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UNIVERSIDADE ANHANGUERA-UNIDERP Centro de Educação a Distância Polo Pirituba - SP Curso: PEDAGOGIA Disciplinas Integradoras: Brinquedoteca e o elemento lúdico; Educação aplicada aos cuidados da criança; História da educação e da pedagogia; Organização e metodologia do ensino fundamental e Prática pedagógica: Gestão e desenvolvimento de pessoas. Paula Emiko Maeda Siqueira – RA1906609402 “Refletir sobre o cuidar, o educar e o brincar na Educação Infantil e na transição do aluno para o Ensino Fundamental com ênfase no direito do brincar da criança e na organização dos ambientes para a brincadeira.” Produção Interdisciplinar das disciplinas: Brinquedoteca e o elemento lúdico; Educação aplicada aos cuidados da criança; História da educação e da pedagogia; Organização e metodologia do ensino fundamental; Prática pedagógica: Gestão e desenvolvimento de pessoas: Identidade Docente do Curso de Pedagogia da Universidade Anhanguera – UNIDERP/ Polo Pirituba. Apresentado como requisito parcial de avaliação sob a orientação do Professora Tutora de Ensino a Distância: Renata Morinigo. São Paulo-SP 2019 SUMÁRIO INTRODUÇÃO .......................................................................................................3 DESENVOLVIMENTO............................................................................................4 CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................................8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................................10 INTRODUÇÃO Para começarmos este trabalho, devemos ter o foco na criança, no brincar e na observação da criança com o cuidar.Temos que observar o brincar da criança, porque a criança pequena aprende quando está livre, quando ela focaliza a atenção. Por isso muitos pesquisadores dizem que a criança só aprende quando ela quer, quando ela toma a decisão. É no brincar que ela mostra que está interessada em algo. O adulto, observando o brincar da criança, percebe qual é o interesse dela e, a partir daí, ele cria o ambiente para a educação. A criança é um ser concreto com características singulares que podem ser interpretadas pelos adultos como gerais ou universais, cada uma deve ser vista no contexto de sua singularidade como única e marcada por suas histórias. Carlos Drumond de Andrade sabiamente disse sobre o brincar: “Brincar com as crianças não é perder tempo, é ganha-lo.Se é triste ver meninos sem escola, mais triste ainda é vê-los sentados enfileirados em salas sem ar, com exercícios estéreis, sem valor para a formação do homem. A escola deve garantir os direitos da criança recorrendo a ações concretas, de mudança de postura e de transformação. Observo que o brincar está ligado com o cuidar e juntamente com o educar, não podemos como educadores deixar de cuidar na educação infantil sem ter a ludicidade em nossas ações que ao mesmo tempo estaremos educando nossas crianças. A ludicidade deve possibilitar às crianças momentos de experiência em que elas possam entregar-se, envolvendo-se consigo e com os outros em ações mediadas pela fantasia e pela imaginação, possibilitando novas percepções, novos significados. É a possibilidade de ampliar os aspectos do lúdico para o campo do ensino. O brincar e o jogar são elementos que constituem a ludicidade, sempre fizeram parte da história, mas nem sempre estiveram juntos da mesma forma no contexto escolar, nos tempos atuais vem se destacando o quanto isso é importante no desenvolvimento das crianças, de sua inteligência e da aprendizagem de conteúdos escolares. Os ambientes escolares na educação infantil estão em constante mudança, acredito que esteja sim de acordo com o currículo de cada cidade que tem o foco na çriança, para assim prepará-la para um novo processo que é o ensino fundamental sem deixar de ser criança e ter seus direitos garantidos e juntamente com o lúdico no seu dia a dia. DESENVOLVIMENTO Até hoje há quem pense que devemos ensinar jogos às crianças porque elas gostam e podem se divertir. Mas, não é tão simples assim. O jogo é muito importante para o desenvolvimento infantil e por isso, deve ser encarado para além da competição e da diversão. Diferentes autores trataram dessa questão. Piaget, por exemplo, entende que atravéz do jogo, a criança, principalmente nos períodos sensório-motor e pré-operatório, pode contruir importantes conhecimentos sobre os objetos e suas qualidades, construir noções de espaço, tempo e casualidade. Para Piaget a criança aprende brincando. Essa concepção é vista de outra maneira por Wygotsky. Para ele, o jogo não é aproveitado pela criança em sua zona de desenvolvimento real, mas sim, proximal. Ele menciona dois aspectos importantes no brincar: a situação imáginaria, a qual surge da tensão entre o indivíduo e a sociedade e possibilita à criança controlar a situação e as regras, criadas pela própria criança. Na brincadeira as crinaças podem desenvolver algumas capacidades importantes tais como a atenção, a memória e a imaginação. As crianças amadurecem também algumas capacidades de socialização, por meio da interação e da utilização de regras e papéis sociais. Brincadeiras, além de contribuírem para o desenvolvimento e a expressão corporal, estimula a criatividade ao permitir a construção de novas possibilidades de ação e formas inéditas de arranjar os elementos do ambiente. Devemos trabalhar a criatividade das crianças por meio da expressão oral:como contar uma história e pedir para que elas recontem como elas acham que é. Por meio da expressão gráfica: para que elas criem um desenho com base na história contada com vários materiais para produzir seus desenhos. Por meio da expressão cênica (teatro): aproveitando a história contada pode-se encenar com fantasias. É só dar asas a imaginação! O conceito de infância foi criado há pouco mais de 200 anos, temos uma visão idealista da infância enquanto idade de inocência. Iniciada por Platão e Aristóteles, tal interesse prossegue no Renascimento e explode no século XVIII, com a publicação de Emílio, de Rousseau que trata especificidade da natureza infantil. Destaca-se que, entre o século XIX e começo do século XX, foram observados novos padrões sociais, culturais e econômicos no Brasil, como grande crescimento da sociedade e a marginalização das classes populares, aumentou a criminalidade. O Brasil obteve algumas conquistas legais no campo dos direitos da criança, como a lei sobre o Sistema Único de Saúde (Lei 8.080/90) e a Lei Orgânica da Assistência Social (Lei 8.742/93). Ao considerar o tema dos direitos, não podemos esquecer da Carta Magna de 1988, no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB). Os diferentes espaços que se formam dentro do contexto da educação infantil necessitam ser planejados, pois são fundamentais para o educador exercer com qualidade sua proposta educativa, o espaço é considerado ferramenta essencial para o desenvolvimento integral da criança. O Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil(1998) destaca a importância de os espaços seram organizados com o propósito de favorecerem o desenvolvimento e aprendizagem, sempre adequados a faixa etária da criança. Os espaços das instituições de educação infantil proporcionam a criança inúmeras aprendizagens, o contato com o ambiente, natureza,nos remete a um lugar encantador e funcional. A brinquedoteca propicia a vivência de diferentes situações: às brincadeiras de casinha, o consultório médico, à leitura, as fantasias de fadas. Muitas vezes até é palco de inúmeras situações reais vivenciadas pelas crianças e veiculadas pela mídia. É um momento onde a criança vive aquilo queela quer, o que deseja ser e usa toda sua criatividade e vivência diária com a imaginação. Diante do que é proposto temos que pensar em metodologias e organizações que possam unir professores de todas as salas desde o berçário ao mini grupo II, com práticas baseadas no currículo. A construção da identidade e da autonomia é para a criança o grande salto para a independência, sendo a autonomia definida como a a capacidade de se conduzir e tomar decisões por si própria, levando em conta as regras, valores, a sua perspectiva pessoal, bem como a do outro. Educar para autonomia significa considerar as crianças como seres de vontade própria. Práticas Educativas. Linguagem oral e escrita. Objetivos: participar de várias situações de comunicação oral para interagir e expressar desejos, necessidades e sentimentos por meio da linguagem oral relatando suas vivências. Interar-se e interagir com materiais de leitura. Bloco de conteúdos: observar e manusear materiais impressos como livros de banho e de pano, histórias em quadrinhos. Participação em situações cotidianas nos quais se faz necessário o uso da leitura. Pensamento lógico e matemático. Objetivos: estabelecer aproximações e algumas noções matemáticas presentes no seu cotidiano, como contagem, relações espaciais, de quantidade, de tempo e de espaço em jogos, brincadeiras com o professor em diversos contextos. Bloco de conteúdos: manipulação e exploração de objetos e brinquedos em situações organizadas de forma a existirem quantidades individuais suficientes para que cada criança possa descobrir as características e propriedades principais e suas possibilidades associativas: empilhar, rolar, encaixar e etc... Natureza e sociedade. Objetivos: explorar o ambiente para que possa se relacionar com pessoas e plantas no ambiente, manifestando curiosidade e interesse. Bloco de conteúdos: contato com os ambientes externos com brincadeiras, jogos e canções que digam respeito às tradições culturais é muito importante também. Música. Objetivos: ouvir e perceber eventos sonoros diversos, fontes sonoras e produções musicais. Brincar com a música, imitar e inventar movimentos e sons diferentes. Bloco de conteúdos: apreciação musical, escuta de obras musicais variadas, participação em situações que integrem músicas, canções e movimentos corporais. Artes visuais. Objetivos: ampliando o conhecimento de mundo que possuem, manipulando diferentes objetos e materiais. Bloco de conteúdos: explorar e manipular os materiais com diferentes texturas e espessuras, por meio de tintas, água, terra, areia, argila, massinha, papel e de vários suportes gráficos, papel, papelão, parede, chão e caixas. Observação e identificação de imagens diversas. Movimento. Objetivos: familiarizar-se com a imagem do próprio corpo explorar as possibilidades de gestos e ritmos para expressar nas brincadeiras e demais interações. Bloco de conteúdos: deslocar o próprio corpo com destreza no espaço, no andar, correr, pular, etc...desenvolvendo atitudes de confiança nas próprias capacidades motoras por meio da exploração das brincadeiras e com o uso do espelho. No ensino fundamental, o lúdico dá espaço ao saber sistematizado, e temos um exemplo claro, pois o brincar fica para a hora do recreio, onde a criança se movimenta e fala espontaneamente. O jogo é um universo crítico e criativo; gera valores e estimula a interação. O lúdico é uma das principais vias de aprendizagem e comunicação da criança com o mundo. Portanto é imprescindível que os jogos estejam inseridos no dia a dia dentro do espaço escolar. Podemos utilizar várias metodologias como em português e matemática. Nas aulas de português o lúdico aparece mais como uma metodologia diferenciada na hora de contar histórias, de incentivar a leitura através de teatrinhos, músicas, parlendas, caça-palavras ou cruzadinhas. Nas aulas de matemática jogos de raciocínio lógico, jogos de tabuleiro, bingos e mercadinhos são explorados ao máximo para que a criança aprenda brincando os conceitos numéricos, quantidades, medidas e operações fundamentais. CONSIDERAÇÕES FINAIS Este trabalho teve o intuito de trazer novas reflexões a respeito dos temas aqui tratados. Entretanto, é possível encontrar hoje várias pesquisas relacionadas aos assuntos aqui mencionados, porém, mesmo com estes esforços, ainda podemos ver que existe a divisão entre cuidar e educar, a desvalorização do brincar, a não organização dos momentos e espaços, entre outros aspectos. Em resposta ao nosso questionamento na Escola Mundo Encantado: como organizar a rotina e as atividades lúdicas nas instituições de educação infantil para que o cuidar e o educar não se separem? Percebemos que é necessário um planejamento coletivo de todo o trabalho pedagógico na educação infantil, pautado numa rotina bem pensada, que contemple o Brincar, o Cuidar e o Educar de forma indissociada e permita a criança compreender a sequência dos acontecimentos e a construção do tempo e espaço, para assim, desenvolver integralmente sua autonomia, autorregulação e aperfeiçoamento de competências. A rotina deve ser pensada, considerando a individualidade de cada criança, compreendendo-a como um ser único e ativo no ambiente em que está inserida, com propostas que permitam contemplar as suas necessidades, com momentos planejados e direcionados, com momentos de acolhida, conversa, brincadeiras, jogos, diálogo e reflexão. O ambiente deve também ser organizado de forma estimuladora, que possibilite aos pequenos se envolverem, participarem e se sentirem pertencidos. É necessário permitir que as crianças brinquem e reaprendam a brincar, criando e imaginando. O professor deve mediar todo o processo, tendo sensibilidade, respeito e diálogo, planejando e conhecendo as especificidades e necessidades das crianças, proporcionando a elas um aprendizado de diferentes situações, com resoluções de conflitos e problemas, respeito a regras e construção das mesmas, trocas de experiências, entre outras situações que permitam as crianças uma plena formação e desenvolvimento de suas capacidades. Este trabalho possibilita a compreensão do que sustenta, permeia e conduz o cotidiano das crianças em todo o ambiente escolar na educação infantil. Percebemos que mesmo que, alguns estudos apontem um distanciamento referente ao cuidar, educar e brincar, é possível exercer práticas na educação infantil que contemplem esses três aspectos em uma rotina organizada e planejada para promover a autonomia e aprimoramento das capacidades das crianças e assim permitir que ao longo do processo de escolarização sejam sujeitos de suas ações, participantes na sociedade em que estão inseridos. Nossas reflexões indicam a necessidade de um re-pensar da práxis do educador e dos demais profissionais inseridos no ambiente escolar, entendemos que, as instituições de educação infantil, devem promover em seus profissionais reflexões, estudos e ações sobre a importância dos temas aqui tratados, uma vez que, para ser professor é preciso que este possua uma fundamentação teórica para sustentar a sua práxis pedagógica, para que haja a tão desejada relação entre a teoria e a prática, sendo assim este profissional deve sempre buscar dar continuidade em sua formação de forma consciente a partir de sua realidade e que isto interfira diretamente em seu trabalho e na formação dos sujeitos. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRINCADIQUÊ. Pelo direito ao Brincar: o adulto brincante e mediador de brincadeiras. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=F8sD3X_uoSc. Acesso em: 22 de ago. 2018. FERRONATO, Raquel F.; BIANCHINI, Luciane G. B.; PROSCÊNCIO, Patrícia A. 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