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Microbiologia Victoria de Paula Resumo de aula TÓPICOS INIC IAIS Infecção: microrganismo se estabelece e cresce no hospedeiro (causando ou não dano). Doença: Dano ou lesão tecidual que impacta alguma função do hospedeiro. Patógenos: Parasitas microbianos que podem causar dano ao hospedeiro. Patogenicidade: habilidade de um parasita de causar doença. Virulência: grau de patogenicidade. Sistema de Dano/Resposta (damage-response framework) Elaborado por Casadevall e Pirofski em 2003 → Patogênese microbiana resulta da interação entre hospedeiro e microrganismo. → O resultado relevante da interação é determinado pelo dano causado ao hospedeiro. → Dano ao hospedeiro pode resultar de fatores microbianos e/ou da resposta do hospedeiro. PATOGÊNESE MICROBIANA PORTAIS DE ENTRADA → Cada microrganismo tem uma porta de entrada preferencial, tais como membranas mucosas, pele, parenteral ou ruptura da barreira. → Cada microrganismo cria uma estratégia para se estabelecer no nosso organismo e possivelmente causar dano (fatores de virulência). FATORES DE VIRULENCIA Moléculas produzidas por microrganismos que permitem: Adesão/Colonização de um nicho no hospedeiro. Obtenção de nutrientes. Liberação de fatores tóxicos que possam causar dano. Modulação/Evasão do sistema imunitário. Entrada ou saída de células hospedeiras. FATORES GENÉT ICOS CONTROLANDO VIRULÊNCIA Ilhas de patogenicidade/plasmídeos em Salmonella Exposição ao microrganismo Adesão à pele ou mucosa Invasão por meio do epitélio Multiplicação crescimento e produção de fatores de virulência e toxinas *Processo de infecção Toxicidade: efeitos das toxinas são locais ou sistêmicos Invasividade: crescimento adicional no sitio original e em sítios distantes Dano tecidual ou sistêmico (doença) *Processo de doença Microbiologia Victoria de Paula Resumo de aula Genes para toxinas, antibióticos, enzimas. o Normalmente localizados em plasmídeos ou ilhas de patogenicidade o Em vez de vários fatores de virulência estarem espalhados no genoma dos microrganismos, eles ficam organizados em regiões próximas, onde são produzidos vários fatores de virulência em um determinado momento. ADESÃO MICROBIANA Habilidade de um microrganismo se aderir aos tecidos do hospedeiro. Necessário, mas não o suficiente para a doença. Adesinas (ligantes): glico ou lipo proteínas na superfície do patógeno. Receptores na célula hospedeira o Glicocálice o Fimbria o Flagelo o Pili Cápsulas: camada externa à célula (carboidratos ou proteínas). (previne reconhecimento do microrganismo pelos fagócitos) Grudentas: facilitam a adesão. Protegem da fagocitose por fagócitos. o Streptococcus pneumoniae o Haemophilus influenzae – pneumonia e meningite. o Bacillus antracis – antraz. o Yersinia pestis – peste bulbonica. COLONIZAÇÃO E INVASÃO Colonização: crescimento após ter acesso aos tecidos. A nossa colonização por microrganismo começa ao nascimento. Sideróforos: o Proteínas secretadas e que se ligam fortemente ao ferro. o Necessidade de ferro. INVASÃO E INFECÇÃO SISTÊMICA Invasividade: habilidade de crescer em tecidos em densidades que inibem funcionamento do hospedeiro. o Bacteremia: presença de bactéria na corrente sanguínea. o Septicemia: resposta inflamatória a infecção sistêmica Inflamação massiva. Choque séptico e morte. Os organismos podem usar a produção de enzimas como uma estratégia de disseminação. ENZIMAS Quebra da integridade tecidual – Invasividade Hialuronidase Coagulase e streptokinase o Coagulação / quebra de coágulos Colagenase Proteases IgA TOXINAS Toxicidade: habilidade de causar doença por meio da inibição do funcionamento celular ou morte de células hospedeiras. Febre, problemas cardiovasculares, diarreia, choque. Toxemia: presença de toxina no sangue. Intoxicação: presença de toxina sem microrganismo. (o microrganismo está morto ou não está presente). EXOTOXINAS: proteínas produzidas dentro de bactérias patogênicas, principalmente Gram-positivas, parte do crescimento/metabolismo. São secretadas no ambiente durante a fase log liberadas durante o crescimento microbiano, e divididas em 3 categorias: Microbiologia Victoria de Paula Resumo de aula 1. Citolíticas- levam a lise de determinadas células. a. Degradação da membrana citoplasmática. b. Lise celular e morte i. Hemolisinas ii. Leucocidinas iii. streptolisinas iv. α-toxina estafilocócica: células nucleadas e hemácias. 2. Toxinas A-B – a. diftérica (bloqueio da síntese de proteínas), tetânica, botulínica e colérica; b. A= domínio ativo (causa o efeito) e B= domínio de ligação (interage com os receptores das células); c. enterorotoxinas- atividade no intestino delgado; secreção massiva de fluidos = vômito e diarreia; ex: enterotoxina colérica. 3. Superantígenos a. Estimulação massiva do Sistema Imune. i. Febre, náusea, vômito, diarreia. ii. Choque ou morte. b. Infecção localizada com efeitos sistêmicos c. Gram-positivas Staphylococcus aureus e Streptococcus pyogenes. i. Intoxicação alimentar (enterotoxinas de S. aureus) ii. Síndrome do choque toxico iii. Febre Antitoxinas: anticorpos contra exotoxinas específicas. Toxoides: exotoxinas inativas usadas em vacinas. ENDOTOXINAS: Porção lipídica do LPS, parte da membrana externa da parede de Gram negativas (Lipídio A). São liberadas quando a bactéria morre, a parede sofre lise ou se rompe; fazem parte de algum componente da célula bacteriana; Lipídio A do LPS Fazem parte da membrana externa de Gram-negativas Liberação: multiplicação e morte → Liberação de citocinas por macrófagos → Coagulação intravascular disseminada. Variação antigênica: alteração de antígenos de superfície; anticorpos se tornam ineficazes. PROPRIEDADES PATOGENICAS DO VÍRUS Efeitos citopáticos: Interrompe a síntese celular. Liberação de enzimas lisossomais. Corpos de inclusão no citoplasma. Fusão de células Mudanças cromossomais e fisiológicas Mudanças antigênicas Perda de inibição PROPRIEDADES PATOGÊNICAS DOS FUNGOS Enzimas hidrolíticas o Proteases o Fosfolipases o Uréase Enzimas detoxificadoras Adesinas Dimorfismo Micotoxinas: o Tricotecenos – inibem síntese proteica Capsula*a professora estava na frente do slide e não deu pra copiar o resto. Melanina – ajuda a evitar o reconhecimento pelo sistema. MICROBIOTA Microbioma: é uma coleção funcional de diferentes microrganismos em um determinado local. Microbioma humano: todas as partes do nosso corpo que contém microrganismos. Microbiota: todos os microrganismos em um micro habitat (ex. Microbiota da pele) Microbiologia Victoria de Paula Resumo de aula Cada ambiente= um grupo de micróbios diferentes MICROBIOMA Corpo humano – 30 trilhões de células ~40 trilhões de bactérias. Grupo de microrganismos que vivem sobre ou dentro do nosso corpo. Ajudam a manter nossa saúde. Previnem infecções com microrganismos patogênicos. Treinam nosso sistema imune. São protozoários, fungos, vírus, archaea... A microbiota é responsável pelos nossos odores – suor, hálito, chulé... MICROBIOTA NORMAL Nossa coleção de microrganismos Começo: útero e durante o parto Microbiota normal: colonização permanente. Microbiota transiente: colonização temporária. Diferentes microbiotas: Parto vaginal: Lactobacillus e Bacteroides. Cesariana: microbiota da pele. Staphylococcus aureus. Nutrientes e condições adequadas para o crescimento bacteriano. RELACIONAMENTO MICROBIOTA X HOSPEDEIRO Simbiose: nossa relação com os microrganismos Comensalismo: só o micróbio tem benefícios, mas também não gera nenhummal para nós. Mutualismo: a relação é boa para os dois. Parasitismo: O micróbio se beneficia as nossas custas. Alguns membros da microbiota podem se tornar patógenos oportunistas. IMPORTÂNCIA DA MICROBIOTA Antagonismo microbiano = competição Proteção: o Competição por nutrientes o Produção de antimicrobianos o Alterações no pH e disponibilidade de oxigênio. Produção de metabólitos e vitaminas o Tiamina, riboflavina, piridoxina, B12, K. o Aminoácidos, gazes, metabolismo de esteróides. Treinamento do sistema imune. MICROBIOTA GASTROINTESTINAL Monogástricos e onívoros Acidez Microbiota rica Microbiota afeta: o Desenvolvimento o Saúde o Predisposição a doença Colonização começa no nascimento. CAVIDADE ORAL E V IAS AÉREAS Micro-habitat complexo e heterogêneo. Saliva: enzimas antimicrobianas Alta concentração de nutrientes – crescimento localizado Placa dental ao redor dos dentes = biofilme. Alta incidência de microrganismos no trato respiratório superior. Entrada contínua de microrganismos A maior parte é capturada no muco Trato respiratório inferior – não possui microbiota em indivíduos saudáveis. TRATO UROGENITAL Alterações de pH = crescimento de Escherichia coli e Proteus mirabilis – podem causar doença. Microbiologia Victoria de Paula Resumo de aula E. coli e P. mirabilis = causa frequente de infecções em mulheres. Vagina – acidez, grandes quantidades de glicogênio. Lactobacillus acidophilus (residente) – fermanta o glicogênio produzindo ácido lático. PELE ~1 milhão de bactérias/cm2 1010 em adultos Variação de composição e umidade. Influenciada por fatores físicos (clima) e do hospedeiro (puberdade/higiene) V IROMA HUMANO Imensidade de vírus – animais, bacteriófagos e até de plantas. Doenças graves a infecções benignas. Bacteriófagos são os mais abundantes (~20 x nº bactérias) o Papel protetor o Imunidade independente do hospedeiro. COLONIZAÇÃO, SUCESSÃO E ESTABIL IDADE DA MICROBIOTA INTESTINAL 1º ano de vida Colonização começa ao nascimento (mãe bebê) Fontes de vitaminas – anaeróbios facultativos Variáveis importantes: Tipo de parto Amamentação Infância influencia a microbiota intestinal. Envelhecimento e doenças diminuem a diversidade. Síndromes associadas ao microbioma: Doença inflamatória intestinal Predisposição a obesidade Caries Clostridium – transplante de microbiota fecal PROBIÓTICOS, PREBIÓTICOS E S IMBIÓTICOS Probióticos: organismos vivos que conferem benefícios ao hospedeiro. Bifidobacterium Lactobacillus Competições com patógenos. Prebióticos: carboidratos não digeridos por humanos, mas que fornecem nutrientes para bactérias fermentadoras. Simbióticos: probióticos + prebióticos. Tratamento de sepse em crianças.
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