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que a medida terá duração de 15 (quinze) dias, renovável por igual período, contanto que comprovada a efetiva necessidade desse meio probatório. O STF já se manifestou, consignando que “é possível a prorrogação do prazo de autorização para interceptação telefônica, mesmo que sucessivas, especialmente quando o fato é complexo a exigir investigação diferenciada e contínua. Não configuração de desrespeito do art. 5º, caput, da Lei 9.296/1996” (HC 83.515/RS, Rel. Min. Nelson Jobim, j. 16.09.2004). Importante: observar o Informativo 281/2006 do Superior Tribunal de Justiça. 421. Correto. Em regra, são inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas (§ 1º, do art. 157, do CPP). Trata-se da aplicação da Teoria da Árvore dos Frutos Envenenados! 1001 Questões Comentadas – Direito Processual Penal – CESPE Prof. Nourmirio Tesseroli Filho 121 422. Correto. A regra faculta a indicação de apenas um assistente técnico (CPP, § 3º, do art. 159). Havendo mais de um acusado, porém, poderão ser indicados tantos assistentes quanto for o número de acusados. Importante: “Tratando-se de perícia complexa que abranja mais de uma área de conhecimento especializado, poder-se-á designar a atuação de mais de um perito oficial, e a parte indicar mais de um assistente técnico” (§ 7º). 423. Errado. O juiz poderá rejeitar o laudo pericial, no todo ou em parte (CPP, art. 182). 424. Errado. A confissão será divisível e retratável, sem prejuízo do livre convencimento do magistrado, baseado na análise das provas em conjunto (CPP, art. 200). 425. Errado. O art. 233, “caput”, do CPP, reza que “as cartas particulares, interceptadas ou obtidas por meios criminosos, não serão admitidas em juízo”. Frise-se, no entanto, “que as cartas poderão ser exibidas em juízo pelo respectivo destinatário, para a defesa de seu direito, ainda que não haja consentimento do signatário” (parágrafo único, do art. 233). A jurisprudência tem aceitado a violação, por ordem judicial, em caráter excepcional, de correspondências, quando houver, em questão, interesse maior do que a intimidade a ser preservada. 426. Errado. A autoridade policial poderá proceder à reprodução simulada dos fatos, desde que esta não contrarie a moralidade ou a ordem pública (CPP, art. 7º). 427. Errado. O laudo cadavérico pericial é exemplo de prova pessoal (não real), pois as afirmativas emanam da pessoa (do perito). 428. Errado. Os fatos incontroversos não dispensam a prova, podendo o magistrado, aliás, a teor do art. 156, II, do CPP, determinar, no curso da instrução ou antes de prolatar a sentença, a realização de diligências para dirimir dúvida sobre ponto relevante. De se notar, outrossim, que a confissão do delito não é suficiente, por si só, para um juízo condenatório, sendo necessário um confronto com os demais elementos probatórios carreados aos autos (CPP, art. 197). 429. Errado. O princípio da liberdade da prova é relativo (sofre limitações). Um dos limites, inclusive, tem assento constitucional (CF, art. 5º, LVI). 430. Errado. Segundo o § 1º, do art. 157 do CPP, são inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas (devendo ser desentranhadas do processo), salvo quando as derivadas puderem se obtidas por uma fonte independente das primeiras. 431. Errado. De acordo com o art. 155 do CPP, com redação dada pela Lei 11.690/2008, o magistrado formará sua convicção pela 1001 Questões Comentadas – Direito Processual Penal – CESPE Prof. Nourmirio Tesseroli Filho 122 livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial (sistema do livre convencimento ou da persuasão racional). Só pode haver condenação com base nas provas contraditadas! O doutrinador Paulo Rangel sustenta que a palavra “exclusivamente”, prevista no “caput” do art. 155, do CPP, “significa dizer que o juiz não deve levar em consideração, em sua sentença, as informações contidas no inquérito policial, ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas. Não servem nem para cotejá-las com as do processo. Prova de inquérito é para que o MP possa dar o pontapé inicial, oferecendo a denúncia” (“Direito Processual Penal”, Rio de Janeiro: Editora Lumen Juris, 2010, p. 508). Outros doutrinadores, porém, sustentam que é evidente que a palavra “exclusivamente” acabou “por liberar o magistrado a utilizar os elementos informativos da fase inquisitorial ao proferir a sentença” (“Reformas no Processo Penal/Organizador Guilherme Nucci”. Porto Alegre: Verbo Jurídico, 2009, p. 101). 432. Errado. São inadmissíveis as provas ilícitas (violação material), devendo ser desentranhadas do processo (CPP, art. 157, “caput”). O juiz que conhecer do conteúdo da prova declarada inadmissível poderá proferir a sentença. Entretanto, caso mantenha a prova nos autos, vindo a proferir sentença com base na prova ilícita (inadmissível), poderão as partes impugnar a decisão sentencial por meio de recurso de apelação. 433. Errado. Provas ilícitas por derivação são aquelas que, não obstante lícitas, na essência, derivam exclusivamente de prova considerada ilícita. Segundo prescreve o § 1º, do art. 157, do CPP, são inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas, salvo quando não evidenciado o nexo de causalidade entre umas e outras, ou quando as derivadas puderem ser obtidas por uma fonte independente das primeiras. Reputa-se fonte independente aquela que por si só, seguindo os trâmites típicos e de praxe, próprios da investigação ou instrução criminal, seria capaz de conduzir ao fato objeto da prova (CPP, § 2º, do art. 157). 434. Correto. Letra de lei! O § 3º, do art. 157, do CPP, assenta que preclusa a decisão de desentranhamento da prova declarada inadmissível, “esta será inutilizada por decisão judicial, facultado às partes acompanhar o incidente”. 435. Errado. Somente os peritos não-oficiais que deverão prestar o compromisso de bem e fielmente desempenhar o encargo (CPP, § 2º, do art. 159, do CPP). 436. Errado. Se o magistrado constatar que a presença do acusado poderá causar humilhação, temor ou sério constrangimento à testemunha ou ao ofendido, de modo que prejudique a verdade do depoimento, fará a inquirição por videoconferência e, somente na impossibilidade dessa forma, determinará a retirada do 1001 Questões Comentadas – Direito Processual Penal – CESPE Prof. Nourmirio Tesseroli Filho 123 acusado, prosseguindo na inquirição, com a presença do defensor (CPP, art. 217, “caput”, com redação dada pela Lei 11.690/2008). 437. Errado. Extrai-se do art. 156, I, do CPP, que a prova da alegação incumbirá a quem a fizer, sendo, porém, facultado ao juiz, “ex officio”, ordenar, mesmo antes de iniciada a ação penal, a produção antecipada de provas reputadas urgentes e relevantes, observando a necessidade, adequação e proporcionalidade da medida. Frise-se, alguns estudiosos acreditam que os poderes instrutórios do juiz não desnaturam o sistema acusatório. Outros, porém, sustentam que a regra estabelecida no art. 156 do CPP, com redação dada pela Lei 11.690/2008, afasta terminantemente o sistema acusatório. 438. Errado. Corpo de delito é um conjunto de vestígios materiais deixados pela infração penal. Constatados os precitados vestígios, torna-se indispensável o exame de corpo de delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado. Não se confunde, portanto, o exame de corpo de delito com o próprio corpo de delito! 439. Correto. Dispõe o art. 162, “caput”, do CPP, que a “autópsia será feita pelo menos 6 (seis) horas depois do óbito, salvo se os peritos, pela evidência dos sinais de morte, julgarem que possa ser feita antes daquele prazo, o que declararão no auto”. 440. Correto. Embora o examinador tenha considerado a questão “correta”, é necessário ressaltar que a alteração legislativa