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Escrita de Sinais livro letras libras

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Indaial – 2019
Escrita dE sinais
Prof.a Mariana Correia 
Prof. Cristian Hernando Sardo da Cunha
1a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2019
Elaboração:
Prof.a Mariana Correia 
Prof. Cristian Hernando Sardo da Cunha
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
Impresso por:
C824e
 Correia, Mariana
 Escrita de sinais. / Mariana Correia; Cristian Hernando Sardo 
da Cunha. – Indaial: UNIASSELVI, 2019.
 260 p.; il.
 ISBN 978-85-515-0427-7
1. Libras. - Brasil. II. Centro Universitário Leonardo Da Vinci.
CDD 371.903
III
ApresentAção
Livro didático Escrita de Sinais Apresentação
Acadêmico! Seja bem-vindo ao Livro Didático de Escrita de Sinais. 
Neste material, estudaremos as formas de registro e leitura utilizando a escrita 
de sinais pelo sistema SignWriting e questões relacionadas à alfabetização 
em escrita de sinais e à literatura surda. Desse modo, o livro didático que 
você tem em mãos é dedicado à aprendizagem da Escrita de Sinais de modo 
que você seja capaz de compreender como se dá o registro dos parâmetros 
fonológicos que estruturam a Libras e como eles são escritos com o uso 
do sistema SW. Contudo, antes de delimitar cada uma das unidades que 
compõem o estudo a ser iniciado, é necessário destacar brevemente alguns 
aspectos importantes em relação à escrita, à SW e à importância da escrita.
A escrita surgiu da necessidade de registro das ações do homem, tendo 
sido desenvolvida a partir de situações em que o registro das quantidades de 
animais, produtos e alimentos se tornaram necessárias devido ao aumento 
do volume de negócios em que as pessoas começaram a ser envolvidas após 
o crescimento do comércio entre os povos. Desse modo, podemos dizer 
que a escrita surgiu de uma necessidade matemática de controle e anotação 
das quantidades envolvidas numa negociação. Inicialmente, foi utilizada a 
proporção de um para um, ou seja, uma marca, nós, pedra ou fichas diferentes 
para cada tipo; contudo, esse modo de organização começou a não dar conta 
do volume de coisas envolvidos. 
Após, começaram a ser feitos os registros de equivalência entre uma 
certa quantidade e um tipo de envelope que tinha dentro de si o número 
de fichas correspondentes, por exemplo, as bullae em que cada uma delas 
tinha registrado do lado de fora símbolos que expressavam a quantidade 
de fichas e o tipo de fichas, a partir deste momento, começou a ser possível 
“ler” um símbolo. Com o tempo, essa forma de representação simbólica 
também se tornou ineficaz, pois dependia de inúmeras referências e 
representação. Então, os povos começaram a desenvolver um sistema que 
levava em consideração o som dos símbolos, o que acabou por dar origem 
aos sistemas de escrita utilizados pelos povos do Egito e do Vale do Rio 
Indo. Partindo deste conhecimento, os gregos elaboraram o sistema de 
representação fonético em que cada fonema teve sua representação escrita 
IV
expressa, possibilitando o registro da escrita a partir da combinação de um 
número limitado de símbolos fonéticos, dando origem, assim, ao alfabeto 
que utilizamos no Ocidente. 
Logo, a escrita nasceu e se desenvolveu a partir da necessidade 
de registro das ações humanas, e, com o tempo e o desenrolar da História 
da Humanidade, tornou-se a principal forma de estabelecer as relações 
comerciais, armazenar e difundir o conhecimento, estruturar o pensamento 
e validar as negociações e contratos, ou seja, adquiriu o status e o poder para 
ser o modo mais importante de comprovar, validar, apresentar, manter e 
difundir o conhecimento humano.
Devido a essa importância, estudiosos das línguas de sinais criaram 
ao longo do tempo diferentes modos registro das línguas de sinais, passando 
por descrições, desenhos, fotos em sequência e/ou alteadas por elementos 
para demonstrar o movimento, registros em vídeo e glosas; através de 
diferentes suportes, como papel, CDs e, mais recentemente, a internet. Além 
disso, diferentes formas e sistemas de notação e escrita foram desenvolvidos, 
tais como: a notação Mimographie, a notação de Stokoe, o HamNoSys, o 
Sistema D’Sign, a Notação de François Neves e o ELiS. Porém, nenhum deles 
teve o alcance, a divulgação e a aceitação mundial que o SignWriting obteve 
desde seu desenvolvimento a partir do DanceWriting. 
O Dance Writing foi criado por Valerie Sutton para o registro 
de movimento do balé clássico, ao terem contato com esse sistema, 
pesquisadores dinamarqueses a convidaram para adaptar o sistema para o 
registro da sinalização de surdos. A partir daí, Valerie Sutton se envolveu 
com o desenvolvimento da escrita de sinais, a divulgação da cultura e a 
ampliação dos materiais em SW. As características que fizeram do SW aceito 
entre a comunidade surda são as mesmas que tornaram o sistema alfabético 
tão aceito entre os ouvintes, é um modo fácil e intuitivo formado a partir 
de um conjunto delimitado de grafemas que permite o registro de todas as 
partes que compõem os sinais, sendo possível a escrita e a leitura das línguas 
de sinais de forma clara e objetiva. Além disso, tem a característica de que, 
como todo o registro vivo de uma língua, estar em constante adaptação e 
modificação a partir de um núcleo básico de princípios que compõem o SW.
Este livro didático parte, basicamente, desses aspectos de importância 
da escrita e do desenvolvimento da SW. Na Unidade 1, serão estudadas as 
formas de registro da ES através do Sistema de Escrita SW, serão vistas as 
questões sobre perspectiva, locações, registro de grafemas, movimento, 
marcas não manuais e os modos como o registro com o uso do SW pode 
ser feito à mão ou através de meios digitais. Na Unidade 2, este material 
apresentará aspectos relevantes em relação aos princípios de alfabetização 
e construção do raciocínio semiótico; aos modos como a ES é utilizada na 
alfabetização e letramento de surdos, além disso, serão discutidas estratégias 
para a alfabetização em ES a partir de projetos, exemplos e instituições, bem 
como estarão postos princípios e exemplos de adaptação de atividades de 
V
alfabetização para o ensino e aprendizagem de ES. Por fim, na Unidade 3, 
serão discutidos tópicos relacionados à literatura surda e ao uso da ES para o 
desenvolvimento de materiais para a divulgação, registro e desenvolvimento 
de diferentes materiais utilizando a ES como forma de apresentação das 
diferentes apresentações, tipologias e usos da literatura de ficção e de 
pesquisa no Brasil e no mundo.
Bons estudos!
Prof.a Mariana Correia
Prof. Esp. Cristian Sardo
Neste livro didático serão utilizadas as abreviaturas ES para fazer referência à 
Escrita de Sinais pelo sistema SignWriting. Entretanto, quando importante para aquilo que 
está sendo explicado, será usado SW para fazer referência específica ao sistema SignWriting.
NOTA
É recomendada a consulta ao Livro Didático de Introdução à Escrita de Sinais 
para maior aprofundamento dos aspectos apontados de modo breve na Apresentação.
NOTA
VI
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para 
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há 
novidades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova 
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também 
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade 
de estudá-locom versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto 
em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
NOTA
VII
VIII
Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma disciplina e com ela 
um novo conhecimento. 
Com o objetivo de enriquecer seu conhecimento, construímos, além do livro 
que está em suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, por meio dela você terá 
contato com o vídeo da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complementares, 
entre outros, todos pensados e construídos na intenção de auxiliar seu crescimento.
Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.
Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada!
LEMBRETE
IX
UNIDADE 1 – ESCRITA DE SINAIS: SIGNWRITING.....................................................................1
TÓPICO 1 – ESTRUTURA E PERSPECTIVA .......................................................................................3
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................................................3
2 ESPAÇO DE ARTICULAÇÃO/SINALIZAÇÃO ...............................................................................5
3 PERSPECTIVA EXPRESSIVA E RECEPTIVA ...................................................................................9
4 ESCRITA EM COLUNAS ....................................................................................................................11
5 ESCRITA DO GRAFEMA DE MÃO .................................................................................................13
5.1 ORIENTAÇÃO DA MÃO ...............................................................................................................14
5.2 ORIENTAÇÃO DE PALMA DA MÃO .........................................................................................15
5.3 CONFIGURAÇÕES DE MÃO........................................................................................................17
6 ALFABETO MANUAL .........................................................................................................................20
7 PRÁTICA DE LEITURA ......................................................................................................................21
7.1 TEXTO ...............................................................................................................................................22
7.2 GLOSSÁRIO ....................................................................................................................................23
7.3 TRADUÇÃO .....................................................................................................................................23
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................24
AUTOATIVIDADE .................................................................................................................................26
TÓPICO 2 – REGISTRO DE LOCAÇÕES, MOVIMENTOS E TIPOS DE CONTATO .............29
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................................29
2 LOCAÇÕES ...........................................................................................................................................31
2.1 FACE E CABEÇA .............................................................................................................................34
2.2 PESCOÇO, OMBROS E PEITO ......................................................................................................37
3 GRAFEMAS DE MOVIMENTO I .....................................................................................................39
3.1 PLANO DE MOVIMENTO ............................................................................................................40
3.2 DINÂMICA E DURAÇÃO DE MOVIMENTO ...........................................................................48
4 PRÁTICA DE LEITURA ......................................................................................................................50
4.1 TEXTO ...............................................................................................................................................51
4.2 GLOSSÁRIO .....................................................................................................................................52
4.3 TRADUÇÃO .....................................................................................................................................52
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................53
AUTOATIVIDADE .................................................................................................................................55
TÓPICO 3 – GRAFEMAS DE MOVIMENTO II E TIPOS DE CONTATO ..................................57
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................................57
2 GRAFEMAS DE MOVIMENTO II ...................................................................................................57
2.1 MOVIMENTO DOS DEDOS ..........................................................................................................58
2.2 MOVIMENTO DE ANTEBRAÇOS ...............................................................................................61
2.3 MOVIMENTO DE PULSO .............................................................................................................65
3 TIPOS DE CONTATO ..........................................................................................................................67
3.1 TOCAR E BATER .............................................................................................................................68
3.2 ESCOVAR ..........................................................................................................................................69
3.3 ESFREGAR EM CÍRCULO E LINEAR .........................................................................................70
3.4 PEGAR ..............................................................................................................................................71
3.5 GRAFEMAS DE CONTATO ENTRE PARTES DO CORPO ......................................................71
sumário
X
3.6 GRAFEMAS DE SUPERFÍCIE .......................................................................................................72
4 PRÁTICA DE LEITURA ......................................................................................................................74
4.1 TEXTO ...............................................................................................................................................75
4.2 GLOSSÁRIO .....................................................................................................................................76
4.3 TRADUÇÃO .....................................................................................................................................76
LEITURA COMPLEMENTAR ...............................................................................................................77
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................80AUTOATIVIDADE .................................................................................................................................82
UNIDADE 2 – GRAFEMAS NÃO MANUAIS, ALFABETIZAÇÃO E
 LETRAMENTO EM ESCRITA DE SINAIS ............................................................85
TÓPICO 1 – GRAFEMAS PARA EXPRESSÕES NÃO MANUAIS ...............................................87
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................................87
2 EXPRESSÕES VINCULADAS AO ROSTO ....................................................................................89
2.1 OLHOS E DIREÇÃO DO OLHAR ................................................................................................90
2.2 BOCA, DENTES, LÁBIOS E LÍNGUA ..........................................................................................93
2.3 NARIZ, BOCHECHA E RESPIRAÇÃO........................................................................................97
2.4 SOBRANCELHAS ...........................................................................................................................98
3 EXPRESSÕES VINCULADAS AO CORPO ..................................................................................100
3.1 TRONCO, VISTA DE CIMA ........................................................................................................100
3.2 CINTURA ........................................................................................................................................102
4 PRÁTICA DE LEITURA ....................................................................................................................103
4.1 TEXTO .............................................................................................................................................103
4.2 GLOSSÁRIO ...................................................................................................................................105
4.3 TRADUÇÃO ...................................................................................................................................105
RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................106
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................107
TÓPICO 2 – ESCRITA, ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO EM ESCRITA DE SINAIS ....109
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................109
2 ESCRITA, ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO ........................................................................111
3 EDUCAÇÃO BILÍNGUE NO ENSINO DA ESCRITA DE LIBRAS .........................................114
4 PROCESSOS EDUCACIONAIS SOBRE ESCRITA DE SINAIS ..............................................117
4.1 PRODUÇÃO ESCRITA .................................................................................................................117
4.2 LEITURA DE TEXTO ....................................................................................................................119
5 PRÁTICA DE LEITURA ....................................................................................................................120
5.1 TEXTO .............................................................................................................................................121
5.2 GLOSSÁRIO ...................................................................................................................................122
5.3 TRADUÇÃO ...................................................................................................................................126
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................127
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................129
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................131
TÓPICO 3 – ESTRATÉGIAS PARA ALFABETIZAÇÃO EM ESCRITA DE SINAIS ...............131
2 PROCESSO SEMIÓTICO .................................................................................................................132
3 ETAPAS DO PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO EM ESCRITA DE SINAIS .......................134
4 ELABORAÇÃO DE ATIVIDADES EM ESCRITA DE SINAIS .................................................138
4.1. MATERIAS PARA O DESENVOLVIMENTO DA ESCRITA EM SW ...................................146
4.2 ADAPTAÇÃO E TRANSFORMAÇÃO DE ATIVIDADES PRONTAS ..................................152
5 PRÁTICA DE LEITURA ....................................................................................................................158
5.1 TEXTO .............................................................................................................................................158
5.2 GLOSSÁRIO ...................................................................................................................................160
5.3 TRADUÇÃO ...................................................................................................................................160
XI
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................161
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................168
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................170
UNIDADE 3 – REGISTRO ESCRITO EM ESCRITA DE SINAIS E
 LITERATURA SURDA ..............................................................................................173
TÓPICO 1 – REGISTRO ESCRITO EM ESCRITA DE SINAIS ...................................................175
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................175
2 REGISTRO EM ESCRITA DE SINAIS ...........................................................................................176
2.1 REGISTRO COMPLETO OU REGISTRO PADRÃO ................................................................178
2.2 REGISTRO SIMPLIFICADO OU REGISTRO MANUAL ........................................................180
3 ESCRITA DIGITAL ............................................................................................................................182
4 ESCRITA DE CLASSIFICADORES ................................................................................................199
5 REGRAS ORTOGRÁFICAS .............................................................................................................200
6 PONTUAÇÃO NA ESCRITA DE SINAIS .....................................................................................204
7 PRÁTICA DE LEITURA ....................................................................................................................207
7.1 TEXTO .............................................................................................................................................208
7.2 GLOSSÁRIO ...................................................................................................................................209
7.3 TRADUÇÃO ...................................................................................................................................209
RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................210
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................211TÓPICO 2 – TEORIA E PERIODICIDADE LITERÁRIA ..............................................................215
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................215
2 A IMPORTÂNCIA DA LITERATURA ..........................................................................................215
NA CONSTRUÇÃO IDENTITÁRIA .................................................................................................215
3 A LITERATURA EM LP E A REPRESENTATIVIDADE SURDA .............................................218
4 TEORIA LITERÁRIA COMO CAMPO DE ESTUDO .................................................................221
5 PRÁTICA DE LEITURA ....................................................................................................................222
5.1 TEXTO .............................................................................................................................................223
5.2 GLOSSÁRIO ...................................................................................................................................226
5.3 TRADUÇÃO ...................................................................................................................................226
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................228
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................230
TÓPICO 3 – LITERATURA SURDA ..................................................................................................233
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................233
2 LITERATURA EM LIBRAS/ESCRITA DE SINAIS......................................................................234
3 PESQUISA EM ESCRITA DE SINAIS ...........................................................................................240
4 ENCAMINHAMENTOS FUTUROS NO CAMPO ......................................................................241
DE ESTUDOS EM LITERATURA SURDA ......................................................................................241
5 PRÁTICA DE LEITURA ....................................................................................................................242
5.1 TEXTO .............................................................................................................................................243
5.2 GLOSSÁRIO ...................................................................................................................................247
5.3 TRADUÇÃO ...................................................................................................................................249
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................251
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................254
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................255
REFERÊNCIAS .......................................................................................................................................257
XII
1
UNIDADE 1
ESCRITA DE SINAIS: SIGNWRITING
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• compreender a diferença entre as modalidades faladas/sinalizadas e 
escritas de uma língua;
• apresentar as bases estruturais do registro da ES;
• compreender as perspectivas receptiva e expressiva;
• examinar as diferentes formas de registro de locações, movimentos e 
tipos de contato;
• assinalar os modos de reconhecimento e escrita das marcas não manuais;
• discutir os modos de registro digital e manual da ES;
• expressar brevemente a elaboração da escrita de classificadores em ES.
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade você 
encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado. 
TÓPICO 1 – ESTRUTURA E PERSPECTIVA
TÓPICO 2 – REGISTRO DE LOCAÇÕES E GRAFEMAS DE MOVIMENTO I
TÓPICO 3 – GRAFEMAS DE MOVIMENTO II E TIPOS DE CONTATO
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos 
em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá 
melhor as informações.
CHAMADA
2
3
TÓPICO 1
UNIDADE 1
ESTRUTURA E PERSPECTIVA
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, neste tópico, estudaremos os elementos básicos envolvidos 
na escrita da Libras, dessa maneira, serão analisados os pontos importantes de 
serem observados quando se dá a transposição da expressão falada (ou seja, 
sinalizada) para expressão escrita. Isso porque fala e escrita são intimamente 
relacionadas, mas, ao mesmo tempo, apresentam características particulares que 
às distinguem.
Assim sendo, cada uma dessas formas de expressão da língua tem 
características distintas, porém, complementares, pois se de um lado a fala/
sinalização é mais ágil em relação às modificações regionais, vocabulares e 
invenções de novas palavras e sinais; de outro lado, a escrita é menos ágil, pois, para 
proporcionar o registro, a divulgação e o estudo das línguas de modo mais amplo 
e permanente, ela necessita de regras e normatizações que possam ser utilizadas, 
para a escrita, e decodificadas, para a leitura, de modo mais padronizado do que 
a estruturação utilizada na fala/sinalização. 
Entretanto, isso não quer dizer que a fala/sinalização não siga as regras 
internas da língua utilizada, nem que a escrita seja rígida a ponto de não se 
alterar de forma alguma, porque ambas espelharão tanto as normas implícitas 
quanto as mudanças que ocorrem com o uso da língua pelos falantes. Ou seja, 
as modificações da língua vão aparecer tanto na fala quanto na escrita, mas esta 
última assimilará as mudanças da língua de modo mais lento e gradual do que 
a fala/sinalização devido à necessidade de se manter mais estável para que seja 
possível de compreensão por um maior número de pessoas.
Por exemplo, durante a sinalização podem ser feitas referências, voltas na 
história, repetição caso a pessoa não tenha compreendido um sinal, dentre outras 
coisas. Já na escrita é necessário que tenhamos os elementos que possibilitem 
a leitura do sinal de modo independente em relação à pessoa que escreveu o 
sinal. Desse jeito, não podemos suprimir fonemas importantes, mas também 
não podemos sobrecarregar a escrita de informações irrelevantes que irão, 
também, dificultar a leitura, assim sendo, é imprescindível que sejam estudados 
os elementos que compõem a ES para que seja possível uma escrita de sinais 
eficiente, clara e útil.
UNIDADE 1 | ESCRITA DE SINAIS: SIGNWRITING
4
Em sua maioria os pesquisadores das línguas de sinais utilizam a mesma 
nomenclatura conceitual Linguística para as línguas orais e para as línguas de sinais, embora, 
ao longo do tempo, alguns pesquisadores tenham tentado elaborar um vocabulário 
conceitual linguístico específico para as línguas de sinais, como o conceito de quirema em 
oposição à fonema.
 A decisão dessa utilização de mesmo conceito independentemente da 
modalidade oral-auditiva ou visual-espacial está vinculada à compreensão de que as 
línguas são todas semelhantes em seus princípios básicos mentais, logo, não faria sentido 
adotar nomenclaturas diferentes para o mesmo objeto. Por exemplo, o conceito de fonema 
como unidade mínima de expressão das diferenças da língua, mesmo que tenha em sua 
base o radical fono (som), tem uma compressão que não está obrigatoriamente ligada 
ao som, mas às partes mínimas que diferenciam as palavras, logo, como conceito atende 
plenamente tanto às línguas orais quanto às línguas de sinais não sendo necessário ouso da palavra quirema (radical quiro que significa mão), porque a diferença seria apenas 
de nome e não de conceito. Observe os exemplos em que são colocadas em oposição 
palavras cuja diferença de fonemas altera o significado.
NOTA
QUADRO 1 – OPOSIÇÃO FONÉTICA ARTICULATÓRIA: F X V
FONTE: Os autores
faca X vaca
FIGURA 1 – OPOSIÇÃO FONÉTICA ARTICULATÓRIA: SÁBADO X APRENDER
FONTE: Os autores
TÓPICO 1 | ESTRUTURA E PERSPECTIVA
5
No Quadro 1 e na Figura 1 o fenômeno linguístico observado é o mesmo, 
o ponto articulatório mudou o fonema. No Quadro 1, o modo como a língua, os 
lábios e os dentes obstruem o ar faz com que seja produzido o som de /f/ ou de /v/, 
ou seja, o lugar desses elementos na boca muda o tipo de consoante emitida. Já na 
Figura 1, o lugar em que a mão está modifica o tipo de sinal produzido. Assim, o 
fenômeno linguístico observável é o mesmo.
O material-base para a elaboração desta Unidade 1 é o livro Escrita de sinais 
sem mistérios, escrito pelo casal Madson e Raquel Barreto, esse livro traz o resultado do 
estudo feito ao longo de muitos anos pelos autores. Sempre que forem feitas citações 
diretas ou indiretas serão feitas as referências completas no texto, contudo, é interessante 
que você conheça o material feito por eles.
ESCRITA DE SINAIS SEM MISTÉRIO
DICAS
FONTE: Barreto e Barreto (2015, p. 3)
2 ESPAÇO DE ARTICULAÇÃO/SINALIZAÇÃO
Espaço de sinalização
UNIDADE 1 | ESCRITA DE SINAIS: SIGNWRITING
6
O espaço de articulação/sinalização é de extrema importância para as 
línguas de sinais, pois é através dele que os sinais são formados, as sentenças 
construídas e as relações sintáticas estabelecidas, ou seja, as línguas visuais-
espaciais existem a partir do espaço de articulação/sinalização. O espaço de 
articulação ou espaço de sinalização compreende os eixos de Altura ou Plano 
Parede (Z), Largura (X) e Profundidade ou Plano Chão (Y), conforme estão 
demonstrados na Figura 2, inserida a seguir, que demonstra as possibilidades 
de realização da sinalização para expressão das línguas de sinais, como a Libras:
FIGURA 2 – ESPAÇO DE ARTICULAÇÃO/SINALIZAÇÃO
FONTE: Quadros (2008, p. 49)
Numa sinalização ao vivo ou gravada em vídeo, as pessoas conseguem 
processar as informações dos sinais feitos como um todo, percebendo e fazendo 
o processamento daquilo que está sendo sinalizado de maneira completa. Isso 
quer dizer que, numa conversa em Libras, é possível perceber os sinais de forma 
integral, sem fazer a decomposição nas partes que estruturam os fonemas e 
estruturam a sua posição nas sentenças. Por isso, entre pessoas proficientes em 
Libras a conversa flui de modo contínuo e a ênfase maior é dada àquilo que está 
sendo o sentido da conversa e não como cada parte de sinal ou sentença é feito, 
pois o cérebro processa rapidamente as informações que compõem cada sinal ou 
sentença.
Para que uma escrita das línguas de sinais seja eficiente, ela também 
precisa ser capaz de colocar as partes que constituem um sinal ou sentença de 
forma que o leitor proficiente em ES seja capaz de compreender o que está escrito 
sem ter que decompor o sinal em pedaços. Ou seja, a ES necessita ter modos de 
demonstrar claramente o uso do espaço de articulação durante o uso de cada um 
desses sinais na formação das sentenças.
Na escrita de sinais a partir do SW, existem diferentes grafemas que são 
utilizados para escrita dos componentes espaciais envolvidos na ES, tais como:
TÓPICO 1 | ESTRUTURA E PERSPECTIVA
7
De acordo com Dubois et al. (1973), os grafemas são as letras no sistema de escrita 
alfabético, assim sendo, na ES os grafemas correspondem às unidades gráficas que compõem 
o sistema de escrita, tais como as setas, asteriscos, pontos, configurações de mão etc.
NOTA
• Setas: possuem o papel de indicar como se dá a movimentação do sinal, 
demonstrando o modo como o sinal é articulado no espaço de articulação, 
em relação ao plano da parede, ao plano do chão ou ao plano diagonal e às 
possíveis interações entre eles. Por exemplo, no sinal de ENCONTRAR, 
colocado a seguir, as setas simples indicam que o movimento acontece num 
paralelo ao chão, as cores da cabeça da seta mostram o movimento realizado 
tanto com a mão direita (preenchida) quanto com a esquerda (não preenchida):
Encontrar
• Preenchimento: a forma como os grafemas são ou não preenchidos serve 
para indicar o modo como ele se posiciona no espaço, por exemplo, no sinal 
de CARRO, os quadrados representam as duas mão fechadas, por eles não 
estarem preenchidos, é possível saber que as mão estão posicionadas com as 
palmas viradas na direção do falante; o tipo de flecha indica que o movimento 
é feito no plano da parede, com a mão Direita (cabeça de seta preenchida) e 
com a mão Esquerda (cabeça de flecha sem preenchimento) por três vezes:
Carro
• Corte: serve para indicar o modo como a palma da mão está posicionada no 
espaço de sinalização, quando não apresenta corte ela está na vertical e quando 
tem uma interrupção na altura dos dedos é porque está na horizontal, por 
exemplo, os sinais de CASA e LIVRO. No primeiro, a configuração de mão está 
de lado para o falante e na vertical, no segundo, a configuração de mão está de 
lado para o falante na horizontal:
UNIDADE 1 | ESCRITA DE SINAIS: SIGNWRITING
8
 Casa Livro
• Referência e destaque corporal: são utilizadas escritas específicas para delimitar 
ponto específico do corpo do falante em que são realizados os morfemas, 
no sinal de AMIG@ o traço forte em destaque indica o peito do falante e os 
asteriscos indicam dois toques nesta parte do corpo, já no sinal de SURD@, 
aparece um círculo representando a cabeça, a configuração de mão marcando a 
posição inicial da mão na lateral da cabeça e o asterisco identificando a posição 
final do movimento.
 Surd@ Amig@/amizade
A partir dos elementos gráficos apresentados anteriormente, ficam 
em evidência as possibilidades que os grafemas da ES trazem para o registro 
e delimitação do espaço de articulação/sinalização das línguas de sinais. Cabe 
salientar que, de acordo com Barreto e Barreto (2015, p. 121): “por definição, 
sinais escritos sem nenhuma identificação do tronco (regras especiais para o 
centro do peito), braços, cabeça ou pescoço ocorrem no espaço neutro, isto é, à 
frente do tronco. Cada uma destas partes será escrita somente quando necessária 
ao entendimento do sinal”. 
Essa orientação para que sejam escritos apenas os elementos imprescindíveis 
para que o sinal seja entendido está de acordo com o princípio de economia das 
línguas, em que os detalhamentos que possam ser compreendidos pelos leitores 
proficientes não são colocados para evitar o excesso de informações, por exemplo, 
a escrita do sinal de SURD@:
Capovilla et al. (2017, p. 2643) Barreto e Barreto (2015, p. 5)
Embora os dois sinais sejam corretos, é perceptível que o sinal escrito por 
Capovilla et al. (2017) apresenta mais elementos descritivos de posicionamento do 
que aquele escrito por Barreto e Barreto (2015). Isso porque o primeiro coloca as 
informações referentes à orelha como ponto inicial através do desenho dela, bem 
como dois asteriscos que indicam o início e final do sinal. Já o segundo pressupõe 
TÓPICO 1 | ESTRUTURA E PERSPECTIVA
9
que a informação quanto à lateral da cabeça basta por si própria sem a necessidade 
de especificar a orelha, tendo em vista que anatomicamente a orelha está nesta 
posição, além disso, não coloca a necessidade de toque inicial, apenas de toque 
final na parte inferior do rosto e não necessariamente na boca. Ambos os registros 
estão corretos, porém o modo como Barreto e Barreto (2015) escrevem o sinal está 
de acordo com o princípio de economia que os autores destacam em seu livro.
De acordo com Stumpf (2008a, p. 9): “chegará o momento que uma das 
formas será estandardizada por uma determinada língua de sinais, mas no 
momento podemos encontrar e ler o sinal em qualquer uma das cinco grafias”. 
Todas as línguas escritas se desenvolveme modificam ao longo do tempo, 
contudo, como a escrita das Línguas de Sinais ainda está em processo de fixação das 
normas de escrita e de padronização da escrita das palavras, é normal existirem diferentes 
grafias corretas para as mesmas palavras. Apenas com o tempo, a divulgação, a pesquisa 
e a circulação de materiais escritos em ES é que estas diferenças gráficas serão diminuídas 
pela estabilização da escrita da Libras. Isso não quer dizer a diferença entre sinais que 
significam a mesma coisa, mas grafias diferentes para os mesmos sinais, por exemplo, em 
LP, as grafias assobio e assovio são reconhecidas como corretas e fazem referência ao 
mesmo significado e à mesma palavra.
NOTA
Os sinais escritos em SW foram feitos ou retirados com o uso do SignPudlle 
Online 2.0, disponível no endereço: http://www.signbank.org/signpuddle2.0. Ao longo 
deste livro didático serão apresentados mais alguns detalhes sobre seu uso e acesso.
NOTA
3 PERSPECTIVA EXPRESSIVA E RECEPTIVA
Ponto de vista
UNIDADE 1 | ESCRITA DE SINAIS: SIGNWRITING
10
Segundo Barreto e Barreto (2015), o primeiro elemento importante para 
o estudo da ES é a compreensão da perspectiva adotada para a escrita, ainda 
de acordo com os autores, existem duas perspectivas possíveis: a perspectiva da 
pessoa que recebe/vê o sinal ser feito pelo falante (receptiva ou de observação) e o 
ponto de vista do falante que está se expressando/realizando o sinal (expressiva). 
Os autores mencionam que para a Escrita de Sinais pelo sistema SW, 
deverá ser adotada sempre a perspectiva de quem está realizando o sinal, ou seja, 
a perspectiva expressiva é aquela que será utilizada para a escrita dos sinais em 
ES. Além disso, destacam que, mesmo a sinalização corrente sendo feita com a 
mão direita ou esquerda, de acordo com a característica do falante, o consenso 
entre os diversos materiais consultados é que a dominância na escrita seja da 
perspectiva expressiva destra, ou seja, com predominância da mão direita.
FIGURA 3 – PERSPECTIVA RECEPTIVA FIGURA 4 – PERSPECTIVA EXPRESSIVA
FONTE: Barreto e Barreto (2015, p. 121) FONTE: Barreto e Barreto (2015, p. 121)
Normalmente, quando são utilizadas fotos alteradas digitalmente, a 
perspectiva adotada é a perspectiva receptiva, ou seja, o ponto de vista oposto 
ao utilizado na ES. A fim de observarmos essa diferença de registro, foram 
colocadas, a seguir, as fotos dos autores deste livro didático juntamente com a ES 
correspondente ao sinal pessoal de cada um deles, um dos autores, a professora 
Mariana Correia, que também escreveu os livros de Sintaxe da Libras e Introdução 
à Escrita de Sinais; o outro, é o professor Cristian Sardo.
FIGURA 5 – SINAL DO AUTOR, FOTO E ES FIGURA 6 – SINAL DA AUTORA, FOTO E ES
FONTE: Os autores FONTE: Os autores
TÓPICO 1 | ESTRUTURA E PERSPECTIVA
11
Observe que as fotos alteradas digitalmente levam em consideração o 
modo como você, leitor, percebe o sinal feito, logo, demonstram a perspectiva 
receptiva como se os autores e você estivessem frente a frente numa conversa. 
Já a escrita de sinais demonstra o ponto de vista dos autores ao sinalizarem seus 
sinais, por isso, por exemplo a mão em M da professora Mariana aparece na foto 
com o dorso voltado para você e, na escrita, aparece com a palma virada para 
a professora quando faz seu sinal (como vimos antes, não preenchido significa 
palma da mão).
4 ESCRITA EM COLUNAS
Escrever em colunas
Inicialmente, o registro escrito em SW seguiu a lógica estrutural da escrita 
das línguas orais e se estruturou em linhas que deveriam ser lidas da esquerda 
para a direita, por isso, muitos textos em ES ainda são encontrados em linhas. 
Contudo, com o uso e a evolução do registro das línguas de sinais percebeu-se 
que a forma mais eficiente de escrita e leitura seria em colunas lidas de cima para 
baixo e da esquerda para a direita. De acordo com Barreto e Barreto (2015), dos 
países estudados pelos autores, apenas a Alemanha utiliza o registro em linhas 
e não em colunas devido à prioridade que as políticas públicas dão ao estudo da 
língua oral alemã.
A ES em colunas proporciona maior velocidade de leitura e a estruturação 
dentro dos espaços definidos, segundo Barreto e Barreto (2015, p. 301): “a Coerência 
e Coesão Visual das LS [Línguas de Sinais] tornam-se evidentes utilizando-se a 
escrita de Sinais. Esse sistema registra o uso de referentes dêiticos e sua retomada 
(anáfora) de forma visual direta por meio do posicionamento de seus grafemas e 
da escrita em colunas”.
A escrita em colunas permite que os elementos de articulação simultânea, 
que caracteriza as línguas se sinais, sejam colocados de forma clara e de fácil 
compreensão, ainda segundo Barreto e Barreto (2015), existem dois processos 
vinculados às características das línguas de sinais que são contemplados pela 
escrita vertical:
(1) o corpo humano está naturalmente na vertical. Podemos usar a 
simetria da linha central da ELS (trilha 0) posicionando sinais de 
forma mais natural. Os olhos lerão os sinais com mais facilidade, 
como na vida real; 
(2) é mais fácil registrar e retomar as alterações de posição do corpo e 
também os referentes estabelecidos (BARRETO; BARRETO, 2015, 
p. 173).
UNIDADE 1 | ESCRITA DE SINAIS: SIGNWRITING
12
Dessa forma, os grafemas estão posicionados de maneira mais orgânica, 
ou seja, mais relacionada ao posicionamento dos sinais ao serem realizados no 
espaço de articulação/sinalização do corpo humano, o que facilita a escrita, a 
leitura e a compreensão dos sinais escritos em colunas. De acordo com Barreto 
e Barreto (2015), cada coluna de escrita em ES é dividida por linhas imaginárias 
que são utilizadas para guiar a escrita dos sinais de modo a demonstrar as 
diferentes posições ocupadas pelas partes do corpo envolvidas na sinalização, 
nesta representação, a posição neutra central é indicada pela faixa 0; já a faixa 1 é 
usada quando a cabeça e o corpo ficam no centro, mas as mãos se posicionam à 
Direita ou à Esquerda; por fim, a faixa 2 é utilizada quando o corpo sai da posição 
neutra central e as mãos são movidas para a faixa 2.
FIGURA 7 – DIVISÃO IMAGINÁRIA DAS COLUNAS EM ES
FONTE: Barreto e Barreto (2015, p. 174)
Agora, para observar o uso das faixas imaginárias que dividem as colunas 
em ES, será feita a análise do Texto 1.
TEXTO 1:
Três
Crianças
Uma porta à 
esquerda
Uma porta à 
direita
Uma das crianças 
saiu pela porta da 
direita
Duas das crianças 
sairam pela porta 
da direita
FONTE: Barreto e Barreto (2015, p.174)
TÓPICO 1 | ESTRUTURA E PERSPECTIVA
13
No texto, escrito em ES, podemos observar o uso das faixas imaginárias 
para demonstrar o posicionamento das portas e de quantas crianças saíram por 
cada uma das portas, como especificado na Figura 8 a seguir, o deslocamento das 
mãos, algo extremamente comum nas línguas de sinais para estabelecimento das 
posições espaciais ocupadas pelos sinais, é possível de ser escrito de forma clara 
através da ES. Logo, as relações sintáticas estabelecidas no espaço de articulação 
são nitidamente escritas de maneira exata.
FIGURA 8 – DEMONSTRAÇÃO DAS FAIXAS DE POSICIONAMENTO INTERNAS DAS COLUNAS
FONTE: Barreto e Barreto (2015, p. 174)
5 ESCRITA DO GRAFEMA DE MÃO
O grafema que representa a forma como a mão do sinalizante está 
posicionada é um dos mais importantes para a Escrita dos Sinais através do 
Sistema SW, tendo em vista que os sinais nas Línguas de Sinais são formados, 
prioritariamente, por fonemas realizados pelas mãos do sinalizante.
Dessa forma, é de grande importância o estudo das formas que a ES se 
utiliza para registrar o posicionamento espacial das mãos do sinalizante durante 
a feitura de cada um dos sinais ou as mudanças de disposição manual que 
ocorrem neste momento de enunciação. Ou seja, os grafemas de mão são aqueles 
que servirão para a escrita dos fonemas manuais da Libras.
Assim, serão estudados os grafemas referentes aos grafemas de relativos 
à: Orientação de Mão palmar, dorsal ou lateral D ou E; Orientaçãode Palma em 
relação ao Planos Parede ou Chão; Configurações de Mão e, por fim, será estudada 
a escrita dactilológica específica do Alfabeto Manual.
UNIDADE 1 | ESCRITA DE SINAIS: SIGNWRITING
14
5.1 ORIENTAÇÃO DA MÃO
A ES utiliza formas específicas para demonstrar a orientação da mão 
para a feitura dos sinais, ou seja, a orientação de palma demonstra a posição da 
palma da mão em relação ao falante na perspectiva expressiva, como já vimos 
anteriormente, sendo dividida em palma, dorso e lado da mão. O quadro a 
seguir resume o que Barreto e Barreto (2015) mencionam sobre as diferentes 
orientações de mão:
QUADRO 2 – ORIENTAÇÃO DE MÃO
FONTE: Os autores
Palma da mão Dorso da mão Lado da mão Mão direita Mão esquerda
As orientações de mão laterais podem ser giradas para qualquer posição, 
na Figura 9, colocada a seguir, aparece a relação entre as posições da mão e a 
escrita delas em ES:
FIGURA 9 – ROTAÇÃO DE MÃO
FONTE: Barreto e Barreto (2015, p. 124)
Assim sendo, a rotação da mão vai seguir a mesma lógica existente entre 
dorso e palma em que a parte que representa a palma não é preenchida e a parte 
que escreve o dorso é preenchida.
TÓPICO 1 | ESTRUTURA E PERSPECTIVA
15
5.2 ORIENTAÇÃO DE PALMA DA MÃO
Orientação de palma da mão
Além do modo de orientação de mão, também é importante conhecer as 
formas como a ES representa as orientações de palma, esta escreve a posição em 
que a palma se encontra em relação aos planos da parede ou do chão. Ou seja, 
demonstram se a palma da mão está posicionada horizontal ou verticalmente.
Quando a palma da mão está na vertical, ou seja, no plano paralelo 
à parede, o grafema é escrito sem nenhuma interrupção no traçado, como 
representado na Figura 10 colocada a seguir, em que a orientação de mão indica o 
dorso dela virado para o falante e a orientação de palma verticalmente colocada e 
configuração de mão pertencente ao grupo do dedo indicador (1) em D:
FIGURA 10 – ORIENTAÇÃO DE PALMA VERTICAL
FONTE: Barreto e Barreto (2015, p. 128)
Observe os sinais escritos a seguir, eles apresentam diferentes orientações 
e configurações de mão, mas todos têm a mesma orientação vertical de palma:
Comunidades Avó/avôFamília Rezar
OM: dorso
OP: vertical
CM: C
OM: dorso
OP: vertical
CM: F
OM: lateral com 
dorso para fora
OP: vertical
CM: mão esticada
OM: palma
OP: vertical
CM: S
UNIDADE 1 | ESCRITA DE SINAIS: SIGNWRITING
16
As abreviaturas utilizadas anteriormente indicam o seguinte:
• OM: Orientação de Mão.
• OP: Orientação de Palma.
• CM: Configuração de Mão.
Neste momento, utilizaremos as referências das configurações de mão das letras.
NOTA
No momento em que a palma da mão está na horizontal, ou seja, paralela 
ao plano do chão, ela é escrita com uma interrupção no traçado, na posição em que 
está a escrita dos dedos. De acordo com Barreto e Barreto (2015, p.128): “quando 
a mão está na horizontal é representada como se você estivesse olhando suas 
próprias mãos por cima. Para isso utilizamos um pequeno espaço na altura dos 
dedos”. Não importando a altura da mão, pois se essa informação for necessária 
ela será colocada através da escrita das partes do corpo correspondentes. Na 
Figura 11, inserida a seguir, está demonstrada a orientação horizontal de palma:
FIGURA 11 – ORIENTAÇÃO HORIZONTAL DE PALMA
FONTE: Barreto e Barreto (2015, p. 128)
ou escreve-se:
Nos sinais escritos a seguir, são utilizadas diferentes orientações de mãos 
e configurações, mas todos com semelhante orientação horizontal de palma:
Também Crianças
OM: dorso
OP: horizontal
CM: D
OM: dorso
OP: horizontal
CM: mão esticada
Porque
OM: lateral com dorso para fora
OP: horizontal
CM: D
TÓPICO 1 | ESTRUTURA E PERSPECTIVA
17
Assim como na orientação de mão, os grafemas de orientação de palma 
podem ser girados em qualquer sentido: 
FIGURA 12 – ROTAÇÃO DA ORIENTAÇÃO DE PALMA
FONTE: Barreto e Barreto (2015, p. 128)
5.3 CONFIGURAÇÕES DE MÃO
Configuração de mão
Cada grafema que escreve as mãos do falante em ES carrega em si, no 
mínimo, três informações descritivas: orientação de mão, orientação de palma e 
configuração de mão. Assim, mesmo que sejam analisadas em separado, essas 
três informações estão escritas através de um único grafema.
As configurações de mão na ES têm uma compreensão semelhante às 
configurações de mão estudadas para o uso da modalidade falada/sinalizada, 
ou seja, são as formas como a mão e os dedos são posicionados para a feitura 
de cada sinal. Segundo Barreto e Barreto (2015), existem 111 configurações de 
mão em Libras, essas configurações são divididas em dez grupos baseados nas 
configurações dos números de 1 a 10 em American Sign Language (ASL):
UNIDADE 1 | ESCRITA DE SINAIS: SIGNWRITING
18
FIGURA 13 – GRUPOS DE CONFIGURAÇÃO DE MÃO
FONTE: Nobre (2011, p. 93)
Ainda segundo os autores, nessa organização todas as configurações que 
utilizam os dedos envolvidos em cada grupo são inseridas dentro de cada um 
destes conjuntos, por exemplo, todas as configurações que envolvem o dedo 
indicador estendido estão organizadas no Grupo 1. Essa informação será muito 
importante para a escrita e localização de sinais com o uso do SigPuddle 2.0, 
pois cada configuração estará dentro de seu grupo específico. Por exemplo, a 
configuração 15 faz parte do Grupo 2, nela estão envolvidas as configurações em 
que os dedos indicador e médio são utilizados como protagonistas da sinalização.
Acadêmico, na Leitura Complementar serão apresentados os dez grupos de 
configurações de mão da Libras de acordo com Barreto e Barreto (2015).
ESTUDOS FU
TUROS
TÓPICO 1 | ESTRUTURA E PERSPECTIVA
19
FIGURA 14 – CONFIGURAÇÃO DE MÃO 15
FONTE: Adaptado de Barreto e Barreto (2015, p. 307)
Refrigerante
Na Figura 14, é possível a percepção de que todos os possíveis 
posicionamentos de mão e de palma estão inseridos dentro da mesma configuração 
de mão, pois são modificações quanto ao posicionamento no espaço físico e não 
configurações de mão diferentes. Em relação à direção dos dedos para a realização 
dos sinais, Barreto e Barreto (2015) destacam que as configurações de mão podem 
ser escritas de forma inclinada ou não, de acordo com o desejo de quem está 
escrevendo sendo, pois, usos equivalentes do mesmo grafema:
FIGURA 15 – DIREÇÃO DOS DEDOS
FONTE: Barreto e Barreto (2015, p. 166)
UNIDADE 1 | ESCRITA DE SINAIS: SIGNWRITING
20
6 ALFABETO MANUAL
Assim como na sinalização, a escrita por soletração via alfabeto manual 
será utilizada nas situações em que um sinal específico não possa ser usado, como 
nomes de lugares ou pessoas que não têm um sinal, ou que o sinal será antes que 
será utilizado a partir daquele momento do texto. A escrita do alfabeto em Libras 
está colocada na Figura 16 a seguir:
FIGURA 16 – ESCRITA DO ALFABETO DE SINAIS
FONTE: Barreto e Barreto (2015, p. 220)
O Texto 2 faz parte do início de uma história mencionada por Barreto e 
Barreto (2015) como modo de treinamento da escrita e da leitura de sinais.
TÓPICO 1 | ESTRUTURA E PERSPECTIVA
21
TEXTO 2:
FONTE: Adaptado de Barreto e Barreto (2015, p. 159)
Após o momento em que o sinal é estabelecido no texto, não se faz mais 
necessário colocar a soletração do nome, logo, será usado apenas o sinal pessoal 
daquela personagem.
7 PRÁTICA DE LEITURA
Exercitar a leitura
O aprendizado de uma língua escrita necessita de contato com textos 
para que tenhamos cada vez mais agilidade na leitura dos materiais em ES. 
Tendo isso em vista, neste livro didático serão colocados ao final de cada 
tópico, além do resumo e das autoatividades, um texto com glossário para o 
desenvolvimento de sua proficiência em ES.
A metodologia que coloca atividades de leitura ao final das unidades 
do livro, foi adaptada de Barreto e Barreto (2015) que colocam ao longo de seus 
capítulos de estudo da ES partes de uma história escrita apenas em ES. Porém, 
neste material, optou-se por colocar também o texto em Língua Portuguesa 
para melhor compreensão do vocabulário utilizado.Não esqueça que qualquer 
tradução é sempre uma versão, pois duas línguas diferentes também terão modos 
diversos de expressão das mesmas informações. 
Olá
eu
Sinal de Sávio
S-Á-V-I-O {
UNIDADE 1 | ESCRITA DE SINAIS: SIGNWRITING
22
É recomendável que você aproveite para treinar a escrita de sinais 
através da cópia do texto e a leitura de ES, tentando incialmente, compreender o 
máximo possível do texto apenas com o auxílio do vocabulário e, apenas depois, 
conferindo o que você entendeu com o texto em LP. Dessa forma, você poderá 
estudar de forma mais eficiente sua leitura e escrita em ES. Boa leitura!
7.1 TEXTO
TEXTO 3: 
DEDICATÓRIA
FONTE: Barreto e Barreto (2015, p.5)
TÓPICO 1 | ESTRUTURA E PERSPECTIVA
23
7.2 GLOSSÁRIO 
Livro Educação Profissional
Brasil Bilíngue Família
7.3 TRADUÇÃO
DEDICATÓRIA
“Às comunidades surdas brasileiras, aos tradutores intérpretes de Libras, 
educadores, pesquisadores da Libras e familiares de surdos por sonharem e 
lutarem pela educação bilíngue para surdos” (BARRETO; BARRETO, 2015, p. 5).
24
Neste tópico, você aprendeu que:
• Fala e escrita são intimamente relacionadas, mas, ao mesmo tempo, apresentam 
características particulares que às distinguem.
• Cada uma dessas formas de expressão da língua tem características distintas, 
porém complementares.
• O espaço de articulação/sinalização é de extrema importância para as línguas de 
sinais, pois é através dele que os sinais são formados, as sentenças construídas 
e as relações sintáticas estabelecidas.
• Numa conversa em Libras, é possível perceber os sinais de forma integral, sem 
fazer a decomposição nas partes que os estruturam fonemas e estruturam a sua 
posição nas sentenças.
• Na escrita de sinais a partir do SW, existem diferentes grafemas que são 
utilizados para escrita dos componentes espaciais envolvidos na ES.
• Todas as línguas escritas se desenvolvem e modificam ao longo do tempo, 
contudo, como a escrita das Línguas de Sinais ainda está em processo de 
fixação das normas de escrita e de padronização da escrita das palavras, é 
normal existirem diferentes grafias corretas para as mesmas palavras.
• O registro escrito em SW seguiu a lógica estrutural da escrita das línguas orais 
e se estruturou em linhas que deveriam ser lidas da Esquerda para a Direita, 
por isso, muitos textos em ES ainda são encontrados em linhas.
• A forma mais eficiente de escrita e leitura é em colunas lidas de cima para 
baixo e da esquerda para a direita.
• Apenas a Alemanha utiliza o registro em linhas e não em colunas devido à 
prioridade que as políticas públicas dão ao estudo da língua oral alemã.
• A ES utiliza formas específicas para demonstrar a orientação da mão para a 
feitura dos sinais, ou seja, a orientação de palma demonstra a posição da palma 
da mão em relação ao falante na perspectiva expressiva.
RESUMO DO TÓPICO 1
Resumo
25
• Cada grafema que escreve as mãos do falante em ES carrega em si, no mínimo, 
três informações descritivas: orientação de mão, orientação de palma e 
configuração de mão. Assim, mesmo que sejam analisadas em separado, essas 
três informações estão escritas através de um único grafema.
• As configurações de mão na ES têm uma compreensão semelhante às 
configurações de mão estudadas para o uso da modalidade falada/sinalizada, 
ou seja, são as formas como a mão e os dedos são posicionados para a feitura 
de cada sinal.
• O aprendizado de uma língua escrita necessita de contato com textos para que 
tenhamos cada vez mais agilidade na leitura dos materiais em ES.
26
Exercícios
AUTOATIVIDADE
1 De acordo com Barreto e Barreto (2015), sobre as diferentes orientações de 
mãos utilizadas na ES. Relacione, de forma correta, Coluna I, orientação de 
mão, à Coluna II, identificação em ES:
Coluna I Coluna II
(1) Palma da mão ( ) 
(2) Dorso da mão ( ) 
(3) Lado da mão ( ) 
(4) Mão direita ( ) 
(5) Mão esquerda ( ) 
Marque a alternativa que apresenta a CORRETA numeração da Coluna II:
a) ( ) 4, 5, 3, 2 e 1
b) ( ) 3, 2, 5, 1 e 4
c) ( ) 3, 1, 4, 2 e 5
d) ( ) 3, 1, 5, 2 e 4
e) ( ) 4, 5, 3, 1 e 2
2 Em ES por SW é importante que o leitor conheça as formas como são 
registrados os textos e como são feitas as diferentes marcações dos sinais em 
ES. Baseadas em Barreto e Barreto (2015): 
I- A escrita da Locação de Mão (LM) ou ponto de articulação (PA) só será escrita 
se ela for diferente do local de sinalização neutro à frente do sinalizante, 
caso contrário, não será desenhada.
II- A CM é representada com a perspectiva da mão Direita como dominante, 
com as orientações de palma representadas com asteriscos.
27
III- As linhas na escrita de sinais são divididas em três linhas imaginárias, a 
posição média é marcada pela “Posição 0” que marca o centro do corpo; a 
“Posição 1” é aquela utilizada quando a cabeça e o corpo ficam no centro e 
as mãos se movem para a “Posição 2”.
IV- A visão de registro é pela perspectiva receptiva, ou seja, os sinais são 
escritos na visão de quem observa.
V- Quando o sinal é realizado apenas na “Posição 0”, devemos primeiro 
observar o fonema que representa a Configuração de Mão, após, a 
Localização do Sinal ou Ponto de Articulação e, por fim, o Movimento (M).
Dentre estas afirmações, quais estão CORRETAS?
a) ( ) I, II, III e IV.
b) ( ) I, II, III e V.
c) ( ) II, III, IV e V.
d) ( ) I, III, IV e V.
e) ( ) I, II, IV e V.
3 Identifique na expressão a seguir, a Orientação de Mão (OM), a Orientação 
de Palma (OP) e a Configuração de Mão (CM) utilizadas:
4 Após o nome de um personagem ser estabelecido por soletração, como ele 
será identificado no decorrer de um texto em ES?
28
29
TÓPICO 2
REGISTRO DE LOCAÇÕES, MOVIMENTOS E 
TIPOS DE CONTATO
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
No tópico anterior, foram apresentadas as formas básicas da estrutura da 
ES: a Orientação de Mão (OM), a Orientação de Palma (OP) e as Configurações 
de Mão (CM), e também a forma como o alfabeto de sinais é escrito e utilizado 
na produção de textos em ES. Desse modo, foram estudados os grafemas que 
são a base para a compreensão da ES, pois a compreensão da estrutura vertical 
da E para a D e os modos como o posicionamento e configuração das mãos serão 
escritos são imprescindíveis para o entendimento de como se dá a escrita das 
Línguas de Sinais, como a Libras, através do sistema SW.
Antes de continuarmos o estudo dos demais grafemas em ES, é 
interessante fazer a retomada dos parâmetros das línguas de sinais mencionadas 
por Brito (1995, p.14): “a estrutura sublexical [ordenação interna aos sinais] da 
LIBRAS [sic], assim como a de outras línguas de sinais, é constituída a partir de 
parâmetros (KLIMA; BELLUGI, 1979) que se combinam, principalmente com base 
na simultaneidade”. Essa simultaneidade está na base da apresentação da ES em 
colunas, como os diferentes elementos que servem para escrita dos parâmetros, 
ou seja, aspectos que são estruturantes das línguas de sinais e que ocorrem ao 
mesmo tempo. Dessa maneira a combinação dos parâmetros que compõem as 
línguas de sinais são partes em que os sinais podem ser decompostos porque não 
apresentam significado sozinhos (QUADROS; KARNOPP, 2004).
Sobre quais seriam os parâmetros das línguas de sinais, Brito (1995) e 
Quadros e Karnopp (2004) mencionam que eles são basicamente três, acrescidos 
da Orientação de Mão, aspecto ainda polêmico à época em que o livro de Brito 
(1995) foi publicado, mas mais aceito no momento da publicação de Quadros e 
Karnopp (2004) devido ao seu caráter de distinguir sinais:
• Configuração de Mão (CM).
• Movimento (M).
• Ponto de Articulação (PA) ou Locação de Mão (L).
• Orientação de Mão (OM).
UNIDADE 1 | ESCRITA DE SINAIS: SIGNWRITING
30
O caráter de distinguir sinais está vinculado à possibilidade de comparação 
entre dois sinais em que apenas a mudanças de um dos parâmetros acarrete, também, 
mudança de significado. Na Figura 17, a diferença entre os sinais de PARA CIMA e PARA 
BAIXO é feitaapenas com a alteração da Orientação de Mão (OM) o que comprova o 
caráter distintivo da OM e sua possibilidade concreta como parâmetro das Línguas de Sinais.
NOTA
FIGURA 17 – DISTINÇÃO DE OM
FONTE: Quadros e Karnopp (2004, p. 54)
PARA CIMA PARA BAIXO
Na Figura 18, a imagem demonstra os parâmetros de CM, M, PA e OM, 
com as marcações que identificam cada um dos elementos, a fim de observar 
como a ES dá conta da representação destes aspectos, foi feita a comparação entre 
duas formas de registro do mesmo sinal REFRIGERANTE com a marcação dos 
parâmetros correspondentes:
FIGURA 18 – PARÂMETROS DAS LÍNGUAS DE SINAIS: REFRIGERANTE
FONTE: Os autores
TÓPICO 2 | REGISTRO DE LOCAÇÕES, MOVIMENTOS E TIPOS DE CONTATO
31
Assim sendo, na Figura 18, podem ser vistos os parâmetros relacionados 
por Brito (1994) e Quadros e Karnopp (2004), de modo a perceber o modo como a ES 
apresenta elementos que conseguem escrever todos os parâmetros das Línguas de 
Sinais de forma, por vezes, mais detalhado do uso das fotos digitalmente alteradas.
Para escrita dos sinais em ES, os grafemas, ou seja, as formas de 
representação dos parâmetros fonológicos para o uso específico da escrita, são 
divididos em sete categorias que estão intimamente relacionadas a eles e entre si. 
Isso quer dizer que, para poder representar na escrita os parâmetros fonológicos 
das Línguas de Sinais foram necessários o estabelecimento de sete categorias 
de formas gráficas de representação, os grafemas. Segundo Sutton (2011 apud 
BARRETO; BARRETO, 2015) os grafemas utilizados na Escrita de Sinais pelo 
sistema SW são divididos em sete categorias: Mãos, Movimentos, Dinâmica e 
tempo, Cabeça e Face, Corpo, Locação Detalhada e Pontuação. Ainda de acordo 
com a mesma autora, a locação detalhada é utilizada para os registros específicos 
de pesquisa e dicionário.
No tópico anterior, foram estudados os elementos gráficos básicos para a 
escrita dos grafemas de mão, no Tópico 2, veremos como são feitos os registros 
referentes às Locações, à Cabeça e à Face, aos Movimentos e à escrita do plano e 
da dinâmica dos movimentos em ES.
2 LOCAÇÕES 
As Locações (L) ou Pontos de Articulação (PA) são os lugares específicos 
em que os sinais se localizam dentro do espaço de articulação, em ES eles serão 
especificados na escrita dos sinais quando forem imprescindíveis para a compreensão 
do léxico específico. Ou seja, caso o Ponto de Articulação (PA) possa ser depreendido 
pelo leitor, ele não será escrito pois o leitor proficiente será capaz de compreender 
qual o PA a partir dos demais grafemas utilizados na escrita dos sinais.
Esta é uma característica de escrita de todas as línguas sejam elas orais-
auditivas ou de sinais, isso porque:
Quase todos os textos que lemos ou ouvimos exigem que façamos uma 
série de inferências para podermos compreendê-lo integralmente. Se 
assim não fosse, nossos textos teriam que ser excessivamente longos 
para poderem explicitar tudo o que queremos comunicar. Na verdade 
[,] é assim: todo texto assemelha-se a um iceberg – o que fica à tona, 
isto é, o que é explicado no texto, é apenas uma parte daquilo que 
fica submerso, ou seja, implícito. Compete, portanto, ao receptor ser 
capaz de atingir os diversos níveis de implícito, se quiser alcançar 
uma compreensão mais profunda do texto que ouve ou lê (KOCH; 
TRAVAGLIA, 1990 apud WANDERLEI, 2012, p. 141).
Assim, tanto a leitura quanto a compreensão dos enunciados falados/
sinalizados pressupõem uma série de conhecimentos sobre a língua cujo registro 
está sendo lido, por exemplo, cada letra utilizada no sistema alfabético pode 
UNIDADE 1 | ESCRITA DE SINAIS: SIGNWRITING
32
corresponder a mais de um fonema (som) assim como os diferentes grafemas 
em ES podem trazer em si indicações que demonstram mais de um parâmetro. 
Como exemplo, Stumpf (2008b) coloca que foi decidido na Dinamarca há alguns 
anos que os contatos só seriam escritos quando absolutamente necessários para o 
entendimento do sinal, observe os modos de escrita do sinal SURD@:
FIGURA 19 – EXEMPLOS DE ESCRITA: SURD@
 a b c d e f
FONTE: Adaptado de Capovilla et al. (2017, p. 2643) e Stumpf (2008b, p. 9)
Ao fazermos a análise das diferentes grafias para o sinal de SURD@, 
podemos observar o seguinte em relação a elas:
• Em a, o sinal foi escrito com o sinal de contato (*) na orelha (delimitada 
claramente) e na boca.
• Em b, o sinal foi escrito com um grafema que indica onde a CM toca na lateral 
da cabeça (semicírculo) e o sinal de contato (*) que indica um toque na lateral 
da cabeça e um toque à altura do queixo.
• Em c, o sinal de contato (*) foi colocado na lateral da cabeça e próximo ao 
semicírculo à altura da lateral do queixo.
• Em d, o sinal foi escrito com dois semicírculos marcando os toques na lateral da 
cabeça e na lateral do queixo, além disso, foram colocados os sinais de contato 
(*) nos dois lugares.
• Em e, o sinal foi simplificado a ponto de marcar o lugar de início com a escrita 
da CM e o sinal de contato (*) marcando o final do sinal, sem a necessidade de 
indicação do local específico de toque com um semicírculo.
• Em f, foram colocados dois sinais de contato (*) um no início do sinal (lateral 
da cabeça) e um no lugar em que o sinal termina.
Dessa maneira, pode-se concluir que todos as formas de grafia do sinal 
SURD@ estão localizadas na cabeça e com a mesma CM , mas a escolha 
de registro varia na quantidade de detalhamento do lugar de contato do sinal. 
Mesmo com estas variações todas as formas de escrita estão corretas, porém, o 
uso atual da ES recomenda a escrita mais clara possível, desde que se mantenha 
a possibilidade de leitura correta do sinal. Neste caso, a ES exemplificada em e.
A seguir, veremos como se dão as marcações gráficas para a escrita das 
locações de face, cabeça, pescoço e ombros.
TÓPICO 2 | REGISTRO DE LOCAÇÕES, MOVIMENTOS E TIPOS DE CONTATO
33
Lembre-se de que o “berço” da ES foi a parceria entre a Universidade 
de Copenhagem com Valerie Sutton (1974) após os pesquisadores terem acesso ao 
DanceWriting criado por ela para o registro dos movimentos do balé.
NOTA
A tese de Stumpf (2005) é muito interessante para os profissionais que atuarão 
na área de ensino das línguas de sinais, nela, a autora apresenta de que modo o sistema SW 
pode ser utilizado como ferramenta pedagógica para o ensino da escrita das línguas de sinais 
e letramento dos surdos, tendo em vista ser um sistema que permite o completo registro 
de todos os níveis da Libras (morfológico, sintático, semântico etc.) sem a intermediação da 
escrita oral. A leitura deste material é importante!
DICAS
TEXTO 4: 
TÍTULO DA TESE DE STUMPF (2005) EM ES: APRENDIZAGEM DE 
LÍNGUA DE SINAIS PELO SISTEMA SIGNWRITING: LÍNGUAS DE SINAIS 
NO PAPEL E NO COMPUTADOR
UNIDADE 1 | ESCRITA DE SINAIS: SIGNWRITING
34
2.1 FACE E CABEÇA
Neste subtópico, serão apresentados os principais grafemas para 
representar a face e a cabeça quando a escrita destas for necessária para a 
compreensão de qual sinal está sendo realizado. Importante destacar que estes 
não são os grafemas referentes às expressões não manuais que são realizadas a 
partir da face. Ou seja, os grafemas que representam, na escrita, a face e a cabeça 
são aqueles que indicam o local de realização do sinal, desse modo, são as formas 
utilizadas para escrever a face e a cabeça quando estas estão relacionadas à 
Locação (L) / Ponto de Articulação (PA) do sinal a ser grafado.
O grafema utilizado para a escrita da face é composto por um círculo, 
conforme pode ser visto a seguir:
GRAFEMA DE FACE
Assim como nas línguas orais as letras são combinadas para a escrita das 
palavras, na escrita das línguas de sinais os grafemas são combinados para que 
os sinais possam ser corretamente escritos. Desse modo, ao serem acrescentados 
os grafemas referentes ao Movimentos e à CM ao grafema da face será possível 
realizar a escrita dos sinais, por exemplo, para fazer a escrita do sinal de URS@ é 
acrescentada ao grafemade face a configuração de mão 45 no local específico em 
que a CM é realizada, na lateral superior da cabeça do sinalizante:
FIGURA 20 – ESCRITA SINAL DE URS@ E CONFIGURAÇÃO DE MÃO CORRESPONDENTE
FONTE: Adaptado de Barreto e Barreto (2015, p. 180)
Contudo, de acordo com Barreto e Barreto (2015), às vezes, também é 
necessário o acréscimo de um semicírculo que delimita com exatidão o local em 
que a CM é realizada e facilita a compreensão nos casos em que a colocação da 
CM no lugar específico poderia causar confusão ou dificuldade de leitura. Para 
exemplificar essa situação, os autores colocam o sinal de QUINTA-FEIRA, na figura 
a seguir aparece o comparativo entre a escrita com uma CM colocada sobre a face e a 
escrita de QUINTA-FEIRA com a utilização de semicírculo indicando a localização 
exata e a CM sendo escrita de modo claro e sem sobreposição de grafemas:
TÓPICO 2 | REGISTRO DE LOCAÇÕES, MOVIMENTOS E TIPOS DE CONTATO
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FIGURA 21 – COMPARATIVO ENTRE CM SOBRE A FACE E ESCRITA COM CM E 
INDICAÇÃO DE LUGAR
FONTE: Adaptado de Barreto e Barreto (2015, p. 147)
Quinta-feira
A seguir, estão colocados mais alguns exemplos de sinais em que a 
utilização do semicírculo em conjunto do grafema da face com a finalidade de 
evitar a sobreposição de grafemas e facilitar a leitura dos sinais:
 Todo dia Esperto Alemanha Verde
Segundo Barreto e Barreto (2015), quando for necessária a escrita de 
um sinal em que a Locação for atrás da cabeça, serão colocadas duas linhas em 
semicírculo à direita e à esquerda do grafema da face:
GRAFEMA PARTE DE TRÁS DA CABEÇA
Como exemplo do uso desse grafema, os autores trazem os seguintes 
sinais, é interessante notar que a OM continua sendo grafada em relação à 
perspectiva expressiva, logo, nestes sinais, à exceção de IMPLANTE COCLEAR, 
estão com o dorso voltado para a frente, ou seja, para a posição que o sinalizante 
enxergaria caso virasse o rosto em direção a sua mão:
 Implante coclear Costas Meningite
Falar mal 
pelas costas
UNIDADE 1 | ESCRITA DE SINAIS: SIGNWRITING
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FIGURA 21 – FACE E GRAFEMAS RELACIONADOS
FONTE: Stumpf (2005, p. 84)
Como pode ser visto na figura anterior, existem muitos elementos que 
podem ser utilizados para o uso da ES, lembrando que essas locações específicas 
deverão ser usadas apenas quando importantes para a leitura do sinal, ou 
seja, sem elas o sinal fica confuso ou incompreensível. Além disso, é preciso 
termos em mente que, com o tempo, as LS também terão um vocabulário mais 
estabilizado em relação à forma gráfica de seu léxico, como acontece com a 
escrita das línguas orais.
Ainda em relação às grafias relacionadas à face e à cabeça, Stumpf (2005, 
p. 85) coloca os seguintes movimentos:
FIGURA 22 – MOVIMENTOS DA CABEÇA
FONTE: Stumpf (2005, p. 85)
Cabeça virada para baixo Movimento da cabeça para cima e para baixo
Cabeça projetada 
para as laterais
Cabeça virada para cima Movimento da cabeça para as laterais
Cabeça projetada para 
frente e para trás
Face
Pescoço
Queixo
Queixo para cima
Orelha
Atrás da cabeça
Cabelo
TÓPICO 2 | REGISTRO DE LOCAÇÕES, MOVIMENTOS E TIPOS DE CONTATO
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Neste subtópico, foram colocados os grafemas que correspondem diretamente 
à face e à cabeça, mais adiante, no Tópico 3, serão detalhados mais aspectos referentes às 
expressões faciais, tais como, olhos, direção do olhar, sobrancelhas, boca, lábios, dente, 
língua e respiração.
ESTUDOS FU
TUROS
2.2 PESCOÇO, OMBROS E PEITO
O grafema do pescoço é utilizado quando a mão encosta ou se aproxima 
do pescoço do sinalizante, ou seja, quando o pescoço é um Ponto de Articulação 
(PA) necessário para a correta compreensão do sinal escrito. De acordo com Barreto 
e Barreto (2015, p. 121, grifo nosso): “por definição, sinais escritos sem nenhuma 
identificação do tronco (regras especiais para o centro do peito), braços, cabeça 
ou pescoço ocorrem no espaço neutro, isto é, à frente do tronco. Cada uma destas 
partes serão [sic] escritas somente quando necessárias ao entendimento do sinal”. 
O grafema que deve ser escrito da seguinte maneira:
GRAFEMA PESCOÇO
O uso desse grafema pode ser observado na escrita dos sinais colocados 
a seguir:
 Pescoço Nuca Morrer Gostar/adorar Minas Gerais
Observe que os sinais de PESCOÇO e NUCA têm grafado o grafema 
de contato e os sinais de MORRER, GOSTAR/ADORAR e MINAS GERAIS 
apresentam o grafema indicando um contato que desliza na direção indicada 
pela seta.
UNIDADE 1 | ESCRITA DE SINAIS: SIGNWRITING
38
Em relação ao ombro, Barreto e Barreto (2015, p. 283) destacam que este 
grafema é utilizado quando “[...] é importante indicar a distância entre as mãos 
e o corpo, os movimentos em direção ao corpo e ainda os sinais feitos na parte 
superior da cabeça ou em frente ao rosto”. O grafema usado deverá indicar o 
posicionamento dos ombros, podendo ser colocado reto ou girado para o lado 
que for necessário:
Grafema de ombro
Desse modo, esse grafema indica vista de cima, esta forma de visão do sinal 
será usado apenas quando estritamente necessário para a correta compreensão 
do sinal. Para exemplificar esta utilziação, Barreto e Barreto (2015, p. 283) colocam 
os seguintes sinais:
FONTE: Barreto e Barreto (2015, p. 283)
Em relação ao PA que está localizado no peito, segundo (Barreto e 
Barreto, 2015):
• Quando o sinal for feito no centro do peito o grafema de contato será feito logo 
abaixo do grafema que representa a mão do sinalizante:
Ter Meu/minha
Influenza A
(H1N1 - gripe suína)
Porto batendo
ao longe (CL)
Uma onda gigante
está vindo (CL)
TÓPICO 2 | REGISTRO DE LOCAÇÕES, MOVIMENTOS E TIPOS DE CONTATO
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• Já quando o sinal tiver seu PA na lateral do peito será utilziada uma linha 
grossa representando os ombros vistos de frente:
Amig@
• Nas situações em que o ponto de contato se localize nas duas laterias do peito 
ao mesmo tempo, não é colocado o grafema indicativo do peito:
Orgulho
Você deve ter percebido que não foi adotado neste livro um tamanho padrão 
para a ES, isso acontece porque, diferente das letras da escrita das línguas orais, a ES ainda 
é feita como uma imagem, ou seja, ela não tem um padrão exato. Por isso, ao utilizar a ES, 
devemos cuidar para que os sinais sejam escritos de modo claro e proporcional, quando a 
escrita for feita à mão isso é um pouco mais complicado, mas quando é feita via SignPudlle 
(um site específico) fica mais fácil deixar os textos mais bem proporcionados.
NOTA
3 GRAFEMAS DE MOVIMENTO I
Segundo Barreto e Barreto (2015), o grande trunfo da escrita criada por 
Valerie Sutton foi exatamente a capacidade do sistema criado por ela de registrar 
com eficiência o movimento, um dos aspectos mais complexos e, ao mesmo tempo, 
mais importantes das línguas de sinais. Além disso, os autores chamam atenção 
para o fato de que, quando foi convidada pelos pesquisadores de Copenhagem 
para transcrever vídeos em LS, Sutton não tinha conhecimento algum das 
línguas de sinais, mas “isso não a impediu de escrever estas línguas, Sutton 
estava escrevendo os movimentos do corpo ao realizar os sinais” (BARRETO; 
BARRETO, 2015, p. 72, grifo nosso).
Desse modo, “quando [Sutton] aplicou isto [o registro dos movimentos 
elaborados por ela para o Dance Writing] para registrar Línguas de Sinais, foi que 
percebeu que registrar o movimento é também registrar a língua” (MARTIN, 
UNIDADE 1 | ESCRITA DE SINAIS: SIGNWRITING
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2001 apud BARRETO; BARRETO, 2015, p. 72). Foi um marco muito importante 
dentre as diferentes tentativas de registro das línguas de sinais, porque o 
movimento é exatamente o aspecto que tornava mais complexo o registro delas, 
porque, os desenhos com setas, as descrições, os vídeos, as anotações em glosas e 
os demais sistemas de notação e de escrita não haviam conseguido establecer um 
modo claro, prático, rápido e eficiente de registro dos movimentos que faziam 
parte dos sinais nas LS.
Na ES pelo Sistema SW, os movimentos são grafados com diferentes 
grafemas que indicam o plano e a

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