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Técnica de triagem de múltiplas vítimas utilizada no Atendimento Pré-
Hospitalar, Método Start (simples triagem e rápido atendimento) 
Antes de responder o que é o método START, é necessário que sejam apresentados alguns conceitos que 
permitem a inserção da técnica em um contexto. 
O pré-hospitalar apresenta particularidades que interferem na assistência prestada. Esse ambiente é muitas 
vezes considerado inadequado, sem iluminação, regado pela chuva, com calor extremo e até mesmo com 
possibilidade de novos incidentes. 
Sendo assim, a ação da equipe de profissionais capacitados deve ser rápida, porém pautada por condutas 
adequadas e fundamentadas cientificamente. As intervenções podem definir a vida ou a morte, a sequela 
temporária ou definitiva e até mesmo uma vida dependente ou produtiva. Portanto, devem ser realizadas de 
modo ágil e tranquilo, garantindo a segurança da equipe e da (s) vítima(s). 
 
O Atendimento Pré-Hospitalar prestado a uma única vítima possui princípios bem diferentes da atuação 
prestada em Incidentes de Múltiplas Vítimas (IMV). No primeiro caso, todo recurso deve ser disponibilizado 
na tentativa de salvar a vida ou evitar sequelas no indivíduo. 
 
O segundo, por outro lado, exige a tentativa de salvar o maior número de vítimas possíveis. 
 
Surge então a necessidade de definir prioridades por meio da triagem. 
 
É preciso deixar claro que em ambos os casos os profissionais precisam de treinamento adequado para 
definir e executar as técnicas de atendimento 
 
Em primeiro lugar precisamos definir quando aplicar o método start. 
 
 
Simulação de acidente no curso de APH – Atendimento Pré-Hospitalar do IESPE 
 
Primeiro passo é definir que temos alguns senários distintos em um bom atendimento. No contexto geral 
qualquer acidente envolvendo mais de 5 pessoas pode ser aplicado o método start, ou um incidente em que 
há um desequilíbrio entre a necessidade de cuidados e os recursos disponíveis. 
 
EX: Onde aplicamos o método START 
 
1 socorrista: Para múltimas vitimas (2 ou mais) 
2 socorristas: Para 4 vitimas graves, (prioridade é de quem tem maior chance de sobrevivência) 
10 socorristas: Para 30 vitimas. 
 
 
 
Triagem de vítimas 
 
A palavra triagem, segundo o dicionário Michaelis, tem etimologia francesa e significa “selecionar, ato de 
escolher”. Consiste em um processo de classificação das vítimas por gravidade, com o objetivo de tratá-las 
maximizando os sobreviventes e reduzindo as sequelas. Há registros históricos do ano de 1800 sobre as 
primeiras aplicações da triagem nos campos de batalha de Napoleão Bonaparte, na tentativa de tratar os 
soldados que poderiam voltar para a linha de frente. O número elevado de soldados era quase sinônimo de 
vitória. 
Atualmente, com o surgimento de ataques terroristas e 
catástrofes naturais, o atendimento pré-hospitalar tem a triagem 
como ferramenta imprescindível, uma vez que um incidente com 
múltiplas vítimas apresenta recursos em proporção incompatível 
para atendimento e transporte de todos envolvidos no sinistro. 
Ou seja, se os recursos (humano, infraestrutura, materiais, 
transporte) disponíveis são escassos, há necessidade de se 
realizar uma triagem a fim de classificar e categorizar as vítimas 
de acordo com a gravidade, utilizando a lógica “maior chance de 
sobrevivência”. 
O Ministério da Saúde define como recomendação a realização de triagem em casos de eventos com mais de 
cinco vítimas. O melhor método de triagem é aquele que é de conhecimento da equipe e aplicado de maneira 
correta. O método START, por ser simples e objetivo, é o método de triagem mais utilizado ao redor do 
mundo. 
Levando em consideração que o ambiente está seguro, o cenário já foi avaliado e isolado pela primeira 
equipe que chegou no local do sinistro e as informações já foram repassadas para que a central de regulação 
acione reforços e apoio necessário, agora sim podemos voltar ao início do raciocínio: “O que é o método 
START ( Simples triagem e Rápido Tratamento) Já sabemos o contexto no qual podemos precisar dele, 
agora vamos aprender como utilizá-lo. 
 
Como deve ser a utilização do método START? 
 
Este método utiliza do mnemônico “30-2-pode fazer” para triar as vítimas de um incidente, no qual: 
 
 “30” avalia a capacidade respiratória em um minuto, 
 “2” a qualidade da perfusão periférica em 2 segundos 
 “pode fazer” o nível de consciência dessa vítima para seguir os comandos dos socorristas. 
 
Essa avaliação inicial dura aproximadamente 30 segundos e não deve ultrapassar 60 segundos. Portanto, é 
rápida e não requer equipamentos médicos especializados. 
Lembre-se que o START é um processo dinâmico e contínuo. Assim, as vítimas devem ser avaliadas, 
classificadas e reavaliadas constantemente até que o tratamento definitivo em um centro de trauma seja 
feito, pois uma classificação inicial pode ser alterada à medida que decorre o tempo após o trauma (as lesões 
ocultas aparecem). 
 
Exemplo: Onde as vitimas podem mudar dentro da classificação após um período de tempo: 
 
 Classificação amarela: Pode evoluir para vermelha, até verde. 
 Classificação vermelha: Pode evoluir para amarela ou vermelha. 
 Classificação verde: Pode evoluir para amarela ou até vermelha. 
 Todas elas podem evoluir para a cor preta a qualquer momento. 
 
 
 
 
Abaixo segue o fluxograma sugerido: 
 
Como é a categorização das vítimas triadas? 
 
No método START, as vítimas são classificadas pelo estado de gravidade e 
cada categoria utiliza uma cor para fácil identificação no momento de 
evacuação e transporte da cena. 
Imediata (cor vermelha): vítimas com ferimentos graves, porém com 
chance de sobrevida. Possuem prioridade elevada para atendimento, 
retirada da cena e transporte. Exemplo: Trauma torácico com tórax 
instável. 
Pode aguardar (cor amarela): vítimas com ferimentos moderados. Podem 
aguardar um tempo na cena até tratamento definitivo. Exemplo: membros 
fraturados. 
Leve (cor verde): vítimas com ferimentos mínimos, que podem 
deambular e ajudar outras vítimas mais debilitadas. Essas vítimas são as 
que costumam causar alguns problemas, pois estão deambulando, 
assustadas e com dores. Deve-se investir apoio psicológico e orientação 
para que não sobrecarreguem o serviço terciário de saúde. Exemplo: 
escoriações difusas no corpo. 
Mortos (cinza ou preto): vítimas que não respondem a procedimentos 
simples, como abertura de vias aéreas e com ferimentos críticos que 
indicam morte iminente. Exemplo: paciente em parada cardíaca, exposição 
de massa encefálica. 
 
 
 
A categorização pode ser facilitada pelo uso de cartões nas cores vermelha, amarela, verde e preta (cinza). 
Esses instrumentos são colocados em cada vítima de acordo com a gravidade. 
 
 
Após a categorização das vítimas, o que deve ser feito? 
 
As vítimas devem ser encaminhadas às áreas de prioridade, que possuem as mesmas cores definidas de 
acordo com a categorização das vítimas (vermelha, amarela, verde e cinza). O serviço de pré-hospitalar 
geralmente delimita essas áreas com lonas estendidas no chão, em área segura, para que seja realizada a 
segunda parte da triagem, confirmando a categorização e iniciando o tratamento da equipe médica para 
posterior transporte. 
 
Simulação de acidente com múltiplas vítimas realizado pela VIABAHIA em Jequié 
 
Quando essas vítimas têm acesso ao tratamento definitivo? 
A continuidade do serviço pré-hospitalar e o tratamento definitivo ocorre no intra-hospitalar. Para que os 
acidentados tenham acesso a esse serviço, é realizado a triagem de evacuação. 
 Identificação vermelhas: As vítimas graves , transportadas até o hospital em caráter de 
Emergência. 
 Identificação amarelas: As vitimas moderadas, transportadas para o hospital em caráter de 
urgência. 
 Identificação verdes: As vítimas leves podem ir por meios próprios, sendo orientadas a procurar 
unidades de menor complexidade. 
 Identificação Cinza ou Preto: Estas vítimas podem ser removidas, se necessário ainda, apósa 
evacuação de todas as outras. 
 
 
Quem pode classificar as vítimas de acordo com o método START? 
É importante ter conhecimento e treinamento especializado para aplicação desse método, uma vez que o 
número de vítimas em um ambiente de austeridade requer calma, logística e liderança. A tomada de decisões 
e o raciocínio crítico-reflexivo sobre o estado das vítimas são os maiores desafios para esse profissional, uma 
vez que ficará sob sua responsabilidade o reconhecimento das vítimas em estado crítico e com pouca chance 
de sobrevida. Treinamento e educação permanente é o caminho indicado para conseguir atendimento linear 
e sistematizado. 
 
 
 
 
Existem outros métodos de triagem? 
 
Sim! Os outros métodos de triagem de vítimas no pré-hospitalar utilizam a lógica descrita para o START com 
algumas adequações para a realidade local. 
 M.A.S.S. (move, assess, sort, send): mover, avaliar, classificar e enviar. 
 SALT (sorting, assessing, life-saving, treatment, transport): classificar, avaliar, intervir para salvar 
vidas, tratar/transportar. 
 Protocolo de Manchester: classificação de risco utilizada no meio intra-hospitalar, pretende 
assegurar que a atenção médica ocorra de acordo com o tempo resposta determinado pela gravidade 
clínica do paciente, além de ser ferramenta importante para o manejo seguro dos fluxos dos 
pacientes quando a demanda excede a capacidade de resposta. 
 
Pontos importantes para consideração: 
 
O estabelecimento de protocolos facilita a realização das intervenções em qualquer situação. Esse reflexo 
fica mais evidente em situações extremamente estressantes como IMV. Os protocolos servem para nortear o 
atendimento, lembrando que as adaptações são cabíveis, desde que aplicadas de forma coerente. 
As simulações com cenários realísticos são muito eficazes, principalmente quando realizadas com diferentes 
seguimentos como Corpo de Bombeiros, SAMU (Serviço de Atendimento móvel de Urgência), Defesa Civil, 
Polícia Rodoviária Federal, Agentes de Trânsito, Companhias Energética, entre outros. Apesar de todas as 
instituições apresentarem o mesmo propósito que é atender a vítima, cada uma possui seu próprio processo 
de serviço e a união de todos é lapidada a cada atendimento. Sendo assim, a cada simulação o serviço vai se 
estreitando em prol da vida dos envolvidos. 
Outro aspecto importante é um Sistema de Comando de Incidentes (SCI), em que todos os profissionais 
envolvidos em uma cena de desastre devem estar alinhados com os fluxogramas de atendimento de vítimas 
e conhecer a pactuação entre as categorias profissionais e hospitais que receberão as vítimas. Em relação aos 
hospitais, vale destacar que nem sempre o mais próximo do desastre poderá receber um número elevado de 
vítimas. 
Conclusão 
 
O IMV é um evento caótico que possui vítimas gritando, pessoas chorando, sangue, mutilações, várias 
pessoas pedindo por socorro e socorristas precisando decidir quem serão os primeiros a serem socorridos, 
quem serão os mais graves, quem serão os ignorados em primeira instância. Essas são decisões muito 
difíceis de serem realizadas. Muito complicado deixar uma criança de 5 anos em parada cardiorrespiratória 
(PCR) sem assistência porque existem dezenas de vítimas precisando do seu trabalho. Que bom seria se cada 
vítima possuísse sua equipe exclusiva. Infelizmente isso é sinônimo de utopia. 
Sendo isso uma verdade, vale ressaltar a importância de se respeitar as categorias definidas pelo método 
START e atendê-las conforme preconizado. Uma criança em PCR é classificada como código cinza e deve ser 
expectante até que tenha recurso suficiente para atender a todos. Provavelmente essa criança aumentará o 
número de óbitos do incidente, mas a sua conduta enquanto socorrista fará com que tantas outras vítimas 
sobrevivam. Decisões complexas! Então precisamos ser frios? Negativo! Precisamos estar preparados 
tecnicamente. Basta respeitar o princípio básico do IMV: salvar o maior número de vítimas possível. 
Referências para consulta: 
1. National Association of Emergency Medical Technicians (NAEMT). PHTLS: Atendimento pré-
hospitalar ao traumatizado. 8ª edição. Editora Artmed. 2017. 
2. Grupo Brasileiro de Classificação de risco. O Protocolo de Manchester de Classificação de Risco. 
Disponível em: <http://gbcr.org.br/sistema-manchester->. Acesso em 20 fev 2018. 
3. Significado palavra “triagem”. Consulta em dicionário Michaelis Online. Disponível em: 
<http://michaelis.uol.com.br/moderno-portugues/>. Acesso em 20 fev 2018. 
 
http://gbcr.org.br/sistema-manchester-
http://michaelis.uol.com.br/moderno-portugues/

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