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Aula 05-Direito Civil

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CURSO ON-LINE - PROCON-DF - DIREITO CIVIL 
FISCAL DE DEFESA DO CONSUMIDOR / DIREITO E LEGISLAÇÃO 
A RESPONSABILIDADE CIVIL corresponde a aplicação de medidas 
que obriguem alguém a reparar dano moral ou patrimonial causado a 
terceiros em razão de ato ilícito do próprio imputado, de pessoa por 
quem ele responde, ou de fato de coisa ou animal sob sua guarda, ou, 
ainda, de simples imposição legal. 
A prática de um ato ilícito pode se dar através da violação de um 
direito (art. 186 do CC) ou através de um abuso de direito (art. 187 
do CC). Nas duas hipóteses é necessário que o ato praticado provoque 
um dano a outrem, seja ele patrimonial ou extrapatrimonial (moral). 
Art. 186 do CC - Aquele que, por ação ou omissão voluntária, 
negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, 
ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. 
Art. 187 do CC - Também comete ato ilícito o titular de um direito 
que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos 
pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons 
costumes. 
Dessa forma, podemos listar três requisitos para haver a 
responsabilidade civil: 
1) Conduta: vem a ser o ato humano, comissivo ou omissivo, ilícito ou 
lícito, voluntário e objetivamente imputável, do próprio agente ou de 
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terceiro, ou o fato de animal ou coisa inanimada, que cause dano a 
outrem, gerando o dever de satisfazer os direitos do lesado. A conduta é 
composta da parte objetiva (ação ou omissão) e da parte subjetiva (dolo 
ou culpa), entretanto, nem sempre a parte subjetiva (dolo ou culpa) 
será necessária, como ocorre nos casos de responsabilidade objetiva. 
2) Ocorrência de Dano: não haverá dever de reparação quando 
inexistir prejuízo. As classificações mais importantes de dano são: 
a) Quanto à extensão do dano: o prejuízo compreende o dano 
emergente (efetiva diminuição do patrimônio da vítima) e o 
lucro cessante (quantia que a vítima deixou de ganhar). 
b) Quanto à natureza do bem violado: o dano, de acordo com o 
art. 5°, V da CF, pode ser material quando se tratar de prejuízo 
causado a bem patrimonial, moral, quando recair sobre bens 
extrapatrimoniais, e à imagem, quando compromete a aparência da 
pessoa lesada. 
Art. 5°, V da CF - é assegurado o direito de resposta, proporcionai 
ao agravo, aiém da indenização por dano material, morai ou à 
imagem; 
STJ 37 - São cumuláveis as indenizações por dano material e dano 
morai oriundos do mesmo fato. 
STJ 387 - É possível a acumulação das indenizações de dano estético 
e moral. 
c) Quanto às conseqüências do dano: o dano pode ser direto, 
aquele suportado pela própria vítima da ação lesiva, ou indireto, 
também chamado de dano reflexo ou por ricochete, quando se 
revela decorrência de um dano anterior sofrido pela própria vítima 
ou por outrem. 
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Imagine a destruição de vidro de uma vitrina por um 
desordeiro, com um conseqüente estrago causado pelas chuvas 
nos artigos expostos, em razão da falta de vidro. 
A destruição do vidro é um dano direto, ao passo que o estrago pelas 
chuvas é um dano indireto. 
3) Nexo de Causalidade: relação entre a conduta do agente e o dano 
sofrido pela vítima. Caso a existência do dano não esteja relacionada 
com o comportamento do agente, não haverá que se falar em relação 
de causalidade e, via de conseqüência, em obrigação de indenizar. 
Entretanto, mesmo que o agente pratique um ato que acarrete 
prejuízo a outrem ele pode não ser obrigado a indenizar em razão de 
uma das causas excludentes de ilicitude. Algumas estão listadas no 
artigo 188 do CC. 
São elas: 
1) Legítima Defesa; 
2) Exercício Regular de Direito; e 
3) Estado de Necessidade. 
Art. 188 do CC - Não constituem atos ilícitos: 
I - os praticados em legítima defesa ou no exercício regular de um 
direito reconhecido; 
II - a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a 
pessoa, a fim de remover perigo iminente. 
RESPONSABILIDADE 
CIVIL 
CONDUTA 
DANO 
NEXO DE CAUSALIDADE 
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Os três elementos 
são necessários para 
que alguém seja 
responsabilizado 
civilmente. 
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Parágrafo único. No caso do inciso II, o ato será legítimo somente 
quando as circunstâncias o tornarem absolutamente necessário, não 
excedendo os limites do indispensável para a remoção do perigo. 
É possível que, quando a ilicitude seja excluída pelo estado de 
necessidade, o agente, mesmo assim, continue obrigado a indenizar se 
a pessoa que sofrer o dano não corresponder à pessoa que ocasionou a 
situação de perigo. Porém, nessa hipótese, o agente terá direito a uma 
ação regressiva contra o causador do perigo para reaver o que houver 
gasto com a indenização (artigos 188, 929 e 930 do CC). 
Art. 929 do CC - Se a pessoa lesada, ou o dono da coisa, no caso do 
inciso II do art. 188, não forem culpados do perigo, assistir-lhes-á 
direito à indenização do prejuízo que sofreram. 
Art. 930 do CC - No caso do inciso II do art. 188, se o perigo ocorrer 
por culpa de terceiro, contra este terá o autor do dano ação 
regressiva para haver a importância que tiver ressarcido ao lesado. 
Parágrafo único. A mesma ação competirá contra aquele em defesa 
de quem se causou o dano (art. 188, inciso I). 
Conforme explicações anteriores, se uma pessoa, agindo em 
estado de necessidade, em razão de uma ação causar dano a outra, não 
estará caracterizado um ato ilícito em decorrência da ilicitude ser 
excluída pelo estado de necessidade; ou seja, estaremos diante de um 
ato lícito. Entretanto, mesmo assim é possível haver indenização ao 
lesado e ação regressiva contra o causador do perigo. 
Vejamos o exemplo: 
motorista de um carro que, agindo em estado de necessidade, 
o carro de uma criança e acaba derrubando o muro de uma casa; 
criança de 5 anos que atravessava a rua sozinha; 
responsável pela criança (CAUSADOR DO PERIGO); e 
dono da casa que teve o muro derrubado (LESADO). 
Se o causador do perigo e o lesado forem a mesma pessoa 
(responsável pela criança e dono da casa com o muro quebrado forem a 
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mesma pessoa), então não há indenização, pois se configura o estado 
de necessidade defensivo; porém, se forem pessoas diferentes, teremos 
o estado de necessidade agressivo e caberá uma indenização de "A" 
para "D", da mesma forma que "A" pode propor uma ação regressiva 
contra "C" para reaver o que pagou a "D". 
O organograma a seguir é um retrato de como o Código Civil trata 
os casos de responsabilidade civil delineados em seu texto acrescido de 
conceitos doutrinários comumente cobrados em provas de concursos. 
Como de praxe ao longo deste curso, vamos "dissecar" o respectivo 
organograma acrescentando, sempre que for possível e pertinente, 
assertivas e questões que foram alvo de provas aplicadas 
anteriormente. 
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I) Tendo como fundamento a classificação de acordo com o fato 
gerador, a responsabilidade civil pode ser: 
a) Responsabilidade contratual: é aquela que está relacionada 
com a inexecução de uma obrigaçãodecorrente de um contrato. O 
contrato faz lei entra as partes, dessa forma, suas cláusulas 
devem ser respeitadas, sob pena de responsabilidade daquele que 
as descumprir. A base legal dessa modalidade de responsabilidade 
se fundamenta nos arts 389 (obrigação positiva) e 390 (obrigação 
negativa) do CC. 
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Art. 389 do CC - Não cumprida a obrigação, responde o devedor por 
perdas e danos, mais juros e atualização monetária segundo índices 
oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de advogado. 
Art. 390 do CC - Nas obrigações negativas o devedor é havido por 
inadimplente desde o dia em que executou o ato de que se devia 
abster. 
b) Responsabilidade extracontratual ou aquiliana: é aquela que 
está relacionada com a infração a um dever geral imposto por lei 
(legal). 
Como exemplo, se uma pessoa é atropelada por um ônibus deve ser 
ressarcida pelo autor do fato. Temos aqui um caso de responsabilidade 
extracontratual. Porém, se a pessoa está dentro do ônibus viajando para 
algum lugar e ocorrer um acidente na qual ela sofra danos (materiais 
e/ou morais), estaremos diante de uma responsabilidade contratual, 
pois existe um contrato de transporte. 
II) Tendo como base a classificação quanto ao seu fundamento, a 
responsabilidade civil pode ser subjetiva ou objetiva. 
a) Responsabilidade subjetiva: é aquela baseada na culpa do 
agente, que deve ser comprovada para gerar a obrigação 
indenizatória. É a regra no Código Civil (art. 186 do CC) A 
responsabilidade do causador do dano somente se configura se ele 
agiu com dolo ou culpa. Trata-se da teoria clássica, também 
chamada teoria da culpa ou subjetiva, segundo a qual a prova da 
culpa lato sensu (abrangendo o dolo) ou stricto sensu se constitui 
num pressuposto do dano indenizável. 
Art. 186 do CC - Aquele que, por ação ou omissão voluntária, 
negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a 
outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. 
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b) Responsabilidade objetiva: é aquela imposta por lei, havendo, 
entretanto, em determinadas situações, a obrigação de reparar o 
dano independentemente de culpa. É quando ocorre a 
responsabilidade objetiva que adota a teoria do risco, que 
prescinde (NÃO NECESSITA) de comprovação da culpa para a 
ocorrência do dano indenizável. Basta haver o dano e o nexo de 
causalidade para justificar a responsabilidade civil do agente. Em 
alguns casos presume-se a culpa (responsabilidade objetiva 
imprópria), em outros a prova da culpa é totalmente prescindível 
(responsabilidade civil objetiva própria). 
Sobre as modalidades de risco, a doutrina ressalta as seguintes: 
• Risco proveito: está relacionado à máxima "quem colhe os bônus 
deve suportar os ônus", ou seja, aquela pessoa que tira proveito 
da atividade perigosa também deve suportar os danos dela 
decorrentes; 
• Risco profissional: está relacionado às relações de trabalho, a 
fim de viabilizar a responsabilidade objetiva do empregador pelos 
danos causados pelo empregado, em decorrência da atividade por 
este desenvolvida; 
• Risco excepcional: se refere às atividades que, por sua 
natureza, representam um elevado grau de perigo, tanto para as 
pessoas que as desempenham diretamente, como para os demais 
membros da coletividade; e 
• Risco integral: é o grau mais elevado de responsabilidade 
objetiva, não atingindo nenhum tipo de exclusão, mesmo na 
ocorrência de caso fortuito ou força maior. Tal modalidade é 
reservada aos danos decorrentes de atividades nucleares. 
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III) Tendo como referência a classificação quanto ao agente a 
responsabilidade civil pode ser direta ou indireta. 
a) Responsabilidade civil direta: ocorre quando o autor do dano é 
o responsável pelo seu pagamento. Como exemplo temos o fato 
de A jogar uma pedra no carro de B causando-lhe danos. Na 
situação apresentada é o próprio autor do dano que deve ressarcir 
o lesado (B). 
b) Responsabilidade civil indireta: também chamada de 
responsabilidade civil complexa ou por fato de outrem (arts. 932 a 
934 do CC), ocorre quando uma pessoa é civilmente responsável, 
perante terceiros, por ações e omissões perpetradas por outra 
pessoa. Mais adiante teceremos maiores detalhes. 
Por ocasião da responsabilidade civil subjetiva a culpa, elemento 
necessário, pode ser classificada das seguintes formas: 
I) Sob o critério da gravidade, a culpa pode ser grave (quando o 
agente atua com falha grosseira ao dever de cuidado), leve (quando 
ocorre falta a um dever de cuidado ordinário, comum a qualquer 
pessoa) ou levíssima (se caracteriza por um mero descuido ou 
ausência de habilidade). 
II) Sob o critério do conteúdo da conduta culposa, recorro às 
palavras do renomado doutrinador César Fiúza: "a culpa, dependendo 
das circunstâncias em que ocorra, pode se classificar em culpa in 
committendo, in omittendo, in vigilando, in custodiendo e in eligendo. 
In committendo é a culpa que ocorre em virtude de ação, 
atuação positiva (comissão). Como exemplo, podemos citar o ato de 
avançar sinal luminoso. Já se a culpa se der por omissão, por conduta 
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negativa, teremos culpa in omittendo. Exemplo seria a enfermeira se 
esquecer de dar remédio ao paciente. 
Será in vigilando a culpa, se for fruto de falha no dever de vigiar. 
Tal é a culpa dos pais pelos atos dos filhos em sua guarda. O dever, 
nesse caso, refere-se a vigiar pessoas. Se referir-se a vigiar coisas, 
como animais, por exemplo, a culpa será in custodiendo, 
configurando-se por falha no dever de guardar, custodiar. Essa é a culpa 
do detentor do animal, pelos danos que este venha a provocar. 
A culpa in eligendo é aquela que resulta da má escolha. Quando 
se escolhe mal uma pessoa para desempenhar certa tarefa, resultando 
danos, a responsabilidade é daquele que escolheu mal. É o caso do 
patrão, que responde pelos danos causados por seus empregados em 
serviço; do procurador que responde pelos atos daquele a quem 
substabelecer." 
III) Sob o critério do modo de apreciação, a culpa pode ser in 
concreto (ocorre quando, no caso concreto, se limita ao exame da 
imprudência ou negligência do agente) ou in abstrato (quando se faz 
uma análise comparativa da conduta do agente com a do homem médio 
ou da pessoa normal). 
IV) Com base no critério da natureza do dever violado, a culpa pode 
ser contratual (quando o dever se funda em um contrato - ex: se o 
locatário de um imóvel não cumpre com a obrigação constante do 
contrato de locação) ou extracontratual/aquiliana (quando a 
obrigação de indenizar se origina da violação de um preceito geral de 
direito - ex: quando uma pessoa empresta o carro para um sobrinho 
menor que vem a colidir com outro automóvel). 
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O universo dos casos de responsabilidade civil é enorme, 
ultrapassa em muito os exemplos do Código Civil, entretanto o edital do 
concurso se refere, apenas, aos casos lá citados. Vamos aos principais: 
1) Responsabilidade dos empresários e empresaspor vícios de 
produtos (art. 931 do CC). 
Art. 931 do CC - Ressalvados outros casos previstos em lei especial, 
os empresários individuais e as empresas respondem 
independentemente de culpa pelos danos causados pelos produtos 
postos em circulação. 
Trata-se de responsabilidade civil objetiva que independe de 
culpa, isto é, as empresas e até mesmo os empresários individuais que 
exercem exploração industrial responderão, na relação de consumo, 
pelos danos físico-psíquicos provocados pelos seus produtos postos em 
circulação. 
2) Responsabilidade do incapaz (art. 928 do CC). 
Art. 928 do CC - O incapaz responde pelos prejuízos que causar, se 
as pessoas por ele responsáveis não tiverem obrigação de fazê-lo ou 
não dispuserem de meios suficientes. 
Parágrafo único. A indenização prevista neste artigo, que deverá ser 
eqüitativa, não terá lugar se privar do necessário o incapaz ou as 
pessoas que dele dependem. 
Se uma pessoa incapaz tiver recursos econômicos e lesar outrem, 
então deverá, equitativamente, indenizar os prejuízos que causou, caso 
o seu responsável não tenha a obrigação de arcar com tal ressarcimento 
ou não tenha meios suficientes para tanto. 
Trata-se de uma forma de responsabilidade subsidiária e 
mitigada em que primeiro responderá o representante do incapaz com 
seus bens e, posteriormente, o próprio incapaz. 
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3) Responsabilidade por fato de terceiros (arts 932 a 934 do CC). 
Art. 932 do CC - São também responsáveis pela reparação civil: 
I - os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e 
em sua companhia; 
II - o tutor e o curador, pelos pupilos e curatelados, que se acharem 
nas mesmas condições; 
III - o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e 
prepostos, no exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão 
dele; 
IV - os donos de hotéis, hospedarias, casas ou estabelecimentos 
onde se albergue por dinheiro, mesmo para fins de educação, pelos 
seus hóspedes, moradores e educandos; 
V - os que gratuitamente houverem participado nos produtos do 
crime, até a concorrente quantia. 
Art. 933 do CC - As pessoas indicadas nos incisos I a V do artigo 
antecedente, ainda que não haja culpa de sua parte, responderão 
pelos atos praticados pelos terceiros ali referidos. 
No que tange à responsabilidade por fato de terceiro, o CC 
consagrou, através do art. 933, a responsabilidade civil objetiva 
(independe de culpa). Dessa forma, não é necessária a culpa dos 
responsáveis (pais, tutores, curadores, empregadores, comitentes e 
donos de hotéis) para haver responsabilidade civil, entretanto, é 
necessário que a vítima comprove a culpa do incapaz, do empregado, 
dos hóspedes e educandos. Configurada essa culpa, há uma presunção 
absoluta (juris et de jure), aquela que não admite prova em contrário, 
de que aquelas pessoas são também responsáveis. 
Dessa forma, para a vítima obter indenização, deve provar apenas 
duas coisas: 
1) a relação de subordinação entre o causador do dano e a pessoa 
mencionada no art. 932 do CC; e 
2) a culpa do causador do dano. 
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Os pais apenas serão obrigados a indenizar os atos ilícitos dos 
filhos menores se estes estiverem sob sua autoridade e em sua 
companhia. Dessa forma, a guarda é essencial para fazer surgir a 
responsabilidade civil dos pais pelos filhos menores que é 
objetiva. Se, em um caso de separação judicial, o menor permanece sob 
a guarda exclusiva da mãe, só ela responde pela indenização, excluindo-
se a responsabilidade do pai. No caso de emancipação, sendo esta legal, 
exclui-se a responsabilidade dos pais; entretanto, tal responsabilidade 
subsiste se a emancipação for voluntária. 
A responsabilidade civil dos tutores e curadores sobre os 
respectivos tutelados e curatelados é idêntica a dos pais, ou seja, é 
objetiva e também depende da relação de guarda e companhia. 
A responsabilidade do empregador ou comitente pelos danos 
causados pelos seus empregados, serviçais e prepostos, depende de 
três requisitos: 
1) relação de subordinação, não sendo necessários a remuneração e 
a habitualidade de prestação de serviços por parte do preposto; 
2) culpa do empregado ou comitente; e 
3) que o ato danoso tenha sido praticado no exercício do emprego ou 
por ocasião dele. 
Estando presentes tais requisitos, presume-se a responsabilidade 
objetiva do patrão (independente de culpa). Este, para se eximir da 
responsabilidade deve provar que o dano não foi causado pelo seu 
empregado ou preposto ou que o dano não foi causado no exercício do 
trabalho ou razão dele. 
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Percebe-se então que, ao selecionar seus auxiliares, compete ao 
empregador ou preposto proceder criteriosamente, com a finalidade de 
admitir pessoas responsáveis e moralmente bem formadas. Entretanto, 
a falha em tal procedimento de escolha pode levá-lo a responder, 
objetivamente, por danos causados a terceiros no período de seu 
trabalho. Essa responsabilidade indireta ou secundária do comitente ou 
empregador independe da comprovação de sua culpa in eligendo e in 
vigilando. Mas ressalta-se a necessidade de que o ato tenha sido 
praticado de forma intencional ou de forma culposa. 
A responsabilidade civil dos donos de hotéis, casas de 
hospedagem e educadores também é objetiva. Nos dois primeiros 
casos o hóspede lesado apenas deverá provar o contrato de 
hospedagem e o dano dele resultante. No terceiro caso (educadores), a 
responsabilidade civil depende de três requisitos: 
1) que o dano tenha sido causado no momento em que o aluno 
estava em sua vigilância e autoridade, pois, fora desse momento, 
a escola só pode responder subjetivamente, isto é, mediante 
demonstração de culpa; 
2) que o aluno seja menor, pois o aluno maior não se submete a 
vigilância; e 
3) que o ensino seja remunerado, isto é, com a finalidade lucrativa. 
Ressalta-se que no caso dos donos de hotéis e casas de 
hospedagem, a responsabilidade pode ser excluída se houver caso 
fortuito, força maior ou culpa exclusiva da vítima ou de terceiro. 
Entretanto, é possível que os responsáveis por fato de terceiros 
consigam reaver o que houverem pago através do exercício do direito 
de regresso (art. 934 do CC). 
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Art. 934 do CC - Aquele que ressarcir o dano causado por outrem 
pode reaver o que houver pago daquele por quem pagou, salvo se o 
causador do dano for descendente seu, absoluta ou relativamente 
incapaz. 
Percebe-se, porém, que tal direito não assiste aos pais tutores e 
curadores, pois a sua responsabilidade emana de atos praticados por 
pessoas incapazes (filho menor, pupilo ou maior interditado). 
Para encerrar o comentário dos incisos do art. 932 do CC, temos a 
responsabilidade civil dos beneficiários em produtos de crime. É 
desnecessário dizer que tal responsabilidade é objetiva, exigindo-se a 
obrigação de devolver a coisa à vítima com base no enriquecimento 
injusto, mesmo que tenha recebido o produto do crime de forma 
gratuita e inocente. 
4) Responsabilidade por fato de animal (art. 936 do CC). 
Art. 936 do CC - O dono, ou detentor, do animal ressarcirá o dano 
por este causado, se não provar culpa da vítimaou força maior. 
O art. 936 do CC prevê que o dono do animal ou o seu detentor 
será responsável objetivamente pelos danos causados por ele, a não ser 
que prove o seguinte: 
1) que guardava e vigiava o animal com o cuidado necessário; ou 
2) que o animal foi provocado; ou 
3) que houve imprudência do ofendido; ou 
4) que o fato resultou de caso fortuito ou força maior. 
5) Responsabilidade pelo fato de coisa inanimada (arts. 937 e 938 
do CC). 
Art. 937 do CC - O dono de edifício ou construção responde pelos 
danos que resultarem de sua ruína, se esta provier de falta de 
reparos, cuja necessidade fosse manifesta. 
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Art. 938 do CC - Aquele que habitar prédio, ou parte dele, responde 
pelo dano proveniente das coisas que dele caírem ou forem lançadas 
em lugar indevido. 
A teoria da guarda atribui ao dono da coisa a responsabilidade de 
reparar o dano causado a terceiro. Dessa forma, nas duas situações 
elencadas acima, a responsabilidade é objetiva. 
Como exemplo de situação amparada pelo art. 937 do CC, temos 
a marquise de um edifício que desaba sobre uma pessoa. Nesse caso a 
responsabilidade civil do dono do prédio é objetiva, cabendo, entretanto, 
ação regressiva contra o culpado. 
Para o art. 938 do CC, cabe como exemplo o vaso de planta que, 
em decorrente de forte ventania, cai da janela onde estava colocado. Tal 
responsabilidade também será objetiva e deverá recair sobre o 
habitante do prédio, mesmo que o proprietário seja outro (ex: aluguel). 
RESPONSABILIDADE CIVIL x RESPONSABILIDADE CRIMINAL 
Aquele que pratica um ato ilícito pode sofrer até 3 processos (na 
esfera administrativa, na esfera civil e na esfera penal). A regra é que 
as decisões tomadas em um processo não vinculam os outros. Porém, 
esta não é uma regra absoluta. Como quase tudo no Direito, esta regra 
possui exceções (art. 935 do CC): 
Art. 935 do CC - A responsabilidade civil é independente da criminal, 
não se podendo questionar mais sobre a existência do fato, ou sobre 
quem seja o seu autor, quando estas questões se acharem decididas 
no juízo criminal. 
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Embora a regra seja a independência das esferas, não se pode 
mais questionar no juízo cível algumas questões, quando elas já se 
encontrarem decididas no juízo criminal. São elas: 
• a existência do fato, isto é, a ocorrência do crime e suas 
conseqüências (engloba-se aqui eventual excludente de criminalidade, 
como veremos); 
• ou de quem seja o seu autor, ou seja, a autoria do delito. 
No art. 939 do CC o legislador tratou da responsabilidade civil 
daquele que demandar por dívida não vencida. 
Art. 939 do CC - O credor que demandar o devedor antes de vencida 
a dívida, fora dos casos em que a lei o permita, ficará obrigado a 
esperar o tempo que faltava para o vencimento, a descontar os juros 
correspondentes, embora estipulados, e a pagar as custas em dobro. 
Sobre a responsabilidade do demandante por débito já solvido ou 
por quantia indevida, vejamos o art. 940 do CC: 
Art. 940 do CC - Aquele que demandar por dívida já paga, no todo 
ou em parte, sem ressalvar as quantias recebidas ou pedir mais do 
que for devido, ficará obrigado a pagar ao devedor, no primeiro 
caso, o dobro do que houver cobrado e, no segundo, o equivalente 
do que dele exigir, salvo se houver prescrição. 
Temos no dispositivo legal acima duas situações: 
1) cobrança de dívida já paga: neste caso aquele que efetuar a 
cobrança judicialmente, mediante prova de má-fé, de dívida que já foi 
paga ficará obrigado a pagar o dobro do que foi cobrado; 
2) cobrança de quantia indevida: neste caso o credor deverá pagar 
ao devedor uma quantia equivalente à exigida indevidamente. 
Art. 941 do CC - As penas previstas nos arts. 939 e 940 não se 
aplicarão quando o autor desistir da ação antes de contestada a lide, 
salvo ao réu o direito de haver indenização por algum prejuízo que 
prove ter sofrido. 
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Como regra, se o autor desistir da ação por ocasião da cobrança 
antecipada, cobrança de dívida já paga e da cobrança de quantia indevida, 
caracteriza-se um reconhecimento de seu erro e, com isso, não serão cabíveis 
as indenizações dos dois artigos anteriores. 
Art. 942 do CC - Os bens do responsável pela ofensa ou violação do 
direito de outrem ficam sujeitos à reparação do dano causado; e, se 
a ofensa tiver mais de um autor, todos responderão solidariamente 
pela reparação. 
Parágrafo único. São solidariamente responsáveis com os autores os 
co-autores e as pessoas designadas no art. 932. 
O art. 942 do CC dispõe que os bens do patrimônio do responsável 
pelo dano ficarão sujeitos à reparação do ato ilícito praticado. Caso a 
ofensa tenha mais de um autor, haverá solidariedade na obrigação de 
indenizar. 
Art. 943 do CC - O direito de exigir reparação e a obrigação de 
prestá-la transmitem-se com a herança. 
Ressalta-se também que a obrigação de exigir a reparação civil e 
de prestá-la transmite-se através da sucessão causa mortis, mas é uma 
transmissão limitada, quanto à responsabilidade do sucessor, aos limites 
da herança. 
Já estudamos a origem da responsabilidade civil que é o ato ilícito. 
Estudamos também as espécies de responsabilidade civil (subjetiva e 
objetiva). Porém, está faltando tratarmos da conseqüência gerada pelo 
ato danoso a outrem que é a indenização. Vejamos o gráfico 
esquemático a seguir: 
Os arts. 944 a 954 do CC tratam da indenização. Vamos a eles: 
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Art. 944 do CC - A indenização mede-se pela extensão do dano. 
Parágrafo único. Se houver excessiva desproporção entre a 
gravidade da culpa e o dano, poderá o juiz reduzir, eqüitativamente, 
a indenização. 
A indenização deve ser proporcional ao dano provocado. Dessa 
forma, comparando dois acidentes com automóveis, imagine um 
primeiro onde ocorreu apenas um arranhão na pintura e um segundo 
onde houve perda total do carro. No primeiro acidente a indenização 
deverá ser menor que a indenização do segundo. 
Art. 945. Se a vítima tiver concorrido culposamente para o evento 
danoso, a sua indenização será fixada tendo-se em conta a 
gravidade de sua culpa em confronto com a do autor do dano. 
O art. 945 do CC trata da concorrência de culpas do agente 
causador do dano e da vítima. Dessa forma, se a vítima não age com a 
cautela necessária para atravessar a rua em local apropriado, vindo a 
ser atropelada, será justificável a redução proporcional do valor 
indenizatório em razão da culpa concorrente. 
Art. 946 do CC - Se a obrigação for indeterminada, e não houver na 
lei ou no contrato disposição fixando a indenização devida pelo 
inadimplente, apurar-se-á o valor das perdas e danos na forma que 
a lei processual determinar. 
Líquida é a obrigação certa quanto a sua existência e determinada 
quanto a seu objeto, de modo que, se tiver valor indeterminado, deverá 
ser apurada na conformidade da lei processual (arts. 603 a 611 do 
CPC), que fixa as formas de liquidação da sentença ou da convenção 
entre as partes. 
Art. 947 do CC - Se o devedor não puder cumprir a prestação na 
espécie ajustada, substituir-se-á pelo seu valor, em moeda corrente. 
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Como regra, a obrigação de reparar o dano provocado deve 
ocorrer através de uma reconstituição natural. Ou seja, se um objeto foi 
destruído, outro igual deve ser entregue. Entretanto, não podendo ser 
entregue um igual, a obrigação de indenizar é extinta através do 
pagamento de um valor em moeda corrente igual ao do objeto 
destruído. 
Art. 948 do CC - No caso de homicídio, a indenização consiste, sem 
excluir outras reparações: 
I - no pagamento das despesas com o tratamento da vítima, seu 
funeral e o luto da família; 
II - na prestação de alimentos às pessoas a quem o morto os devia, 
levando-se em conta a duração provável da vida da vítima. 
A morte de um membro da família pode acarretar dano moral a 
outro membro dessa mesma família em decorrência da dor sentimental 
pela morte do ente querido, bem como ao cônjuge que sofre a perda de 
seu consorte, ou ao convivente cujo companheiro é morto, ou ao pai ou 
mãe que sofre a perda do filho. Se a morte ocorre pela prática de um 
ato ilícito, então caberá a aplicação dos princípios da responsabilidade 
civil por dano moral, com o estabelecimento da devida indenização. 
A indenização por dano moral no caso do homicídio não exclui os 
danos materiais citados nos incisos I e II. 
Art. 949 do CC - No caso de lesão ou outra ofensa à saúde, o 
ofensor indenizará o ofendido das despesas do tratamento e dos 
lucros cessantes até ao fim da convalescença, além de algum outro 
prejuízo que o ofendido prove haver sofrido. 
O art. 949 do CC tem em vista a reparação dos danos materiais 
(despesas de tratamento e lucros cessantes) e dos danos morais 
resultantes de ofensa à integridade física, que é direito da 
personalidade, pelo qual se tutela a incolumidade do corpo e da mente. 
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Art. 950 do CC - Se da ofensa resultar defeito pelo qual o ofendido 
não possa exercer o seu ofício ou profissão, ou se lhe diminua a 
capacidade de trabalho, a indenização, além das despesas do 
tratamento e lucros cessantes até ao fim da convalescença, incluirá 
pensão correspondente à importância do trabalho para que se 
inabilitou, ou da depreciação que ele sofreu. 
Parágrafo único. O prejudicado, se preferir, poderá exigir que a 
indenização seja arbitrada e paga de uma só vez. 
Este dispositivo trata de ofensa à integridade física que acarreta 
defeito que impossibilite ou diminua a capacidade de trabalho da vítima, 
estabelecendo indenização pelos danos materiais: despesas de 
tratamento, lucros cessantes até o fim da convalescença e pensão 
correspondente à importância do trabalho para que se inabilitou ou da 
depreciação sofrida. 
Art. 951 do CC - O disposto nos arts. 948, 949 e 950 aplica-se ainda 
no caso de indenização devida por aquele que, no exercício de 
atividade profissional, por negligência, imprudência ou imperícia, 
causar a morte do paciente, agravar-lhe o mal, causar-lhe lesão, ou 
inabilitá-lo para o trabalho. 
O art. 951 do CC consagra a responsabilidade civil subjetiva de 
médico, cirurgião, farmacêutico, parteira e dentista por erro profissional. 
As pessoas que atuam profissionalmente na área da saúde assumem 
obrigações, via de regra, de meio. Desse modo, a responsabilidade é 
subjetiva, porque, se a obrigação é de meio e não de resultado, deve a 
vítima ou lesado provar que o profissional não se utilizou de todos os 
meios a seu alcance para obter o direito à indenização. 
Art. 952 do CC - Havendo usurpação ou esbulho do alheio, além da 
restituição da coisa, a indenização consistirá em pagar o valor das 
suas deteriorações e o devido a título de lucros cessantes; faltando a 
coisa, dever-se-á reembolsar o seu equivalente ao prejudicado. 
Parágrafo único. Para se restituir o equivalente, quando não exista a 
própria coisa, estimar-se-á ela pelo seu preço ordinário e pelo de 
afeição, contanto que este não se avantaje àquele. 
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Se o lesante usurpar, apoderando-se ilegal, violenta ou 
fraudulentamente de coisa, ou esbulhar o alheio, tomando ilicitamente a 
posse do titular do bem, privando-o de seu exercício, a indenização 
consistirá na devolução do bem (in natura), acrescida de pagamento de 
perdas e danos. 
Art. 953 do CC - A indenização por injúria, difamação ou calúnia 
consistirá na reparação do dano que delas resulte ao ofendido. 
Parágrafo único. Se o ofendido não puder provar prejuízo material, 
caberá ao juiz fixar, equitativamente, o valor da indenização, na 
conformidade das circunstâncias do caso. 
Este dispositivo estabelece a reparação dos danos por violação à 
honra que é um direito da personalidade composto de dois aspectos: 
objetivo ou externo (relacionado com a consideração social) e subjetivo 
ou interno(relacionado com a autoestima). Nestes dois aspectos está 
contido o caráter múltiplo da honra: individual, civil, política, 
profissional, científica, artística etc. 
Art. 954 do CC - A indenização por ofensa à liberdade pessoal 
consistirá no pagamento das perdas e danos que sobrevierem ao 
ofendido, e se este não puder provar prejuízo, tem aplicação o 
disposto no parágrafo único do artigo antecedente. 
Parágrafo único. Consideram-se ofensivos da liberdade pessoal: 
I - o cárcere privado; 
II - a prisão por queixa ou denúncia falsa e de má-fé; 
III - a prisão ilegal. 
Finalizando o nosso estudo teórico, temos o art. 954 do CC que 
trata da reparação do dano por ofensa à liberdade pessoal. 
Terminamos a base teórica por aqui !!!!! 
Espero que tenham gostado e vamos às questões. 
Dicler. 
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LISTA DE EXERCÍCIOS COMENTADOS 
1. (FGV - FISCAL DE RENDAS - RJ - 2008) O Banco Delta, para 
amortizar o débito de determinada empresa sua cliente, utilizou 
o saldo positivo que esta detinha em conta, para pagamento de 
fornecedores. Essa conduta configura: 
(A) exercício regular de um direito. 
(B) estrito cumprimento de dever legal. 
(C) ato ilícito e possível. 
(D) abuso de direito. 
(E) uso arbitrário das próprias razões. 
O ato ilícito pode ocorrer através de duas formas: 
1) violação do direito de outrem; e 
2) abuso de um direito. 
Agora, vamos tratar da segunda hipótese (abuso de direito 
- art. 187 do CC). 
Art. 187 do CC - Também comete ato ilícito o titular de um direito 
que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo 
seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes. 
O uso de um direito, poder ou coisa, além do permitido ou 
extrapolando as limitações jurídicas, lesando alguém, traz como efeito o 
dever de indenizar. No abuso de direito, o agente não viola os limites 
objetivos da lei, porém, desvia-se dos fins econômicos ou sociais a que 
ela se destina. Segundo alguns autores, a natureza do abuso de direito 
é objetiva, ou seja, independe de culpa ou dolo. É o que se conclui 
através do Enunciado 37 aprovado na I Jornada de Direito Civil do CJF. 
37 - art. 187: a responsabilidade civil decorrente do abuso do direito 
independe de culpa, e fundamenta-se somente no critério objetivo-
finalístico. 
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Três situações caracterizam o abuso de direito: 
a) os ATOS EMULATIVOS ou "ad emulationem":são os praticados 
dolosamente pelo agente, no exercício normal de um direito, em regra, 
o de propriedade, isto é, com a firme intenção de causar dano a outrem 
e não de satisfazer uma necessidade ou interesse do seu titular. 
Ex: construir uma chaminé falsa com o único objetivo de retirar a luz de 
seu vizinho. 
b) os ATOS OFENSIVOS AOS BONS COSTUMES OU CONTRÁRIOS À 
BOA-FÉ: apesar de serem praticados no exercício normal de um direito, 
constituem abuso de direito. 
Ex: "A", após ceder um crédito para "B", interpela "C" para obter o 
pagamento, por ter ciência que "B" não avisou a "C" que o crédito havia 
sido cedido. 
c) os ATOS PRATICADOS EM DESACORDO COM O FIM SOCIAL OU 
ECONÔMICO DO DIREITO SUBJETIVO: em razão do direito dever ser 
usado no interesse coletivo, ocorre ato ilícito abusivo caso alguém 
exerça seu direito desviando-se da finalidade econômica e social. 
Ex: "A", credor de "B" que está doente e endividado, ameaça a filha de 
"B" de pedir a falência de seu pai caso ela não se case com ele. 
Analisando o enunciado da questão, temos que o Banco, ao utilizar 
o crédito do seu cliente (ex: empresa X), para pagar fornecedores 
(empresa Y) desse cliente, excedeu os limites impostos pela boa-fé. 
Exemplificando, a situação narrada é a seguinte: o Banco Delta, 
utilizou dinheiro da conta da Empresa X para pagar dívidas da Empresa 
X com a Empresa Y. Não havendo uma ordem da Empresa X para tal, 
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então o Banco abusou de um direito que é a guarda do dinheiro da 
Empresa X. 
Gabarito: D 
2. (FGV - FISCAL DE RENDAS - RJ - 2007) A responsabilização 
do ato emulativo ocorre de forma: 
(A) subjetiva. 
(B) subjetivo-objetiva. 
(C) objetiva. 
(D) presumida. 
(E) ficta. 
Conforme os comentários da questão anterior, pelo ato emulativo 
ser um tipo de abuso de direito, levando em consideração o Enunciado 
37 da I Jornada de Direito Civil do CJF, a responsabilização ocorre de 
acordo com o critério objetivo-finalístico. 
Gabarito: C 
3. (FGV - JUIZ SUBSTITUTO - TJ-PA - 2007) O ato emulativo 
enseja responsabilidade civil de cunho: 
(A) culpa presumida. 
(B) subjetivo. 
(C) reipersecutório. 
(D) real. 
(E) objetivo. 
Gabarito: E. Conforme comentários da questão anterior. 
4. (FGV - AUDITOR - TCM-RJ - 2008) A principal função da 
responsabilidade civil é: 
(A) sancionatória. 
(B) punitiva. 
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(C) retributiva. 
(D) educativa. 
(E) compensatória. 
A finalidade da responsabilidade civil tem sido exposta em três 
dimensões: 
1) Função compensatória ou de reparação: busca reparar os danos 
causados à vitima, fazendo com que a situação retorne, da forma mais 
adequada possível, ao status quo ante. Esta é a principal função da 
responsabilidade civil. Está consagrada no art. 927, caput, do CC. 
Art. 927 do CC - Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar 
dano a outrem, fica obrigado a repará-lo. 
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, 
independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou 
quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano 
implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem. 
2) Função de Prevenção ou Preventiva: o dever de reparação 
reforça nas pessoas a consciência da importância de não lesar outrem. 
3) Função de Punição ou Punitiva: a responsabilidade civil não 
serviria apenas para reparar a vítima do dano, mas também para 
sancionar o agente do ilícito de forma a desestimular a prática de novas 
condutas danosas ou mesmo a perpetuação de uma conduta ilícita atual. 
Gabarito: E 
5. (FGV - AUDITOR - TCM-RJ - 2008) Quando a lei atribui a um 
sujeito de direito o dever de indenizar os danos devidos à ação 
culposa de outro, há: 
(A) responsabilidade por simples culpa. 
(B) responsabilidade complexa. 
(C) responsabilidade objetiva. 
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(D) responsabilidade por culpa presumida. 
(E) responsabilidade pelo risco. 
A responsabilidade complexa é aquela que só poderá ser 
vinculada indiretamente ao responsável, não se conformando, portanto, 
com o princípio geral de que o homem apenas é responsável pelos 
prejuízos causados diretamente por ele. Compreende duas 
modalidades: 
1) Responsabilidade por fato de terceiro: tem como exemplo o art. 
932 do CC; 
2) Responsabilidade pelo fato de coisas animadas ou 
inanimadas: é aquela resultante de dano ocasionado pela coisa, em 
razão de defeito próprio, sem que para tal prejuízo tenha concorrido 
diretamente a conduta humana. Se divide em dois grandes grupos: 
a) Responsabilidade pelo fato do animal: os donos de animais, 
domésticos ou não, devem ressarcir todos os prejuízos que estes 
porventura causarem a terceiros. Tem como exemplo o clássico caso do 
art. 936 do CC. 
b) Responsabilidade pelo fato de coisa inanimada: o dono de 
edifício ou construção já terminada responde civilmente em decorrência 
da aplicação do art. 937 do CC. 
Nos mesmos moldes, em decorrência do art. 938 do CC, o 
morador de casa ou de parte dela responde pelos prejuízos resultantes 
de coisas, sólidas ou líquidas, que dela caírem ou forem lançadas em 
local indevido. 
Concluindo, o enunciado da questão trata da responsabilidade por 
fato de terceiro que é um tipo de responsabilidade complexa. 
Gabarito: B 
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6. (FGV - FISCAL DE RENDAS - RJ - 2008) No caso de 
responsabilidade pelo fato da coisa, o responsável será: 
(A) seu dono. 
(B) seu usuário. 
(C) seu possuidor. 
(D) seu detentor. 
(E) seu locador. 
A questão tem como base legal para a resposta os arts. 936, 937 
e 938 do CC, acima reproduzidos. 
Dessa forma, apesar da banca FGV ter apontado como gabarito a 
opção C, não há unanimidade na resposta e, para provar tal discussão, 
recorro à Profa. Maria Helena Diniz. 
"A responsabilidade pelo fato da coisa se apresenta sob duas 
modalidades, abrangendo a responsabilidade por dano causado por 
animais (CC, art. 936) e a responsabilidade pelo fato de coisa 
inanimada, abrangendo não só os casos do Código Civil, arts. 937 e 
938, mas também outros, como os transportes. O animal e as coisas 
são objetos de guarda, de maneira que essa responsabilidade pelo fato 
da coisa baseia-se na obrigação de guardar. Responderão pelos 
danos causados por animais ou por coisas inanimadas tanto o 
seu proprietário como o seu detentor ou possuidor, pois o dever 
de indenizar decorre da negligência na guarda ou direção do bem. 
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Funda-se, ora no risco, hipótese em que será objetiva, ora na culpa, 
sendo, então, subjetiva." 
Tentando interpretar a banca FGV, creio que a palavra possuidor 
(apontada como gabarito) abrange todas as pessoas que fazem uso da 
coisa. Por exemplo, no caso de responsabilidade pelo fato de animal, o 
possuidor pode ser encarado como aquele que estava responsável pelo 
animal na hora que ocorreu o fato. No caso do art. 936 do CC, imagine a 
sacada de uma casa que cai sobre um transeunte; é certo que o 
morador (possuidor) da casa será responsabilizadocivilmente, seja ele o 
proprietário ou não. Já pelo art. 937 do CC, caso o vaso de uma planta 
caia da janela de um apartamento sobre o carro de alguém, temos que 
o morador (possuidor) do apartamento será responsabilizado civilmente, 
seja ele o proprietário ou não. 
Gabarito: C 
7. (FGV - FISCAL DE RENDAS - RJ - 2009) A respeito da 
responsabilidade civil do empregador ou comitente por seus 
empregados, serviçais e prepostos, é correto afirmar que: 
(A) não há responsabilidade na ausência de vínculo 
empregatício. 
(B) a responsabilidade do empregador ou comitente depende da 
comprovação de sua "culpa in eligendo" ou "culpa in vigilando". 
(C) a responsabilidade do empregador exclui a do empregado. 
(D) o empregador que ressarcir a vítima poderá reaver o que 
houver pago em ação contra seu empregado. 
(E) não há responsabilidade quando o empregador ou comitente 
é pessoa física. 
Utilizando os arts. 932, III e 933 do CC como base para a solução 
da questão, temos o seguinte: 
Art. 932 do CC - São também responsáveis pela reparação civil: 
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[...]. 
III - o empregador ou comitente, por seus empregados, 
serviçais e prepostos, no exercício do trabalho que lhes competir, 
ou em razão dele; 
Art. 933 do CC - As pessoas indicadas nos incisos I a V do artigo 
antecedente, ainda que não haja culpa de sua parte, responderão 
pelos atos praticados pelos terceiros ali referidos. 
O preposto ou empregado é o dependente, isto é, aquele que 
recebe ordens, sob o poder de direção de outrem, que exerce sobre ele 
vigilância a título mais ou menos permanente. Pouco importa que o 
preposto serviçal ou empregado seja salariado ou não, bastando que 
haja uma subordinação voluntária entre ele e o comitente, ou patrão. 
A título de curiosidade, a relação entre comitente e preposto 
assenta-se numa comissão, ou seja, no serviço realizado por conta e 
sob direção de outrem. Sendo assim, exige-se que os serviços sejam 
executados sob as ordens e instruções de alguém que terá o direito de 
dirigir a execução do trabalho, sem que o empregado tenha qualquer 
independência no exercício das tarefas que lhe foram confiadas. Para 
exemplificar, temos o motorista em relação ao dono do automóvel; o 
jardineiro perante o patrão, etc. 
Analisando os artigos do CC citados, percebemos que se trata de 
uma responsabilidade objetiva (independente de culpa), entretanto, tal 
responsabilidade objetiva necessita de alguns requisitos. São eles: 
1) haver um prejuízo causado a terceiro, por fato do preposto (ex: o 
condômino será responsável pelos danos causados aos carros por 
prepostos que estiverem encarregados de guardá-los na garagem 
do edifício.). Se não houver dano, não há o que indenizar. 
2) o preposto cometeu o fato lesivo no exercício de suas funções ou 
das atividades que lhe incubem, isto é, durante o trabalho, ou em 
razão dele (ex: furto de objetos do cliente, cometido pelo 
empregado, enquanto atendia a vítima.). Se o fato não for 
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praticado no exercício do trabalho, não há responsabilidade civil 
do empregador pelo fato de outrem. 
3) haver culpa do preposto ou empregado. Imagine que seu 
motorista, parado no sinal vermelho, tenha seu carro abalroado 
por outro. Nesse caso ele não teve culpa e, por isso, conclui-se 
que o dano foi causado pela outra pessoa. 
4) Existir relação de emprego ou de dependência entre o causador do 
ato danoso e o patrão ou comitente. 
Nos casos de responsabilidade objetiva não há que se provar que 
o empregado ou comitente não concorreu para o prejuízo, pois o dever 
de reparação civil independe de culpa. 
OBSERVAÇÃO !!! 
Antes do CC de 2002 (CC de 1916), a má escolha (culpa in 
eligendo) ou falta de vigilância (culpa in vigilando) acarretavam a 
culpa presumida do empregador. Entretanto, com a vigência do CC 
atual, não há que se falar em responsabilidade do empregador 
dependendo de culpa (responsabilidade subjetiva), pois o art. 933 do 
CC atual prevê expressamente que tal responsabilidade independe de 
qualquer tipo de culpa (responsabilidade objetiva). 
Análise das alternativas: 
(A) ERRADA. A Lei CIvil não exige vínculo empregatício entre o 
comitente e o auxiliar; o importante é que este último, ao praticar o ato 
ilícito, se encontre a serviço daquele em uma atividade subordinada, 
seguindo suas instruções. 
(B) ERRADA. A responsabilidade do empregador ou comitente, após o 
advento do CC de 2002, deixou de se basear na culpa presumida e 
passou a ser objetiva. 
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(C) ERRADA. Apesar dos comitentes ou prepostos responderem por fato 
de terceiros, existe um aspecto importante ao seu favor: a sua 
responsabilidade é solidária, vale dizer, eles podem ser acionados ou 
não e, caso sejam acionados, pode ocorrer de forma isolada ou em 
conjunto com os empregados. 
(D) CERTA. Assertiva de acordo com o art. 934 do CC. 
Art. 934 do CC - Aquele que ressarcir o dano causado por outrem 
pode reaver o que houver pago daquele por quem pagou, salvo se o 
causador do dano for descendente seu, absoluta ou relativamente 
incapaz. 
(E) ERRADA. Ocorre a responsabilidade do empregador ou comitente 
sendo ele pessoa física ou jurídica. 
Gabarito: D 
8. (FGV - ISS-Angra dos Reis-RJ - 2010) Em sede de 
responsabilidade civil e de acordo com o Código Civil vigente, é 
correto afirmar que 
(A) a obrigação de indenizar e o valor dela decorrente são 
pautados pela justa medida do dano causado aliado ao princípio 
da restitutio in integrum. 
(B) o abuso de direito foi regulamentado pelo Código Civil e 
traduz-se em um limite ao exercício de um direito subjetivo. 
Entretanto, a abordagem do Código não permite que o abuso de 
direito dê azo à reparação civil dos danos alegadamente 
causados. 
(C) foi adotada a teoria do risco integral quando determina a 
responsabilidade civil independentemente de culpa daquele que 
causar danos em decorrência de atividade normalmente 
desenvolvida que implique, por sua natureza, risco para os 
direitos de outrem. 
(D) a ação que versa sobre responsabilidade civil depende da 
procedência da ação criminal quanto à existência do fato e à sua 
autoria, na mesma medida da improcedência da ação penal por 
insuficiência probatória. 
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(E) aquele que ressarcir o dano causado por outrem pode reaver 
o que houver pagado daquele por quem pagou, salvo se o 
causador do dano for descendente seu, capaz ou não. 
Análise das alternativas: 
(A) CERTA. O princípio da Restitutio in Integrum, norteador da 
responsabilidade civil, a pessoa lesada por um ato ilícito de outrem deve 
ter o dano sofrido reparado por toda a extensão. Tal princípio é 
retratado pelo caput do art. 944, do Código Civil: 
Art. 944 do CC - A indenização mede-se pela extensão do dano. 
Parágrafo único. Se houver excessiva desproporção entre a 
gravidade da culpa e o dano, poderá o juiz reduzir, 
eqüitativamente, a indenização. 
(B) ERRADA. Nos termos do art. 187 do CC, é perfeitamente plausível 
que o dever de indenizar tenha como origem o abuso de direito. 
(C) ERRADA. A assertiva não trata do risco integral, mas sim do risco 
proveito. 
(D) ERRADA. Conforme o art. 935 do CC, a absolviçãopor falta de 
provas na esfera penal não é capaz de influenciar a esfera civil. Apenas 
ocorre a influência quando a absolvição decorre de negativa de autoria 
ou de inexistência do fato. 
(E) ERRADA. Segundo o art. 934 do CC, na hipótese do causador do 
dano ser descendente incapaz (absoluta ou relativamente), não caberá 
ação regressiva por parte daquele que indenizar o dano causado por 
outrem. 
Gabarito: D 
9. (FGV - FISCAL DE RENDAS - RJ - 2010) Com relação à 
responsabilidade civil, analise as afirmativas a seguir. 
I. A responsabilidade civil do empregador ou comitente por seus 
empregados, serviçais e prepostos, no exercício do trabalho que 
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lhes competir, ou em razão dele depende de culpa in eligendo ou 
in vigilando, a qual é, no entanto, presumida juris tantum. 
II. O incapaz não pode ser responsabilizado pelos prejuízos que 
causar, recaindo sempre o dever de indenizar apenas sobre as 
pessoas por ele responsáveis. 
III. Mesmo tendo agido licitamente, no caso de prejuízo causado 
para remoção de perigo iminente, o autor do dano fica obrigado 
a indenizar a vítima, caso esta não seja culpada pelo perigo. 
Assinale: 
(A) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas 
(B) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas. 
(C) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas. 
(D) se somente a afirmativa II estiver correta. 
(E) se somente a afirmativa III estiver correta. 
Análise das afirmativas: 
I. ERRADA. A responsabilidade civil do empregador pelos atos praticados 
por seus empregador é do tipo objetiva, ou seja, independe que 
qualquer espécie de culpa. A assertiva caracteriza a responsabilidade 
civil do empregador de acordo com o CC de 1916 e não de acordo com o 
CC atual. 
II. ERRADA. Segundo o art. 928 do CC, a responsabilidade do incapaz é 
subsidiária e mitigada. Ou seja, ele pode vir a ser responsabilizado 
civilmente pelos atos que praticar. 
III. CERTA. Conforme comentários da questão 3 (CESGRANRIO) na 
página 5 desta aula. 
Gabarito: E 
10. (CEPERJ - PC-RJ - Delegado de Polícia - 2009) Considere as 
seguintes afirmações sobre responsabilidade civil e indique a 
assertiva incorreta: 
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(A) O incapaz responde pelos prejuízos que causar, exceto se 
ficar privado do necessário, assim como as pessoas que dele 
dependem. 
(B) São também responsáveis pela reparação civil os que 
gratuitamente houverem participado nos produtos do crime, até 
a concorrente quantia. 
(C) A indenização por injúria, difamação ou calúnia consistirá na 
reparação do dano que delas resulte ao ofendido. 
(D) Súmula do Superior Tribunal de Justiça adota entendimento 
de que não é possível a cumulação das indenizações de dano 
estético e dano moral. 
(E) A responsabilidade civil é independente da criminal, não se 
podendo questionar mais sobre a existência do fato, ou sobre 
quem seja seu autor, quando estas questões se acharem 
decididas no juízo criminal. 
Análise das alternativas: 
(A) CERTA. A assertiva está de acordo com o art. 928 do CC que 
consagra a responsabilidade civil subsidiária do incapaz. 
(B) CERTA. Conforme o art. 932, V do CC. 
(C) CERTA. Conforme o art. 953 do CC. 
(D) ERRADA. A assertiva é contrária à Súmula 387 do STJ. 
(E) CERTA. De acordo com o art. 935 do CC. 
Gabarito: D 
11. (FGV - OAB - Exame da Ordem - 2011) Ricardo, buscando 
evitar um atropelamento, realiza uma manobra e atinge o muro 
de uma casa, causando um grave prejuízo. Em relação à situação 
acima, é correto afirmar que Ricardo 
(A) não responderá pela reparação do dano, pois agiu em estado 
de necessidade. 
(B) responderá pela reparação do dano, apesar de ter agido em 
estado de necessidade. 
(C) responderá pela reparação do dano, apesar de ter agido em 
legítima defesa. 
(D) praticou um ato ilícito e deverá reparar o dano. 
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Apesar da banca FGV ter divulgado a alternativa B como gabarito, 
eu ouso discordar da posição adotada. Através do enunciado, fica 
notório que o fato ocorreu em estado de necessidade; entretanto, não 
foi possível identificar se o estado de necessidade era defensivo ou 
agressivo e, por isso, não se pode afirmar que Ricardo terá a obrigação 
de indenizar. 
Gabarito: B 
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LISTA DE EXERCÍCIOS DA FGV SEM OS COMENTÁRIOS 
1. (FGV - FISCAL DE RENDAS - RJ - 2008) O Banco Delta, para 
amortizar o débito de determinada empresa sua cliente, utilizou 
o saldo positivo que esta detinha em conta, para pagamento de 
fornecedores. Essa conduta configura: 
(A) exercício regular de um direito. 
(B) estrito cumprimento de dever legal. 
(C) ato ilícito e possível. 
(D) abuso de direito. 
(E) uso arbitrário das próprias razões. 
2. (FGV - FISCAL DE RENDAS - RJ - 2007) A responsabilização 
do ato emulativo ocorre de forma: 
(A) subjetiva. 
(B) subjetivo-objetiva. 
(C) objetiva. 
(D) presumida. 
(E) ficta. 
3. (FGV - JUIZ SUBSTITUTO - TJ-PA - 2007) O ato emulativo 
enseja responsabilidade civil de cunho: 
(A) culpa presumida. 
(B) subjetivo. 
(C) reipersecutório. 
(D) real. 
(E) objetivo. 
4. (FGV - AUDITOR - TCM-RJ - 2008) A principal função da 
responsabilidade civil é: 
(A) sancionatória. 
(B) punitiva. 
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(C) retributiva. 
(D) educativa. 
(E) compensatória. 
5. (FGV - AUDITOR - TCM-RJ - 2008) Quando a lei atribui a um 
sujeito de direito o dever de indenizar os danos devidos à ação 
culposa de outro, há: 
(A) responsabilidade por simples culpa. 
(B) responsabilidade complexa. 
(C) responsabilidade objetiva. 
(D) responsabilidade por culpa presumida. 
(E) responsabilidade pelo risco. 
6. (FGV - FISCAL DE RENDAS - RJ - 2008) No caso de 
responsabilidade pelo fato da coisa, o responsável será: 
(A) seu dono. 
(B) seu usuário. 
(C) seu possuidor. 
(D) seu detentor. 
(E) seu locador. 
7. (FGV - FISCAL DE RENDAS - RJ - 2009) A respeito da 
responsabilidade civil do empregador ou comitente por seus 
empregados, serviçais e prepostos, é correto afirmar que: 
(A) não há responsabilidade na ausência de vínculo 
empregatício. 
(B) a responsabilidade do empregador ou comitente depende da 
comprovação de sua "culpa in eligendo" ou "culpa in vigilando". 
(C) a responsabilidade do empregador exclui a do empregado. 
(D) o empregador que ressarcir a vítima poderá reaver o que 
houver pago em ação contra seu empregado. 
(E) não há responsabilidade quando o empregador ou comitente 
é pessoa física. 
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8. (FGV - ISS-Angra dos Reis-RJ - 2010) Em sede de 
responsabilidade civil e de acordo com o Código Civil vigente, é 
correto afirmar que 
(A) a obrigação de indenizar e o valor dela decorrente são 
pautados pela justa medida do dano causado aliado ao princípio 
da restitutio in integrum. 
(B) o abuso de direito foi regulamentado pelo Código Civil e 
traduz-se em um limite ao exercício de um direito subjetivo. 
Entretanto,a abordagem do Código não permite que o abuso de 
direito dê azo à reparação civil dos danos alegadamente 
causados. 
(C) foi adotada a teoria do risco integral quando determina a 
responsabilidade civil independentemente de culpa daquele que 
causar danos em decorrência de atividade normalmente 
desenvolvida que implique, por sua natureza, risco para os 
direitos de outrem. 
(D) a ação que versa sobre responsabilidade civil depende da 
procedência da ação criminal quanto à existência do fato e à sua 
autoria, na mesma medida da improcedência da ação penal por 
insuficiência probatória. 
(E) aquele que ressarcir o dano causado por outrem pode reaver 
o que houver pagado daquele por quem pagou, salvo se o 
causador do dano for descendente seu, capaz ou não. 
9. (FGV - FISCAL DE RENDAS - RJ - 2010) Com relação à 
responsabilidade civil, analise as afirmativas a seguir. 
I. A responsabilidade civil do empregador ou comitente por seus 
empregados, serviçais e prepostos, no exercício do trabalho que 
lhes competir, ou em razão dele depende de culpa in eligendo ou 
in vigilando, a qual é, no entanto, presumida juris tantum. 
II. O incapaz não pode ser responsabilizado pelos prejuízos que 
causar, recaindo sempre o dever de indenizar apenas sobre as 
pessoas por ele responsáveis. 
III. Mesmo tendo agido licitamente, no caso de prejuízo causado 
para remoção de perigo iminente, o autor do dano fica obrigado 
a indenizar a vítima, caso esta não seja culpada pelo perigo. 
Assinale: 
(A) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas 
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(B) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas. 
(C) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas. 
(D) se somente a afirmativa II estiver correta. 
(E) se somente a afirmativa III estiver correta. 
10. (CEPERJ/PC-RJ/Delegado de Polícia/2009) Considere as 
seguintes afirmações sobre responsabilidade civil e indique a 
assertiva incorreta: 
(A) O incapaz responde pelos prejuízos que causar, exceto se 
ficar privado do necessário, assim como as pessoas que dele 
dependem. 
(B) São também responsáveis pela reparação civil os que 
gratuitamente houverem participado nos produtos do crime, até 
a concorrente quantia. 
(C) A indenização por injúria, difamação ou calúnia consistirá na 
reparação do dano que delas resulte ao ofendido. 
(D) Súmula do Superior Tribunal de Justiça adota entendimento 
de que não é possível a cumulação das indenizações de dano 
estético e dano moral. 
(E) A responsabilidade civil é independente da criminal, não se 
podendo questionar mais sobre a existência do fato, ou sobre 
quem seja seu autor, quando estas questões se acharem 
decididas no juízo criminal. 
11. (FGV/OAB/Exame da Ordem/2011) Ricardo, buscando evitar 
um atropelamento, realiza uma manobra e atinge o muro de uma 
casa, causando um grave prejuízo. Em relação à situação acima, 
é correto afirmar que Ricardo 
(A) nã o responderá pela reparação do dano, pois agiu em estado 
de necessidade. 
(B) responderá pela reparação do dano, apesar de ter agido em 
estado de necessidade. 
(C) responderá pela reparação do dano, apesar de ter agido em 
legítima defesa. 
(D) praticou um ato ilícito e deverá reparar o dano. 
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GABARITO 
1-D 2-C 3-E 4-E 5-B 
6-C 7-D 8-A 9-E 10-D 
11-B 
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LISTA DE EXERCÍCIOS COMENTADOS DA BANCA CESPE/UnB 
Para aqueles que quiserem, segue uma lista de exercícios 
comentados da banca CESPE/UnB sobre o assunto. Caso você não se 
interesse, ao imprimir a aula, selecione a impressão até a página 
anterior. 
1. (PGE-PI - Procurador Substituto - 2008) Para se configurar a 
responsabilidade por ato ilícito, ainda que não tenha causado 
efetivo prejuízo, é necessária, no momento da conduta, a 
verificação de dolo ou culpa por parte do agente, bem como a 
verificação da gradação da culpa em grave, leve ou levíssima. 
1. ERRADA. Para que se configure o ato ilícito é necessário haver 
prejuízo (ocorrência de dano). 
2. (OAB-ES - Exame da Ordem - 2004) O ato praticado com 
abuso de direito, mesmo se não houver causado dano à vítima ou 
ao seu patrimônio, resulta em dever de indenizar em virtude da 
violação a um dever de conduta. 
2. ERRADA. Conforme comentários da questão anterior. 
3. (MPE/RN - Promotor de Justiça Substituto - 2009) O dano 
moral é decorrência de violação a direito da personalidade, 
caracterizado o prejuízo pelo simples atentado aos interesses 
jurídicos personalíssimos, independentemente da dor e do 
sofrimento causados ao titular. 
3. CERTA. Na atual ordem jurídica constitucional, dano moral não é mais 
entendido apenas como aquele que atinge o âmbito psíquico da pessoa, 
causando-lhe "grande abalo psicológico", mas sim como aquele que 
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atinge os direitos da personalidade do indivíduo, bem como a sua 
dignidade. 
A dor, o sofrimento, o vexame, o abalo emocional, etc., são 
consequências do dano moral, e não sua causa, de modo que "pode 
ofensa à dignidade da pessoa humana sem dor, vexame, sofrimento, 
assim como pode haver dor, vexame e sofrimento sem violação da 
dignidade" (CAVALIERI FILHO, Sergio. Programa de Responsabilidade 
Civil. 6a edição. São Paulo: Malheiros, 2006, pag. 101). 
4. (PGM/Vitória-ES - Procurador - 2007) No campo jurídico, 
quando algo provoca defeito na aparência da vítima que seja 
capaz de extrapolar os limites da dor moral, fica caracterizado o 
dano estético. A indenização por esse dano é vinculada e integra 
a indenização por dano moral, tornando, assim, licitamente 
impossível a cumulação de ambos, ainda que esses danos sejam 
decorrentes do mesmo fato. 
4. ERRADA. De acordo com a súmula 387 do STJ é possível a cumulação 
do dano moral com o dano estético. 
5. (OAB-ES - Exame da Ordem - 2004) O dano patrimonial 
atinge os bens jurídicos que integram o patrimônio da vítima. 
Por patrimônio deve-se entender o conjunto das relações 
jurídicas de uma pessoa apreciáveis em dinheiro, bem como 
aqueles direitos integrantes da personalidade de uma pessoa. 
5. ERRADA. Os direitos integrantes da personalidade de uma pessoa são 
bens extrapatrimoniais e, por isso, podem gerar um dano moral e não 
patrimonial. 
6. (TRE/BA - Analista Judiciário - 2010) Comete ato ilícito e está 
sujeito à reparação civil a pessoa que, sendo titular de um 
direito, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos 
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pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons 
costumes. 
6. CERTA. A questão trata do abuso de direito consagrado no art. 187 
do CC. 
7. (CER-RR - Advogado - 2004) Não constituem atos ilícitos os 
praticados em legítima defesa ou no exercício regular de um 
direito reconhecido. 
7. CERTA. As duas hipóteses citadas na questão funcionam como 
excludentes de ilicitude nos termos do art. 188 do CC. 
8. (MPE-RR - Oficial de Promotoria - 2008) A legítima defesa 
exercida moderadamente para afastar o perigo é uma das 
situações em que o Código Civil exclui a ilicitude do ato. 
8. CERTA. Conforme o art. 188, I do CC. 
9. (CREA-DF- Advogado - 2003) O proprietário que edifica um 
terreno próprio de forma regular e, por conseqüência, impede a 
vista do vizinho para um belo bosque, bem como o acesso à 
avenida principal, o que obriga o vizinho a percorrer diariamente 
mais de 5 km, não está obrigado a indenizar o vizinho pelos 
prejuízos sofridos. 
9. CERTA. Na situação narrada o proprietário agiu no exercício regular 
de um direito e, por isso, não praticou ato ilícito. 
10. (PGE-PI - Procurador Substituto - 2008) Os atos ilícitos 
praticados em legítima defesa ou no exercício regular de um 
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direito, que provoquem deterioração ou destruição da coisa 
alheia ou lesão a pessoa, não geram o dever de indenizar. 
10. ERRADA. Se houve deterioração ou destruição da coisa alheia ou 
lesão a pessoa é possível haver indenização, mesmo que a ilicitude fique 
excluída. 
11. (PGM/Boa Vista - RR - Procurador - 2010) A destruição de 
coisa alheia a fim de remover perigo iminente não constitui ato 
ilícito civil, sobretudo se as circunstâncias a tornarem 
absolutamente necessária, e o agente não exceder os limites do 
indispensável para a remoção do perigo. 
11. CERTA. Conforme o art. 188, II do CC que trata do estado de 
necessidade. 
12. (PGE-PI - Procurador Substituto - 2008) O abuso de direito, 
que é uma das fontes de obrigações, caracteriza-se não pela 
incidência da violação formal a direito, mas pela extrapolação 
dos limites impostos pelo ordenamento jurídico para o seu 
exercício. 
12, CERTA. De acordo com o art. 187 do CC. 
13. (DETRAN-PA - Procurador Autárquico - 2006) O abuso de 
direito é uma das fontes de obrigações; sua caracterização não 
depende de violação formal a uma norma, mas de um desvio do 
agente às suas finalidades sociais, extrapolando as limitações 
impostas pelo ordenamento jurídico. 
13. CERTA. De acordo com o art. 187 do CC. 
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14. (DETRAN/DF - Analista de Trânsito - Direito e Legislação -
2009) A responsabilidade civil em casos excepcionais pode 
existir sem a relação de causalidade entre o dano e o respectivo 
evento danoso. 
14. ERRADA. Para que se configure a responsabilidade civil, três 
elementos são necessários: a conduta, o nexo causal e o dano. Ou seja, 
não há obrigação de indenizar se não houver nexo causal. 
15. (OAB-ES - Exame da Ordem - 2004) Se houve o dano, mas a 
sua causa não está relacionada com a conduta do agente, não há 
relação de causalidade nem obrigação de indenizar. 
15. CERTA. Conforme os comentários da questão anterior. 
16. (TRE/MT - Analista Administrativo - 2010) Via de regra, a 
responsabilidade do empresário individual por danos causados 
pelos produtos por ele postos em circulação é subjetiva. 
A base legal para a solução da questão está no art. 931 do CC. 
Art. 931 do CC - Ressalvados outros casos previstos em lei especial, 
os empresários individuais e as empresas respondem 
independentemente de culpa pelos danos causados pelos 
produtos postos em circulação. 
Diante do dispositivo legal em destaque, percebe-se que a 
responsabilidade civil dos empresários individuais e das empresas filia-
se à teoria objetiva, pois independe de culpa. 
Gabarito: ERRADA. 
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17. (DPE-CE - Defensor Público - 2008) A responsabilidade das 
empresas prestadoras de serviço público por dano causado, por 
ação ou omissão, a terceiro ou aos usuários do serviço é 
objetiva, pelo risco integral, não se eximindo dessa 
responsabilidade, ainda quando o dano ocorrer por culpa 
exclusiva da vítima ou de terceiro, por caso fortuito ou força 
maior. 
A teoria objetiva por sua vez, que se baseia no risco da atividade 
desenvolvida. A teoria do risco teve diversas vertentes, destacando-se a 
do risco-integral e o risco-administrativo: 
- Risco-integral: a Administração responde invariavelmente pelo 
dano suportado por terceiro, ainda que decorrente de culpa 
exclusiva deste, ou até mesmo de dolo. 
- Risco-administrativo: a responsabilidade civil do Estado por 
atos comissivos ou omissivos de seus agentes, é de natureza 
objetiva, ou seja, dispensa a comprovação de culpa. Entretanto, a 
responsabilidade poderia ser excluída por culpa exclusiva da 
vítima, caso fortuito ou força maior. 
Diante disso, a Constituição Federal de 1988, em seu art. 37, § 
6°, versa que "as pessoas jurídicas de direito público e as de direito 
privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que 
seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o 
direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa". Ou 
seja, consagra-se a teoria do risco-administrativo 
Gabarito: ERRADA. 
18. (MPE-AM - Técnico Jurídico - 2008) A responsabilidade civil 
por ato de terceiro é objetiva e permite estender a obrigação de 
reparar o dano à pessoa diversa daquela que praticou a conduta 
danosa, desde que exista uma relação jurídica entre o causador 
do dano e o responsável pela indenização, ainda que não haja 
culpa de sua parte. 
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O ato ilícito que enseja a responsabilidade civil pode ser praticado 
pelo próprio imputado ou por terceiro que esteja sob a sua esfera 
jurídica. Se o ato é praticado pelo próprio imputado, a responsabilidade 
civil classifica-se como direta. Se o ato é praticado por terceiro, ligado 
ao imputado, sendo que essa ligação deve constar da lei, a 
responsabilidade é indireta. A responsabilidade indireta ou por fato de 
terceiro é consagrada nos arts. 932 e 933 do CC. 
Art. 932 do CC - São também responsáveis pela reparação civil: 
I - os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e 
em sua companhia; 
II - o tutor e o curador, pelos pupilos e curatelados, que se acharem 
nas mesmas condições; 
III - o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e 
prepostos, no exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão 
dele; 
IV - os donos de hotéis, hospedarias, casas ou estabelecimentos 
onde se albergue por dinheiro, mesmo para fins de educação, pelos 
seus hóspedes, moradores e educandos; 
V - os que gratuitamente houverem participado nos produtos do 
crime, até a concorrente quantia. 
Art. 933 do CC - As pessoas indicadas nos incisos I a V do artigo 
antecedente, ainda que não haja culpa de sua parte, 
responderão pelos atos praticados pelos terceiros ali referidos. 
Através da leitura do art. 933 do CC, percebemos a 
responsabilidade civil das pessoas enumeradas no art. 932 é do tipo 
objetiva, pois independe de culpa. 
Gabarito: CERTA. 
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FISCAL DE DEFESA DO CONSUMIDOR / DIREITO E LEGISLAÇÃO 
19. (TRE/BA - Analista Judiciário - 2010) O incapaz responde 
pelos prejuízos que causar, se as pessoas responsáveis por ele 
não tiverem obrigação de fazê-lo ou não dispuserem de meios 
suficientes para tal ação. 
Muitos pensam que pelo fato do incapaz não pode ser 
responsabilizado civilmente pelos atos que ele pratica devendo sempre a 
responsabilidade cair em cima de seu representante. Entretanto tal 
pensamento está errado. Basta analisarmos o art. 928 do CC. 
Art. 928 do CC - O incapaz responde

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