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ASSISTÊNCIA-DE-ENFERMAGEM-AO-PACIENTE-QUEIMADO-1

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SUMÁRIO 
1 CONTEXTUALIZANDO AS QUEIMADURAS .................................... 3 
2 QUEIMADURAS ................................................................................ 5 
2.1 Etiologia das queimaduras .......................................................... 7 
2.2 Classificação das queimaduras ................................................. 10 
3 AVALIAÇÃO E CONDUTAS GERAIS À VÍTIMAS DE QUEIMADURAS
 18 
3.1 Avaliação ................................................................................... 19 
3.2 Classificação de pequeno, médio e grande queimado, de acordo 
com o grau da queimadura e a superfície corporal atingida ......................... 22 
3.3 Condutas para cada tipo de queimadura: .................................. 24 
3.4 Complicações decorrentes de queimaduras ............................. 27 
4 ASSISTÊNCIA E CUIDADOS DE ENFERMAGEM AO PACIENTE 
COM QUEIMADURAS. .................................................................................... 30 
4.1 Tratamento Imediato de Emergência (pré-hospitalar) ............... 30 
4.2 Primeira fase ............................................................................. 31 
4.3 Segunda fase ............................................................................ 37 
4.4 Terceira fase ............................................................................. 43 
5 SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM ........... 47 
6 HUMANIZAÇÃO NO CUIDADO DO PACIENTE EM UNIDADE DE 
TRATAMENTO DE QUEIMADURAS - UTQ ................................................... 50 
7 CUIDADOS DE ENFERMAGEM NOS PROCESSOS DOLOROSOS E 
ATENDIMENTO PSICOLÓGICO ..................................................................... 51 
BIBLIOGRAFIA ...................................................................................... 53 
 
 
 
 
 
3 
 
1 CONTEXTUALIZANDO AS QUEIMADURAS 
 
Fonte: fabiosa.com.br 
As queimaduras são definidas como injurias decorrentes de trauma por 
origem térmica, a partir da exposição ao frio, a líquidos e superfícies quentes, 
chamas, substâncias químicas, radiação, atrito ou fricção. Estes resultados 
podem ocorrer através da ação direta ou indireta do agente causador sobre o 
organismo (BICHO; PIRES, 2002; ASSIS, 2010). O tipo de queimadura depende 
do grau de comprometimento do tecido, além da exposição ao agente agressor. 
Desta forma, a pessoa vítima desse tipo de acidente pode vir a óbito, ou ficar 
com sequelas irreversíveis, além do grande sofrimento físico e psicológico 
(ASSIS, 2010). 
 Por se tratar de um trauma de grande complexidade e requerer 
tratamento eficaz e imediato, muitos destes acidentes apresentam alta taxa de 
morbidade e mortalidade em todo o mundo, com grande frequência entre as 
crianças, na sua maioria das vezes em ambientes domésticos (ROSSI et al., 
1998, 2003 e 2010). As crianças apresentam maior risco, ao acidente, devido a 
curiosidade, impulsividade e falta de experiência em avaliar os perigos 
(DALANEZE, 1996; HARADA et al., 2000; DRAGP, 2005). Pesquisas também 
revelaram que o baixo nível sócio econômico favorece para o problema em 
questão (DELGADO et al., 2002). 
 
4 
 
 As características mais comuns aos pacientes que sofreram algum tipo de 
queimadura têm como fator principal, a intensa dor e grande impacto emocional, 
sendo, estes, alguns dos fatores que interferem em sua recuperação. É 
necessário conhecer o tipo da queimadura que estará sendo analisada, pois é 
um fator crucial nas medidas e intervenções terapêuticas que serão adotadas, 
direcionando os cuidados do enfermeiro e da equipe de saúde, assegurando, 
assim, melhora e evolução no quadro clínico do paciente (VALE, 2005; GRECO 
et al., 2007). 
 
 
Fonte: portalenf.com 
 
Dependendo de sua extensão e profundidade, a lesão causada pode 
comprometer vários tipos de distúrbios físicos, como, por exemplo, perda de 
volume líquido, mudanças metabólicas, deformidades corporais e risco de 
infecção, Greco et al. (2007), adicionados a complicações advindas da 
queimadura, que podem ocasionar maiores complicações no estado de saúde 
do paciente. 
Além do comprometimento físico decorrente ao acidente de causa 
térmica, o paciente mostra-se, geralmente, muito abalado, até mesmo em estado 
de choque. No momento em que o paciente é acolhido em uma unidade de 
emergência, a assistência de enfermagem, nesse momento, se torna 
fundamental no tratamento do paciente, tendo como objetivo necessário que 
este receba um tratamento imediato e eficaz (GRAGNANI; FERREIRA, 2009; 
ASSIS, 2010). O cuidado prestado pelo enfermeiro não pode apenas focar-se 
 
5 
 
em metodologias hospitalares, requer também, uma abordagem mais ampla, 
não olhando apenas o indivíduo, mas também seus familiares. Através deste 
ideal, se permite estabelecer intervenções direcionadas ao paciente e sua 
família, a fim de obter resultados positivos na tentativa de lhes preservar a vida 
(COELHO; ARAÚJO, 2010) 
2 QUEIMADURAS 
 Fonte: palotinapress.com.br 
 
Entende-se por queimaduras, lesões dos tecidos orgânicos produzidas 
por trauma de origem térmica e por várias outras etiologias como radiações, 
química e congeladuras. O que vai influenciar na gravidade do ferimento é a 
profundidade da queimadura, ou seja, o número de camadas da pele e do tecido 
subjacente, ou outras estruturas abaixo da pele, que foram atingidos. 
Avalia-se que no Brasil acontecem em torno de 1.000.000 de incidentes 
por queimaduras ao ano, sendo que 100.000 pacientes buscaram atendimento 
hospitalar e, destes, cerca de 2.500 pacientes irão a óbito direta ou indiretamente 
em função de suas lesões. 
A queimadura é o ambiente ideal para a instauração de uma infecção, 
como consequência do cometimento da pele, que é o órgão primordial para a 
defesa do organismo da entrada de germes. A infecção associa-se com diversos 
fatores de risco, principalmente relacionados com o agente infeccioso em si, 
como a sua capacidade de replicação, virulência e resistência às barreiras de 
 
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defesa naturais ou mesmo às terapias antimicrobianas, assim como a fatores 
relacionados com o hóspede em decorrência da sua idade, extensão e 
profundidade da queimadura, estado nutricional e doenças associadas, entre 
outros. 
Independentemente da extensão, todas as queimaduras são graves. 
Mesmo queimaduras de menor gravidade podem resultar em grave 
incapacidade. 
Uma concepção comum e errónea é que as lesões por queimadura são 
isoladas à pele. Pelo contrário, as queimaduras extensas podem ser lesões 
multissistêmicas, capazes de provocar efeitos possivelmente fatais no coração, 
nos pulmões, nos rins, no trato gastrointestinal e no sistema imunológico. 
A causa de morte mais comum em uma vítima de incêndio, por exemplo, 
não são as complicações diretas do ferimento por queimadura, mas as 
complicações relacionadas à insuficiência respiratória. Após uma queimadura, o 
corpo do doente tenta se desligar e entrar em choque, levando à morte. 
Uma parte substancial do atendimento inicial de doentes queimados é 
direcionada à reversão deste choque. Em doentes que apresentam lesões 
traumáticas associadas a queimaduras, a mortalidade real destas lesões 
combinadas é muito maior do que a prevista para cada uma, separadamente. 
A inalação de fumaça tóxica provoca uma lesão possivelmente fatal que 
tende a ser mais perigosa do que a lesão por queimadura. A inalação de fumaça 
tóxica prediz melhor a mortalidade por queimaduras do que a idade do doente 
ou a extensão da queimadura. 
A vítima não precisa ter inalado uma grande quantidade de fumaça para 
estar predisposta a uma lesão grave; em geral, as complicações com risco de 
vida podem demoram vários dias para se manifestar. Aproximadamente 20% de 
todas as vítimasde queimaduras são crianças, e 20% destas crianças são 
vítimas de lesão intencional ou abuso infantil. 
 
 
 
 
7 
 
2.1 Etiologia das queimaduras 
Queimaduras térmicas: São decorrentes do contato ou exposição a uma fonte 
de calor (fogo, vapor e objetos quentes); ou frio (gazes especiais, temperaturas 
excessivamente baixas, e líquidos como o CO² e o nitrogênio). 
 
 
Fonte: staging.picsolution.com 
 
Queimaduras químicas: São decorrentes da ação cáustica aguda causada por 
um determinado agente químico, estas queimaduras são de grande importância 
e gravidade. São eles: ácidos fortes (sulfúrico ou nítrico), bases (soda cáustica) 
e outros. 
 
Fonte: dicasparacura.blogspot.com 
 
Queimaduras elétricas: São causadas pela transformação da energia em calor, 
os efeitos variam dependendo do tipo da voltagem e amperagem da corrente, 
podendo ocorrer alterações que produzem distúrbios: respiratórios, circulatórios 
 
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e do SNC. As queimaduras são invariavelmente graves (em alguns casos o 
tecido gorduroso, músculos e até ossos podem ser comprometidos), podendo 
resultar até mesmo em morte no local do acidente. 
 
 
Fonte: g1.globo.com 
 
Queimaduras radioativas: Causadas comumente pela exposição excessiva 
aos raios ultravioletas advindos do sol, esta radiação atinge a epiderme (camada 
superficial da pele) danificando as células, que liberam substâncias químicas que 
ativam os receptores da dor caracterizando ardência localizada. Há também as 
queimaduras causadas por agentes radioativos como o cloreto de césio-137 
(CsCl), quer pela exposição ou contato pode ocasionar queimaduras graves, 
deformidades irreversíveis ou até a morte. 
 
 
Fonte: colourbox.com 
 
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As queimaduras mais comuns, são aquelas causadas por líquidos 
aquecidos (água, leite, café, gorduras quentes) – queimaduras térmicas - 
geralmente em casa e na cozinha. E as crianças, infelizmente são as maiores 
vítimas desse tipo de acidente. 
Em segundo lugar estão os acidentes com álcool, sempre graves e 
importantes e acontecem, geralmente nas churrasqueiras, fogueiras, 
acampamentos etc. 
 Entretanto a mais invasiva é a elétrica, que representa a forma mais 
agressiva de trauma, e tem como característica um ponto de entrada e outro de 
saída, afetando diversas estruturas no corpo, tais como: nervos, vasos, 
músculos, pele, tendões e ossos, sendo frequentes as amputações em sua 
decorrência. 
 
Principais agentes causais de queimaduras 
Causas comuns: 
 Escaldadura (queimadura por líquidos quentes): é a principal causa em 
menores de 5 anos. 
 Contato com fogo e objetos quentes: as queimaduras por chamas são 
mais graves, atingem maior extensão e profundidade da pele. O álcool é 
um importante agente causador. 
 Queimadura provocada por substâncias químicas: a ingestão de soda 
cáustica continua sendo a maior fonte de queimaduras químicas em 
crianças. As pequenas pilhas, as baterias de relógios e de aparelhos 
eletrônicos representam perigo por possuir conteúdo corrosivo. 
 Queimadura por exposição à eletricidade: os acidentes por fios e 
aparelhos elétricos acometem mais as crianças menores de 5 anos. 
Também são vítimas os adolescentes que ao empinar ou retirar pipas da 
rede elétrica têm contato com fios de alta tensão. 
 Exposição excessiva ao sol. 
 
 
 
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2.2 Classificação das queimaduras 
O ministério da saúde classifica as queimaduras de acordo 
com a profundidade em até o 3º grau (de acordo com a “Cartilha para 
tratamento de emergências das queimaduras”). Já o PHTLS (Pre 
Hospital Trauma Life Support), classifica a profundidade das 
queimaduras até o 4º grau. 
 
Quanto a profundidade: 
 
 Primeiro grau 
 
Fonte: essaseoutras.com.br 
 
Também chamada de queimadura superficial, são aquelas que envolvem 
apenas a epiderme, a camada mais superficial da pele. 
Os sintomas são: dor intensa, vermelhidão na pele (que se torna branca 
com efeito da pressão), às vezes há inflamação e desidratação leve. Em alguns 
casos pode causar um pouco de febre e dor. Não é possível observar a presença 
de bolhas ou feridas. 
A lesão da queimadura de 1º grau é seca e não produz bolhas. 
Geralmente melhoram no intervalo de 3 a 6 dias, podendo descamar e não 
deixam sequelas. 
PHTLS: é um programa 
de formação contínua que 
aborda e padroniza as 
intervenções dos 
operacionais em ambiente 
pré-hospitalar à vítima de 
trauma. Este programa de 
formação é revisto a cada 
quatro anos e a sua 
qualidade e excelência é 
reconhecida em todo o 
mundo. 
 
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 Esse tipo de queimadura é a mais simples e sem repercussões clínicas. 
Exceto a queimadura pelo sol em grande parte do corpo, que pode evoluir para 
desidratação, principalmente em crianças e idosos. 
 
 
Fonte:sbqueimaduras.org.br 
 
 Segundo grau (ou de espessura parcial) 
 
 
Fonte: saudecominteligencia.com.br 
 
 
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As queimaduras de segundo grau, também denominadas queimaduras de 
espessura parcial, são aquelas que envolvem a epiderme e porções variadas da 
derme subjacente. 
Essas queimaduras podem ainda ser classificadas como superficiais ou 
profundas. Estas queimaduras são observadas como bolhas ou áreas desnudas, 
com aparência brilhante ou base úmida. Devido à sobrevida de resquícios de 
derme, estas queimaduras tendem a cicatrizar em duas a três semanas. 
As queimaduras de espessura parcial, a zona de necrose envolve toda a 
epiderme e várias profundidades da derme superficial. Caso estas lesões não 
sejam bem cuidadas, a zona de estase pode progredir para necrose, 
aumentando o tamanho da queimadura e, talvez, convertendo-a numa 
queimadura de terceiro grau. 
Queimaduras de segundo grau profundas podem requerer tratamento 
cirúrgico. 
 
Fonte: concursosdasaude.com.br 
 
A queimadura de 2º grau superficial: 
É aquela que envolve a epiderme e a porção mais superficial da derme. 
Os sintomas são os mesmos da queimadura de 1º grau, incluindo ainda o 
aparecimento de bolhas e uma aparência úmida da lesão. A base da bolha é 
rósea, úmida e dolorosa. 
A cura é mais demorada podendo levar até 3 semanas, não costuma 
deixar cicatriz, mas o local da lesão pode ser mais claro. 
 
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As queimaduras de 2º grau profundas 
São aquelas que acometem toda a derme, sendo semelhantes às 
queimaduras de 3º grau. A base da bolha é branca, seca, indolor e menos 
dolorosa (profunda). 
Como há risco de destruição das terminações nervosas da pele, este tipo 
de queimadura, que é bem mais grave, pode até ser menos doloroso que as 
queimaduras mais superficiais. 
As glândulas sudoríparas e os folículos capilares também podem ser 
destruídos, fazendo com a pele fique seca e perca seus pelos. A cicatrização 
demora mais que 3 semanas e costuma deixas cicatrizes. 
 
 
 Fonte: sbqueimaduras.org.br 
 
 
 
 
 
 
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 Terceiro grau (ou espessura total) 
 
 
Fonte: saudecominteligencia.com.br 
 
Queimaduras profundas que acometem toda a derme e atinge tecidos 
subcutâneos, com destruição de nervos, folículos pilosos, glândulas sudoríparas 
e capilares sanguíneas, podendo inclusive atingir músculos e estruturas ósseas. 
As queimaduras de terceiro grau podem apresentar diversas aparências. 
Com maior frequência estes ferimentos são espessos, secos, esbranquiçados, 
com aparência semelhante a couro, independentemente da raça ou da 
corda pele do indivíduo. 
Em uma queimadura de 3º grau, a vítima geralmente queixa-se de dor nas 
bordas da lesão, onde a queimadura é de 2º ou 1ºgrau. 
 
 
Fonte: sbqueimaduras.org.br 
 
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Em casos graves, a pele parece chamuscada, com visível trombose dos 
vasos sanguíneos. São lesões esbranquiçadas/acinzentadas, secas, indolores e 
deformantes que não curam sem apoio cirúrgico, necessitando de enxertos. 
 
 
Fonte: concursosdasaude.com.br 
 Quarto grau 
 As queimaduras de quarto grau são aquelas que acometem não somente todasas camadas da pele, mas também o tecido adiposo subjacente, os músculos, os 
ossos ou os órgãos internos. 
 
Fonte: blog.concursosdasaude.com.br 
 
 
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Fonte: enfermagemcomamor.com.br 
 
Classificação da queimadura pela extensão 
Utiliza-se percentagens com a utilização da regra dos nove que permite 
estimar a superfície corporal total queimada (SCTQ), conforme a extensão da 
queimadura. Nesse caso, analisamos somente o percentual da área corpórea 
atingida pela lesão, sem considerar sua profundidade (seus graus). 
 A regra dos nove divide o corpo do adulto em doze regiões: 
 Onze delas equivalem a 9% cada uma. 
 A última (região genital) equivale a 1%. 
 
Com relação ao percentual na criança, há divergência na literatura com 
relação a valores. Na cartilha do Ministério da Saúde de queimaduras, a cabeça 
e pescoço da criança tem 21% e as pernas 12%, porém outras literaturas trazem 
a cabeça e pescoço com percentual de 18% e as pernas com 13,5%. 
 
 Fonte: bvsms.saude.gov.br Fonte: ergoss.com.br 
 
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Fonte: blog.concursosdasaude.com.br 
 
 
 
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Gravidade das queimaduras 
 
A gravidade de uma queimadura deve sempre considerar os seguintes 
aspectos: 
 Grau da queimadura (3 e 4º grau). 
 Percentagem da superfície corporal queimada - SCTQ (>10% em 
criança e > 20% em adultos); 
 Localização da queimadura (áreas nobres); 
 Complicações que a acompanham; 
 Idade da vítima; 
 Enfermidades anteriores da vítima 
 A gravidade da queimadura será determinada pela profundidade, 
extensão e localização. 
 As queimaduras de mãos, pés, face, períneo, pescoço e olhos, 
qualquer que seja a profundidade e extensão são consideradas 
graves. 
 
3 AVALIAÇÃO E CONDUTAS GERAIS À VÍTIMAS DE QUEIMADURAS 
 
Fonte: enfermagemnovidade.com.br 
 
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3.1 Avaliação 
São múltiplos os fatores envolvidos nas queimaduras que devem ser 
observados em sua avaliação. A profundidade, extensão e localização da 
queimadura, a idade da vítima, a existência de doenças prévias, a concomitância 
de condições agravantes e a inalação de fumaça têm de ser considerados na 
avaliação do paciente com queimaduras. 
O ambiente da avaliação deve manter-se aquecido, devendo a pele ser 
descoberta e examinada em partes, de modo a minimizar a perda de líquido por 
evaporação. 
A avaliação meticulosa e precisa, irá direcionar as diretrizes e ações a 
serem adotadas para o tratamento e cuidados imediatos e posteriores. 
 
Profundidade 
 Depende da intensidade do agente térmico, se foi gerador ou transmissor 
de calor, e o tempo de contato com o tecido. É o fator determinante para o 
resultado estético e funcional da queimadura e pode ser avaliada em graus. 
 
Extensão 
 Os riscos gerais do queimado nas primeiras horas dependem 
fundamentalmente da extensão da área queimada. Quanto maior a área afetada, 
maior a repercussão sistêmica, devido à perda das funções da pele. 
A extensão da área afetada é calculada em porcentagem. Em queimadura 
pequenas, um método prático para calcular a área queimada toma como medida 
de referência a palma da mão da vítima, considerando-se que a superfície 
palmar, incluindo os dedos unidos e estendidos, corresponde aproximadamente 
a 1% de sua superfície corporal. Excluindo os dedos, a superfície palmar 
representa 0,5% da superfície corporal (SC), independentemente da idade. 
Embora grosseiro, esse método é bastante útil para determinar de 
imediato se a área, principalmente nas queimaduras irregulares, ultrapassa 15% 
da SC do adulto e 10% da SC da criança, situação em que se deve instituir a 
reidratação de urgência. 
No entanto, para uma avaliação mais precisa da extensão da queimadura, 
o método mais empregado é a regra dos noves de Wallace: 
 
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Anterior (adulto) Posterior (adulto) 
9% = rosto 9% = costas 
9% = tórax 9% = abdômen 
9% = abdômen 9% = perna direita 
9% = perna direita 9% = perna esquerda 
9% = perna esquerda 9% = os 2 braços 
9% = os 2 braços 
1% = órgãos genitais 
55%=Sub-total 45%=Sub-total 
55%(anterior) + 45%(posterior) = 100% da área do corpo. 
 
Esse método deve ser ajustado para crianças menores de 10 anos de 
idade. Método mais acurado para avaliar a área da queimadura utiliza o 
diagrama de Lund & Browder, que pondera as variações da forma do corpo 
conforme a idade. É, portanto, mais adequado para crianças, mas tem de estar 
disponível, impresso na ficha da vítima, dada a dificuldade de ser memorizado. 
 
 
Fonte: fr.dreamstime.com 
 
Localização 
Em razão dos riscos estéticos e funcionais, são desfavoráveis as 
queimaduras que comprometem face, pescoço e mãos. Além disso, aquelas 
 
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localizadas em face e pescoço costumam estar mais frequentemente associadas 
à inalação de fumaça, assim como podem causar edema considerável, 
prejudicando a permeabilidade das vias respiratórias e levando à insuficiência 
respiratória. 
Por outro lado, as queimaduras próximas a orifícios naturais apresentam maior 
risco de contaminação séptica. 
 
Idade do paciente 
Deve ser considerada na avaliação da gravidade das queimaduras. Idosos 
e crianças costumam ter repercussão sistêmica mais crítica, os primeiros pela 
maior dificuldade de adaptação do organismo, e os últimos pela desproporção 
da superfície corporal em relação ao peso. Nessas faixas etárias as 
complicações são, portanto, mais comuns e mais graves. 
 
Doenças e condições associadas 
São condições que pioram o prognóstico os traumas concomitantes, 
principalmente neurológicos, ortopédicos e abdominais, ou mesmo 
politraumatismos, assim como a presença de doenças preexistentes, tais como: 
insuficiência cardíaca, insuficiência renal, hipertensão arterial, diabete e etilismo. 
Também tendem a evoluir com pior prognóstico as vítimas alcoolizadas ou 
sob efeito de drogas ilícitas. Essas situações devem ser consideradas e 
adequadamente abordadas. Nesses casos a recuperação das alterações 
decorrentes da queimadura fica substancialmente prejudicada. 
 
Inalação de produtos de combustão 
Além dos danos provocados pela inalação de gases tóxicos, como 
monóxido de carbono, os produtos de combustão são irritantes e causam 
inflamação com edema da mucosa traqueobrônquica, que se manifesta por 
rouquidão, estridor, dispneia, broncoespasmo e escarro cinzento. Essas lesões 
ostumam ser graves, pioram muito o prognóstico e são responsáveis por elevar 
a mortalidade dos queimados. 
 
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3.2 Classificação de pequeno, médio e grande queimado, de acordo com 
o grau da queimadura e a superfície corporal atingida 
Pequeno queimado ou Queimado de Pequena Gravidade 
 Primeiro grau em qualquer extensão; 
 Segundo grau com área corporal de até 5% em crianças<> de 12 
anos. 
 Queimaduras de segundo grau abaixo de 10% ou terceiro grau 
abaixo de 5%. 
 
Médio Queimado ou Queimado de Média Gravidade 
 Queimaduras de segundo grau com área corporal atingida entre 
5% a 15% em menores de 12 anos, 
 Queimaduras de segundo grau com área corporal atingida entre 
10% a 20% em maiores de 12 anos 
 Qualquer queimadura de segundo grau envolvendo mão ou pé ou 
face ou pescoço ou axila ou grande articulação (axila ou cotovelo 
ou punho ou coxofemoral ou joelho ou tornozelo), em qualquer 
idade 
 Queimaduras que não envolvam face ou mão ou períneo ou pé, de 
terceiro grau com até 5% da área corporal atingida em crianças até 
12 anos, 
 Queimaduras que não envolvam: face, mão, períneo ou pé, de 
terceiro grau com até 10% da área corporal atingida em maiores de 
12 anos. 
 
Grande Queimado ou Queimado de Grande Gravidade 
 Queimaduras de segundo grau com área corporal atingida maior 
do que 15% em menores de 12 anos 
 Queimaduras de segundo grau com área corporal atingida maior 
do que 20% em maiores de 12 anos 
 Queimaduras de terceiro grau com área corporal atingidamaior 
do que 5% em menores de 12 anos 
 
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 Queimaduras de terceiro grau com área corporal atingida maior 
do que 10% em maiores de 12 anos 
 Queimaduras de segundo ou terceiro grau atingindo o períneo, 
em qualquer idade 
 Queimaduras de terceiro grau atingindo mão ou pé ou face ou 
pescoço ou axila, em qualquer idade 
 Queimaduras por corrente elétrica. 
 
Observação: 
Será igualmente considerado grande queimado ou queimado de grande 
gravidade, o paciente que for vítima de queimaduras de qualquer extensão que 
tenha associada a esta queimadura uma ou mais das seguintes situações: 
 
• lesão inalatória; politrauma; • diabetes; 
• fratura óssea em qualquer 
localização; 
• distúrbios da coagulação e 
hemostasia; 
• trauma craniano 
(diagnosticado por exames 
radiológicos ou por quadro 
clínico); 
• embolia pulmonar; 
• choque de qualquer origem; • infarto agudo do miocárdio; 
• insuficiência renal; • quadros infecciosos graves 
decorrentes ou não da 
queimadura (que necessitem 
antibioticoterapia venosa); 
• insuficiência cardíaca; • síndrome compartimental ou 
do túnel do carpo, associada ou 
não à queimadura 
• insuficiência hepática; • doenças comsuptivas 
 • qualquer outra afecção que 
possa ser fator de complicação 
à lesão ou ao quadro clínico da 
queimadura. 
 
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3.3 Condutas para cada tipo de queimadura: 
Queimaduras térmicas: 
 Afastar a vítima da origem da queimadura; 
 Se a vítima estiver com fogo nas vestes, role-a no chão ou envolva-a em 
um cobertor ou similar. 
 Ao utilizar extintores, verifique se é indicado para o tipo de material em 
combustão 
 Abordagem primária (ABCDE): 
 Verificar as vias aéreas, observar sinais de queimaduras na face (fuligem 
no nariz, cílios chamuscados, edema nos olhos e boca), podem indicar 
obstrução respiratória – queimaduras ‘internas’; 
 Retirar as partes da roupa que não estejam grudadas na área queimada 
cortando; 
 Retirar pulseiras, colares, relógios e anéis devido ao risco de interrupção 
da circulação pelo edema; 
 Proteger os locais queimados com curativos estéreis próprios para 
queimaduras. 
 Transportar para hospital especializado. 
 
Queimadura química: 
 A equipe que atende deve utilizar proteção universal para não ter contato 
com o agente químico; 
 Identificação do agente (ácido, base, composto orgânico); 
 Avaliar concentração, volume e duração de contato; 
 A lesão é progressiva. Remover roupas úmidas com o produto, cortando-
as com tesoura; 
 Substância em pó, remover previamente excesso com escova ou panos; 
 Diluição da substância pela água corrente por no mínimo de 30 minutos. 
 Pós (cimento, cal, soda cáustica): 
 Remover o conteúdo sólido da pele; 
 Lavar com água corrente. 
 Atenção: Nunca faca fricção no local; 
 
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 Empregar água sobre pressão na lavagem. 
 
Queimaduras nos olhos: 
 
Fonte: enfermagemcomamor.com.br 
 
 Lavar os olhos com água corrente 
 Cobrir ambos os olhos da vítima com compressa macia úmida; 
 Encaminhar a um hospital especializado. 
 
Queimadura elétrica: 
 Definir se foi alta tensão, corrente alternada ou contínua, se houve 
passagem de corrente com ponto de entrada e saída; 
 Avaliar traumas associados (queda de altura e outros); 
 Avaliar se ocorreu perda de consciência ou PCR no momento do 
acidente; 
 Podem causar: 
 Parada cardíaca > lesão de grupos musculares > liberação de 
potássio: arritmias 
 Liberação de mioglobina na corrente sanguínea > tóxica aos rins. 
 Queimaduras locais de limites bem definidos ou de grande 
extensão. 
 Elevados índices de mortalidade; 
 Geralmente são de pequenas extensões, porém de grande 
profundidade; 
 
26 
 
 A intensidade da queimadura dependerá do tipo de corrente, da 
voltagem e da resistência; 
 Afastar a vítima da fonte antes de iniciar o atendimento e desligar 
a fonte de energia. 
 Interromper o contato da vítima com o agente agressor usando um 
pedaço de madeira seca, cinto de couro, borracha grossa ou luva 
de borracha; 
 Avaliar extensão da lesão e passagem da corrente; 
 
 
Fonte: enfermagemcomamor.com.br 
 
 Fazer avaliação primária; 
 Estar atento aos sinais de PCR, aplicar manobras de compressão 
torácica, se necessário; 
 Identificar o local de entrada e saída da corrente elétrica; 
 Proteger os pontos de entrada e saída da corrente elétrica. 
 
 
 
 
 
27 
 
 
Fonte: enfermagemcomamor.com.br 
 
Queimaduras circunferenciais: 
 Podem contrair a parede torácica (devido ao inchaço provocado 
causado por queimaduras) a ponto de a vítima ser incapaz de 
respirar; 
 Nos membros superiores e inferiores, criam um efeito de 
compressão, que pode fazer com que haja ausência de pulsos em 
braços e pernas. 
3.4 Complicações decorrentes de queimaduras 
O PTHLS aponta as possíveis complicações que podem ocorrer em 
pacientes vítimas de queimaduras, bem como sua fisiologia, de forma direcionar 
as condutas e ações a serem adotadas em cada caso. 
O método de atendimento de trauma ABCDE é aplicado ao tratamento do 
doente vítima de queimadura, embora seu cuidado possa trazer desafios únicos 
em cada uma de suas etapas. 
 
 Via aérea (calor de um incêndio) 
 Pode causar edema da via aérea, acima do nível das cordas vocais, 
ocluindo-a. Um doente queimado, por exemplo, pode apresentar via aérea 
desobstruída à primeira avaliação. A seguir, a face, assim como a via aérea, 
sofre aumento de volume. 
 
28 
 
A via aérea pode apresentar estreitamento em um ponto em que há 
obstrução, e o ar não pode passar além da traqueia. É mais provável observar o 
efeito fisiológico do estreitamento, mas não da obstrução, da via aérea. 
O estreitamento da traqueia pelo aumento de volume da mucosa reduz o 
fluxo dos gases inalados, o que, fisiologicamente, é o mesmo que aumentar a 
resistência ao fluxo. 
 A dificuldade de respirar causada pelo aumento de volume da via aérea 
pode contribuir para o desenvolvimento ou inclusive provocar uma parada 
respiratória, mesmo na ausência de obstrução. 
 Para evitar o estreitamento ou a oclusão catastrófica da via aérea, o 
controle precoce é prudente. A intubação destes doentes é geralmente difícil e 
perigosa, uma vez que a anatomia é distorcida. 
Caso o doente seja entubado, precauções especiais devem ser tomadas 
para a fixação do tubo endotraqueal (ET), impedindo seu deslocamento 
inadvertido ou a extubação. 
 Após uma queimadura, a pele da face geralmente descama ou libera 
fluido. Em queimaduras faciais, os esparadrapos não são adequados à fixação 
do tubo ET. O tubo pode ser preso usando dois esparadrapos umbilicais ou 
pedaços de acessos IV, enrolados ao redor da cabeça. 
 
 Respiração 
Após uma lesão por queimadura, a pele queimada começa a endurecer e 
a se contrair, enquanto os tecidos moles mais profundos simultaneamente 
aumentam de volume. O resultado final é que as queimaduras contraem a 
parede torácica da mesma maneira que diversos cintos de couro, apertando o 
tórax do doente. Com o passar do tempo, o doente não pode mais mover a 
parede torácica e respirar. 
Ao tentar ventilar doentes com queimaduras circunferenciais na parede 
torácica, a compressão do ambu pode ser difícil ou até impossível. Em tais 
casos, a escarotomia imediata da parede torácica permite o restabelecimento da 
ventilação. A escarotomia é um procedimento cirúrgico em que é feita uma 
incisão através da endurecida escara da queimadura, permitindo que a lesão e 
o tórax se expandam e se movimentem durante a respiração. 
 
 
29 
 
 Circulação 
 A avaliação e o tratamento da circulação incluem a mensuração da 
pressão arterial, a avaliação de queimaduras circunferenciais e a instituição de 
acesso IV. 
Os membros queimados devem ser mantidos elevados durante o 
transporte, para reduzir o grau de aumento de volume do membro afetado. A 
colocação de dois cateteres IV calibrosos, capazesde prover o rápido fluxo 
necessário à administração de grandes volumes de fluido, é requerida em 
queimaduras que envolvem mais de 20% da área corpórea superficial total. 
 O ideal é que os cateteres IV não sejam colocados através do tecido 
queimado ou em suas adjacências; a colocação através da lesão só é aceitável 
na ausência de sítios alternativos. Formas alternativas de imobilização dos 
acessos incluem enrolar a área com Kerlix ou Coban (curativos). 
Em alguns pacientes, o socorrista pode não ser capaz de obter um acesso 
venoso. O acesso intraósseo (IO) é um método alternativo e confiável de 
administração de fluidos intravenosos, assim como de narcóticos. 
 
 Incapacidade 
A vítima de queimadura é também vítima de traumas, e pode ter sofrido 
outras lesões que não térmicas. As queimaduras são lesões óbvias e, 
ocasionalmente, intimidantes, mas é vital procurar outras lesões internas, menos 
óbvias, que podem, em curto prazo, ser mais fatais do que as lesões por 
queimadura. 
Na tentativa de escapar da queimadura, as vítimas: pulam de janelas de 
edifícios; elementos da estrutura queimada podem colapsar e cair sobre elas ou 
elas podem ficar presas nas ferragens. 
Avalie o doente quanto à presença de déficits neurológicos e motores. 
Identifique fraturas em ossos longos e coloque talas. Realize a imobilização da 
coluna em caso de suspeita de lesão na coluna vertebral. Uma fonte de 
incapacidade neurológica potencialmente fatal que é típica de vítimas de 
queimaduras é o efeito de toxinas inalas, como o monóxido de carbono e o 
cianeto de hidrogénio. 
 
 
 
30 
 
 Exposição/Ambiente 
 A próxima prioridade é a exposição completa do doente. Cada centímetro 
quadrado do doente deve ser exposto e inspecionado. 
 Em vítimas de trauma mecânico, todas as roupas do doente são 
removidas, para identificação de lesões que podem estar escondidas. Em 
vítimas de queimadura, a remoção das roupas pode ter um benefício terapêutico. 
As roupas e as joias podem reter calor residual que pode continuar a ferir o 
doente. 
As vítimas de queimaduras não são capazes de reter seu próprio calor 
corpóreo, sendo extremamente suscetíveis à Hipotermia. 
4 ASSISTÊNCIA E CUIDADOS DE ENFERMAGEM AO PACIENTE COM 
QUEIMADURAS. 
 
Fonte: saude.rn.gov.br 
4.1 Tratamento Imediato de Emergência (pré-hospitalar) 
 Afastar a vítima do agente da queimadura; 
 Encharcá-la com água e extrair as roupas queimadas não aderentes; 
 Se se tratar de uma queimadura química, retirar cuidadosamente as 
roupas e despejar grandes quantidades de água sobre a ferida; 
 
31 
 
 Se se tratar de uma queimadura eléctrica e a vítima ainda estiver em 
contato com a corrente eléctrica, não tocar na vítima. Interromper o 
contato com um objeto seco não condutor (ex.: uma corda); 
 Estabelecer a permeabilidade das vias aéreas e avaliar as lesões 
provocadas por inalação. Administrar oxigénio se possível; 
 Avaliar e iniciar o tratamento das lesões que requeiram atenção imediata; 
 Retirar joias ou roupas apertadas; 
 Cobrir a queimadura com uma cobertura húmida esterilizada ou limpa; 
 Cobrir a vítima com uma cobertura seca e quente, para evitar a perda de 
calor; 
 Transportar a vítima para o centro hospitalar mais próximo. 
 
Segundo Brunner & Suddarth o tratamento dos queimados é dividido em 
três fases: 
 Reanimação 
 Reparação ou aguda 
 Reabilitação. 
4.2 Primeira fase 
A fase de reanimação do tratamento consiste no período de tempo 
necessário para resolver os problemas imediatos resultantes das lesões 
provocadas pelas queimaduras. As medidas imediatas têm como objetivos tratar 
as consequentes alterações sistémicas, lesões concomitantes e as áreas que 
sofreram queimadura. 
Tratamento na sala de Emergência: 
Vias aéreas- Avaliação: Acesso venosos: 
 Avaliar presença de corpos 
estranhos, verificar e retirar qualquer 
tipo de obstrução. 
 Obter preferencialmente acesso 
venoso periférico calibroso 
mesmo em área queimada; 
Respiração:  Somente na impossibilidade 
desta, utilizar Acesso Venoso 
Central 
http://enfermagemcomamor.com.br/index.php/2018/03/13/acesso-venoso-central/
http://enfermagemcomamor.com.br/index.php/2018/03/13/acesso-venoso-central/
 
32 
 
 Aspirar vias aéreas superiores, se 
necessário; 
 Passagem de Sonda Vesical de 
Demora para controle de diurese 
para queimaduras acima de 20% 
em adultos e 10% em crianças. 
 Administração de O2 conforme 
prescrição médica se necessário; 
Reposição Volêmica: 
 Observar suspeita de lesão 
inalatória: queimadura em ambiente 
fechado, face acometida, rouquidão, 
estridor, escarro carbonáceo, 
dispnéia, queimadura nas vibrissas, 
insuficiência respiratória. 
 Deve ser instituída precocemente 
 Cabeceira elevada (30°).  Receber fluídos por via parenteral 
compensar a perda através das 
lesões. 
 Intubação endotraqueal = Escala de 
coma Glasgow < 8, PaO2 < 60, 
PaCO2 > 55 na gasometria, 
saturação < 90% na oximetria, 
edema importante de face e 
orofaringe. 
 Atentar-se para o fluxo urinário e 
às medidas hemodinâmicas. 
 
Num segundo momento é coletada a história e realizado exame físico do 
paciente, bem como detalhamento do acidente. Esses dados coletados são 
analisados para se identificar os diagnósticos de enfermagem, que são de suma 
importância para a suficiência do tratamento. É feita uma avaliação de acordo 
com os critérios já citados para encaminhamento ao centro de referência para 
queimados. 
 
Dados subjetivos 
O conhecimento das circunstâncias que rodearam o acidente é 
extremamente importante no tratamento da vítima. Essa informação poderá 
obter-se da própria vítima ou por testemunhos do acontecimento. 
 
33 
 
Os dados devem incluir: 
 Como ocorreu o acidente; 
 Quando ocorreu; 
 Duração do contato com o agente causal; 
 Local (recinto fechado sugere a possibilidade de inalação de 
fumo e/ ou envenenamento com monóxido de carbono); 
 Se houve explosão (sugere a possibilidade de outras lesões). 
 
Dados objetivos 
Os dados objetivos dizem respeito à extensão da queimadura, à área 
afetada e à presença de fatores de complicação. 
O estado de saúde e a idade do queimado são fatores importantes, que 
podem modificar o tratamento. Os idosos e as crianças têm uma maior taxa de 
mortalidade do que o jovem adulto com a mesma percentagem de queimadura. 
Uma doença endócrina, pulmonar, cardiovascular ou renal, pré-existente, ou a 
história de abuso de fármacos diminuem a capacidade da vítima de superar 
queimaduras graves. 
Como a maioria dos doentes vai precisar de uma terapia tópica e 
sistémica com muitos fármacos, devem ser determinadas as alergias e as 
sensibilidades a estes, e devidamente documentadas. 
De acordo com Brunner & Suddarth, o tratamento da reposição volêmica 
deve ser realizado ainda nesta fase para que se previna a instalação do choque, 
repondo os líquidos e eletrólitos perdidos. 
A terapia varia de acordo com o paciente, pois a posição hídrica é 
determinada: pelo total de débito urinário e o índice de perfusão renal. 
Problemas/ intervenções de enfermagem 
 Alteração da permeabilidade das vias aéreas 
Os pacientes com queimaduras na face e no pescoço ou os que inalaram 
vapor ou fumo devem ser cuidadosamente observadas, para verificar se há 
sinais de edema da laringe e obstrução das vias aéreas. 
 Nesse sentido, é importante mudar o paciente de decúbito no leito, faze-
lo tossir, insistir nas inspirações profundas e nas expirações periódicas forçadas 
 
34 
 
bom espirometria. Se necessário, realizar a aspiração endo ou naso-traqueal, 
registando as características das secreções. 
Poder-se-á ventilar e oxigenar o paciente só com o ar ambiente. Contudo, 
se tiver ocorrido qualquer lesão convém fornecer-lhe oxigénio. Se a vítima está 
com dificuldade respiratória ou há suspeita de lesões por inalação, torna-se 
necessária a intubação endotraqueal.O posicionamento apropriado diminui o trabalho respiratório e promove 
uma adequada expansão torácica, que associado ao fornecimento de oxigénio 
pode diminuir ainda mais, o stress metabólico e assegurar uma oxigenação 
tecidual adequada. 
A enfermagem também deve estar preparada para a realização de uma 
traqueostomia ou escarotomia em que a assepsia deve ser mantida para evitar 
a contaminação das vias respiratórias e infecção. 
 
 Alteração do equilíbrio hídrico e eletrolítico 
 Hipotermia 
A manutenção da temperatura do corpo é um fator crítico durante a 
limpeza, porque a pessoa gravemente queimada perdeu parte da sua 
capacidade de regulação da temperatura corporal, o que obriga a que a 
temperatura central seja monitorizada de hora em hora. 
A temperatura do ambiente deve ser ajustada de acordo com as 
necessidades do paciente. Um ambiente muito quente pode causar uma perda 
de líquidos através da transpiração, além de facilitar o crescimento bacteriano. 
Devem ser eliminadas as correntes de ar, utilizar lâmpadas ou luzes de 
aquecimento e evitar a prolongada exposição das feridas ao ar. 
O ambiente da sala de procedimento e o quarto devem ser aquecidos e 
as áreas expostas do corpo cobertas com lençóis e cobertores esterilizados, 
enquanto as outras áreas de queimadura estão a ser limpas. 
 
Risco de infecção 
Um dos fatores mais importantes a considerar ao cuidar de uma 
queimadura é a perda da capacidade do paciente de resistir a uma infecção na 
área onde a pele está danificada ou destruída. 
 
35 
 
Assim, é necessário a avaliação dos sinais clínicos de infecção 
nomeadamente a descoloração do ferimento, odor, cicatrização demorada, 
alteração dos sinais vitais, hiperglicemia, glicosúria, cefaleias. 
Nos procedimentos com o paciente é fundamental o uso da técnica 
asséptica e ter o cuidado de administrar os antibióticos e agentes tópicos 
antibacterianos conforme prescritos. 
A nutrição adequada e uma higiene pessoal cuidada ajudam na 
diminuição do risco das infecções. 
Devido aos episódios de bacteriemia e septicemia, a febre também é 
comum nos pacientes queimados, daí a administração de antipiréticos. 
 
Distúrbios gastrointestinais 
A dilatação gástrica e a ausência de ruídos intestinais ocorrem 
frequentemente nos períodos iniciais pós-queimadura e são exteriorizados por 
náuseas e distensão do abdómen. 
No âmbito de se evitar os vómitos e a aspiração dos conteúdos gástricos 
para os pulmões deve-se introduzir uma sonda nasogástrica. A sonda deve ser 
ligada a um sistema de sucção baixa, intermitente, até que retornem os ruídos 
intestinais, que devem ser auscultados de quatro em quatro horas. 
Quando for iniciada a alimentação oral após a fase imediata da 
queimadura, os líquidos por via oral devem ser dados lentamente. Deve ser 
anotada a tolerância do paciente e, se não ocorrem vómitos ou distensão, os 
líquidos podem ser gradualmente aumentados e o paciente passa a uma dieta 
normal. 
Nos pacientes gravemente queimados há uma tendência para a formação 
de ulceras gástricas ou duodenais. Assim sendo, o pH gástrico deve ser avaliado 
regularmente e mantido a um nível menos ácido do que o normal, através de um 
tratamento com antiácidos. Também é importante despistar a presença de 
sangue oculto nas fezes e conteúdo do aspirado gástrico. 
 
Dor e ansiedade 
As dores das queimaduras extensas são melhor controladas com a 
manipulação mínima e suave, e com a aplicação de pensos, para afastar o ar 
das superfícies queimadas. 
 
36 
 
O grau de dor é, geralmente, inversamente proporcional à profundidade 
da lesão; isto é, as queimaduras de espessura total (3º grau) são geralmente 
indolores, pois as terminações nervosas ficaram destruídas, mas o paciente 
pode queixar de dores devido as possíveis queimaduras superficiais e de 
espessuras parciais (1º e 2º graus) que podem estar presentes. 
Em pequenas queimaduras de espessura parcial, as compressas frescas 
no local da queimadura poderão proporcionar algum alívio, desde que a vítima 
se conserve aquecida. Estão contraindicados os sacos de gelo porque podem 
causar maiores lesões da pele e hipotermia. 
A administração de analgésicos assim como, a introdução de técnicas de 
relaxamento, distração ou outros meios constituem-se como procedimentos 
antiálgicos. 
O apoio emocional e o conforto são essenciais para a redução do medo e 
da ansiedade excessivos resultantes da queimadura, do tratamento e dos 
resultados. 
As informações honestas sobre as condições e a intervenção médica 
favorecem a confiança necessária para o bem-estar emocional do paciente e a 
aceitação dos tratamentos dolorosos. A explicação prévia dos procedimentos e 
o diálogo durante os mesmos reduz a ansiedade. 
 
 
37 
 
4.3 Segunda fase 
 
Fonte: varelanoticias.com.br 
 
A fase aguda do tratamento começa no final da fase de reanimação até à 
cicatrização das lesões, sendo a sua duração variável. Se tratar-se de uma lesão 
de espessura parcial, a fase aguda prolonga-se por 10 a 20 dias; se a 
queimadura for uma lesão de espessura total, numa grande percentagem do 
corpo, exigindo enxertos de pele, a fase aguda poderá durar meses. 
Durante a fase aguda, há dois princípios orientadores a respeitar: 
1. Tratamento das lesões da queimadura 
2. Evitar, detectar e tratar as complicações. 
 
As complicações mais comuns são: infecção (septicemia e pneumonia), 
doença renal e falência cardíaca. 
 Cuidados gerais de Enfermagem 
 Observar a necessidade de 
analgesia, que geralmente é 
proporcional à profundidade da 
área queimada. 
 Monitorizar os sinais vitais; 
 
38 
 
 Suporte Nutricional: Deve ser 
iniciado, de preferência, até 4 
horas após a internação 
hospitalar. 
 Preparar material para passagem 
de cateter venoso central se 
necessário; 
 Prevenir desidratação e perda de 
calor com utilização de plástico 
estéril sobre a área queimada. 
 Controle rigoroso do Balanço 
Hídrico. 
 Realização de curativo diário 
(cobertura de acordo com a 
prescrição de enfermagem). 
 Manter o paciente aquecido e a 
área corpórea queimada protegida 
com a utilização de plástico estéril 
 Observar o padrão respiratório  Realizar procedimento de 
cateterismo vesical 
 Manter a via aérea permeável  Controle rigoroso de diurese, bem 
como a cor e o aspecto da urina 
 Administrar oxigenoterapia 
conforme solicitação médica; 
 
 Pesar o paciente diariamente 
(conforme solicitação e 
estabilidade 
 
Problemas /intervenções de enfermagem 
Os problemas de enfermagem são fixados a partir da avaliação dos dados 
do paciente. Alguns dos problemas possíveis, para o paciente com queimaduras, 
são os que se seguem, não estando a estes limitados. 
 
 Sobrecarga hídrica e insuficiência cardíaca congestiva 
Para reduzir o risco de sobrecarga hídrica e insuficiência cardíaca 
congestiva a enfermagem deve controlar de perto a infusão intravenosa e a 
ingestão oral de líquidos pelo paciente, usando bombas infusoras para diminuir 
o risco de uma perfusão acidentalmente muito rápida. 
Para controlar as alterações das condições hídricas devem ser feitos 
registos cuidadosos da ingestão e eliminação, e o paciente deve ser pesado 
diariamente. As veias do pescoço devem ser avaliadas quanto ao seu 
enchimento e alterações nas pressões arterial, capilar pulmonar, venosa central, 
bem como a frequência do pulso devem ser relatadas ao médico assistente. 
 
39 
 
 A administração de cardiotónicos e diuréticos pode ser implementada, 
após prescrição médica, para promover um maior débito urinário. O enfermeiro 
deverá avaliar e registar a resposta do paciente aos medicamentos. 
 
 Alterações da função respiratória 
As condições respiratórias do paciente devem ser verificadas de perto 
quanto à presença de dificuldades maiores na respiração, alteração do padrão 
respiratório e surgimento de ruídos adventícios. 
O levantamentodas condições respiratórias do paciente é importante pois 
é nesta fase que surgem os sinais e sintomas de lesão do aparelho respiratório. 
Como foi atrás citado o surgimento de ruídos respiratórios (sibilos, estridor), 
taquipneia e expectoração de coloração escura e em alguns casos contendo 
tecido traqueal descamado estão entre os muitos achados que podem ser 
detectados. 
Os pacientes submetidos à ventilação mecânica devem ser avaliados 
quanto à diminuição do volume respiratório e dispensabilidade pulmonar. 
 
 Risco de infecção 
A observação da ferida é uma atividade diária que exige olho, mão e nariz 
experimentados. Algumas das características da ferida que devem ser avaliadas 
incluem o tamanho, cor, odor, presença de escara ou exsudato, inicio de 
formação de abcesso sob a escara, presença de brotos epiteliais (pequenos 
agrupamentos piriformes de células sobre a superfície da ferida), sangramento, 
natureza do tecido de granulação, progresso dos enxertos e locais de doação e 
qualidade da pele circundante. 
 Quaisquer alterações rápidas na ferida devem ser relatadas ao médico 
assistente, pois muitas vezes elas indicam infecção local ou sistémica e exigem 
intervenção imediata. 
Para o cuidado da ferida, e para procedimentos invasivos (punção venosa 
periférica ou central, algaliação, aspiração de secreções) deve-se utilizar técnica 
asséptica cirúrgica rigorosa. O paciente deve ser protegido de fontes de 
contaminação cruzada, inclusive de outros pacientes, membros da equipe de 
saúde, visitantes e equipamentos. O simples ato de lavar as mãos antes e após 
cada contato com o paciente também é um componente essencial do cuidado 
 
40 
 
de enfermagem. Os antibióticos devem ser administrados de acordo com uma 
programação no sentido de manter níveis sanguíneos adequados. 
 
 Nutrição inadequada 
Idealmente a enfermagem deve trabalhar junto com a equipe de nutrição 
no sentido de planear uma dieta rica em proteínas e calorias além de aceitável 
para o paciente. Os familiares podem ser estimulados a trazer alimentos 
nutritivos para o paciente de acordo com o aconselhamento da nutricionista. 
Se as necessidades nutritivas não forem satisfeitas pela alimentação oral, 
a enfermagem deverá introduzir uma sonda nasogástrica, prestando os cuidados 
inerentes, para a satisfação dessas mesmas necessidades. 
O volume das secreções gástricas residuais deve ser verificado para se 
avaliar a absorção. A hiperalimentação parenteral pode ser necessária, 
implicando um novo desafio para a enfermagem quanto à realização de 
avaliações frequentes, relacionadas com os efeitos nocivos e efeitos esperados 
deste tratamento. 
A enfermagem deve avaliar e registar diariamente o peso do paciente. 
Este procedimento pode ser usado para ajudar os pacientes a estabelecer 
objetivos quanto à sua própria ingestão e quanto ao controle do ganho ou perda 
de peso. 
De uma maneira ideal, o paciente não deve perder mais de 5% do seu 
peso pré-queimadura, se utilizar um tratamento nutricional agressivo. Também 
poderá ser necessária a administração das vitaminas A e D, micronutrientes tais 
como cobre e zinco, além de suplementos de ácidos gordos, especialmente para 
os pacientes submetidos à nutrição parenteral. 
O paciente com anorexia necessita de encorajamento e considerável 
apoio por parte da enfermagem para aumentar a ingestão de alimentos. O 
ambiente à volta do paciente deve ser tão agradável quanto possível durante as 
refeições. A consideração quanto às preferências alimentares do paciente e a 
oferta de lanches com alto teor proteico e vitamínico são maneiras de incentivar 
o aumento gradual da ingestão de alimentos. 
 
 
 
 
41 
 
 Ferida resultante da queimadura 
O cuidado da ferida é muitas vezes o elemento isolado que mais consome 
tempo após ter passado o período de reanimação. O cirurgião poderá receitar 
agentes antibacterianos tópicos, curativos específicos biológicos, biossintéticos 
ou sintéticos, além de estabelecer um plano para excisão cirúrgica e enxerto. 
A enfermagem tem aí uma oportunidade de fazer avaliações do estado da 
ferida, usar abordagens criativas nos seus cuidados e apoiar o paciente durante 
esta experiência estressante e dolorosa. 
As funções da enfermagem incluem: 
 A avaliação e registo das alterações, 
 Evolução da cicatrização da ferida 
 Manter todos os membros da equipe informados acerca das 
mudanças nas feridas do paciente e no regime do tratamento. 
 
A enfermagem deverá fornecer informação e apoio psicológico ao 
paciente e família para assumirem um papel ativo nas alterações das atividades 
da vida diária e nos cuidados com a ferida. 
 
 Dor e desconforto 
A dor é mais intensa nas queimaduras de espessura parcial (2º grau) do 
que nas queimaduras de espessura total (3º grau), pois as terminações nervosas 
são destruídas na queimadura de espessura total. As terminações nervosas 
expostas são sensíveis ao ar frio; portando, um curativo estéril sobre a ferida 
poderá reduzir a dor. 
As intervenções de enfermagem, tais como o ensino ao paciente de 
técnicas de relaxamento, fornecimento de algum controle do cuidado da ferida e 
da analgesia, e o conforto, ajudam muito. 
Tem sido usado com eficácia a imaginação para moderar a percepção e 
a resposta dos doentes à dor. Tranquilizantes fracos podem ser administrados 
em conjunto com analgésicos conforme a prescrição. É essencial uma constante 
avaliação da dor e do desconforto. 
A enfermagem deve trabalhar rapidamente para completar os tratamentos 
e as trocas de curativos no sentido de reduzir a dor e o desconforto. Deve-se 
 
42 
 
encorajar o paciente a usar medicamentos analgésicos, antes de procedimentos 
dolorosos e deve também avaliar a sua eficácia em tornar mais toleráveis a dor 
e o desconforto. 
Os pacientes relatam que as queimaduras em processo de cicatrização 
são acompanhadas de prurido e sensação de aperto. O uso de agentes 
antipruriginosos, o ambiente fresco, lubrificação frequente da pele com água ou 
uma solução à base de sílica, exercícios físicos para evitar contratura da pele e 
atividades recreativas ajudam muito na promoção do conforto nessa fase. 
 
 Alteração da mobilidade física 
Uma prioridade inicial é evitar as complicações resultantes da imobilidade. 
A inspiração profunda, a mudança de decúbito e posicionamento adequado são 
práticas essenciais da enfermagem para evitar atelectasia e pneumonia, 
controlar o edema, prevenir úlceras de pressão e contraturas. 
Essas intervenções devem ser modificadas no sentido de preencher as 
necessidades individuais do paciente. Os colchões de água e as camas rotativas 
podem ser úteis e também deve ser encorajada a deambulação precoce. 
Sempre que as extremidades inferiores estiverem afetadas, devem-se 
usar ligaduras compressivas antes do paciente ser colocado em posição 
ortostática. 
A ferida da queimadura permanece num estado dinâmico por um ano ou 
mais após fechar. Durante esse tempo devem ser feitos esforços agressivos para 
evitar a contratura e a cicatrização hipertrófica da área da ferida. 
 A partir do dia do internamento devem ser realizadas exercícios ativos e 
passivos e estes devem ser mantidos após o enxerto dentro das limitações 
prescritas. Também se utilizam talas moldáveis para evitar ou corrigir contraturas 
e para imobilizar as articulações 
 
43 
 
4.4 Terceira fase 
 
 Fonte: fisioteraloucos.com.br Fonte: fisioterapia.com 
 
A reabilitação como 3ª fase inicia-se quando a queimadura está reduzida 
a menos de 20% da área da superfície corporal e o doente seja capaz de assumir 
uma parte dos cuidados. No entanto é uma preocupação a ter desde o dia do 
internamento. 
Os princípios do internamento visam a recuperação funcional e cosmética 
e a recuperação de um lugar produtivo na sociedade por parte do doente. A 
reabilitação prolonga-seaté que o doente atinja um nível máximo de ajustamento 
emocional e físico. 
Essa reabilitação inicia ainda na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). 
Corresponde principalmente à reabilitação física, como a dieta hiperproteica para 
melhorar a cicatrização e o posicionamento dos membros inferiores estendidos, 
evitando-se cicatrizes hipertróficas e contraturas articulares. 
Há duas áreas de preocupação durante essa fase: a restauração da 
função nas zonas articulares que estão cicatrizadas e a assistência emocional 
de que o paciente e a sua família necessitam. A reabilitação do paciente começa 
efetivamente desde o início do internamento e prossegue durante toda a 
hospitalização. 
Após a alta o paciente necessitará de assistência e orientações sobre sua 
nova condição, bem como sobre as possíveis internações e procedimentos 
necessários para os tratamentos voltados para sua reabilitação. 
 
44 
 
Outra questão é o suporte emocional, já que a queimadura gera 
alterações na autoimagem, além de sentimentos como ansiedade, depressão e 
estresse pós-traumático. 
O paciente deve ser ajudado a manter a mobilidade das articulações para 
evitar que a cicatrização das lesões se faça em posições que conduzam a 
deformidades. Deve-se atender às queixas de dor e pressão. É importante que 
os pacientes entendam a razão da necessidade de deambulação ou 
movimentos, ainda que dolorosos. 
O impacto emocional de uma queimadura, leva a problemas psicológicos 
que podem permanecer por toda a vida do paciente e seus familiares, se não 
houver um tratamento e apoio psicológicos adequados. 
A enfermagem é responsável por avaliar a reação do paciente ao 
posicionamento, imobilizações, exercício e capacidade do paciente e da sua 
família para executarem os cuidados que se impõem fazer, diariamente, às 
feridas após a alta. 
É necessária uma avaliação cuidadosa e meticulosa quanto à circulação 
sanguínea, cianose de algum membro eventualmente apoiado (por talas 
ortoplásticas, por exemplo), e temperatura. O exercício, as atividades da vida 
diária e a deambulação, também são alvos de uma contínua avaliação quanto à 
tolerância física e emocional do paciente. 
 
Problemas / intervenções de enfermagem 
 Depressão e isolamento psicológico 
O paciente, quando percebe sua melhora, relata preocupações básicas 
como: 
 O medo de ficar “defeituoso” 
 Os problemas no emprego e com a família 
 A nova situação econômica. 
 
As queimaduras da face tornam o reajustamento particularmente difícil. A 
enfermagem deve reservar um tempo para ouvir e encorajar o paciente. Se 
possível, o paciente só deverá ver as queimaduras faciais depois de estar 
preparado para a experiência. 
 
45 
 
Será necessário apoio e compreensão quanto a reação que o paciente 
possa ter, quando se ver no espelho. O contato com outros pacientes que 
sofreram queimaduras, e cujo estado de cura está mais avançado, poderá ajudá-
lo a sentir que a recuperação é possível. 
Além de demonstrar medo, frequentemente o paciente dá vazão a 
sentimentos de raiva e de culpa. Uma forma de o auxilia-lo será proporcionar-lhe 
o apoio de alguma pessoa (profissional ou não) que o ajude a libertar as suas 
emoções, sem que tenha medo de retaliação. 
 Poderá ser algum religioso (a), uma assistente social, um psicólogo ou 
até mesmo outro profissional da enfermagem, que não estejam diretamente 
envolvidos no processo de reabilitação do paciente. 
A enfermagem é responsável também, pela contínua avaliação das 
reações psicossociais do paciente, assim será capaz de dar apoio e ajudar os 
outros membros da equipe, a desenvolver um plano que o ajude a lidar com 
estes sentimentos. 
 
 Alteração do autoconceito 
Na sociedade existem preconceitos para com os que são “diferentes do 
normal”, que se encontram desfigurados. Está incluído no papel da enfermagem 
ajudar o paciente a mostrar aos outros o que ele realmente é, e ensiná-lo a fazer 
com que as pessoas que com ele se comunicam, desviem a atenção para o seu 
íntimo e não para a sua lesão. 
A enfermagem também pode promover a presença de psicólogos, 
assistentes sociais e conselheiros vocacionais, dentre outros que possam 
contribuir para a recuperação e bem-estar do paciente. 
 
 Alterações do sono e dificuldade em repouso 
A dor acompanha cada movimento desses pacientes. Os cuidados devem 
ser planeados de forma a permitir períodos de sono sem interrupções. 
Uma boa hora para o descanso é após o stress da mudança de pensos 
(curativos) e do exercício, enquanto as intervenções sobre a dor ainda estão 
eficazes. Os hipnóticos ministrados ao deitar, podem facilitar o sono à noite. 
 O paciente deve ser confortado em relação a pesadelos da situação em 
que ocorreu a queimadura, uma vez que podem ser a causa da insónia. 
 
46 
 
 Falta de conhecimento acerca da nova situação 
Se os pacientes estiverem conscientes das consequências da lesão, dos 
objetivos do tratamento planejado e do seu papel nos cuidados continuados, 
poderão participar de forma mais ativa durante todo o processo de cura e 
reabilitação. 
 
 Intolerância à atividade e limitações da mobilidade 
A redução do stress metabólico através do alívio da dor, a prevenção dos 
tremores e a promoção da integridade física de todos os sistemas do corpo, irão 
ajudar o paciente a conseguir energias para as atividades terapêuticas. 
Dessa forma, haverá um aumento gradual da tolerância do paciente às 
atividades, aumentando também a força e a resistência do mesmo, contribuindo 
para uma melhor recuperação e reabilitação de sua saúde e bem-estar. 
Os exercícios e a deambulação, iniciam-se logo que o paciente se 
apresente estável. Estas atividades são supervisionadas por um fisioterapeuta 
ou terapeuta ocupacional. 
 Todas essas fases requerem uma assistência multidisciplinar, em 
especial da enfermagem, que acompanha o paciente desde a sua chegada ao 
hospital até a sua alta, ou dando continuidade do atendimento em domicílio. 
A enfermagem deve atentar-se para uma assistência de qualidade, 
observando todas as etapas do processo de enfermagem, que é fundamental 
para obter-se êxito. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
47 
 
5 SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM 
 
Fonte: ebah.com.br 
 
A equipe de enfermagem, principalmente o enfermeiro, deve possuir um 
pensamento crítico que promova a decisão clínica e ajude a identificar as 
necessidades do paciente e quais as melhores medidas a serem tomadas para 
atendê-las. Aplica, assim, uma das etapas do processo de enfermagem que se 
divide em, conforme Brunner & Suddarth, “histórico, diagnósticos de 
enfermagem, planejamento, implementação e evolução”. 
Em relação ao paciente considerado grande queimado coletam-se dados 
sobre sua história, faz-se o exame físico e ainda se recolhe informações sobre 
como ocorreu a queimadura, depois os dados são analisados. 
A segunda etapa do processo é o diagnóstico de enfermagem, para 
Potter, os diagnósticos de enfermagem têm como propósito, “interpretar os 
dados de avaliação e então identificar os problemas de saúde que envolvam o 
paciente, a família e outros indivíduos de relevância”. Brunner & Suddarth 
informam que os diagnósticos de enfermagem mais comuns estão compilados e 
categorizados pela North American Nursing Diagnosis Association (NANDA), 
que é atualizada bianualmente. 
Esses diagnósticos de enfermagem não são diagnósticos ou tratamentos 
médicos, ou ainda exames de diagnósticos, não compõem a terapia médica. 
 
48 
 
Após a análise e interpretação dos dados, foram identificados alguns 
diagnósticos de enfermagem, segundo a NANDA: 
 
Troca gasosa prejudicada Eliminação urinária prejudicada 
Padrão respiratório ineficaz Mobilidade física prejudicada 
Perfusão tecidual periférica 
prejudicada 
Dor 
Volume de líquidos deficiente Enfrentamento individual ineficaz 
Risco de infecção Ansiedade 
Integridade cutânea prejudicadaIntolerância à atividade 
Hipotermia Distúrbio da imagem corporal 
Nutrição desequilibrada: menor 
que as necessidades corporais 
Déficit de conhecimento sobre o 
cuidado domiciliar e necessidades 
de acompanhamento pós-alta. 
 
De acordo com os diagnósticos de enfermagem citados, verificam-se 
algumas prescrições de enfermagem correlacionadas: 
 
Fornecer oxigênio umedecido, 
monitorar rigorosamente o 
paciente em ventilação mecânica. 
Posicionar a sonda e a bolsa de 
drenagem de modo que propiciem 
um fluxo desimpedido de urina. 
Observar queimaduras do tórax. Posicionar o paciente 
cuidadosamente, a fim de evitar 
posições flexionadas nas áreas 
queimadas, implementar 
exercícios de amplitude de 
movimentos várias vezes ao dia. 
Manter as extremidades 
aquecidas. 
Oferecer analgésico 
aproximadamente 20 minutos 
antes do processo doloroso, 
fornece tranquilidade e apoio 
emocional. 
 
49 
 
Monitorar o débito urinário pelo 
menos a cada hora e pesar o 
paciente diariamente. 
Usar a abordagem multidisciplinar 
para promover a mobilidade e a 
independência. 
Usar a assepsia em todos os 
aspectos do cuidado com o 
paciente, inspecionar a ferida para 
sinais de infecção, drenagem 
purulenta ou coloração, monitorar 
a contagem de leucócitos, 
resultado de cultura e 
sensibilidade. 
Explicar todos os procedimentos 
ao paciente e a sua família, em 
termos claros e simples, 
individualizar as respostas para o 
nível de enfrentamento do paciente 
e sua família. 
Limpar as feridas diariamente, 
realizar o curativo da ferida de 
acordo com a prescrição, evitar a 
pressão, infecção e mobilização 
dos enxertos de pele. 
Incorporar os exercícios de 
fisioterapia ao cuidado do 
paciente, para impedir a atrofia 
muscular e manter a mobilidade 
necessária para as atividades 
diárias; 
Avaliar com frequência a 
temperatura corporal central, 
fornecer ambiente aquecido por 
meio de cobertores térmicos. 
Encaminhar o paciente para 
terapia de grupo. 
Oferecer dieta hiperproteica, 
incluindo os alimentos de 
preferência do paciente, monitorar 
a contagem de calorias e o peso 
diário. 
Avaliar a prontidão do paciente e 
da família em aprender. 
 
Na sequência, é realizado o planejamento em que “os objetivos da 
assistência são determinados, prioridades são estabelecidas, resultados da 
assistência são projetados e um plano de assistência é escrito”. Verificam-se 
quais os procedimentos que melhor se adequem ao estado do paciente 
queimado. A implementação tem como objetivo a execução do plano de 
cuidados por meio das intervenções de enfermagem, que devem ser contínuas 
e interagir com outros componentes. 
 
50 
 
A etapa final corresponde à evolução, que, segundo Brunner & Suddarth, 
é a “determinação das respostas do paciente às prescrições de enfermagem e a 
extensão em que os resultados foram alcançados. ” O paciente está 
respondendo positivamente a assistência prestada? 
6 HUMANIZAÇÃO NO CUIDADO DO PACIENTE EM UNIDADE DE 
TRATAMENTO DE QUEIMADURAS - UTQ 
 
Fonte: institutomarcelodeda.com.br 
 
Humanizar é cuidar do paciente de forma holística, englobando também 
a família, respeitando os seus valores, culturas e preocupações de cada 
indivíduo. A internação em Unidade de Tratamento de Queimados – UTQ traz 
alterações principalmente psicológicas por causa da aparência e cicatrizes que 
nem sempre com cirurgia reparadora se desfazem. 
Os profissionais de enfermagem devem ser preparados para atuar junto 
ao paciente e sua família, para diminuir os efeitos e dos transtornos da longa 
internação em UTQ. 
Segundo Cintra, (2000), a proposta de humanização do cuidado vem em 
busca do resgata dos valores humanistas, amor, toque, conversa, respeito e da 
preocupação com o outro. Um aspecto a destacar é a forma com que o cuidado 
é desenvolvido na prática, totalmente com ênfase nas técnicas, ou seja, nas 
 
51 
 
intervenções de Enfermagem, que em última análise, depende de uma 
prescrição médica. Dessa forma, o objetivo da Enfermagem não está centrado 
no cuidado ao paciente, mas na maneira de ser executada a tarefa. 
7 CUIDADOS DE ENFERMAGEM NOS PROCESSOS DOLOROSOS E 
ATENDIMENTO PSICOLÓGICO 
 
Fonte: gazetadopovo.com.br 
 
 Ao abordar a questão da dor no tratamento de paciente com 
queimaduras, é um dos grandes desafios que a equipe de enfermagem precisa 
superar, pois o controle da dor torna- se quase impossível. 
 Existe uma relação bastante significativa entre a dor e o medo, a 
ansiedade e a infelicidade, fatores que exacerbam durante a manipulação das 
lesões em consequência da realização dos curativos. Todos os pacientes que 
tiveram seus corpos queimados experimentaram a dor física e psicológica que 
frequentemente se superpõe. 
A dor física é geralmente focalizada em atividades específicas tais como: 
a limpeza da ferida, o desbridamento, a troca de curativo e fisioterapia. 
A ansiedade antecipada sobre procedimentos que podem ou não ser dolorosos 
pode causar um aumento progressivo no grau de dor experimentado pelo 
paciente. 
 
52 
 
Quase todos os tipos de queimaduras apresentam fisiologicamente 
hiperalgesia, mas a intensidade dolorosa é um fator imprevisível, estando 
também correlacionado com a percepção da dor pelo próprio paciente e fatores 
emocionais ligados ao trauma sofrido. 
O paciente com queimaduras encontra - se em estado de extrema dor 
exterior e interior. Portanto cabe à equipe de saúde além de cuidar de suas 
feridas, dar mais atenção às suas queixas interiores. 
O paciente começa a se achar feio e passa a odiar sua imagem no 
espelho, pois a queimadura causa lesões, às vezes, irreversíveis na pele e deixa 
marcas, às vezes permanentes. 
A equipe de enfermagem deve estar preparada para quaisquer 
intercorrências junto ao paciente, para isto, esta deve ser portadora de um 
conhecimento global do processo fisiopatológico e da terapêutica a ser 
ministrada ao paciente com queimaduras, uma vez que condutas inadequadas 
na assistência de enfermagem podem provocar sequelas físicas e psicológicas 
irreversíveis ao doente. 
A importância de o Enfermeiro estar habilitado a prestar atendimento de 
forma correta e humanizada às vítimas de queimaduras, é essencial para o 
prognóstico do paciente a curto e longo prazo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
53 
 
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