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COLÉGIO ARCIERI PIMPOLHO ENSINO MÉDIO VITÓRIA PIRES FELIX DA SILVA NATHALIA MARIA DA SILVA CIRIN ALZHEIMER: ÂMBITO BIOLOGICO E SOCIAL São Paulo 2018 VITÓRIA PIRES FELIX DA SILVA NATHALIA MARIA DA SILVA CIRINO ALZHEIMER ÂMBITO BIOLOGICO E SOCIAL Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Colégio Arcieri, como requisito parcial para o Término do Ensino Médio. Prof. Orientador: Caroline Iritsu São Paulo 2018 Folha de Aprovação VITÓRIA PIRES FELIX DA SILVA NATHALIA MARIA DA SILVA CIRINO ALZHEIMER ASPECTOS BIOLÓGICOS E SOCIAIS Relatório final, apresentado ao Colégio Arcieri, como parte das exigências para a obtenção da noto par finalização do Ensino Médio. São Paulo, ___ de___________de_____. BANCA EXAMINADORA ________________________________________ Prof. Ana Caroline Iritsu Orientador ________________________________________ Prof. Ms, Alexandre Bernado Membro 1 ________________________________________ Prof. Ana Claudia Membro 2 Resumo Foi realizada uma revisão de aspectos associados as bases neurobiológicas e aspectos sociais da doença de Alzheimer. A doença de Alzheimer é uma doença neurodegenerativa que geralmente atinge pessoas com idades elevadas. Em portadores da DA é possível observar a ocorrência de atrofia progressiva em várias áreas encefálicas que são responsáveis pela perda de memória, além da diminuição da capacidade para realizar atividades corriqueiras e assim ficam dependentes. A degeneração cerebral está ligada a neuropatologia. Lesões cerebrais levam a morte dos neurônios e assim a falta de sinapse, estas estão relacionadas com a presença de placas senis e emaranhados neurofibrilares. Com o paciente não conseguimos realizar atividades mais simples ele acaba por depender de alguém e esse alguém muitas vezes alguém da família, porém pode ser um enfermeiro especializado. Palavras chaves: Doença de Alzheimer, neuropatologia, placas senis, emaranhados e cuidador. Abstract A review of aspects associated with the neurobiological bases and social aspects of Alzheimer's disease was performed. Alzheimer's disease is a neurodegenerative disease that usually affects people with high ages. In patients with DA, it is possible to observe the occurrence of progressive atrophy in several brain areas that are responsible for the loss of memory, in addition to the decrease in the ability to perform performing activities and thus become dependent. Cerebral degeneration is linked to neuropathology. Brain injuries lead to the death of neurons and thus the lack of synapses, these are related to the presence of senile plaques and neurofibrillar tangles. With the patient we cannot perform simpler activities he ends up relying on someone and that someone often someone in the family, but can be a specialized nurse. Key words: Alzheimer's disease, neuropathology, senis plaques, tangles and caregiver. Lista de Ilustrações Figura 1: Diferença entre o cerebro de uma pessoa normal e uma com Alzheimer (@IMEB) ................................................................................................................... 12 Figura 2: Comprometimento cerebral pelas principais lesões (@alzheimercuidaresecuidar) ................................................................................... 13 Figura 3: Clivagem da proteína APP com formação da beta-amilóide (@semanticscholar2009) .......................................................................................... 14 Figura 4: Desestabilização dos microtúbulos e fosforilação da proteína Tau (@semanticscholar2009) .......................................................................................... 15 Figura 5: Mini Exame do Estado Mental-MEEM (@rafaeloliveiraneuro2017) ........... 16 Figura 6: Imagem de Ressonância Magnética em Flair de paciente com Alzheimer há 8 anos, apresentando atrofia acentuada dos lobos temporais (@unesp2011) .... 17 Figura 7: relação parentesco entre família e paciente (@dworkenlaw) ..................... 20 Figura 8: paciente portador de DA em estágio final da doença (@alamy) ................ 23 Sumário 1 Introdução ............................................................................................................ 8 2 Objetivo/Justificativa .......................................................................................... 10 3 Metodologia ........................................................................................................ 11 4 Desenvolvimento ................................................................................................ 12 4.1 Aspectos Neurobiológicos ........................................................................ 12 4.1.1 Caracterização....................................................................................... 12 4.1.2 Neuropatologia ...................................................................................... 13 4.2 Diagnóstico ................................................................................................. 15 4.2.1 Diferentes possibilidades de diagnóstico ............................................... 17 4.3 Tratamento .................................................................................................. 18 4.3.1 Tratamento Psicossocial ........................................................................ 18 4.3.2 Tratamento Comportamental ................................................................. 18 4.3.3 Tratamento Medicamentoso .................................................................. 18 4.4 Relação Família-Paciente .......................................................................... 19 4.4.1 Impacto na vida do cuidador .................................................................. 19 4.4.2 O cuidador ............................................................................................. 19 4.5 Mudanças de comportamento e linguagem ............................................. 20 4.5.1 Estágio 1 ................................................................................................ 21 4.5.2 Estágio 2 ................................................................................................ 22 4.5.3 Estágio 3 ................................................................................................ 22 5 Conclusão .......................................................................................................... 24 6 Bibliografia ......................................................................................................... 25 8 1 Introdução A Doença de Alzheimer tem como principal característica a demência, está relacionada com a idade, geralmente atinge pessoas com mais de 60 anos de idade. O Alzheimer é uma doença neurodegenerativa progressiva, que leva a perda significativa das funções cognitivas, o que resulta em prejuízo de aprendizado e memória, além de alterações de comportamento. Neuropatologicamente, pode ser caracterizada por placas amilóides e emaranhados neurofibrilares. As placas amilóides consistem em um depósito de pequenos filamentos, conhecido como proteína beta amilóide. Neste contexto, dados genéticos e bioquímicos suportam a hipótese que o acúmulo e agregação da proteína no cérebro são os eventos iniciais e centrais na patogênese da DA. Os primeiros sintomas apresentados pelos pacientes com DA, são respectivamente, dificuldade de raciocínio, possuem esquecimentos de fatos recentes. Com a progressão da doença, o portador começa a ter dificuldade para realizar algumas atividades diárias como, se vestir, realizar sua própria higienização e alimentar-se. Quando a doença está no estágio finais,o portador de DA, perde a capacidade de ser independente, desenvolvendo sintomas psicóticos e apresentando alterações comportamentais. O diagnóstico da DA se dá através de exclusão de outras causas de demência através de exames clínicos, como ressonância. O mini exame do estado mental serve para confirmar alguns sintomas decorrentes da DA, como a orientação temporal e espacial, memória, atenção, linguagens e habilidades construtivas ajudando na identificação da doença. Entretanto o diagnóstico definitivo só pode ser obtido pela análise de placas senis e emaranhados neurofibrilares no tecido cerebral, mas esses achados são realizados apenas após a morte do paciente. O uso de fármacos para o tratamento da doença de Alzheimer é de extrema importância para a obtenção de retardo do aparecimento dos sintomas cognitivos, mas é importante ressaltar que estes mesmos fármacos não são curativos. Os principais medicamentos licenciados para o tratamento da DA são a donepezila, galantamina usadas em pacientes nos estágios leves a moderado. Já a memantidina é indicada para os pacientes que se encontram nos estágios moderados a grave da doença de Alzheimer. 9 Observa-se que o cuidador é de grande importância na vida de um paciente com DA, pois eles desempenham um papel fundamental estabelecendo cuidados diários para o bem-estar físico e emocional do portador de DA. Geralmente os cuidadores são os próprios familiares, em alguns casos, são profissionais da área da saúde, que assumem todos os cuidados deste paciente. Porém, esses cuidadores começam a desenvolver algumas desordens psicológicas com o passar do tempo, especialmente devido à sua responsabilidade sobre o bem-estar do paciente, acarretando uma sobrecarga na vida deste cuidador. As informações sobre a DA ainda são bastante especulativas e não se sabe ao certo sobre os eventos envolvidos na fisiopatologia da doença. Sendo assim, este trabalho tem como objetivo geral realizar um levantamento bibliográfico sobre as características da doença de Alzheimer, principalmente sobre os mecanismos envolvidos no desenvolvimento da doença, sobre os métodos de diagnóstico, novas abordagens terapêuticas que poderão ser empregados no tratamento da DA e outras implicações relevantes acerca desta patologia. 10 2 Objetivo/Justificativa O principal objetivo deste trabalho é apresentar e compreender os aspectos neurobiológicos e sociais da Doença de Alzheimer por meio de um levantamento bibliográfico do assunto. As características da D.A. envolvem o déficit da memória episódica, que prejudica o funcionamento da porção mesial do lobo temporal, que quando ocorre a progressão, isso passa para outras partes e altera diversas funções cognitivas, sociais e comportamental. Paciente com D.A. apresentam mudanças em seu comportamento devido a progressão da patologia e isso faz com que seja necessário a presença de um cuidador, que, quando a família consegue aceitar o fato, é um familiar e isso pode mudar as relações que o parente tem com o paciente 11 3 Metodologia Foi realizada uma revisão de aspectos neurobiológicos da Doença de Alzheimer, retratando também aspectos sociais, por meio de um levantamento bibliográfico sobre o assunto, com ênfase na patologia e em seu diagnóstico. Foram selecionados trabalhos e artigos que descrevem a neuropatologia da doença, como é realizado um possível diagnostico, como funciona a relação cuidador(família) – paciente e a mudança na linguagem e comportamentos dos portadores de D.A. 12 4 Desenvolvimento 4.1 Aspectos Neurobiológicos 4.1.1 Caracterização A Doença de Alzheimer, ou D.A., é uma patologia neurodegenerativa que atinge, principalmente, em pacientes com idade superior a 60 anos. quando ocorre em pacientes mais jovens, é chamada de doença pré-senil. Em portadores de Alzheimer, é comum observar a ocorrência de atrofia progressiva em diversas partes do cérebro, que são encarregados pela perda das funções cognitivas e diminuição para realizar atividades rotineiras. Inicialmente a atrofia atinge a região do lobo temporal, principalmente na região do hipocampo (responsável pela memória) e, subsequentemente, nas regiões do córtex parietal e córtex frontal. 3 No estágio inicial da doença, pode verificar-se a perda da memória episódica - memória individual que uma pessoa tem de um determinado evento-, dificuldade na obtenção de novas habilidades e declínio progressivo de funções cognitivas. Nos estágios intermediários, pode acontecer a afasia -disfunção de linguagem que pode envolver deficiência na compreensão ou expressão de palavras ou equivalentes não verbais de palavras- e apraxia -incapacidade para realizar tarefas que exijam recordar padrões ou sequências de movimento. No estágio terminal, é possível ver sinais de alterações do ciclo sono-vigília - períodos que passamos acordados e os períodos em que dormimos-, mudanças de comportamento, como agressividade, e incapacidade de falar e até mesmo de se cuidar. 3 Figura 1: Diferença entre o cerebro de uma pessoa normal e uma com Alzheimer (@IMEB) 13 4.1.2 Neuropatologia A doença de Alzheimer não apresenta uma causa conhecida, porém com o passar dos anos, ocorreram grandes avanços na compreensão da sua origem no corpo humano. Umas das principais causas que tiveram avanços foram a deposição de amilóide (placas senis) e emaranhados neurofibrilares, contudo não se pode afirmar a origem da patogenia. Figura 2: Comprometimento cerebral pelas principais lesões (@alzheimercuidaresecuidar) Uma das principais lesões do Alzheimer é a formação de placas senis. As placas senis são placas extracelulares, que são formadas por fragmentos da clivagem incorreta da proteína precursora do amilóide (APP): as proteínas β-amilóides, que são insolúveis. As beta-amilóides se acumulam e formam as placas. 3,14,17 As placas senis ou neuríticas, consistem em grandes depósitos insolúveis da proteína, ou fragmentos dela, aparentemente tóxicas, chamada β-amilóide. O desenvolvimento dessas placas ao longo da vida é um processo normal, entretanto, um cérebro de um portador de Alzheimer apresenta mais dessas placas em regiões específicas do cérebro. A clivagem incorreta da APP ocorre devido a mutações nos genes das proteínas presenilinas 1 e 2 (PS1 e PS2), que estão relacionadas com a alteração na clivagem da APP e consequente aumento na liberação da proteína β- amiloide e formação de placas neuríticas. 3,14,17 As placas senis, que são um dos marcadores histológicos da DA, interrompem a comunicação neuronal e isso ocorre de forma progressiva. As formas mais nocivas de β-amilóide são pequenas partes, ainda mais nocivos do que as placas. Os pequenos agrupamentos podem bloquear a sinalização entre as células nas 14 sinapses. Também pode ocorrer desses fragmentos ativarem as células do sistema imunológico, fato que pode causar inflamações. 17 Figura 3: Clivagem da proteína APP com formação da beta-amilóide (@semanticscholar2009) Uma outra lesão encontrada em portadores de DA são os emaranhados neurofibrilares, filamentos helicoidais, que consistem na forma anormal da proteína que forma os microtúbulos, a proteína Tau, que acredita ter a função relacionada à estabilidade do microtúbulo. 3,14,16 Um exemplo de mau funcionamento dessa proteína é quando está anormalmente fosforilada e ela se torna, menos, capazes de realizar a polimerização da tubulina (proteína que compõe o microtúbulo). Uma vez que não ocorre a polimerização, a proteína Tau vai diminuir a afinidade com a tubulina e assim causar a sua desagregação e por esse motivo acontece a ruptura do citoesqueleto celular e com consequência a morte neural. 3,14,16 As proteínas Tau, então, agregam-se, formando os emaranhados neurofibrilares, que levam à progressiva degeneração dos neurônios. A formação desses complexos peptídicosdepende do pH e da interação com outras biomoléculas que atuam regulando esse mecanismo como Zn+, Cu++ e acetilcolinesterase. 16 15 Figura 4: Desestabilização dos microtúbulos e fosforilação da proteína Tau (@semanticscholar2009) 4.2 Diagnóstico A Doença de Alzheimer não tem um diagnóstico preciso, pois não apresenta uma causa conhecida. Não existe um teste para comprovar que a pessoa está com a doença, por isso um dos diagnósticos e realizado pela eliminação de doenças que que demonstre, com a evolução, casos de demência como: traumatismo craniano, tumores cerebrais, acidente vasculares cerebrais e hidrocefalia. 3,13 O diagnóstico do declínio progressivo intelectual do paciente deve ser feito a partir de uma avaliação neuropsicológica realizado por meio de testes padronizados -Mini Exame do Estado Mental- sendo muito utilizado para diagnosticar a D.A., pois analisam os aspectos funcionais do cérebro inferidos a partir dos comportamentos cognitivos sensoriais, motores, emocionais e sociais do indivíduo ou por relatos de informação de um familiar próximo sobre o comportamento da pessoa, como dificuldades para realizar tarefas corriqueiras, contudo esta é menos utilizada. 3,13 16 Figura 5: Mini Exame do Estado Mental-MEEM (@rafaeloliveiraneuro2017) Outro tipo de diagnóstico utilizado é o método de imageologia cerebral, como a ressonância magnética, que possibilitar ver detalhadamente a estrutura do cérebro e assim sendo possível comparar as mudanças de um estágio para o outro e a diferença do cérebro de uma pessoa sem o DA e um portador, e a tomografia que pode mostrar diferente alterações no cérebro dependendo do seu tipo, no caso da TAC( Tomografia Axial Computorizada), ela mede a espessura de uma determinada parte do cérebro, que se torna mais delgado em uma pessoa com Alzheimer. 13 17 Figura 6: Imagem de Ressonância Magnética em Flair de paciente com Alzheimer há 8 anos, apresentando atrofia acentuada dos lobos temporais (@unesp2011) 4.2.1 Diferentes possibilidades de diagnóstico 4.2.1.1 Doença de Alzheimer provável O diagnóstico de provável demência associada à DA é feito, fundamentalmente, por relato ou observação cuidadosa de comprometimento cognitivo, aliado à exclusão de outras formas de demência ou de outras doenças que acarretem prejuízo cognitivo. 8,12 4.2.1.2 Doença de Alzheimer possível O diagnóstico de possível demência associada à doença de Alzheimer é feito quando não se tem certeza da evolução do declínio cognitivo do paciente, quando o curso da doença é anormal ou há alguma doença ou uso de medicamento que afetem a cognição, tais como critérios diagnósticos preenchidos para outras formas de demência, ou quando o início ocorre de forma súbita e não gradual. 8,12 4.2.1.3 Doença de Alzheimer definitiva A comprovação do diagnóstico definitivo de demência associada à DA só é feita por meio de estudo histopatológico do tecido cerebral do paciente por meio de biópsia ou necropsia com o encontro de emaranhados neurofibrilares e placas senis acima do normal esperado para o envelhecimento. Como a obtenção desse material em vivo é de difícil acesso, a confirmação da DA, na maioria dos casos, só é possível ocorrer no post mortem. 8,12 18 4.3 Tratamento O Alzheimer não apresenta uma cura, existe uma intervenção. Existem três tipos de abordagem para melhorar a vida do paciente, desacelerando a deterioração cognitiva e sua dependência 4.3.1 Tratamento Psicossocial Esse tratamento tem como objetivo avaliar as atividades do dia-a-dia e instrumentais e assim promover recursos para o alto-manutenção de atividades corriqueiras, como se vestir tomar banho comer, e as sociais, como comunicação. O cuidador do paciente é muito importante nesse tratamento, principalmente seu cuidador for membro da família. Todo esse tratamento pode causar grandes transtornos devido ao estresse, como doenças, depressão e insônia 13 4.3.2 Tratamento Comportamental O paciente com DA pode desenvolver ao longo das fases diversos transtornos comportamentais entre eles está a depressão, agitação, alucinação e violência e isso não traz consequências só para o paciente, para a família também. Para resolver isso, antes de buscar por medicamentos, deve ser levado em conta abordagens não farmacológicas, como atividades simples que ocupem tempo e tragam bem-estar. É importante evitar ao máximo o conflito com o paciente para não causar estresse.13 4.3.3 Tratamento Medicamentoso Acredita-se que parte dos sintomas da doença decorra de alterações em uma substância presente no cérebro chamada de acetilcolina, que se encontra reduzida em pacientes. Um modo possível de tratar a doença é utilizar medicações que inibam a degradação dessa substância. As medicações que atuam na substância, e que estão aprovadas para uso no Brasil nos casos de demências leve e moderada, são a rivastigmina, a donepezila e a galantamina. 3,13 Teoricamente, a resposta esperada com o uso dessas medicações é uma melhora inicial dos sintomas, contudo com a progressão da doença isso será perdido, mas há evidências de que essas drogas podem estabilizar parcialmente essa progressão, de modo que a evolução se torne mais lenta. Os efeitos positivos, que visam à melhoria ou à estabilização, foram demonstrados para a cognição, o comportamento e a funcionalidade. A resposta ao tratamento é individual e muito variada. 3,13 19 A memantina é outra medicação aprovada para o tratamento da demência da Doença de Alzheimer, atua reduzindo um mecanismo específico de toxicidade das células cerebrais. É possível também que facilite a neurotransmissão e a neuroplasticidade. É indicado no tratamento das pessoas com Doença de Alzheimer nas fases moderada a grave. 3,13 4.4 Relação Família-Paciente 4.4.1 Impacto na vida do cuidador O impacto na vida das cuidadoras dos pacientes reflete sintomas vivenciados por elas, tais como estresse, depressão, tristeza crônica, distúrbios do sono e isolamento, além das dificuldades financeiras e sociais. Os idosos, por sua vez, residem na casa das filhas, desse modo, a convivência de três ou mais gerações é uma estratégia familiar, mas que enfrenta desafios, porém pode ser utilizada para beneficiar tanto as gerações mais novas como as mais velhas. Os conflitos intergeracionais vindo dessas interações, dependerão, dentre outros aspectos, da maior ou menor flexibilidade da família para interagir, essa interação pode aproximar ainda mais a família, deixando-a mais unida para poder enfrentar a doença de Alzheimer, como pode desestruturar a família, um fator importante é que geralmente os cuidadores são as mulheres da família, esposa ou filha. 11 Outro fator importante é que o familiar cuidador pode chegar a dispender oito vezes mais horas por mês de dedicação aos cuidados, ou o equivalente a 60 horas semanais, quando comparado a um cuidador profissional. 11 4.4.2 O cuidador É evidente a grande dificuldade que o cuidador enfrenta ao tomar conta do familiar portador da doença, pois sua prioridade é a saúde e o bem-estar do mesmo, porém o cuidador não pode apenas pensar na saúde de seu familiar, pois para cuidar dele quem precisa estar bem também, é o cuidador, seu bem-estar, saúde física e mental refletem nos cuidados da pessoa com D.A. Vídeo Um fator importante que ajuda muito nos cuidados ao “paciente” é o afeto que o cuidador demonstra ao familiar, amor e carinho podem parecer não fazer diferença, mas a pessoa doente se torna muito visual, então carinho físico as vezes se torna muito mais importante do que palavras bonitas. Vídeo 20 É importante para o cuidador e principalmente para o portador de D.A que logo ao descobrir a presença da doença se informar sobre, isso ajudará e fará grande diferença na vida de ambos, pois entendendo mais sobre o assunto e do que se trata, os cuidados ao pacienteficarão muito mais fáceis, pois assim o cuidador entenderá por exemplo, quando seu familiar agir com agressividade, um fato que infelizmente acontece, o que deixa os cuidadores sobrecarregados, porque em certo grau da doença o indivíduo não reconhece mais os próprios familiares por mais próximos que sejam. Quanto mais a doença progride as dificuldades aumentam também, e é aí que vem a possibilidade da colocação do doente em uma clínica, para que isso aconteça o cuidador deve pesquisar bastante, não só uma, mas várias clínicas, pois é ali que eles vão confiar totalmente a vida de seus familiares, mas mesmo que sua tarefa tenha amenizado mais, ela não acabou, pois é de extrema importância sua presença na vida do portador da doença, mesmo que ele esteja distante, sua presença e seu carinho ajudando em seus cuidados. Vídeo Figura 7: relação parentesco entre família e paciente (@dworkenlaw) 4.5 Mudanças de comportamento e linguagem Pesquisas apontam que não obteve diferença significante nas variáveis sexo e idade. Já́ na variável de escolaridade, os sujeitos com maior grau de instrução tiveram melhor desempenho na prova de linguagem do que os que receberam menos estudo. Outro fato é que as palavras mais difícil, as que usamos menos em nosso cotidiano, são as que eles esquecem primeiro, no início às palavra começam a serem esquecidas aos poucos, não conseguindo completar uma frase inteira com https://dworkenlaw.com/2018/02/tips-for-choosing-a-nursing-home/ 21 todas as palavras, assim substituindo-as por outras mais fáceis, por exemplo “amor”, deixando a frase sem nexo, sem coerência, isso também se aplica na hora da escrita. Com o avanço da doença a fala do paciente fica desorganizada, com muitas palavras faltando, há também a dificuldade de compreender na fala dos outros, para ajudá-los a pessoa que estiver se comunicando com o paciente deve usar a expressão facial e corporal, para que ele consiga compreender o que a pessoas está lhe falando, essa pessoa sempre tem que procurar falar de maneira calma com o paciente, pois ele absorve aquele jeito para ele, se a pessoa falar de forma ignorante com ele, ele pode ou aprender a falar sempre assim, ou pode se sentir ameaçado por aquela pessoa que estiver falando com ele, existem terapias que auxiliam o cuidar para que eles tratam o paciente de D.A sempre de forma calma, paga que o mesmo sempre fique calmo também, se o cuidador estiver calmo, o paciente também estará, se o mesmo estiver em um ambiente agitado, ele também ficará agitado, tudo reflete no portador da doença. Existem tratamentos caseiros que ajudam a retardar a diminuição da fala, onde o paciente tem que nomear figuras, criar frases, reconhecer figuras, entre outros, isso não é uma cura, mais ajuda a atrasar a “perda da fala”. 5,9 Ocorre a mudança de comportamento presente na vida de um idoso com Alzheimer, tudo começa pela fase mais leva onde o idoso vai perdendo objetos pessoais (chave, caneta, óculos, celular, carteira) e não se lembrando de desligar o fogão e fechar a porta, daí começa a alteração no comportamento como perda de iniciativa, desatenção, abandono de passatempos e delírios, o portador da doença pode fica mais agressivo, agitado com mais facilidade de ficar irritado e temperamental, ou também há a perda de interesse por algo que antes ele adorava. 5,9 4.5.1 Estágio 1 Sendo a primeira a mais leve, ocorrendo a perde de memória recente e remota, com alterações na personalidade, estágios de irritabilidade, hostilidade, apatia e frustração. Apresenta desordem na comunicação, déficit no raciocínio linguístico, e possui dificuldades em buscar a palavra correta ou lembrar nomes de objetos ou pessoas. 13 A primeira fase não apresenta sinais muito característicos do Alzheimer, como essa doença acontece geralmente em idosos, ela pode ser confundida com diversas outras doenças características da idade, seus remédios também podem provocar 22 esquecimentos, assim dificultando o diagnóstico da doença para os médicos, até por que não existe um exame certeiro para o Alzheimer, entretanto tudo começa com pequenos esquecimentos sobre coisas comuns de seu dia a dia, como por exemplo que horas é a consulta ao médico, o idoso começa a ficar muito repetitivo em suas perguntas e também esquecendo como se fazem atividades que antes eram de seu cotidiano, nessa fase da doença o idoso ainda não está dependente do cuidador, alguns até moram sozinhos, dirigem, e levam suas vidas normal. Um problema que pode ser muito comum entre as famílias é o fato de o portador de D.A lembrar-se de fatos que aconteceram em sua vida a muito tempo atrás detalhadamente, mas não se lembrar de coisas que acabaram que acontecer, isso confunde a família, levando- os a crer que seu familiar não está doente. 13 4.5.2 Estágio 2 Na segunda fase o idoso com D.A começa a apresentar distúrbios comportamentais, outra característica da segunda fase é a apatia, o que pode ser facilmente confundida pela família por depressão, mas um paciente depressivo, ele chora, fica triste , fica sem ânimo, já o paciente apático ele não chora e nem ri, simplesmente não demonstra emoções, e vai deixando de fazer atividades que antes ele adorava fazer, mas agora prefere ficar mais sentado, quieto no canto dele. A doença de Alzheimer geralmente acontece dos 60 anos em diante, mas não é uma regra, tal doença pode vir a acontecer mais cedo em alguns pacientes, há uma preocupação nisso, pois quanto mais cedo a doença começa, maior o fator genético, ou seja, seus filhos têm maior probabilidade de futuramente também terem a doença de Alzheimer, quanto mais tarde a doença começar, menor o fator genético. 13 4.5.3 Estágio 3 Por fim temos a terceira fase, ou fase final, que é quando o paciente começa a ficar dependente de cuidados, precisando de ajuda para por exemplo tomar banho, se alimentar, se vestir e para sair de casa também pois ele não conseguirá mais achar o caminho de volta pra casa, o paciente também vai perdendo lembranças de seus familiares, não os reconhecendo-os, ele também fica menos ativo fisicamente na terceira fase, não interage mas com coisas do dia a dia, não assiste mais televisão, não leem, e falam muito pouco, ficam mais acamados, sem ânimo, aí sim tornando- os dependentes total de seu cuidador, pois eles voltam a uma fase chamada, fase fetal, quando os mesmo vão cada vez mais se encolhendo como se estivessem 23 mesmo dentro do útero novamente, daí vem a dependência total para a alimentação, como se fossem um bebê mesmo, precisando receber essa alimentação em alguns casos por uma sonda, também apresentam incontinência urinária e fecal, tendo assim que usarem fraldas, na fase final o paciente fica agressivo, pois ele não reconhece mais seus familiares, para eles os familiares agora passam a serem estranhos, os pacientes não reconhecem nem mesmo a si mesmos, pois a imagem que eles têm de si, é a lembrança da infância, sua memória recente não existe mais, portanto não os reconhecem. 13 Figura 8: paciente portador de DA em estágio final da doença (@alamy) 24 5 Conclusão A doença de Alzheimer, com toda evolução da medicina após a sua descoberta, é um enigma para a sociedade científica. Por apresentar diversos padrões morfológicos e variadas lesões nas estruturas encefálicas, a doença se torna complexa e difícil de se compreender. A morte dos neurônios e atrofia são grandes características da doença de Alzheimer e isso está diretamente ligada às atividades do portador. A perda de memória é um sinal evidente desse mal funcionamento, uma vez que as sinapses não ocorrem, isso deixa o indivíduo com uma má qualidade de vida e uma dependência muito grande do cuidador. Cada portador tem uma manifestação clínica diferente, o que comprova que é fundamental a importância do conhecimento neuropatológico para se avançarnas descobertas sobre essa doença. A doença de Alzheimer por não ter uma causa específica, não tem um diagnóstico preciso, por isso para chegar no diagnóstico da doença são feitos eliminação de possíveis doenças relacionadas à demência. Por não apresentar muito conhecimento pela sociedade científica a doença de Alzheimer não tem uma cura e assim são feitos tratamentos para diminuir a progressão do Alzheimer. O Alzheimer é uma doença que não afeta somente o paciente em si mas também a família, pois é sobre ele que cai todo o peso e as obrigações de cuidar do paciente doente. O portador de D.A ficará sempre preso ao passado, pois ele não terá as lembranças dos fatos recentes, sendo assim restarão somente suas memórias mais antigas. O Alzheimer cria uma luta constante para o paciente e principalmente para o cuidador. 25 6 Bibliografia 1. ALZHEIMERMED. AlzheimerMed. Disponivel em: <http://www.alzheimermed.com.br/>. Acesso em: 12 Março 2018. 2. AMARAL, L. I. O. D. A DOENÇA DE ALZHEIMER: IMPACTOS NA FAMÍLIA. FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE – FACS. BRASÍLIA, p. 54. 2005. 3. ARANTES, F. T. Aspectos neurobiológicos da memória na doença de Alzheirmer. Unesp. Rio Claro, p. 33. 2011. 4. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ALZHEIMER. 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