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Teoria do Pagamento

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TEORIA DO PAGAMENTO 
Dividiremos o tema em duas partes, a princípio será abordado os elementos que fazem parte do momento 
de extinção do vínculo contratual, que se dá através do cumprimento da obrigação. Ao imaginarmos o 
momento da satisfação obrigacional, algumas perguntas automaticamente surgem: a quem será realizado? 
Como? Onde? Quando? E esses são os questionamentos que serão respondidos adiante. 
 
O SOLVENS E O ACCIPIENS 
O primeiro diz respeito àquele que será o devedor da obrigação em questão, quem deve cumprir a obrigação 
para o accipiens (credor). Existem algumas situações que não necessariamente o devedor é quem vai cumprir 
a obrigação, é o famoso terceiro interessado na dívida. Ele possui um interesse em extinguir aquela obrigação, 
é o caso do fiador, avalista ou herdeiro, onde havendo o pagamento pelo terceiro interessado, este 
automaticamente sub-roga-se nos direitos do credor. 
Lembrando que interesse patrimonial não pode ser confundido com interesse afetivo, conforme Flávio 
Tartuce nos traz como exemplo um pai que paga a dívida de um filho por mero afeto, sendo assim, é 
considerado um terceiro não interessado na dívida. 
 Se o pagamento foi feiro pelo terceiro não interessado, em nome do devedor, este nada tem direito. 
É visto como uma espécie de doação, ajuda. 
Art. 304, CC “Qualquer interessado na extinção da dívida pode pagá-la, usando, se o credor se 
opuser, dos meios conducentes à exoneração do devedor. 
Parágrafo único. Igual direito cabe ao terceiro não interessado, se o fizer em nome e à conta do 
devedor, salvo oposição deste.” 
 
 Se o pagamento for feito pelo terceiro não interessado em nome próprio, tem direito ao reembolso 
(cobrar aquilo que foi pago ao accipiens), mas não se sub-roga nos direitos do credor. 
Art. 305, CC “O terceiro não interessado, que paga a dívida em seu próprio nome, tem direito a 
reembolsar-se do que pagar; mas não se sub-roga nos direitos do credor. 
Parágrafo único. Se pagar antes de vencida a dívida, só terá direito ao reembolso no vencimento.” 
 
 Se o pagamento foi feito por terceiro com desconhecimento ou se o devedor se opôs a tal 
adimplemento por parte deste, não terá direito de reembolso. 
Art. 306,CC “O pagamento feito por terceiro, com desconhecimento ou oposição do devedor, não 
obriga a reembolsar aquele que pagou, se o devedor tinha meios para ilidir a ação.” 
 
Conforme já foi exemplificado, o accipiens é o credor da obrigação. Porém, assim como no caso do devedor, 
este também pode mudar, como é o caso dos herdeiros. 
Porém, existem situações as quais nos encontramos diante do credor putativo. Por exemplo: Maria deve a 
Antônio que possui dois filhos (Antônio Cesar e Antônio Carlos), porém, Antônio César foi deserdado há 
muitos anos. Maria cumpre a sua obrigação, adimplindo a obrigação a Antônio César. Ele parece o credor, 
tem todas as características iniciais para ser, porém, não é. Portanto, tinha a aparência de credor mas não era. 
Pelo Código Civil, o devedor de boa fé, possui seu adimplemento válido. Porém, caso haja de má fé, o Código 
Civil nos traz que “não vale o pagamento cientemente feito ao credor incapaz de quitar, se o devedor não 
 
 
provar que em benefício dele efetivamente reverteu”. Esse pagamento não possui validade, e ele terá que 
pagar novamente ao credor real. 
 
OBJETO E PROVA DE PAGAMENTO 
O objeto é basicamente o cumprimento da obrigação, aquele que foi acordado entre as partes, a não ser que 
haja anuência por parte do credor. Porém, se este não concordar, mesmo que a coisa seja mais valiosa, se o 
credor não se der por satisfeito, desejando a obrigação estipulada, deverá esta ser realizada. 
E no caso das obrigações divísiveis? Se previamente acordado, poderá ser feita de uma vez só. O Código Civil 
sempre preza pelo que foi convencionado entre as partes, valorizando o princípio da autonomia privada das 
partes. Vejamos o art. 314, CC: 
“Ainda que a obrigação tenha por objeto prestação divisível, não pode o credor ser obrigado a receber, nem 
o devedor a pagar, por partes, se assim não se ajustou.” 
 
No caso das dívidas em pecúnia (aluguel, salário, pensões em geral, etc.), devem ser pagas em reais (não em 
dólar, por exemplo, em regra). 
 
Art. 315, CC “As dívidas em dinheiro deverão ser pagas no vencimento, em moeda corrente e pelo valor 
nominal, salvo o disposto nos artigos subseqüentes.” 
 
 
TEORIA DA IMPREVISÃO 
Art. 317, CC “Quando, por motivos imprevisíveis, sobrevier desproporção manifesta entre o valor da 
prestação devida e o do momento de sua execução, poderá o juiz corrigi-lo, a pedido da parte, de modo que 
assegure, quanto possível, o valor real da prestação.” 
 
Possibilidade de revisão da obrigação, visa o equilíbrio da obrigação, de forma que diante de situações 
imprevisíveis, as partes não sejam prejudicadas e passem a ter um ônus muito grande. 
Segundo TARTUCE (2020): 
Na visão clássica, são os requisitos para a revisão contratual, 
por esse caminho: 
a)O contrato deve ser bilateral (sinalagmático) e oneroso 
(presente a remuneração). 
b)O contrato deve ser comutativo, aquele em que as partes já 
sabem quais são as prestações, não sendo possível rever 
contrato aleatório, pois o risco é da essência do negócio. 
Entretanto, é possível rever a parte comutativa de um contrato 
aleatório (v.g., prêmio de um seguro). 
c)O contrato deve ser de execução diferida ou continuada 
(trato sucessivo), não sendo possível, em regra, rever o 
contrato instantâneo de execução imediata. 
d)Presença de um motivo imprevisível. 
 
 
e)Presença de uma desproporção negocial, onerosidade 
excessiva ou quebra do ponto de equilíbrio do sinalagma 
obrigacional. 
 
 
 
LOCAL DO PAGAMENTO 
Deverá ser observado se trata de uma obrigação quesível ou portável. 
Quando quesível (ou quérable), a obrigação será cumprida no local de residência do devedor, enquanto a 
obrigação portável (ou portable), local de moradia do credor ou de um terceiro, caso tenha sido estipulado 
anteriormente. 
Art. 327. Efetuar-se-á o pagamento no domicílio do devedor, salvo se as partes convencionarem 
diversamente, ou se o contrário resultar da lei, da natureza da obrigação ou das circunstâncias. 
Parágrafo único. Designados dois ou mais lugares, cabe ao credor escolher entre eles. 
 
Art. 328. Se o pagamento consistir na tradição de um imóvel, ou em prestações relativas a imóvel, far-se-á 
no lugar onde situado o bem. 
 
Art. 329. Ocorrendo motivo grave para que se não efetue o pagamento no lugar determinado, poderá o 
devedor fazê-lo em outro, sem prejuízo para o credor. 
 
Art. 330. O pagamento reiteradamente feito em outro local faz presumir renúncia do credor relativamente 
ao previsto no contrato. 
 
Art. 331. Salvo disposição legal em contrário, não tendo sido ajustada época para o pagamento, pode o 
credor exigi-lo imediatamente. 
 
Art. 332. As obrigações condicionais cumprem-se na data do implemento da condição, cabendo ao credor 
a prova de que deste teve ciência o devedor. 
 
Art. 334. Considera-se pagamento, e extingue a obrigação, o depósito judicial ou em estabelecimento 
bancário da coisa devida, nos casos e forma legais. 
 
Art. 335. A consignação tem lugar: 
I - se o credor não puder, ou, sem justa causa, recusar receber o pagamento, ou dar quitação na devida forma; 
II - se o credor não for, nem mandar receber a coisa no lugar, tempo e condição devidos; 
III - se o credor for incapaz de receber, for desconhecido, declarado ausente, ou residir em lugar incerto ou 
de acesso perigoso ou difícil; 
IV - se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente receber o objeto do pagamento; 
V - se pender litígio sobre o objeto do pagamento. 
 
MOMENTO DE CUMPRIMENTO 
 
 
Instantânea, deve ser cumprida no momento em que as partes contraem aquela obrigação, prevista no art. 
311, CC: “considera-se autorizado a receber o pagamento o portador da quitação, salvo seas circunstâncias 
contrariarem a presunção daí resultante.” 
Poderá ocorrer também através da execução diferida, é aquela que as pessoas contraem uma obrigação, será 
paga de uma vez só, mas terá um prazo para ser adimplida. 
Por fim, nós temos as obrigações de execução continuada, divide para várias vezes e vai pagando de forma 
contínua. Não necessariamente mês a mês, será estipulado entre as partes. 
 
PROVA DO PAGAMENTO 
Normalmente, haverá um recibo ou um comprovante provando o adimplemento da obrigação. Está previsto 
nos arts. 319-326, Código Civil. 
E quando o pagamento é sucessivo? O comprovante do último pagamento, presume-se que as demais 
parcelas foram quitadas, adimplidas. 
 
TEMPO DO PAGAMENTO 
Art. 333. Ao credor assistirá o direito de cobrar a dívida antes de vencido o prazo estipulado no contrato ou 
marcado neste Código: 
I - no caso de falência do devedor, ou de concurso de credores; 
II - se os bens, hipotecados ou empenhados, forem penhorados em execução por outro credor; 
III - se cessarem, ou se se tornarem insuficientes, as garantias do débito, fidejussórias, ou reais, e o devedor, 
intimado, se negar a reforçá-las. 
 
Parágrafo único. Nos casos deste artigo, se houver, no débito, solidariedade passiva, não se reputará vencido 
quanto aos outros devedores solventes. 
 
Importante ressaltar que este não é um rol taxativo, e sim exemplificativo.

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