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Cardiopatias • Anamnese – História clínica – Complicações eventuais da doença cardíaca – Tipos e doses dos medicamentos em uso • Exames complementares hematológicos e de imagem • Identificação (reconhecimento) das cardiopatias – Hipertensão arterial sistêmica – Cardiopatia isquêmica – Arritmias cardíacas – Insuficiência cardíaca – Endocardite bacteriana * Afeta mais de 30 milhões de brasileiros (36% dos homens adultos e 30% das mulheres adultas. Com alta prevalência e baixa taxa de controle, sendo o maior problema da saúde pública. A HAS é um fator de risco com grande influência no desenvolvimento das doenças cardiovasculares, principal maior causa de morte no Brasil. HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA (HAS) • Doença crônica, não transmissível, de natureza multifatorial, assintomática, que compromete fundamentalmente o equilíbrio dos mecanismos vasodilatadores e vasoconstritores, levando a um aumento da tensão nos vasos, que compromete a irrigação e danifica os tecidos dos órgãos. • A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é uma condição clínica multifatorial caracterizada por níveis elevados e sustentados de pressão arterial (PA). Associa-se frequentemente a alterações funcionais e/ou estruturais dos órgãos-alvo (coração, encéfalo, rins e vasos sanguíneos) e a alterações metabólicas, com consequente aumento do risco de eventos cardiovasculares fatais e não-fatais. HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA (HAS) • Etiologia – 90% sem causa identificável – 10% apresentam uma causa ou condição subjacente • Complicações – Relação linear entre HAS e aumento nas taxas de mortalidade e morbidade por AVC e cardiopatia coronariana (estágio pré- hipertensivo) – Quanto mais alta a PA maiores a chances de IAM, ICC, AVC e doença renal – Se não tratados: • 50% dos pacientes hipertensos morrem em decorrência de cardiopatia coronariana ou ICC • 33% de AVC • 10 a 15% por insuficiência renal Hipertensão arterial sistêmica (HAS) • Fatores de risco – Idade (>60% na faixa etária acima de 65 anos) – Sexo (homens até 5a década, mulheres à partir da 5a década) – Etnia (2x mais prevalente em negros) – Excesso de peso e obesidade – Ingestão de sal e álcool – Sedentarismo – Genética HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA (HAS) • Situações de PA elevada – Tabagismo – Bebidas estimulantes (café, coca-cola, guaraná) – Medicamentos (estimulantes, descongestionantes nasais, anti-gripais) – Estresse – Ataque de ansiedade, pânico – Febre – Síndrome do jaleco branco (prevalência de 18 a 60%) HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA (HAS) • Sinais e sintomas – Dores de cabeça persistentes – Respiração “curta” – Indisposição geral – Epistaxes – Dores no globo ocular HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA (HAS) • Tratamento não medicamentoso – Controle de peso – Dieta rica em frutas, vegetais e alimentos com baixa densidade calórica e baixo teor de gordurassaturadas e totais – Redução do consumo de sal (6g/dia) – Moderação no consumo de álcool – Atividade física aeróbica regular • Tratamento medicamentoso – Estágios 1 e 2 – Reduzir a pressão arterial: <140/90 mmHg – Hipertensos com diabetes ou doença renal: <180/90 mmHg TRATAMENTO ODONTOLÓGICO • Identificar o paciente com HAS diagnosticada e não diagnosticada • Anamnese: diagnóstico de HAS, forma de tratamento, medicamentos, adesão do paciente, presença de sintomas, nível de estabilidade da doença • Aferição da PA • Determinação do risco PRINCIPAL PREOCUPAÇÃO: elevação aguda da PA (crise hipertensiva), que pode desencadear consequências graves, como IAM e AVC • O risco de oferecer tratamento odontológico de rotina para a maioria dos pacientes com HAS é muito baixo ≥180/110 Anestesia local • 2 tubetes de Lidocaína 2% com epinefrina 1:100.000 • Noraepinefrina e levonordefrina devem ser evitadas (elevação significativa nas pressões sistólica e diastólica) CARDIOPATIA ISQUÊMICA • Aterosclerose • Doença coronariana (angina pectoris, IAM) •AVC – Cardiopatia aterosclerótica coronariana: são o resultado da privação de oxigênio causada pelo fluxo sanguíneo reduzido a uma parte do miocárdio • Outras causas: estenose de óstio coronariano e anormalidade congênitas SÍNDROME METABÓLICA – conjunto de fatores que aumentam o risco para aterosclerose em um indivíduo – obesidade abdominal – diabete melito (hiperglicemia, resistência insulínica) – dislipidimia – hipertensão arterial sistêmica – risco aumentado de doença cardiovascular CARDIOPATIA ISQUÊMICA – 25% da população possuem doença cardiovascular – Doença cardiovascular é responsável por 40% das mortes – Doença coronariana é a primeira causa de morte após os 65 anos • Etiologia desconhecida • Fatores de risco – Sexo masculino – Idade avançada – História familiar de doença cardiovascular – Hiperlipidimia – Hipertensão – Tabagismo • Dos 35 a 44 anos: risco 5 vezes maior para homens que mulheres • Não-caucasianos – Sedentarismo – Obesidade – Resistência à insulina e DM – Estresse mental – depressão CARDIOPATIA ISQUÊMICA • Angina pectoris – Dor breve (5 a 15 min), aperto, uma pressão dolorosa, pesada, constrictiva na região torácica central (tamanho do punho). – Angina estável (dor reproduzível e consistente ao longo do tempo) – Angina instável (dor crescente em frequência, mais intensa, ocorre em repouso) • IAM • Taquicardia • Síncope • Dispnéia, edema,fadiga, fraqueza, cianose * Diagnóstico por coronariografia CARDIOPATIA ISQUÊMICA • Tratamento da Angina pectoris estável – Identificação e tratamento de doenças associadas que possam desencadear ou piorar a angina (anemia, obesidade, hipertireoidismo) – Redução dos fatores de risco coronarianos (HAS, tabagismo, hiperlipidimia) – Modificação do estilo de vida – Nitratos (nitroglicerina), betabloqueadores (propanolol, atenolol), bloqueadores de canais de cálcio (nifedipina, amlodipina), agentes antiplaquetários (AAS, clopidogrel) • Tratamento da Angina pectoris instável – Revascularização (angioplastia coronariana com uso de stents, enxerto com bypass arterial coronariano) TRATAMENTO DO IAM – Hospitalização rápida (homens: dor maxilar; mulheres: dor estomacal) - Exames laboratorias creatina quinase (CK-MB), a mioglobina e a troponina – AAS (160 a 325 mg) – Terapia trombolítica precoce – Revascularização precose: trombólise, angioplastia com uso de stents, enxerto com bypass arterial coronário – Medicações – Oxigênio (aumentar a saturação no sangue e manter a sobrecarga cardíaca mínima) – Drogas antiarrítmicas – Marcapasso (lesão miocárdica grave e IC) TRATAMENTO ODONTOLÓGICO • Angina estável ou história pregressa de IAM – Consultas curtas e matinais – Posição confortável na cadeira – Aferição de sinais vitais – Medidas de redução de estresse: boa comunicação, sedação oral (triazolam ou midazolam 0,125 a 0,25 mg na noite anterior e 1 hora antes da consulta) – Sedação com oxido nitroso – Anestesia local excelente – Profilaxia antibiótica não recomendada para pacientes com stents arteriais coronarianos e história de enxerto com bypass (derivação) arterial coronário – Controle pós-operatório adequado da dor TRATAMENTO ODONTOLÓGICO • Angina instável ou IAM recente (30 dias) – Evitar tratamento eletivo – Se o tratamento for necessário: consultar o médico e limitar ao alívio da dor, tratamento de infecção aguda ou controle de sangramento – Considerar a inclusão de • nitroglicerina profilática • Acesso EV • Sedação • Oxigenação • Monitoramento eletrocardiográfico contínuo • Oxímetro de pulso • Monitoramento frequente da PA • Uso cauteloso de epinefrina no anestésico local NÃO REALIZAR TRATAMENTO ODONTOLÓGICO • Menos de 6 meses de IAM • Menos de 6 meses de AVC • Epsódios diários de angina pectoris • Arritmias persistentes após tratamento cardiológico * Evitar adrenalina, que pode aumentar a arritmia ANESTESIA LOCAL • Lidocaína 2% com epinefrina 1:100.000 é opção segura até 2 tubetes • Complementação com lidocaína 2% sem VC ARRITMIAS CARDÍACAS • Qualquer variação do batimento cardíaco normal (60 a 100) • Distúrbios deritmo, frequência ou do padrão de condução cardíaco • Presentes em grande parcela da população, algumas podem causar sintomas e algumas poucas podem representar risco à vida • Arritmias fatais podem ser desencadeadas por emoções fortes(ansiedade, raiva) e por substâncias químicas (síndrome do coração partido) * Atleta e usuário de betabloqueadores, são bradicárdicos. Pode ser usado o desfibrilador quando se tem ritmo chocável. ARRITMIAS CARDÍACAS Sintomas: – palpitações, síncope, pré-síncope, fadiga, tontura. • Sinal: – pulso muito rápido, muito lento ou irregular • Achados laboratorias – ECG: principal instrumento para identificação e diagnóstico – Teste de esforço físico ou estresse, Holter e outros testes cardíacos específicos ARRITMIAS CARDÍACAS • Tratamento – Drogas antiarrítmicas – Marca-passo permanente implantável – Cardioversores-desfibriladores implantáveis – Cirurgia – Cardioversão e desfibrilação TRATAMENTO ODONTOLÓGICO • Identificar o paciente com arritmia: – Tipo de arritmia – Tratamento (anticoagulante, em geral varfarina) – Presença de marca-passo ou desfibrilador – Estabilidade • Contato com o médico • Risco aumentado na presença de doença cardiovascular ou pulmonar • Sinais vitais • Paciente susceptível a arritmias cardíacas pode receber qualquer procedimento odontológico uma vez que identificado e as medidas de prevenção tenham sido realizadas • Procedimentos complexos devem ser distribuídos em várias consultas para evitar estresse excessivo OU REALIZADO EM AMBIENTE HOSPITALAR TRATAMENTO ODONTOLÓGICO • Redução do estresse e ansiedade – Relação de confiança, consultas curtas matinais, posição confortável da cadeira, – sedação pré-operatória (benzodiazepínico de ação curta na noite anterior e/ou 1 hora antes da consulta), – sedação, – sinais vitais pré-tratamento, – anestesia local com técnica correta, – analgesia pós-operatória adequada • Anestésico local com vasoconstritor – Epinefrina 1:100.000: 2 tubetes – Felipressina é uma opção – Doses maiores podem ser bem toleradas, mas o risco aumenta TRATAMENTO ODONTOLÓGICO • Pacientes em uso de varfarina – Conhecer o INR: até 3,5 não suspender o anticoagulante – Medidas hemostáticas locais • Pacientes com marca-passo – Profilaxia antibiótica não é recomendada – Evitar uso de bisturi elétrico, localizadores apicais e estimulação elétrica transcutânea (TENS) – Aparelhos de ultrassom e laser podem ser usados INSUFICIÊNCIA CARDÍACA (IC) • Síndrome clínica complexa que pode resultar de qualquer distúrbio cardíaco estrutural ou funcional que prejudique a capacidade do ventrículo de se encher de sangue ou de ejetá-lo (Diretrizes do American College of Cardiology/ American Heart Association, 2005) Inchaço dos membros inferiores • Doença progressiva: deterioração funcional e estrutural cardíaca contínua • Causas – Doença coronariana crônica (infarto prévio ou estenose da a. coronária), hipertensão, doença de Chagas, alcoolismo, miocardite (vírus ou bactéria), miocardiopatia, doenças valvares, endocardite infecciosa, cardiopatia congênita, hipertensão pulmonar, embolia pulmonar, hipertireoidismo, diabetes melito • Complicações – parada cardíaca, AVC, infarto do miocárdio (durante o tratamento odontológico) INSUFICIÊNCIA CARDÍACA (IC) – Mais de 5 milhões de pessoas – Principal causa de morbidade e mortalidade – Relacionada principalmente com idosos – 80% dos pacientes hospitalizados com IC possuem mais de 65 anos – Prognóstico insatisfatório – Sobrevida de 5 anos após início agudo de IC: • 35% dos homens • 50% das mulheres Sintomas e sinais – Dispnéia ao esforço, edema vespertino bilateral de tornozelo, palpitações, fadiga e fraqueza, sensações de desmaio, empachamento abdominal, digestão difícil, aumento do volume abdominal, dispneia noturna, tosse. Paciente com IC sintomática pode ter piora abrupta dos sintomas e resultar em insuficiência aguda, arritmia fatal, AVC ou IAM • Fazer a determinação do risco envolvido no tratamento odontológico e decidir se os benefícios do tratamento superam os riscos (consulta em conjunto com o médico) TRATAMENTO ODONTOLÓGICO • Pacientes com IC descompensada – risco maior para a ocorrência de um evento grave (IAM, angina instável, ou morte súbita) – Não são candidatos a tratamento odontológico eletivo, com adiamento até a realização de uma consulta médica • Pacientes com histórico de IC assintomáticos (compensados) – risco intermediário para a ocorrência de um evento grave; – Se apresentam capacidade e reserva funcional boas (subir um lance de escadas), geralmente podem se submeter a qualquer tratamento necessário (pouca probabilidade de problemas) • Evitar AINE porque podem exacerbar os sintomas de IC TRATAMENTO ODONTOLÓGICO • Consultas curtas, sem estresse • Cuidado com posição supina da cadeira • Evitar epinefrina (pode desencadear arritmias) – Se necessário: 2 tubetes de lidocaína 2% com epinefrina 1:100.000 – Cuidado para evitar injeção intravascular – Evitar fio de retração gengival impregnado com epinefrina • Toxicidade digitálica: cefaleia, náusea, vomito, hipersalivação, visão e percepção de cor alteradas, fadiga, mal-estar, sonolência, arritmias (taquicardia ou bradicardia) • Efeitos colaterais relacionados com medicamentos • Boca seca e alterações do paladar ENDOCARDITE INFECCIOSA (EI) • Infecção microbiana da superfície endotelial do coração ou das valvas cardíacas, que mais frequentemente ocorrem na proximidade de defeitos cardíacos congênitos ou adquiridos • Doença de morbidade e mortalidade significativas, de difícil tratamento • Ênfase na prevenção • Historicamente, vários procedimentos odontológicos têm sido envolvidos como causa significativa de EI, porque a flora bucal é frequentemente encontrada como sendo o agente causador. Doença grave, com risco de morte • Afeta mais de 15.000 pacientes/ano • Taxa de mortalidade se aproxima a 40% • Relativamente rara, ocorre mais em homens de meia idade e idosos ENDOCARDITE INFECCIOSA (EI) Condições predisponentes • Doença cardíaca reumática • Prolapso da valva mitral • Doença valvar aórtica (estenose e regurgitação) • Cardiopatias congênitas • Tetralogia de Fallot (doença cardíaca ciânica congênita) • Endocardite prévia • Usuários de drogas intravenosas ENDOCARDITE INFECCIOSA (EI) • Etiologia: – 80-90%dos casos são devidos a estreptococos e estafilococos Série de interações complexas de diversos fatores envolvendo o endotélio, bactérias e a resposta imune dos hospedeiro • Início com lesão ou dano a uma superfície endotelial, mais frequentemente de um folheto da valva cardíaca • Formação de vegetações com aderência de microorgaismos oriundos de bacteremia transitória; Essas bactérias são lenta e continuamente liberadas das vegetações causando bacteremia contínua •Sinais e sintomas – Febre, sopro cardíaco e hemocultura positiva (apresentação clínica variável) – Intervalo entre o suposto início da bacteremia e o início dos sintomas de EI é estimado como sendo menor que 2 semanas em mais de 80% dos pacientes com EI – Diagnóstico complexo • Tratamento – penicilina, gentamicina, ceftriaxona, vancomicina – Intervenção cirúrgica pode ser necessária para facilitar a cura da EI ou para reparar dano causado pela infecção PROFILAXIA DA EI • Recomendações atuais da AHA – 2007 – EI é muito mais provável de resultar da exposição frequente à bacteremia aleatória associada às atividades diárias que da bacteremia causada por um procedimento odontológico – Profilaxia pode evitar um número excessivamente pequeno, se algum, de casos de EI em indivíduos que se submetem a um procedimento odontológico – O risco de efeitos adversos associados a antibióticos excede o benefício da terapia antibiótica profilática – A manutenção da saúde bucal e higiene bucal adequadas pode reduzir a incidência de bacteremia das atividades diárias e é mais importante que os antibióticos profiláticos para a redução da risco de EI resultante de procedimento odontológico•Em quais procedimentos odontológicos??? – Exodontias – Procedimentos periodontais (cirurgias e raspagem) – Profilaxia quando existe risco de sangramento (jato de bicarbonato) – Pulpotomia, pulpectomia, , penetração desinfectante e instrumentação endodôntica – Grampos subgengivais (isolamento absoluto) – Cirurgias apicais e demais cirurgias odontológicas – Colocação de bandas ortodônticas – Anestesia local intraligamentar – Fio retrator – Restaurações subgengivais e/ou matriz subgengival – Drenagem de abscesso dental intra ou extrabucal e abscesso periodontal MICROBIOTA ORAL - PAPEL NAS INFECÇÕES SISTÊMICAS Boca, orofaringe e nasofaringe. • As vias aéreas superiores são colonizadas com numerosos micro-organismos (flora mista) —> concentração chega a alcançar 10¹º a 10¹² UFC/ ml; • Bactérias anaeróbicas mais comuns: - Peptostreptococcus, Veillonella, Actinomyces e Fusobacterium; • Bactérias aeróbicas mais comuns: - Streptococcus, haemophilus e Neisseiria; Titulo A A Titulo A A
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