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Resumo Direito Penal IV

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DIREITO PENAL IV 
 
 
 
 
CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL 
• Alterações 
Antigamente era chamado de crime contra os costumes, uma mudança importante e positiva, pois 
crimes contra costumes traz um viés moralista e o direito não se confunde com a moral, a ética, não 
se pode impor uma moral especifica ás pessoas. 
- liberdade sexual: desenvolvimento livre e pleno da personalidade 
Até 2009 havia o artigo 213 que é estupro e o artigo 214 que era o atentado violento ao pudor. Estupro 
na redação original falava duas expressões importante, conjunção carnal (sexo tradicional pênis e 
vagina) e atentado violento ao pudor era qualquer ato libidinoso diferente de conjunção carnal, a lei 
fazia essa distinção clara na época. A vítima do estupro sempre era mulher, pois na redação era 
expresso a palavra mulher, já o constrangimento caberia para ambos os sexos (antes era mulher 
honesta, em 2005 esse termo foi retirado e ficou só mulher). As penas eram iguais, o que mudava era 
os nomes dos crimes. A partir de 2009 o legislador reuniu os dois atos em um único artigo 213, e tudo 
se tornou estupro para ambos os sexos. O artigo 204 esta revogado, não existe mais crime atentado 
violento ao pudor. 
- maior proteção do menor de 18 anos – penas ficaram maiores, foi criado o estupro de vulnerável. 
Ação penal: anteriormente esses crimes eram de ação penal privada, havia uma regra que falava que 
em regra era ação penal privada, mas se a vítima fosse pobre seria ação penal pública condicionada. 
O legislador pensava não só na exposição da vítima, mas também no fato de preservar a vítima, não 
fazer a vítima reviver o momento desagradável pelo qual passou. A vítima escolhia se queria ou não 
ingressar com a ação penal. 
Em 2009 mudou e se tornou ação penal pública condicionada, em 2018 mudou de novo, e agora em 
regra é ação penal pública incondicionada (independe da vontade da vítima). 
 
1. ESTUPRO – art. 213 CP 
 
Art. 213. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a 
praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso: 
 
- violência: qualquer forma de uso da força física, segurar, apertar e etc. 
 
PROVA – dois irmãos gêmeos idênticos, um deles resolver fazer sexo com a namorada do outro, se 
passando pelo irmão. Não é considerado estupro, pois não tem constrangimento, grave ameaça ou 
violência, a namorada está em erro, fazendo algo que não faria se soubesse o que está acontecendo, 
será estelionato sexual. 
 
- se a vítima der o consentimento em erro = violência sexual mediante fraude (art. 215 CP) 
 
- estupro é crime hediondo 
 
- não há gradação do ato libidinoso. É um problema que fere a proporcionalidade, passar a mão nas 
partes intimas da vítima é diferente de obrigar a vítima a fazer sexo, hoje em dia tudo é considerado 
estupro. Isso na pratica é um problema, pois o criminoso sabendo que será condenado por estupro de 
qualquer forma, se sente induzido a cometer o crime mais violento. Ex: ejaculador do ônibus: quando 
segura a mulher é estupro porque houve violência; 
DIREITO PENAL IV 
 
 
 
- estupro SEMPRE É DOLOSO 
 
- consumação: antigamente se entendia que era necessário haver o coito, hoje em dia como pode ser 
qualquer ato a consumação se dá com a pratica do ato libidinoso = admite tentativa. 
 
PROVA - concurso de crimes = conjunção carnal + atos libidinosos. Hoje = pode ter dois crimes de 
estupros ou pode ter um estupro sendo meio necessário p/ a realização do outro. 
- consumação ou concurso material 
- crime continuado: crime na mesma espécie é o mesmo tipo penal 
- lesão corporal: vítima acaba sofrendo: crime de estupro absorve a leve, não absorve a grave nem a 
gravíssima 
 
a. Perigo de contágio venéreo 
- concurso formal – próprio (vários crimes sendo praticados, mas a intenção é praticar um só, aumenta 
a pena do mais grava) e improprio (tem intenção de praticar mais de um crime, soma as penas). Se o 
sujeito sabe que tem doença venéreo e quer passar para a pessoa estuprada é concurso formal 
improprio, caso não queira passar é próprio. 
 
a. Ato obsceno – concurso formal 
 
b. Estupro qualificado: 1 lesão corporal grave; 2 vítima entre 14 e 18 anos (menor é estupro de 
vulnerável); 3 resultado morte 
 
 
 
2. ATENTADO VIOLENTO AO PUDOR – artigo 214 CP (revogado) não houve abolitio criminis 
(não aboliu o crime), apenas mudou a norma de lugar, pode haver processos referentes a esse crime. 
Adota-se o princípio da continuidade normativo típica. 
 
3. VIOLAÇÃO SEXUAL MEDIANTE FRAUDE – art. 215 CP 
 
Art. 215. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com alguém, mediante fraude ou 
outro meio que impeça ou dificulte a livre manifestação de vontade da vítima: 
 
- mediante fraude: igual estelionato, meio de enganar a vítima, a vítima está consciente, vai consentir 
em erro (não se enquadra se a vítima estiver bêbada, inconsciente). 
 
Houve mudança nesse artigo em 2009, antes havia o artigo 215 que era posse sexual mediante fraude 
(falava especificamente em conjunção carnal, enganar a vítima para ter conjunção carnal) e 216 que 
era atentado ao pudor mediante fraude (se fosse outro ato libidinoso), depois de 2009 houve a junção 
desses artigos no artigo 215, o artigo 2016 está revogado. 
 
a. Consumação: conjunção carnal ou ato libidinoso – admite tentativa 
 
b. Vantagem econômica + multa 
 
4. IMPORTUNAÇÃO SEXUAL – art. 215 A 
 
Art. 215-A. Praticar contra alguém e sem a sua anuência ato libidinoso com o objetivo de satisfazer 
a própria lascívia ou a de terceiro 
 
Se houver violência ou grave ameaça se torna estupro, exemplo, o ejaculador do ônibus. 
É um crime subsidiário, ou seja, só vai acontecer quando não houver um crime mais grave. 
DIREITO PENAL IV 
 
 
 
- consumação: o ato, pode até haver tentativa, mas é difícil. Condutas anteriores a 2018 não se aplica, 
se responsabiliza por contravenção penal, a partir de 2018 se enquadra nesse crime. 
 
5. ASSÉDIO SEXUAL – art. 216 A CP 
 
Art. 216-A. Constranger alguém com o intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual, 
prevalecendo-se o agente da sua condição de superior hierárquico ou ascendência inerentes ao 
exercício de emprego, cargo ou função. 
 
- constranger: forçar 
- vantagem ou favorecimento sexual: bastante amplo, pode ser até conjunção carnal ou algo mais 
simples. 
- condição superior hierárquico: não há assédio sexual entre colegas, o assediador deve ser superior 
da vítima, e utilizar desse fato para fazer o assédio. Ocorre nos cargos públicos. Ascendência: 
empregador, empresa particular. Se enquadra no caso de professor e alunos, pois o professor tem 
ascendência sobre eles. O grande problema aqui é fazer prova 
- APENAS DOLOSO. 
 
PROVA – consumação com o ato constrangedor independentemente da obtenção de qualquer 
vantagem sexual. Tem como ocorrer tentativa? na pratica é difícil, pois esse constrangimento 
geralmente será feito verbalmente, mas no ponto de vista acadêmico pode ocorrer o fato da 
carta/mensagem extraviada. ADMITE TENTATIVA, se plurissubsistente (consegue fracionar a 
execução). 
 
§ 2º A pena é aumentada em até um terço se a vítima é menor de 18 (dezoito) anos. 
 
6. DA EXPOSIÇÃO DA INTIMIDADE SEXUAL – art. 216 B CP 
 
Art. 216-B. Produzir, fotografar, filmar ou registrar, por qualquer meio, conteúdo com cena de 
nudez ou ato sexual ou libidinoso de caráter íntimo e privado sem autorização dos participantes: 
 
- consumação: se dá no momento em que o agente conjuga o verbo, ou seja, não precisa, por exemplo, 
divulgar, basta filmar a cena que o crime se consuma. Se a pessoa filma com a intenção de divulgar 
a filmagem será meio então será crime de divulgação de imagens; mas se uma pessoa filmar e outra 
divulgar cada uma responde por um crime. 
- ADMITE TENTATIVA – é incomum mas pode acontecer do celular filmar sem querer. 
 
Parágrafo único. Na mesma pena incorrequem realiza montagem em fotografia, vídeo, áudio ou 
qualquer outro registro com o fim de incluir pessoa em cena de nudez ou ato sexual ou libidinoso de 
caráter íntimo. 
 
7. ESTUPRO DE VULNERÁVEL – art. 127 A CP 
 
Até o ano de 2009, esse crime não existia, existia presunção de violência, seria presumido que a 
pessoa sofreu um tipo de violência, haveria estupro ou atentado violento ao pudor (revogado). Em 
2009 esse artigo foi revogado e surgiu o artigo 127 A (atual). 
A razão pela qual o legislador fez foi que quando se fala em presunção existe a relativa e a absoluta, 
a consequência da relativa é inverter o ônus da prova e a consequência da absoluta é que não se admite 
contra prova. O entendimento majoritário entendia que era presunção absoluta, não caberia o réu 
alegar que não houve violência, mas no final de 90 começou a aparecer uns julgados dizendo que a 
presunção é relativa, que o crime seria afastado caso fosse comprovado que não houve violência. 
DIREITO PENAL IV 
 
 
 
Sendo assim esse artigo atual foi criado com a intenção de afastar esse tipo de entendimento de 
presunção relativa. O verbo agora é “ter”, não tem espaço nenhum para discutir se houve 
consentimento ou algo do tipo, a presunção é absoluta, é proibido fazer sexo com menor de 14 anos. 
É irrelevante a experiência da vítima. Se a vítima mentir a idade, o réu estará em erro, não há crime. 
Ato infracional – as duas pessoas que realizam conjunção carnal são menor de idade. 
 
Art. 217-A. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 (catorze) 
anos: 
- consumação com o ato. Admite tentativa, não consegue por razoes alheias a sua vontade (ex. carta 
extraviada). 
- APENAS DOLOSO 
 
a) Forma equiparada § 1o Incorre na mesma pena quem pratica as ações descritas no caput com 
alguém que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a 
prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência. 
 
- enfermidade ou doença mental: uma condição médica, vulnerável não é apenas menor de 14. 
- outra coisa: qualquer ciosa ainda que transitória que deixa a pessoa incapaz – embriaguez, sedada 
- irrelevante se o agente deu ou não causa 
 
b) Causa de aumento de pena 
§ 3o Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave: 
 
8. CORRUPÇÃO DE MENORES 
 
Art. 218. Induzir alguém menor de 14 (catorze) anos a satisfazer a lascívia de outrem: 
 
Antes de 2009 tanto o CP quanto o ECA tinham o crime chamado de corrupção de menores, mas 
eram diferentes, o do CP referia a violência sexual e do ECA ensinar crianças a roubar, por isso, o 
legislador após 2009 resolveu retirar o nome do CP, mas não colocou outro nome, sendo assim 
atualmente voltou a se chamar corrupção de menores. Diferente de corrupção de menores do ECA 
 
- acaba sendo uma complementação de estupro de vulnerável 
- consumação: satisfação da lascívia – admite tentativa 
- prostituição não é crime, manter uma casa de prostituição é crime, viver as custas de prostituição 
alheia. 
- se induzir a prostituição Art. 218-B. Submeter, induzir ou atrair à prostituição ou outra forma de 
exploração sexual alguém menor de 18 (dezoito) anos ou que, por enfermidade ou deficiência mental, 
não tem o necessário discernimento para a prática do ato, facilitá-la, impedir ou dificultar que a 
abandone: 
- se cena pornográfica – art. 240 Lei 8.069/90 Produzir, reproduzir, dirigir, fotografar, filmar ou 
registrar, por qualquer meio, cena de sexo explícito ou pornográfica, envolvendo criança ou 
adolescente. 
 
9. SATISFAÇÃO DE LASCÍVIA MEDIANTE PRESENÇA DE CRIANÇA OU 
ADOLESCENTE. 
 
DIREITO PENAL IV 
 
 
 
Art. 218-A. Praticar, na presença de alguém menor de 14 (catorze) anos, ou induzi-lo a presenciar, 
conjunção carnal ou outro ato libidinoso, a fim de satisfazer lascívia própria ou de outrem: 
 
- Consumação: satisfação da lascívia – admite tentativa 
 
10. FAVORECIMENTO DA PROSTITUIÇÃO OU DE OUTRA FORMA DE EXPLORAÇÃO 
SEXUAL VULNERÁVEL. 
 
Art. 218-B. Submeter, induzir ou atrair à prostituição ou outra forma de exploração sexual alguém 
menor de 18 (dezoito) anos ou que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário 
discernimento para a prática do ato, facilitá-la, impedir ou dificultar que a abandone: 
 
- consumação: com a conduta, pratica do verbo 
- não precisa necessariamente que haja a prostituição, basta induzir que já tipifica. 
 
PROVA – e se não for menor de 18 anos? Se for uma pessoa de 20 anos? Induzir a pessoa a se 
prostituir sempre é crime, mas se for maior de idade será crime tipificado no artigo 228 CP Induzir 
ou atrair alguém à prostituição ou outra forma de exploração sexual, facilitá-la, impedir ou dificultar 
que alguém a abandone. Se for menor de idade (vulnerável) se enquadra no art. 218 B. 
 
§ 1o Se o crime é praticado com o fim de obter vantagem econômica, aplica-se também multa. 
 
- formas equiparadas § 2o Incorre nas mesmas penas: 
I - quem pratica conjunção carnal ou outro ato libidinoso com alguém menor de 18 (dezoito) e maior 
de 14 (catorze) anos na situação descrita no caput deste artigo; 
II - o proprietário, o gerente ou o responsável pelo local em que se verifiquem as práticas referidas 
no caput deste artigo – será responsabilizado se souber que no local ocorre prostituição de menor, 
tem que ter o dolo, saber e estar de acordo. Era um outro efeito de condenação (abaixo). 
§ 3o Na hipótese do inciso II do § 2o, constitui efeito obrigatório da condenação a cassação da licença 
de localização e de funcionamento do estabelecimento – quem comete o crime é a PF, mas o local é 
fechado, mas não significa que a PJ é condenada. 
 
11. DIVULGAÇÃO DE CENA DE ESTUPRO OU DE CENA DE ESTUPRO DE VULNERÁVEL, 
DE CENA DE SEXO OU DE PORNOGRAFIA. 
 
Art. 218-C. Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, vender ou expor à venda, distribuir, 
publicar ou divulgar, por qualquer meio - inclusive por meio de comunicação de massa ou sistema 
de informática ou telemática -, fotografia, vídeo ou outro registro audiovisual que contenha cena de 
estupro ou de estupro de vulnerável ou que faça apologia ou induza a sua prática, ou, sem o 
consentimento da vítima, cena de sexo, nudez ou pornografia: 
 
- Consumação: conduta, quando conjugar um dos verbos do artigo – admite tentativa (ex. tentar 
colocar o vídeo no youtube e a conexão da internet cair). 
 
a. Aumento de pena (§1º) A pena é aumentada de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços) se o crime é 
praticado por agente que mantém ou tenha mantido relação íntima de afeto com a vítima ou com o 
fim de vingança ou humilhação. 
 
b. Exclusão de ilicitude (§ 2º) Não há crime quando o agente pratica as condutas descritas no caput 
deste artigo em publicação de natureza jornalística, científica, cultural ou acadêmica com a adoção 
DIREITO PENAL IV 
 
 
 
de recurso que impossibilite a identificação da vítima, ressalvada sua prévia autorização, caso seja 
maior de 18 (dezoito) anos. 
 
 
12. DISPOSIÇÕES GERAIS 
 
Art. 225. Nos crimes definidos nos Capítulos I e II deste Título, procede-se mediante ação penal 
pública incondicionada 
 
- Aumento de pena 
 
Art. 226. A pena é aumentada 
I – de quarta parte, se o crime é cometido com o concurso de 2 (duas) ou mais pessoas; 
II - de metade, se o agente é ascendente, padrasto ou madrasta, tio, irmão, cônjuge, companheiro, 
tutor, curador, preceptor ou empregador da vítima ou por qualquer outro título tiver autoridade 
sobre ela = não se aplica ao assédio sexual, pois nesse tipo penal já inclui que seja autoridade, sendo 
assim não pode aumentar a pena pelo mesmo motivo. 
 
IV - de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), se o crime é praticado: 
Estupro coletivo 
a) mediante concurso de 2 (dois) ou mais agentes; 
Estupro corretivo 
b) para controlar o comportamento social ou sexual da vítima.OBS: O inciso I e IV possuem praticamente a mesma redação, sendo assim, é usado da seguinte 
forma: o aumento do inciso IV se refere especificamente ao estupro, já o inciso I não define, é 
genérico, então caso seja qualquer outro crime além do estupro se aplica o inciso I. 
 
13. ATO OBSCENO 
 
Art. 233 - Praticar ato obsceno em lugar público, ou aberto ou exposto ao público: 
 
Problema: o que é ato obsceno? Os livros definem como aquilo que ofende o poder público. Uma 
definição muito genérica, o costume é uma fonte importantíssima para definir essa definição (ex. em 
cidades no litoral é normal pessoas irem fazer compras de roupa de banho, mas em RP não). A 
tendência atual em princípio é que simplesmente nudez não é suficiente para caracterizar ato obsceno, 
para caracterizar precisa haver um cunho sexual. 
 
Lugar público: aquele que é acessível a um número indefinido de pessoas (ex. parque, praça) 
Lugar aberto ao público: lugar que é acessível ao público, ainda que com condições (ex. UNAERP) 
Lugar exposto ao público: lugar devassado, local que não é preservado, tem que ser visível por um 
número indeterminado de pessoas (ex. casa com janelas grandes de frente pra rua). 
 
- apenas doloso, não existe culposo 
- consumação: momento que se conjuga o verbo, praticar o ato. Há discussão a respeito de tentativa, 
alguns autores defendem que não há possibilidade, que se alguém for pego abrindo as calças por 
exemplo, seria um ato preparatório e outros que defendem a possibilidade, cabe discussão. 
 
CAPÍTULO II 
DOS CRIMES CONTRA A FAMÍLIA 
 
DIREITO PENAL IV 
 
 
 
1. Parto suposto “dar parto alheio como próprio”. 
 Art. 242 - Dar parto alheio como próprio; registrar como seu o filho de outrem; ocultar recém-
nascido ou substituí-lo, suprimindo ou alterando direito inerente ao estado civil: 
- A conduta é simular que concedeu a luz a uma criança, sendo que não concebeu 
- o sujeito ativo é a mulher, nada impede que tenha participação/concurso de agentes de outras 
pessoas, como homens 
- não há necessidade do registro, basta a simulação 
- consumação: situação que altera a maternidade – admite tentativa 
- o crime precisa ter a finalidade de mudar o estado civil da criança, dolo de alterar a filiação da 
criança, apenas simular não configura. 
 
2. Registro de filho alheio – “receptar como seu, filho de outrem” adoção à brasileira. 
- consumação: registro – admite tentativa 
 
PROVA – afasta a falsidade ideológica (mas se alguém entrar no cartório e mudar o registro ai sim é 
falsificação ideológica, mas se for falsificação no registro é adoção à brasileira): problema registrar 
documento errado entra em falsificação documental (¹falsificação de doc. público, ²falsif icação de 
doc. Particular e ³ falsidade ideológica). O que nos interessa é a falsidade ideológica – ocorre quando 
um documento verdadeiro, mas embora seja verdadeiro traga uma informação falsa. 
 
3. Ocultação de recém nascido 
- precisa ter o dolo de suprimir ou alterar o direito inerente ao estado civil. Ocultar a criança não 
consuma o crime, é necessário suprir ou alterar estado civil (ex. trancar no porão) 
- consumação: supressão ou alteração do direito civil – admite tentativa 
- tem que ser uma criança recém nascida, enquanto é possível esconder a criança. 
 
4. Substituição de recém-nascido 
- consumação: com a troca – registro indiferente 
 
5. Parágrafo único - Se o crime é praticado por motivo de reconhecida nobreza. Pena - detenção, de 
um a dois anos, podendo o juiz deixar de aplicar a pena. 
 
I. CRIME CONTRA A INCOLUMIDADE PÚBLICA 
 
Perigo = segurança da coletividade 
1. INCÊNDIO - Art. 250 - Causar incêndio, expondo a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio 
de outrem. 
- em princípio a queimada da cana não se enquadra nesse crime, pois é uma queimada controlada, 
não é simplesmente fazer fogo, é necessário colocar em perigo concreto. 
- pode ser doloso (se torna crime de dano se for coisa alheia) ou culposo (mais comum). 
- consumação: perigo – quando dolosa existe tentativa, culposo não admite. 
 
a. Causas de aumento de pena - § 1º 
 
§ 1º - As penas aumentam-se de um terço: 
DIREITO PENAL IV 
 
 
 
I - se o crime é cometido com intuito de obter vantagem pecuniária em proveito próprio ou alheio; 
(se sujeito colocar fogo no próprio carro com a intenção de receber seguro é estelionato, não crime 
de incêndio art. 171) 
II - se o incêndio é: 
 
a) em casa habitada ou destinada a habitação; 
b) em edifício público ou destinado a uso público ou a obra de assistência social ou de cultura; 
c) em embarcação, aeronave, comboio ou veículo de transporte coletivo; 
d) em estação ferroviária ou aeródromo; 
e) em estaleiro, fábrica ou oficina; 
f) em depósito de explosivo, combustível ou inflamável; 
g) em poço petrolífico ou galeria de mineração; 
h) em lavoura, pastagem, mata ou floresta. 
 
b. Modalidade culposa - §2º 
 § 2º - Se culposo o incêndio, é pena de detenção, de seis meses a dois anos. 
 
II.DOS CRIMES CONTRA A SAÚDE PÚBLICA 
 
1. EPIDEMIA – art. 267 CP 
 
Art. 267 - Causar epidemia, mediante a propagação de germes patogênicos: 
Pena - reclusão, de dez a quinze anos. 
 
- Pode ser doloso ou culposo *precisa haver o dolo ou a culpa 
- sujeito ativo pode ou não ser portador da doença 
- consumação: grande número de pessoas contaminadas. É um crime de perigo, não é necessário 
causar a morte para que se caracterize o crime, mas precisa ser varias pessoas (se um sujeito transmite 
dolosamente uma doença para outra pessoa com a intenção de matá-la, mas ao invés disso ela 
sobrevive e contamina muitas pessoas – concurso formal - tentativa de homicídio e epidemia culposa). 
Dolo de causar a epidemia e nãoa penas transmitir a doença. 
 
a. Causas de aumento de pena - § 1º 
§ 1º - Se do fato resulta morte, a pena é aplicada em dobro (crime hediondo). 
 
b. Modalidade culposa - §2º 
§ 2º - No caso de culpa, a pena é de detenção, de um a dois anos, ou, se resulta morte, de dois a quatro 
anos. 
 
2. EXERCÍCIO ILEGAL DA MEDICINA, ARTE DENTÁRIA OU FARMACÊUTICA 
Art. 282 - Exercer, ainda que a título gratuito, a profissão de médico, dentista ou farmacêutico, sem 
autorização legal ou excedendo-lhe os limites: 
Pena - detenção, de seis meses a dois anos. 
 
- diferente de curandeiro Art. 284 - Exercer o curandeirismo: 
I - prescrevendo, ministrando ou aplicando, habitualmente, qualquer substância; 
II - usando gestos, palavras ou qualquer outro meio; 
III - fazendo diagnósticos: 
Pena - detenção, de seis meses a dois anos. 
DIREITO PENAL IV 
 
 
 
 
- um balconista da farmácia que vende remédio teoricamente está cometendo esse crime, pois o 
correto é o farmacêutico, ir ao médico, mas como se tornou um hábito comum entre os brasileiros, 
dificilmente configura crime. Outro exemplo que não configura crime é a parteira. 
- crime habitual: necessário que haja habitualidade. NÃO admite tentativa (característica dos crimes 
habituais). Se houver uma única pratica não se caracteriza esse crime, pode ser outro como 
estelionato. 
- Parágrafo único - Se o crime é praticado com o fim de lucro, aplica-se também multa. 
 
3. FALSIFICAÇÃO DE MEDICAMENTO 
 
Art. 273 - Falsificar, corromper, adulterar ou alterar produto destinado a fins terapêuticos ou 
medicinais: 
Pena - reclusão, de 10 (dez) a 15 (quinze) anos, e multa. 
 
- crime hediondo - esse crime possui formas equiparadas menos graves, por exemplo, falsificação 
de cosméticos, mas como transformaram tudo em crime hediondo, até os crimes equiparados menos 
graves são hediondos – um erro. 
- crime de perigo abstrato – não precisa para caracterizar esse crime que alguém morra, basta falsificar 
o medicamento. 
- o sujeito ativo pode ser qualquer pessoa – normalmente é alguém de dentro do laboratório, mas não 
precisa necessariamente ser. 
 
a. Formas equiparadas § 1º - Nas mesmaspenas incorre quem importa, vende, expõe à venda, tem em 
depósito para vender ou, de qualquer forma, distribui ou entrega a consumo o produto falsificado, 
corrompido, adulterado ou alterado. 
 
§ 1º-A - Incluem-se entre os produtos a que se refere este artigo os medicamentos, as matérias -
primas, os insumos farmacêuticos, os cosméticos, os saneantes e os de uso em diagnóstico. 
 
- Matéria prima: é a substancia meio, de onde advém a substancia principal, o princípio ativo. 
- insumo: se falsificar isso cometerá o mesmo crime, são componentes que não são matéria prima. 
- cosméticos: produtos utilizados para conservação e maquiagem da pele. 
- saneantes: tem relação com limpeza, higiene pessoal 
- uso em diagnostico: produtos utilizados para realização de exames, exemplo, remédio que bebi antes 
da endoscopia. 
 
§ 1º-B - Está sujeito às penas deste artigo quem pratica as ações previstas no § 1º em relação a 
produtos em qualquer das seguintes condições: 
I - sem registro, quando exigível, no órgão de vigilância sanitária competente; 
II - em desacordo com a fórmula constante do registro previsto no inciso anterior; 
III - sem as características de identidade e qualidade admitidas para a sua comercialização; 
IV - com redução de seu valor terapêutico ou de sua atividade; 
V - de procedência ignorada; 
VI - adquiridos de estabelecimento sem licença da autoridade sanitária competente. 
 
 
b. Consumação: a conduta – cometer qualquer verbo presente no artigo independente do resultado – em 
tese admite tentativa (muito raro), exemplo, vai falsificar e acaba a luz do local. 
 
DIREITO PENAL IV 
 
 
 
c. Modalidade culposa: § 2º - Se o crime é culposo: Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa 
– exemplo: quando a pessoa que distribui o medicamento imagina que possa ser falsificado (difícil 
configurar nessa modalidade). 
 
III. CRIMES CONTRA A PAZ PÚBLICA 
 
➔ Punição para atos preparatórios 
 
1. INCITAÇÃO AO CRIME 
 
Art. 286 - Incitar, publicamente, a prática de crime: Pena - detenção, de três a seis meses, ou multa. 
 
Simplesmente incitar alguém não gera responsabilidade se a pessoa não fizer nada, isso em regra, no 
entanto aqui é diferente, a incitação gera crime, mas tem regras: 
- a incitação deve ser pública (ex. professor de direito falar pros alunos roubarem banco), ao número 
indeterminado de pessoas. 
- crime determinado 
- instigação séria: não tem problema nenhum de se posicionar a respeito da liberação da maconha, 
isso liberdade de expressão; também não haverá crime se falar brincando, como, há vai roubar banco. 
Para ser crime precisa ser uma instigação séria. 
- é indiferente se o crime foi ou não praticado – pois é um crime de perigo abstrato. 
- se o crime ocorreu, pode haver concurso material, desde que estejam presentes os requisitos do 
concurso de agente. 
PROVA – se o sujeito que foi incitado cometer o crime, será que nesse caso a pessoa que incitou é 
responsabilizada pelo crime também ou só por incitação? Em princípio a pessoa que incitou é 
responsabilizada apenas por incitação (ex. roube o banco), mas há hipóteses em que pode ser 
responsabilizada pelo crime caso se enquadre nos requisitos do concurso de agente (ex. roube banco, 
eu sei as senhas, os horários e etc). 
- impossível para o crime culposo. – se for culposo é fato atípico 
- pode ser cometido por qualquer meio – gesto, escrito 
- não há crime se incitar contravenção penal, o artigo é claro, deve incitar crime (ex. joguem no bicho) 
- consumação: incitação desde haja publicidade – admite tentativa 
 
2. APOLOGIA DE CRIME OU CRIMINOSO 
 
“Art. 287 - Fazer, publicamente, apologia de fato criminoso ou de autor de crime: (não se aplica a 
contravenções). Pena - detenção, de três a seis meses, ou multa.” 
 
- Fatos passados: desnecessário o trânsito em julgado; 
- Qualquer meio; 
 
3. ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA 
 
“Art. 288. Associarem-se 3 (três) ou mais pessoas, para o fim específico de cometer crimes: Pena 
- reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos. 
Parágrafo único. A pena aumenta-se até a metade se a associação é armada ou se houver a 
participação de criança ou adolescente.” 
 
- Antes era “quadrilha” ou “bando” que exigia no mínimo 04 pessoas. 
1- Associação criminosa: hoje mínimo de três pessoas 
DIREITO PENAL IV 
 
 
 
2- Associação para o tráfico: mínimo de duas pessoas 
3- Organização criminosa: mínimo de quatro pessoas (pena máxima maior que 04 anos ou 
transnacionais) 
 
 
 Concurso de agentes Associação criminosa 
Número membros 2 3 
Vinculo Ocasional Permanente 
Finalidade Praticar crime determinado Praticar crimes indeterminados 
 
- Consumação: com a Associação (simplesmente conversar com essa intenção ainda não se 
consumou) nasce com o consenso, todo mundo dentro. Tentativa impossível 
- Concurso de agentes necessário 
- Crime permanente (flagrante) 
- Não existe para contravenções penais 
- Eventuais inimputáveis são computados 
- Os integrantes não precisam se conhecer 
- Concurso material com os delitos eventualmente praticados 
 
Parágrafo único. A pena aumenta-se até a metade se a associação é armada ou se houver a 
participação de criança ou adolescente 
 
- Delação premiada: começou com os crimes hediondos, em 1990, lei 8.072/90 - quando houver 
denúncia de participante que provoca o seu desmantelamento 
 
12/03/2020 
 
4. CONSTITUIÇÃO DE MILÍCIA PRIVADA 
 
Art. 288-A. Constituir, organizar, integrar, manter ou custear organização paramilitar, milícia 
particular, grupo ou esquadrão com a finalidade de praticar qualquer dos crimes previstos neste 
Código: 
 
- é um crime novo, com alguns defeitos, como:1 a conduta tipificada não é necessária, pois é parecido 
com a quadrilha urbano; 2 o título está mal redigido, vago, ferindo o princípio da legalidade – não 
tem o número mínimo para formação de milícia; organização paramilitar é uma organização militar 
paralela mais a margem da lei; milícia particular (qual seria a diferença? – alguns falam que é quando 
são voluntários); finalidade de praticar qualquer crime previsto nesse código (grande erro do 
legislador – como fica a legislação especial? Como crime ligado a drogas, não entra aqui nesse crime) 
- qualquer forma de participação em milícia privada constitui crime 
- é um crime de perigo abstrato e permanente, não precisa que essa milícia faça qualquer coisa, 
simplesmente constituir a milícia já consuma crime. 
- consumação: com a conduta – qualquer uma delas (verbos do artigo). Não admite tentativa, pois ou 
você constitui a milícia ou é ato preparatório. 
 
IV. DOS CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA 
 
DIREITO PENAL IV 
 
 
 
1. MOEDA FALSA 
 
Art. 289 - Falsificar, fabricando-a ou alterando-a, moeda metálica ou papel-moeda de curso legal 
no país ou no estrangeiro: 
 
- alterar: mudar o valor de uma nota real também é crime 
- do curso legal: chamado também de curso forçado, no Brasil a moeda é o real então forçadamente 
deve fazer transações em real. 
- no estrangeiro: falsificar moeda estrangeira também se enquadra nesse crime. 
- não há crime se houver diminuição do valor (baixar o valor da nota). 
- falsificar dinheiro apenas para exibir, “ostentar” não é crime, pois não alterou a economia. 
- circular no Brasil com qualquer quantidade de dinheiro vivo não é crime (independentemente do 
valor), mas viajar para fora sim, tem um limite de valor. 
- Nelson Hungria: autor diz que deve ser capaz de iludir o “homem médio”, caso contrário haveria 
crime impossível. 
- consumação: no momento em que o dinheiro atinge um grau de perfeição que torna possível a sua 
circulação. Admite tentativa. 
- circulação: basta um exemplar, não precisa ser grande quantidade. 
- sempre doloso, se culposo é fato atípico. 
 
a. Forma equiparada: § 1º Nas mesmas penas incorre quem, por conta própria ou alheia, importa ou 
exporta, adquire, vende,troca, cede, empresta, guarda ou introduz na circulação moeda falsa. 
- guardar: crime permanente a prisão em fragrante pode ocorrer a qualquer momento, enquanto durar 
a permanência. 
- não há crime, se o dinheiro falso for utilizado para solver algo ilegal ou imoral (ex: dívida de jogo, 
prostituta), mas se for dado como esmola o crime permanece. 
- Consuma-se com a prática de qualquer das ações, independentemente de consequências posteriores 
- admite tentativa (plurisubsistente) 
 
b) Forma privilegiada: receber a moeda de boa-fé como verdadeira e restituir à circulação depois de 
conhecer a falsidade. A pessoa é enganada e decide passar o dinheiro pra frente depois que descobre 
 
c) Forma qualificada: agente = funcionário público ou diretor, gerente ou fiscal de banco de emissão 
que fabrica, emite ou autoriza a fabricação ou emissão de moeda com título (teor da liga metálica) ou 
peso inferior ao determinado em lei ou de papel moeda em quantidade superior à autorizada. É um 
crime de agente próprio. 
- não há necessidade de lucro ou fim especial 
- agente precisa ser autorizante. 
- consuma-se com fabricação ou emissão, quando entra em circulação, independentemente das 
consequências posteriores 
- mesma pena para quem desvia e faz circular moeda, cuja circulação ainda não estava autorizada 
– sujeito ativo = qualquer pessoa 
- admite tentativa, se desvia, mas não entra em circulação por razões alheias à vontade do agente. 
 
2. CRIMES ASSIMILADOS AO DE MOEDA FALSA: 
Art. 290 CP – “formar cédula, nota ou bilhete representativo de moeda com fragmentos de cédulas, 
notas ou bilhetes verdadeiros; suprimir em nota, cédula ou bilhete recolhidos, para o fim de restituí-
DIREITO PENAL IV 
 
 
 
los à circulação, sinal indicativo de sua inutilização; restituir à circulação cédula, nota ou bilhete em 
tais condições, ou já recolhidos para o fim de inutilização 
- penas diferentes do 289(!) - utilização de meio fraudulento para obter a revalidação ou ressurgimento 
de cédula, nota ou bilhete já tirados de circulação. 
- pode ser cometido por qualquer pessoa, mas se for por funcionário público responsável, aplica-se a 
forma qualificada. 
- impossível em casos de moeda metálica, pois é difícil no campo fático isso ocorrer, e mesmo que 
ocorresse o tipo penal se refere a nota de papel, não se pode fazer analogia. 
- na modalidade suprimir sinal, não precisa por em circulação, basta a supressão da marca para 
configurar o crime. 
- na hipótese de restituir à circulação, se o agente também formar a célula, há crime único (pós-fato 
não punível exaurimento) – muito comum o agente cometer mais de uma conduta citada no artigo, 
nesse caso será crime único. 
- se receber de boa fé e passar para frente, não pode ser responsabilizado pelo artigo 289 e nem 
receptação (só vai ser se já houver má fé desde o início), tem que ser o 290 mesmo. 
- consuma-se com a formação da nova cédula, admite tentativa (plurissubissitente), no momento em 
que a pessoa consuma algum verbo. 
 
3. PETRECHOS PARA FALSIFICAÇÃO DE MOEDA: 
Art. 291 CP – “fabricar, adquirir, fornecer, a título oneroso ou gratuito, possuir ou guardar 
maquinismo, aparelho, instrumento, ou qualquer objeto especialmente destinado à falsificação de 
moeda”. 
- há crime mesmo que os aparelhos sejam autênticos, subtraídos da casa da moeda. 
- não precisa ser suficiente, basta que consiga realizar parte do processo 
- crime de perigo abstrato – independe de dano para a consumação. 
- crime subsidiário – só se o agente não chegar nem a tentar crime mais grave 
- tentativa possível, quando o item puder ser fracionado, crime que a função consegue ser fracionada 
há tentativa, exemplo, fabricar acabou a luz não consegue concluir. 
 
OBS: Falsificação de documento – público 
 – particular 
 Falsidade ideológica: documento materialmente verdadeiro, mas que traz informações falsas. 
 
Há várias modalidades de crime de falsificação que vamos ver adiante. Por que legislador fez a 
distinção entre documento publico e particular? Existe essa distinção pois o legislador entendeu que 
é muito mais grave falsificar o documento público (pena maior) do que o particular. 
 
4. FALSIFICAÇÃO DE DOCUMENTO PÚBLICO: 
Art. 297 CP – “Falsificar, no todo ou em parte, documento público, ou alterar documento público 
verdadeiro” 
 
Falsificar: criar materialmente um documento falso. 
Alterar: modificar de qualquer forma (ex. substituir foto no RG, para alguns falsa identidade) 
No ponto de vista jurídico não faz diferença alterar ou falsificar. 
 
Documento Público: elaborado por funcionário público, no exercício de suas funções, obedecidas as 
formalidades legais – peça escrita que pode provar um fato ou a realização de um ato de relevância 
DIREITO PENAL IV 
 
 
 
jurídica – essa é a grande diferença do público e particular (RG, CPF são feitos por funcionários 
públicos, por isso são documentos públicos) PROVA. Para cometer o crime pode ser qualquer pessoa. 
- não é foto ou fita de vídeo– mas podem fazer parte de um documento. Simplesmente isso não é um 
documento. 
- só Xerox não é, se autenticado sim. 
- escrever em árvore não é, porque não é móvel. 
- deve ser escrito em tinta escura (não pode ser a lápis, Hungria acha que pode). 
- não pode ser carta anônima – deve estar assinado 
- pode ser documento estrangeiro, desde que seja público no país de origem e que obedeça às 
formalidades legais de validade no Brasil (traduzido...) 
- se emitido por órgão federal, a competência é da justiça federal – exceção importante, se o 
documento for expedido por órgão federal, a competência de analisar o documento é da justiça federal 
(ex. falsificar passaporte). Se for documento de município ou estado será justiça estadual 
 
§ 2º - Para os efeitos penais, equiparam-se a documento público o emanado de entidade paraestatal, 
o título ao portador ou transmissível por endosso, as ações de sociedade comercial, os livros mercantis 
e o testamento particular. – engloba todos os títulos de crédito (cheque, letra de cambio, nota 
promissória e etc.); testamento também é documento publico para fins penais. 
 
§ 3º Nas mesmas penas incorre quem insere ou faz inserir: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) 
I - na folha de pagamento ou em documento de informações que seja destinado a fazer prova perante 
a previdência social, pessoa que não possua a qualidade de segurado obrigatório; 
II - na Carteira de Trabalho e Previdência Social do empregado ou em documento que deva produzir 
efeito perante a previdência social, declaração falsa ou diversa da que deveria ter sido escrita; 
III - em documento contábil ou em qualquer outro documento relacionado com as obrigações da 
empresa perante a previdência social, declaração falsa ou diversa da que deveria ter constado. 
 
§ 4º Nas mesmas penas incorre quem omite, nos documentos mencionados no § 3º, nome do segurado 
e seus dados pessoais, a remuneração, a vigência do contrato de trabalho ou de prestação de serviços. 
 
a) Sujeito ativo: qualquer – não precisa ser funcionário público, mas, se for, a pena é aumentada em 1/6 
(§ 1º). 
- sempre doloso 
 
b) Requisitos: 
 
i) falsificação idônea – falsificação apta a iludir (falsificação grosseira é fato atípico, crime 
impossível) falsificação é aquela apta a iludir o homem médio, conceito não muito correto, deveria 
ser aquela apta a iludir quem se pretende enganar. 
 
ii) possibilidade de causar dano – não é falsificar idade do RG (depende da idade) ou carteirinha da 
piscina do clube. Falsificação que não causa prejuízo juridicamente relevante não são importantes no 
âmbito penal, exemplo, preencher ficha no INSS e ao invés de colocar cabelo grisalho coloca castanho 
claro, não irá gerar uma consequência jurídica fundamental. 
 
c) Consumação: momento da criação/adulteraçãodo documento – não há necessidade de qualquer outro 
resultado – crime formal (não precisa usar), sempre doloso, não precisa ter vantagem - admite 
tentativa (ex. esta imprimindo um documento falso e acaba a tinta da impressora PROVA). 
 
DIREITO PENAL IV 
 
 
 
d) Falsificação x Estelionato: divergências no STF e no STJ – falsifico para aplicar um golpe (ex. me 
passar por despachante e entrego um documento falso para ganhar $). 
 
i) Falsificação absorve o estelionato – Nelson Hungria – estelionato é mero exaurimento e falsificação 
é crime mais grave. 
 
ii) Estelionato absorve Falsificação – Fragoso e STJ – estelionato é crime fim que absorve o crime 
meio – falsificação é elemento do tipo do estelionato (Súmula 17 STJ) – melhor entendimento 
 
iii) Concurso formal: Noronha e STF – vítimas e bens jurídicos diferentes – uma conduta que produz 
vários resultados, usa a pena mais grave (pior entendimento). 
 
iv)Concurso material – posição antiga em desuso. Responsabiliza pelos dois crimes 
 
e) Concurso de crimes: 
 
i)Mesma pessoa falsifica e usa o documento – responde apenas pela falsificação (uso é mero 
exaurimento). Ex: carteira de motorista falsa, tem só a falsificação. Uso de documento falso só vai 
ter crime quando quem usa não for a mesma pessoa que fez. 
 
ii)Falsificação de documento e sonegação fiscal – princípio da especialidade – na lei de sonegação 
fiscal já é prevista a conduta de falsificar para sonegar (não há divergência) 
 
iii)Falsificação para encobrir crime anterior – concurso material (não há discussão) 
 
 iv)Falsificação de documento público e falsidade ideológica – se o documento é falso, tudo é falso, 
não se discute falsidade ideológica. Ex. fazer um documento falso alegando uma situação verdadeira, 
pois não conseguiu o documento a tempo, continua sendo falso, não é relevante se a informação do 
documento é verdadeira ou falsa. 
 
5. FALSIFICAÇÃO DE DOCUMENTO PARTICULAR: 
Art. 298 CP – “falsificar, no todo ou em parte, documento particular ou alterar documento particular 
verdadeiro” 
Aplica-se aquilo que foi dito no documento público, o que muda é o tipo do documento. Contrato 
feito entre particulares sem intervenção do poder público (conceito residual – documento que não é 
público). Os dois tipos penais são separados para que tenham penas diferentes, já que falsificação de 
documento público é mais grave, tem a pena maior. 
- mesmo tipo penal com documento particular – feito por particular sem intervenção oficial na 
constituição ou expedição – determinado por eliminação, o que não é público. 
- também deve apresentar forma escrita, autor determinado, conteúdo e relevância jurídica. 
- falsificação de cartão de crédito/débito: se tornou algo relativamente comum. Na lei Carolina 
Dieckman adicionaram esse crime, diz que para fins penais essa falsificação vai ser de documento 
particular. 
 
6. FALSIDADE IDEOLÓGICA: 
DIREITO PENAL IV 
 
 
 
Art. 299 CP – “Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia constar, ou 
nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, com o fim de 
prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante” 
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento é público, e reclusão de um a três anos, 
e multa, se o documento é particular. 
 
Parágrafo único - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, ou 
se a falsificação ou alteração é de assentamento de registro civil, aumenta-se a pena de sexta parte – 
registro de nascimento inexistente é art. 241 CP e adoção a brasileira art. 242 CP. 
 
- A falsidade é da declaração/conteúdo do documento, não do documento – ideia falsa. 
- Sujeito ativo - qualquer: 
- aparece vários verbos: 
omitir - não precisa colocar uma mentira no documento, basta omitir uma informação, ligado ao 
dever de agir (se documento público, só funcionário público pode fazer), deve haver dolo, não se 
caracteriza se realmente esquecer. Crime próprio – omissão de socorro. Exemplo: uma pessoa casada, 
para fazer certos negócios precisa da autorização do cônjuge (informação relevante para o direito), e 
essa pessoa omite essa informação que é casado para fazer negócio sem ter que pedir autorização. A 
questão importante é quem omitiu a informação – ex. patrão coloca data de admissão falsa na CTPS 
nesse caso ele pratica em principio falsidade ideológica, pois ele como patrão esta autorizado a alterar, 
inserir informação no documento; mas se quem faz isso é o empregado é falsificação de documento 
público, pois não tem autorização/competência de alterar esse documento – o mesmo vale para inserir. 
inserir: colocar; falsidade direta – o próprio agente é quem faz (idem). Não confundir com 
falsificação de documento público ou privado – exemplos: assinar chamada para amigo que não está 
presente, está inserindo em um documento verdadeiro informação falsa, se for faculdade federal é 
documento público; agora se alterar a data no RG se caracteriza como falsificação de documento 
público – a diferença é a seguinte para ser falsidade ideológica o sujeito deve ser uma pessoa que está 
autorizada a preencher o documento, como ocorre no exemplo do aluno, que tem autorização de 
assinar a lista; já no caso do RG a pessoa não esta autorizada a preencher o documento, ela esta 
alterando o documento e não preenchendo. Se o agente não souber que esta inserindo informação 
falsa trata-se de uma autoria mediata – me sirvo de alguém que não pode ser responsabilizado para 
realizar o delito, quem mentiu se responsabiliza. 
fazer inserir: falsidade indireta. Esse pode ser feito por qualquer pessoa, é dar uma informação falsa 
para quem tem a competência de fazer a inserção – exemplo alegar para um funcionário público que 
é solteiro e a autoridade colocar isso no documento – fez inserir uma informação falsa. 
juridicamente relevante: colocar uma informação insignificante, sem relevância jurídica, não vai 
ser caracterizado crime, deve ser algo relevante, deve se olhar o contesto. 
 
OBS: se a falsificação tanto documental quanto ideológica for com o intuito de golpe a falsificação 
se torna um meio para o estelionato. 
 
OBS: o legislador fez um tipo penal para falsificação ideológica de documento público e privado 
juntos, mas as penas são diferentes, do documento público é maior. 
 
- a declaração deve valer por si mesma – se tiver que ser investigada ou fiscalizada, não tem força 
para constituir crime (Ex: pessoa pobre que não tem condições de custear o processo realiza uma 
declaração de pobreza, mas acontece que muitas vezes pessoas que não são pobres fazem declaração 
de pobreza, tecnicamente haveria um crime de falsidade ideológica, pois é uma declaração falsa em 
um documento verdadeiro) surge uma discussão neste caso, pois essa declaração de pobreza pode 
DIREITO PENAL IV 
 
 
 
ser contestada, sendo assim, não se caracterizaria como falsidade ideológica, há dois entendimento: 
1 se entender que o documento precisa valer por si mesmo essa declaração, mesmo falsa, não se 
caracteriza como falsidade ideológica; 2 mas o MP denúncia, não concorda com esse entendimento. 
 
- obtenção ilícita é falsidade material - preencher folha em branco assinada com abuso de confiança 
é falsidade ideológica; sem abuso de confiança, com subtração é falsidade documental. 
 
a) Elemento subjetivo: dolo + finalidade de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar verdade – deve 
ter relevância jurídica. 
 
b) Consumação: vai depender do verbo 
 
i) Omissão: momento em que deveria ser feita a conduta que foi omitida pelo agente (tentativa 
impossível, delito omissivo próprio) – se é o agente que faz, ao final da redação do documento, se 
passa as informações, no momento em que deixa de passar. Se consuma quando é irreversível, quando 
se omitea informação – não admite tentativa. 
 
ii) Inserir: momento da inserção (também não admite tentativa? – há entendimentos contraditórios) 
exemplo: digitar no computador a informação falsa, dai tenta imprimir mas não imprime, ou tenta 
enviar e a conexão da internet falha – pode ser considerado tentativa. Mas o entendimento majoritário 
entende que a inserção já caracteriza crime – mas dependendo do caso dá pra defender uma tentativa. 
 
iii) Fazer inserir: momento em que 3º insere. (admite tentativa – ex. o 3º não insere informação falsa 
por duvidar da informação no momento do preenchimento) 
 
- crime formal (não tem resultado) – basta ter o documento falso para caracterizar, não precisa usar o 
documento, ou ter algum resultado. 
 
7. USO DE DOCUMENTO FALSO: 
Art. 304 – “Fazer uso de qualquer dos papéis falsificados ou alterados, a que se referem os arts. 297 
a 302” (não se aplica a outros documentos que não os descritos nesses artigos). 
 
Pena - a cominada à falsificação ou à alteração. 
 
Fazer uso: utilizar para a finalidade a que o documento se destina – não é se usar para limpar a janela 
ou para se exibir – falta relevância jurídica – também não é tirar Xerox ou reconhecer firma (atos 
preparatórios para o uso). 
- uso por requerimento de autoridade é crime, mas há discordâncias, uma vez que não é espontâneo 
(mas usa CNH para dirigir, não para mostrar para o guarda!) – mas se o guarda arrancar não é uso de 
documento falso, pois não há dolo de usar, o guarda pegou, você não apresentou com a finalidade de 
enganar. A CNH é necessária para poder dirigir, por tanto, o entendimento do MP é que nesse caso 
específico, dirigir com carta falsa já é uso de documento falso, pois tem que portar essa carta para 
dirigir o carro. Se estiver portando a carta verdadeira ao mesmo tempo, não há crime, ou se estiver 
portando o documento falso mas não estiver dirigindo não é crime. Esta ocorrendo uma 
“americanização” das viaturas no Brasil, as viaturas portam um computador – há uma resolução no 
DETRAN que se o motorista estiver sem a carta, mas se o policial identificar que está tudo correto 
nesse caso não teria problema, com o tempo esse caso de apresentar a carta vai mudando. 
- pode ser cometido por dúvida (dolo eventual) – o que pode excluir é o erro. Ex. usa um documento 
falso, mas não sabe se é falso ou verdadeiro e usa mesmo assim. Esse crime é sempre doloso, não há 
modalidade de culposa. 
DIREITO PENAL IV 
 
 
 
- não é uso falso de documento autêntico – pode ser falsa identidade. 
- para Régis, se usar vários documentos ao mesmo tempo, há crime único. 
 
a) Sujeito ativo: qualquer, exceto quem fez o documento falso – exceção ocorre quando ele não pode 
ser punido pela falsificação, exemplo: quando existe alguma excludente de ilicitude, falsifica o 
documento em estado de necessidade. Se tem estado de necessidade na falsificação e não houver no 
uso será responsabilizado pelo uso. 
 
b) Consumação: uso efetivo – não precisa de proveito ou lucro – tentativa impossível (unisubsistente) – 
ou a pessoa usa o documento e consuma o crime ou não faz nada (entendimento majoritário). 
 
8. FALSA IDENTIDADE: 
Art. 307 CP – “Atribuir-se ou atribuir a terceiro falsa identidade para obter vantagem, em proveito 
próprio ou alheio, ou para causar dano a outrem” 
 
Identidade: conjunto de características próprias e exclusivas de uma pessoa, capazes de identificá-la 
e individualizá-la (estado civil, filiação, idade, nacionalidade...) – deve ter relevância jurídica. 
 
- pode ser personagem inventado ou pessoa existente. 
- não há se nome artístico ou de guerra (não está se passando por outra pessoa) – não esta tirando 
vantagem com isso ou prejudicando ninguém. 
- não pode ser omissiva ou ocultar, pois a conduta é atribuir-se. 
- réu pratica se fizer isso para escapar (não é ampla defesa) - vantagem não precisa necessariamente 
ser monetária, mas precisa ser indevida, senão é exercício arbitrário das próprias razões (ex. fazer 
prova no lugar de outrem). Exemplo: réus parecidos que trocam de lugar na audiência para nãos erem 
reconhecidos pela vítima e saírem inocentados – será falsa identidade, pois se passaram por outra 
pessoa para obter vantagem, aqui não tem estelionato por não se tratar de vantagem econômica e sim 
falsa identidade. A vantagem deve ser indevida, caso seja devida será exercício arbitrário das próprias 
razões pela regra da especialidade – crime mais especifico mais próximo. 
 
a) Consumação: momento da atribuição da falsa identidade – não precisa obter vantagem ou causar 
dano, basta o dolo - admite tentativa, desde que a conduta não seja verbal, pois ou você fala e consuma 
o crime ou não fala, não é nada. Mas se não for verbal haverá tentativa (carta extraviada). 
- crime subsidiário, vai ser usado quando não ter crime mais especifico. 
 
b) Concurso de crimes: 
 
i) trocar fotografia de carteira de identidade para se passar por outrem – discussões na jurisprudência, 
para a doutrina é falsidade material. 
 
ii) alguém se passar por funcionário público (45 LCP) – poderia ser a princípio crime de falsa 
identidade mas como há regra mais especifica na lei das contravenções penais art. 45, afastando o 
crime de falsa identidade – mesma coisa ocorre com o exercício irregular da medicina. 
 
9. USO DE DOCUMENTO DE IDENTIDADE ALHEIA: 
Art. 308 CP – “Usar, como próprio, passaporte, título de eleitor, caderneta de reservista ou qualquer 
documento de identidade alheia ou ceder a outrem, para que dele se utilize, documento dessa natureza, 
próprio ou de terceiro” 
DIREITO PENAL IV 
 
 
 
- pode ser qualquer documento de identidade, não precisa ter foto. - não exige intenção de obter 
vantagem provocar dano 
-consuma-se com o uso (análogo ao uso de documento falso) e não admite tentativa ou com a cessão 
(basta ceder e quem recebe só comete crime quando usar) e nesse caso admite tentativa 
- absorve falsa identidade 
- se falsificação de documento de identidade grosseira, pode-se aplicar o 308(!) 
 
TÍTULO XI 
DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
 
Não necessariamente praticados por funcionários públicos. 
 
Funcionário Público: Art. 327 CP – “Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, 
embora transitoriamente ou sem remuneração (ex. jurado, mesário), exerce cargo, emprego ou função 
pública 
Cargo Público: criado por lei, com número e denominação certos, pago pelos cofres públicos (ex. 
juiz). 
Emprego Público: serviço temporário, contratado em regime especial ou pela CLT. 
Função Pública: conjunto de atribuições de natureza pública (executiva, legislativa, judiciária, poder 
de polícia...) que não correspondem a cargo ou emprego – síndico da massa falida não é (comete 
apropriação indébita, idem tutor, curador ou depositário). É punido com mais vigor do que o 
funcionário particular. 
Por equiparação: § 1º - Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou função 
em entidade paraestatal, e quem trabalha para empresa prestadora de serviço contratada ou 
conveniada para a execução de atividade típica da Administração Pública – concessões, permissões 
e convênios 
§ 2º - A pena será aumentada da terça parte quando os autores dos crimes previstos neste Capítulo 
forem ocupantes de cargos em comissão ou de função de direção ou assessoramento de órgão da 
administração direta, sociedade de economia mista, empresa pública ou fundação instituída pelo 
poder público. 
- o particular sempre poderá praticar em concurso de agentes. 
 
1. PECULATO: praticado por funcionário público, mas admite concurso de agentes com particular. É 
um crime que a realidade são vários crimes, tem várias modalidades. 
 
a) Peculato apropriação (próprio): Art. 312 – “Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor 
ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo”- parecido com apropriação indébita - que pressupõe uma posse anterior licita (pegar livro na 
biblioteca e não devolver). Nessa modalidade de peculato também pressupõe uma posse lícita, a única 
diferença é que essa posse se da por conta da função pública do funcionário. 
- pressupõe posse (sentido amplo, pode ser detenção) lícita anterior em razão do cargo. 
- se enganar alguém para conseguir a posse, há estelionato; se utilizar violência ou grave ameaça, 
roubo. 
- tem que ser qualquer coisa móvel que tenha valor econômico – se for imóvel, não é peculato. 
DIREITO PENAL IV 
 
 
 
- mandar subordinado fazer serviço particular é atípico, pode ser improbidade administrativa (direito 
civil) – for para uso particular. 
- o bem pode ser de particular (ex. carro apreendido), mas precisa estar na posse da administração 
pública, senão é apropriação indébita ou furto. Não precisa ser necessariamente um bem da adm. 
pública. Exemplo: vou a um cartório, cartorário se oferece para guardar a sua pasta (gentileza que 
não esta dentro das funções dele) se ele se apropriar da pasta não pratica peculato por apropriação, 
pois não se enquadra em suas funções. Para ter peculato o bem deve estar na custodia da adm. pública, 
seja porque o bem é dela, ou seja porque ela está com bem particular guardado (carro apreendido, 
prova de processo). 
- consuma-se no momento da inversão da intenção – admite tentativa. Exatamente a mesma coisa que 
acontece na apropriação indébita. A coisa sai da posse da adm. pública e passa para a posse do 
funcionário. 
- síndico de massa falida ou depositário judicial praticam apropriação indébita, porque não são 
funcionários públicos. 
 
b) Peculato desvio: “ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio” – alterar o destino quando a lei não 
prevê discricionariedade. Não pressupõe uma apropriação. 
- se o desvio for para a própria administração, há emprego irregular de verbas públicas. 
- o proveito pode ser moral – ex. influência na cidade 
- consuma-se no momento do desvio – admite tentativa – ex. vem ordem de desvio, mas não se 
consuma por razões alheias à vontade de quem deu a ordem. 
- se usar e devolver, há peculato de uso, atípico, como o furto de uso. Em principio apenas usar o bem 
não gera peculato – responsabilidade penal, mas pode gerar responsabilidade administrativa 
 
c) Peculato furto ou impróprio: § 1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, embora não 
tendo a posse do dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou concorre para que seja subtraído, em proveito 
próprio ou alheio, valendo-se de facilidade que lhe proporciona a qualidade de funcionário – forma 
equiparada 
- pode ser bem público ou particular, mas sempre sob custódia da administração pública. 
- consumação análoga ao furto, 2 correntes: posse tranquila ou basta tirar da esfera de vigilância da 
vítima – entendimento mais rigoroso que no furto, por se tratar de bem da adm. pública. 
 
d) Peculato culposo: § 2º - Se o funcionário concorre culposamente para o crime de outrem. 
- discussões sobre qual tipo de crime que poderia ser: para alguns só os do art. 312, para outros 
qualquer crime patrimonial contra a administração pública – a ideia é culpar o funcionário desleixado, 
que não cuida direito do bem público. É chega a ser uma exceção a teoria monista, pois nesse caso 
não tem concurso de agentes (teoria monista aplica-se quando tem concurso de agente, aqui não há 
ligação subjetiva entre as pessoas que estão praticando o crime – pois não há dolo nesse caso). 
- consumação no momento da consumação do crime do terceiro – se for tentado, a conduta do 
funcionário é atípica (ex. tentativa de furto, o crime não se consumou, a conduta do funcionário é 
atípica pois não admite tentativa em crime culposo) - exemplo se a funcionaria deixa o local aberto 
não se consuma o crime ainda, se consuma quando consumar o crime de furto – consumou um 
consumou o outro. NÃO ADMITE TENTATIVA. 
 
§ 3º - No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se precede à sentença irrecorrível, extingue 
a punibilidade; se lhe é posterior, reduz de metade a pena imposta (arrependimento posterior) - se o 
funcionário público reparar o dano antes da sentença não será punido penalmente, pois não houve 
prejuízo à adm. pública. (o mesmo ocorre no caso de sonegação fiscal – se a pessoa pagar o imposto 
a queixa é retirada). 
 
DIREITO PENAL IV 
 
 
 
e) Peculato mediante erro de outrem: Art. 313 - Apropriar-se de dinheiro ou qualquer utilidade que, 
no exercício do cargo, recebeu por erro de outrem – “peculato estelionato” – ruim porque a conduta 
é apropriar-se e não enganar (ex. paga no guichê 20 da sala 3 ao invés do guichê 3 da sala 20) 
- consuma-se no momento da inversão do ânimo, ou seja, momento que o funcionário publico se 
apropria do valor que não deveria se apropriar – admite tentativa. 
 
 OBS: crime chamado de suborno, o termo suborno realmente existe – receber direito para fazer algo 
errado, mas NÃO EXSITE CRIME DE SUBORNO – o que existe são três crimes diferentes: 
 
- concussão: funcionário que exige algum tipo de vantagem, exemplo, guarda de transito para e exige 
mil reais para não aplicar multar. Praticada pelo funcionário público – particular está sendo 
extorquido, única pessoa que pratica o crime nesse caso é o funcionário público, o fato do particular 
pagar não gera corrupção ativa. 
 
- corrupção passiva: crime do funcionário que solicita ou recebe vantagem, quase igual a concussão, 
o que muda é o verbo “solicita”, é mais fraco que exigir, exemplo: “conversa mole” de corrupção. Só 
é praticada pelo funcionário público. 
 
- corrupção ativa: particular que oferece vantagem. A corrupção ativa e passiva não ocorre 
necessariamente ao mesmo tempo, a única situação que ocorrerá ao mesmo tempo é quando o 
particular oferece a vantagem (ativa) e o funcionário aceita a vantagem (passiva). Em outras situações 
ocorrera um ou outro e não os dois ao mesmo tempo. 
 
 
2. CONCUSSÃO: Art. 316 – “Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora 
da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida” 
- sempre exigir algo que tenha relação com a função pública “mas em razão dela”. 
- o fundamental é exigir, impor (não pedir) – na corrupção passiva, há liberdade de negociação, aqui 
há exigência, ameaça – extorsão praticada por funcionário público. Tanto a corrupção passiva e a 
concussão possuem a mesma pena – mudança feita pelo legislador, antes concussão era mais grave. 
- deve haver nexo causal entre a ameaça e a função exercida (não confundir com exercício da função, 
basta que seja em razão da função – nada impede que cometa o crime antes de tomar posse do cargo). 
- quem dá o dinheiro é vítima, não comete crime (lesão ao patrimônio do particular não é necessária 
para a configuração do crime). Não tem corrupção ativa do particular. 
- a vantagem precisa ser indevida, senão há excesso de exação ou abuso de autoridade. 
- majoritariamente, entende-se que a vantagem deve ser patrimonial, mas Régis e Fragoso acham que 
pode ser qualquer tipo de vantagem, pois no tipo penal está escrito vantagem. (ex. guarda de transito 
exige que motorista transe com ele caso contrário irá muta-la – na corrente majoritária seria crime de 
estupro, mas seguindo a outra corrente seria concussão, pois é um funcionário público se valendo de 
seu cargo para conseguir vantagem sexual – ameaça ao bem público). 
- “para si ou para outrem” que não seja a administração pública. 
- consuma-se com a exigência, o agente não precisa obter a vantagem, isso é mero exaurimento – na 
hora em que entrega o dinheiro já não é mais flagrante, pois o crime já se consumou bem antes – o 
bom policial já pede mandado de prisão antes, prisão preventiva. 
Não admite tentativa de forma oral, mas é possível a tentativa de outros modos. 
 
3. CORRUPÇÃO PASSIVA: Art. 317 – “Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou 
indiretamente,ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, 
ou aceitar promessa de tal vantagem” 
- “pedir” e “solicitar” envolve negociação (diferente de exigir) – houve iniciativa do funcionário 
público. 
DIREITO PENAL IV 
 
 
 
- receber = entrar na posse – pressupõe que o particular tomou iniciativa, sendo assim, o particular 
comete crime também (corrupção ativa) 
- aceitar promessa = concordar com a oferta – iniciativa do particular, também comete crime 
- o particular que entrega dinheiro quando solicitado, não comete crime, uma vez que a corrupção 
ativa tipifica “oferecer” ou “prometer” – a ativa depende da iniciativa do particular, a passiva não 
necessariamente. 
- a vantagem indevida é para que o funcionário faça ou deixe de fazer alguma coisa inerente ao cargo 
– na concussão, a vantagem é dada por causa da ameaça. 
- é possível dar uma gratificação, mas deve ser de pequeno valor e ter uma justificativa 
(agradecimento, natal...) 
- recompensa também pode porque é genérica – oferecida a qualquer pessoa (ex. se um bombeiro 
encontra o cachorro que estava perdido ele pode receber recompensa). 
 
Própria: funcionário pratica ou omite ilegalmente o ato – dar dinheiro pro funcionário para que ele 
faça ou deixe de fazer algo indevido (ex. oferecer dinheiro para o guarda não multar – omissão; ou 
pedir dinheiro para emitir documento de abertura para um restaurante irregular - pratica), mais 
comum. 
 
Imprópria: funcionário pratica ou omite ato devido – (ex. fiscal pedi dinheiro para autorizar abertura 
do restaurante que esta regular, sendo que ele deveria emitir a autorização, pois é sua função). 
 
§ 1º - A pena é aumentada de um terço, se, em consequência da vantagem ou promessa, o funcionário 
retarda ou deixa de praticar qualquer ato de ofício ou o pratica infringindo dever funcional. 
 
- se a exigência for em virtude de autuação tributária, aplica-se a lei 8.137/90, art. 3º II, com penas 
maiores (3 a 8 anos). 
- consuma-se no momento da solicitação, recebimento ou aceitação – crime formal, só precisa receber 
a vantagem na conduta receber. Momento em que ocorre a conjugação dos verbos. 
- admite tentativa – Ex. solicitação por escrito extraviada. 
 
Forma Privilegiada (praticamente como se fosse outro crime – nesse caso não há vantagem de 
troca): § 2º - Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda ato de ofício, com infração de dever 
funcional, cedendo a pedido ou influência de outrem: 
-seria melhor um tipo autônomo, pois muda tudo – o que era mero exaurimento passou a núcleo do 
tipo – agora é crime material (precisa do resultado). 
- consuma-se com a prática, omissão ou retardo – não admite tentativa. 
 
4. EXCESSO DE EXAÇÃO: Art. 316 § 1º - Se o funcionário exige tributo (imposto, taxa ou 
contribuição de melhoria) ou contribuição social que sabe ou deveria saber indevido, ou, quando 
devido, emprega na cobrança meio vexatório ou gravoso, que a lei não autoriza. 
- exação: significa correção 
- imposto: não é vinculado a nenhuma contraprestação, é pago ao governo e ele faz o que quiser 
- taxa: tem uma contraprestação (ex. taxa de iluminação pública) 
- contribuição de melhoria: quando é feita uma obra pública e essa obra publica gera uma valorização 
dos imóveis ao redor os proprietários pagam uma taxa. 
- agente deve ser funcionário encarregado da arrecadação. 
- se a cobrança for por meio de violência física, poderá ser o 158 CP (extorsão) deve analisar o caso. 
- preço público (tarifa) é atípico – por tarifa não se classifica nesse crime 
- consuma-se com a exigência ou cobrança por meio vexatório – desnecessário receber 
- tentativa de difícil configuração, mas admite por exemplo carta extraviada. Verbal não é possível. 
DIREITO PENAL IV 
 
 
 
- “deveria saber” = esse crime pode ser praticado por dolo eventual (não é culpa) 
 
Forma qualificada: § 2º - Se o funcionário desvia, em proveito próprio ou de outrem, o que recebeu 
indevidamente para recolher aos cofres públicos 
- consumação com o desvio, ainda que não integral – admite tentativa 
 
5. PREVARICAÇÃO: Art. 319 CP - Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou 
praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal 
 
- não é simplesmente preguiça, precisa ter o interesse pessoal (ex. professor de faculdade pública não 
ser orientador de TCC por ter outros interesses pessoais). 
- crime subsidiário, interesse pessoal é algo muito amplo – não é preguiça ou mero desleixo (ex. 
prevaricação e corrupção passiva são diferentes, mas podem ser parecidos – pessoa da dinheiro para 
guarda deixar de multa-lo, é corrupção passiva com aumento de pena, mas percebam que também 
pode ser encaixado na prevaricação, pois se o guarda deixa de multar ele deixa de fazer ato de oficio 
por interesse pessoal de receber o dinheiro, mas será corrupção passiva pois é mais especifico). 
- greve não é porque não há dolo na visão do grevista (entendimento majoritário) 
 
Retardar: protelar, postergar (conduta omissiva) – crime omissivo próprio, subsiste mesmo que seja 
praticado posteriormente 
 
Deixa de praticar: não fazer (crime omissivo), simplesmente não fazer. É mais fácil caracterizar a 
consumação do que no caso de retardamento. Se consuma quando passar do prazo. 
 
Praticar: fazer, realizar (conduta comissiva) contra disposição expressa de lei. 
 
Ato de ofício: inserido nas atribuições do agente – ato administrativo, legislativo ou judicial. para se 
caracterizar o ato deve ser uma obrigação do funcionário público. 
 
- a prática de ato contrário a portaria, regulamento ou medida provisória é atípica 
- as condutas omissivas consumam-se no momento do dever agir – tentativa não existe, é indiferente 
penal. Deve determinar um tempo juridicamente relevante com base no caso concreto - in dubio pro 
reo (absolvição). 
- as comissivas se consumam no momento da prática, admitindo tentativa 
- se eleitoral, aplica-se o código eleitoral 
- se contra o serviço postal, lei 6538/78 
 
Art. 319-A. Deixar o Diretor de Penitenciária e/ou agente público, de cumprir seu dever de vedar ao 
preso o acesso a aparelho telefônico, de rádio ou similar, que permita a comunicação com outros 
presos ou com o ambiente externo – antigamente era prevaricação se houvesse interesse pessoal do 
presidente do presídio, hoje isso não altera a tipificação do crime. Não é um crime culposo (não 
confundir), sempre doloso quando for crime omissivo próprio. 
- conduta omissiva 
- somente acesso indevido 
- crime próprio – pode ser praticado somente pelo diretor da penitenciária ou agente público (não 
necessariamente agente penitenciário – precisa ser algum funcionário com essa função) 
- se o telefone estiver quebrado, não há crime 
- consuma-se quando o agente, tendo conhecimento da situação, nada faz para evitar o acesso do 
preso ao aparelho – não admite tentativa 
 
DIREITO PENAL IV 
 
 
 
Lei nº 12.012, de 2009: Art. 349-A. Ingressar, promover, intermediar, auxiliar ou facilitar a entrada 
de aparelho telefônico de comunicação móvel, de rádio ou similar, sem autorização legal, em 
estabelecimento prisional. 
 
6. CONDESCENDÊNCIA CRIMINOSA: Art. 320 CP - Deixar o funcionário, por indulgência, de 
responsabilizar subordinado que cometeu infração no exercício do cargo ou, quand o lhe falte 
competência, não levar o fato ao conhecimento da autoridade competente 
- prevaricação especial (forma privilegiada) 
- infração administrativa ou criminal do subordinado 
- sujeito ativo = superior de quem praticou a infração ou quem pode levar ao conhecimento do 
superior – admite concurso, menos com quem praticou a infração. 
- consuma-se quando o agente toma conhecimento da infração praticada pelo subalterno e não inicia 
de imediato a sua apuração 
- não admite tentativa (crime omissivo puro) 
 
7. ADVOCACIA ADMINISTRATIVA: Art. 321 - Patrocinar, direta ou indiretamente, interesseprivado perante a administração pública, valendo-se da qualidade de funcionário. 
- sujeito ativo = funcionário público, não necessariamente advogado 
- conduta é valer-se do fácil acesso proporcionado pelo cargo ou função (não necessariamente na 
repartição onde ele trabalha), de maneira direta ou indireta (testa de ferro) 
- não precisa ser interesse ilegítimo, se for aumenta a pena (§ ú), mas o agente tem que saber que o 
interesse é ilegítimo. 
- consuma-se com a prática de qualquer ato que implique o patrocínio alheio perante a administração 
pública – independe de sucesso – tentativa teoricamente possível (Ex. apreensão de requerimento) 
 
a) Concurso de delitos: pode ser em concurso formal (uma conduta que produz mais resultados) com 
concussão ou corrupção passiva ou ativa (mais comum que haja interesse financeiro). 
- se o interesse patrocina referir-se a ato de ofício, há corrupção passiva ou prevaricação 
- há estelionato, se o agente finge que vai patrocinar interesse, mas não faz nada. 
 
OBS: se for ato de ofício do agente não será advocacia adm. e sim corrupção passiva, advocacia adm. 
será quando influenciar que outra pessoa faça alguma coisa, 
 
Art. 3º da lei 8.137/90: Crimes contra a ordem tributária 
 
Art. 91 da lei 8.666/93: Licitações 
 
8. RESISTÊNCIA: Art. 329 - Opor-se à execução de ato legal, mediante violência ou ameaça a 
funcionário competente para executá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio – não é um crime 
praticado por funcionário público e sim particulares contra a adm. Pública. 
- opor-se significa impedir, servir de obstáculo à execução de ato legal com violência ou ameaça (não 
necessariamente grave) – resistência passiva (sem ameaça ou violência) é fato atípico. 
 
OBS Prisão: normalmente para prender alguém precisa de um mandado, há exceções que pode haver 
prisão sem mandado como flagrante, recaptura e situações excepcionais como estado de sítio. Se 
configura a prisão quando houver a exibição do mandado de prisão ao infrator, sendo assim, 
dependendo do momento que houver a resistência da prisão, pode se configurar resistência ou não. 
Quando há a exibição do mandado pode haver o crime de resistência, mas se a pessoa resistir antes 
da exibição do mandado ocorre o crime de desobediência, pois está desobedecendo a ordem de 
autoridade competente. Ocorrerá evasão mediante violência que será depois que a pessoa está presa 
e consegue fugir mediante violência = importante diferencia – penas diferentes. 
DIREITO PENAL IV 
 
 
 
 
- pode ser à prisão, mas não depois que já está preso (pode ser 352, evasão mediante violência), tem 
que ser contemporâneo ao ato 
- o ato deve ser legal (não necessariamente justo) – se for manifestamente ilegal, não há resistência 
(em caso de dúvida, aplica-se o princípio da autoridade) – ilegalidade tanto na ordem em si, quanto 
em sua forma de execução 
- em caso de erro do funcionário, que pratica ato ilegal achando que é legal, não há crime, porque 
continua sendo ilegal 
- sujeito ativo = qualquer – não necessariamente quem teve contra si o ato praticado 
- não importa o número de funcionários porque a resistência é única 
- consumação com a violência ou ameaça – não precisa conseguir impedir o ato, mas se conseguir, 
qualifica (§ 1º) – admite tentativa (Ex. Ameaça por escrito que se extravia) 
- concurso material (§ 2º) com desacato, homicídio... mas absorve desacato e desobediência porque 
fazem parte da conduta. Não tem como resistir sem desacatar ou desobedecer, mas se houver outros 
atos que não pressupõe como homicídio, ocorrerá o concurso material. 
 
9. DESOBEDIÊNCIA: Art. 330 - Desobedecer a ordem legal de funcionário público 
- sujeito ativo = qualquer, inclusive funcionário público (para Smanio, se estiver no exercício da 
função, prevaricação) 
 
Desobedecer: não atender, não cumprir – tanto comissivo quanto omissivo (depende da ordem) 
 
Ordem legal: mandamento (não é mero pedido) legal, mesmo que injusto – pressupõe do dever de 
obedecer (fugir do prendedor não é) – se houver motivo justo para não atender ao ato, não há crime. 
- Consuma-se no momento da conduta – admite tentativa apenas na modalidade comissiva 
- quando existe previsão de sanção administrativa (ex. trânsito), é mero ilícito administrativo, não há 
desobediência. 
 
10. DESACATO: Art. 331 - Desacatar funcionário público no exercício da função ou em razão dela – 
não é um crime contra a honra (é contra a administração pública) 
- sujeito ativo = qualquer pessoa, inclusive funcionário público (ofender está fora da função, já que 
ninguém tem essa função – advogado tem imunidade apenas nos crimes contra a honra 
- conduta é ofender, humilhar, desprestigiar... por meio de palavra ou gesto – não pode ser por carta, 
porque precisa da presença do funcionário para que possa perceber a ofensa (se estiver ausente, há 
crime contra a honra – impossível por fax, telefone ou imprensa) – não é um entendimento unânime. 
- crítica sem a intenção de ofender não constitui crime, precisa ter dolo 
- o funcionário não precisa se sentir ofendido, pois a ofensa é contra a administração não contra ele – 
pedido de desculpas posterior não exclui o crime – pode reduzir a pena 
- ninguém mais precisa estar presente 
- tem jurisprudência que exige ânimo calmo e refletido – troca de ofensas não configura o desacato, 
ou seja, se o funcionário desacatar primeiro não há crime. 
- “em razão da função pública” = nexo causal entre a função e o desacato 
- consuma-se no momento da ofensa (tentativa difícil, impossível se oral) 
- absorve injúria, difamação, vias de fato, ameaça, lesão corporal leve (se grave, concurso formal). 
 
11. TRÁFICO DE INFLUÊNCIA: Art. 332 - Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem, 
vantagem ou promessa de vantagem, a pretexto de influir em ato praticado por funcionário público 
no exercício da função – se juiz, jurado, MP... é artigo 357 (exploração de prestígio) 
- não confundir com crime de advocacia, esse crime em questão é um tipo de estelionato especial 
- sujeito ativo = qualquer, inclusive funcionário público. 
DIREITO PENAL IV 
 
 
 
- quem dá o dinheiro não comete crime, uma vez que há crime putativo (estelionato qualificado). 
- “pretexto”, não faz nada, diz que fará, mas não o faz, por isso é parecido com estelionato. Exemplo, 
alguém diz que se pagar 1000 reais para sair o processo, mas o processo vai sair de qualquer jeito, 
ganha dinheiro injustamente. 
 
Parágrafo único - A pena é aumentada da metade, se o agente alega ou insinua que a vantagem é 
também destinada ao funcionário 
 
12. CORRUPÇÃO ATIVA: Art. 333 - Oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário público, 
para determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício. 
- independe da passiva – podem ocorrer as duas ou uma ou outra - exceção à teoria monista 
- para haver promessa, não pode pedir antes, senão comete crime quem pediu 
- sujeito ativo = qualquer, inclusive funcionário público 
 
Oferecer: apresentar alguma coisa para ser aceita. 
Prometer: obrigar-se a fazer ou dar alguma coisa 
 
- qualquer meio (escrito, verbal, gesto, intermediação...) 
- gratificação de pequeno valor (= passiva), “jeitinho” (pedir um favor) ou recompensa não é 
- vantagem indevida (de qualquer tipo: $, moral, sexual...) 
- se o funcionário já praticou o ato, há crime impossível (a vantagem deve ser para praticar o ato) 
- se vai sofrer coação ilegal e paga para não sofrer, não é 
- consumação ocorre quando o funcionário toma conhecimento da oferta, é desnecessário o resultado 
– admite tentativa (Ex: carta extraviada) 
- se testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete, art. 343 CP 
- se for para conseguir voto ou abstenção, art. 299 da lei 4.737/65 (Código Eleitoral). 
 
 
Parágrafo único - A pena é aumentada de um terço, se, em razão da vantagem ou promessa, o 
funcionário retarda ou omite ato de ofício, ou o pratica infringindo dever funcional. 
 
13. DESCAMINHO: Art. 334 CP -

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