeto manual francês foi difundido no Brasil pelos próprios Surdos, alunos do instituto que logo recebeu o nome de INES – Instituto Nacional de Educação de Surdos.
Em 1861, Huet foi embora do Brasil para lecionar aos surdos no México. Após sua saída, o Instituto trocou de diretor várias vezes e, na época em que passou a se chamar Instituto Nacional de Educação de Surdos ficou sob a direção de Ana Rímola de Faria Daoria, que proibiu o uso da Língua dos Sinais nas salas de aula.
Nos Estados Unidos, entre os anos 1870 e 1890, Alexander Grahan Bell publicou vários artigos criticando casamentos entre pessoas surdas, a cultura surda e as escolas residenciais para surdos, alegando que são os motivos para o isolamento dos surdos da sociedade. Ele era contra a língua de sinais argumentando que a mesma não propiciava o desenvolvimento intelectual dos surdos.
No Brasil, em 1875, um fato se contrapõe as ideias de Graham Bell, um ex-aluno do INES, Flausino José da Gama, aos 18 anos, publicou “Iconografia dos Sinais dos Surdos-Mudos”, o primeiro dicionário de língua de sinais no Brasil. Apesar desse fato, no cenário mundial, muitos professores defendiam ideias parecidas com as de Alexander Graham Bell, defendendo o método denominado oralismo puro como o mais adequado para educação dos surdos.
Em 1880, realizou-se Congresso Internacional de Surdo-Mudez, em Milão – Itália, que foi organizado por especialistas ouvintes na área de surdez, todos defensores do oralismo puro. Graham Bell teve grande influência no mesmo. Nele, o método oral foi votado como o mais adequado a ser adotado pelas escolas de surdos e a língua de sinais foi proibida oficialmente. Alegou-se que a mesma destruía a capacidade da fala dos surdos, argumentando que os mesmos são “preguiçosos” para falar, preferindo o uso da língua de sinais. Na ocasião da votação na assembléia geral realizada no congresso todos os professores surdos foram proibidos de votar e excluídos.
Como consequência da votação do Congresso, muitos surdos tiveram um decaimento considerável em seu desempenho educacional. Proibidos de se comunicar por meio dos sinais, os surdos acabavam desenvolvendo uma fala incompreensível, o que chamou a atenção de estudiosos, como do Dr. Willian Stokoe, que começou uma importante pesquisa sobre a vida cotidiana dos surdos, e suas conclusões se opuseram totalmente ao que foi dito no Congresso Internacional. Seus estudos mostraram que as crianças que desenvolviam a linguagem dos sinais não tinham seu desenvolvimento prejudicado, muito pelo contrário, o desenvolvimento desta era muito melhor e mais depressa.
Logo após a publicação dos estudos de Stokoe, um novo Congresso Mundial em Paris votou a favor de uma comunicação total (oral, gestual, mímica, etc) como método a ser utilizado na educação dos surdos.
Em 1987 foi fundada no Brasil a FENEIS – Federação Nacional de Educação e Integração de Surdos, também no Rio de Janeiro. Apesar da fundação, a mesma só conseguiu uma sede seis anos depois. Em 1994, foi aprovado o direito de todas as crianças, com deficiência ou não, estarem inseridas em escolas regulares de ensino conforme a Declaração de Salamanca, que define, ainda, que o devido atendimento as suas necessidades deverão ser atendidos.
Em 24 de Abril de 2002, o Presidente da República Fernando Henrique Cardoso sanciona a Lei número 10.436. Lei esta que oficializa a Libras – Língua Brasileira de Sinais como segunda língua do Brasil e declara a mesma como de direito de todo cidadão Surdo como sua língua materna. Em 2005 aprova-se também o Decreto 5.626 no dia 22 de Dezembro. Decreto esse que sustenta a Lei 10.436 de 24 de Abril de 2002 e especifica os demais direitos dos cidadãos surdos como na área da saúde, educação, trabalho. 
Atualmente, seguindo as exigências de tais legislações a Língua Gestual-Visual Brasileira ou Língua Brasileira de Sinais vêm sendo inserida nos cursos de graduação com licenciaturas. Intérpretes de Libras vêm sendo contratados para atuarem em diversos espaços da sociedade. Em algumas Universidades Federais do Brasil também já encontramos o curso de Letras / Libras com Licenciatura para formar Professores de Libras e Bacharelado para formação de Intérpretes.
Referências:
A História Da Educação Dos Surdos No Brasil. Trabalhos gratuitos. Disponível em: <https://www.trabalhosgratuitos.com/Sociais-Aplicadas/Ci%C3%AAncias-Sociais/A-Hist%C3%B3ria-Da-Educa%C3%A7%C3%A3o-Dos-Surdos-No-Brasil-542706.html> Acesso em: 14 maio. 2018

Outros materiais