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1 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 EMPREENDEDORISMO SUMÁRIO EMPREENDEDORISMO 2 EMPREENDEDORISMO FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO A Faculdade Multivix está presente de norte a sul do Estado do Espírito Santo, com unidades em Cachoeiro de Itapemirim, Cariacica, Castelo, Nova Venécia, São Mateus, Serra, Vila Velha e Vitória. Desde 1999 atua no mercado capixaba, des- tacando-se pela oferta de cursos de gradua- ção, técnico, pós-graduação e extensão, com qualidade nas quatro áreas do conhecimen- to: Agrárias, Exatas, Humanas e Saúde, sem- pre primando pela qualidade de seu ensino e pela formação de profissionais com cons- ciência cidadã para o mercado de trabalho. Atualmente, a Multivix está entre o seleto grupo de Instituições de Ensino Superior que possuem conceito de excelência junto ao Ministério da Educação (MEC). Das 2109 institui- ções avaliadas no Brasil, apenas 15% conquistaram notas 4 e 5, que são consideradas conceitos de excelência em ensino. Estes resultados acadêmicos colocam todas as unidades da Multivix entre as melhores do Estado do Espírito Santo e entre as 50 melhores do país. MISSÃO Formar profissionais com consciência cida- dã para o mercado de trabalho, com ele- vado padrão de qualidade, sempre mantendo a credibilidade, segurança e modernidade, visando à satisfação dos clientes e colaboradores. VISÃO Ser uma Instituição de Ensino Superior reconheci- da nacionalmente como referência em qualidade educacional. GRUPO MULTIVIX 3 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 EMPREENDEDORISMO SUMÁRIO BIBLIOTECA MULTIVIX (Dados de publicação na fonte) As imagens e ilustrações utilizadas nesta apostila foram obtidas no site: http://br.freepik.com Silva Melo Elimar Empreendedorismo / Silva Melo Elimar . – Serra: Multivix, 2018. EDITORIAL Catalogação: Biblioteca Central Anisio Teixeira – Multivix Serra 2019 • Proibida a reprodução total ou parcial. Os infratores serão processados na forma da lei. FACULDADE CAPIXABA DA SERRA • MULTIVIX Diretor Executivo Tadeu Antônio de Oliveira Penina Diretora Acadêmica Eliene Maria Gava Ferrão Penina Diretor Administrativo Financeiro Fernando Bom Costalonga Diretor Geral Helber Barcellos da Costa Diretor da Educação a Distância Pedro Cunha Conselho Editorial Eliene Maria Gava Ferrão Penina (presidente do Conselho Editorial) Kessya Penitente Fabiano Costalonga Carina Sabadim Veloso Patrícia de Oliveira Penina Roberta Caldas Simões Revisão de Língua Portuguesa Leandro Siqueira Lima Revisão Técnica Alexandra Oliveira Alessandro Ventorin Graziela Vieira Carneiro Design Editorial e Controle de Produção de Conteúdo Carina Sabadim Veloso Maico Pagani Roncatto Ednilson José Roncatto Aline Ximenes Fragoso Genivaldo Félix Soares Multivix Educação a Distância Gestão Acadêmica - Coord. Didático Pedagógico Gestão Acadêmica - Coord. Didático Semipresencial Gestão de Materiais Pedagógicos e Metodologia Direção EaD Coordenação Acadêmica EaD 4 EMPREENDEDORISMO FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO Aluno (a) Multivix, Estamos muito felizes por você agora fazer parte do maior grupo educacional de Ensino Superior do Espírito Santo e principalmente por ter escolhido a Multivix para fazer parte da sua trajetória profissional. A Faculdade Multivix possui unidades em Cachoei- ro de Itapemirim, Cariacica, Castelo, Nova Venécia, São Mateus, Serra, Vila Velha e Vitória. Desde 1999, no mercado capixaba, destaca-se pela oferta de cursos de graduação, pós-graduação e extensão de qualidade nas quatro áreas do conhecimento: Agrárias, Exatas, Humanas e Saúde, tanto na mo- dalidade presencial quanto a distância. Além da qualidade de ensino já comprova- da pelo MEC, que coloca todas as unidades do Grupo Multivix como parte do seleto grupo das Instituições de Ensino Superior de excelência no Brasil, contando com sete unidades do Grupo en- tre as 100 melhores do País, a Multivix preocupa- -se bastante com o contexto da realidade local e com o desenvolvimento do país. E para isso, pro- cura fazer a sua parte, investindo em projetos so- ciais, ambientais e na promoção de oportunida- des para os que sonham em fazer uma faculdade de qualidade mas que precisam superar alguns obstáculos. Buscamos a cada dia cumprir nossa missão que é: “Formar profissionais com consciência cidadã para o mercado de trabalho, com elevado padrão de quali- dade, sempre mantendo a credibilidade, segurança e modernidade, visando à satisfação dos clientes e colaboradores.” Entendemos que a educação de qualidade sempre foi a melhor resposta para um país crescer. Para a Multivix, educar é mais que ensinar. É transformar o mundo à sua volta. Seja bem-vindo! APRESENTAÇÃO DA DIREÇÃO EXECUTIVA Prof. Tadeu Antônio de Oliveira Penina Diretor Executivo do Grupo Multivix 5 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 EMPREENDEDORISMO SUMÁRIO LISTA DE FIGURAS > FIGURA 1 - Empreender 13 > FIGURA 2 - O contexto 17 > FIGURA 3 - Habilidades 20 > FIGURA 4 - Visão empreendedora 22 > FIGURA 5 - Objetivo 23 > FIGURA 6 - O planejamento 24 > FIGURA 7 - Liderança 26 > FIGURA 8 - Ser autoconfiante 26 > FIGURA 9 - Construindo PDI 27 > FIGURA 10 - Empreender 33 > FIGURA 11 - Gestão 38 > FIGURA 12 - O líder 40 > FIGURA 13 - Competências 41 > FIGURA 14 - O conhecimento 42 > FIGURA 15 - Áreas definidas para a gestão do conhecimento 43 > FIGURA 16 - A inovação 44 > FIGURA 17 - Montadora 49 > FIGURA 18 - Inbound marketing x Outbound marketing 50 > FIGURA 19 - Atribuições do núcleo de inovação 53 > FIGURA 20 - Os Stage-Gates 55 > FIGURA 21 - Modelos de indicadores 55 > FIGURA 22 - Relação entre orientação para o mercado, orientação para aprendizagem, inovação e desempenho organizacional 60 > FIGURA 23 - Empreendedorismo social 63 > FIGURA 24 - Conceitos sobre empreendedorismo social: visão nacional 64 > FIGURA 25 - O empreendedor 67 > FIGURA 26 - Perfil do empreendedor social 69 > FIGURA 28 - Greenpeace 70 6 EMPREENDEDORISMO FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO > FIGURA 27 - Empreendedor social x Empreender de negócios 70 > FIGURA 29 - Médicos sem Fronteiras: representantes levam uma carta ao primeiro ministro britânico em 2015, a favor dos médicos em risco em re- giões de guerra civil 74 > FIGURA 30 - Distribuição de ONGs e OSCIPs no Brasil 76 > FIGURA 31 - Distribuição por estado 76 > FIGURA 32 - Média de salários pagos por estado 77 > FIGURA 33 - Oportunidade de mercado 80 > FIGURA 34 - Negócios 85 > FIGURA 35 - Esquema de um plano de negócios 85 > FIGURA 36 - Canvas 87 > FIGURA 37 - Cliente 89 > FIGURA 38 - Recursos 93 > FIGURA 39 - Planejamento 98 > FIGURA 40 - Plano de marketing 102 > FIGURA 41 - Plano financeiro 103 > FIGURA 42 - Decisões de negócios 105 > FIGURA 43 - Plano de mercado 108 > FIGURA 44 - Titanic, em Belfast 111 > FIGURA 45 - Empreendedorismo Digital 121 > FIGURA 46 - Produto Digital 124 > FIGURA 47 - Marketing Digital 126 > FIGURA 48 - Apps 127 > FIGURA 49 - Redes Sociais 129 > FIGURA 50 - Plataformas 131 > FIGURA 51 - Startups 132 > FIGURA 52 - Passos para validação do modelo de negócio 135 > FIGURA 53 - Incubadoras 137 > FIGURA 54 - Aceleradoras 142 7 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 EMPREENDEDORISMO SUMÁRIO SUMÁRIO 1UNIDADE 2UNIDADE 1 CONTEXTO DO EMPREENDEDORISMO 12 1.1 CONTEXTO DOEMPREENDEDORISMO – UMA ANÁLISE HISTÓRICA 12 1.1.1 EMPREENDEDORISMO NO BRASIL 16 1.1.2 DESENVOLVIMENTO DE CARACTERÍSTICAS E HABILIDADES EMPREEN- DEDORAS 19 CONCLUSÃO 28 2 EMPREENDEDORISMO E INOVAÇÃO 31 INTRODUÇÃO 31 2.1 EMPREENDEDORISMO E INOVAÇÃO 32 2.1.1 O INTRAEMPREENDEDORISMO 32 2.1.2 GESTÃO EMPREENDEDORA 37 2.1.2.1 CULTURA DE LIDERANÇA 39 2.1.2.2 GESTÃO POR COMPETÊNCIAS 40 2.1.2.3 GESTÃO DO CONHECIMENTO 41 2.1.2.4 INOVAÇÃO 43 2.1.2.5 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO 44 2.1.2.6 REMUNERAÇÃO VARIÁVEL 45 2.1.3 INOVAÇÃO 46 2.1.4 CRIAÇÃO DE UM NÚCLEO DE INOVAÇÃO 51 2.1.5 PLANEJAMENTO TECNOLÓGICO E GESTÃO DA INOVAÇÃO 55 2.1.5.1 ORIENTAÇÃO À INOVAÇÃO VERSUS ORIENTAÇÃO AO MERCADO 58 CONCLUSÃO 60 8 EMPREENDEDORISMO FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO SUMÁRIO 3 EMPREENDEDORISMO SOCIAL 62 3.1 EMPREENDEDORISMO SOCIAL 62 3.1.1 CARACTERÍSTICAS DO EMPREENDEDOR SOCIAL 66 3.1.2 TERCEIRO SETOR 69 3.1.3 TAMANHO DO MERCADO DO TERCEIRO SETOR 71 3.1.4 MERCADO DE TRABALHO NO TERCEIRO SETOR 72 CONCLUSÃO 76 4 AVALIAÇÃO DE OPORTUNIDADES MERCADOLÓGICAS 79 4.1 AVALIAÇÃO DE OPORTUNIDADES MERCADOLÓGICAS 79 4.1.1 MODELO DE NEGÓCIOS 84 CONCLUSÃO 95 5 PLANO DE NEGÓCIO 97 5.1 PLANO DE NEGÓCIO 97 5.1.1 PRODUTOS, SERVIÇOS E MERCADO 103 5.1.2 ANÁLISE ESTRATÉGICA E PLANO FINANCEIRO 109 5.1.2.1 ESTRATÉGIA 111 5.1.2.2 PLANEJAMENTO FINANCEIRO 112 5.1.3 FINANCIAMENTO DE ABERTURA DA EMPRESA 114 CONCLUSÃO 117 3UNIDADE 4UNIDADE 5UNIDADE 9 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 EMPREENDEDORISMO SUMÁRIO SUMÁRIO 6UNIDADE 6 EMPREENDEDORISMO DIGITAL E STARTUPS 1196.1 EMPREENDEDORISMO DIGITAL 119 6.1.1 PRODUTOS DIGITAIS 121 6.1.2 APLICATIVOS (APPS) 125 6.1.3 REDES SOCIAIS 128 6.1.4 INTERMEDIAÇÃO DE NEGÓCIOS (PLATAFORMAS) 130 6.2 STARTUPS 131 6.3 INCUBADORAS E ACELERADORAS DE EMPRESAS 136 6.3.1 INCUBADORAS 137 6.3.2 ADMISSÃO 138 6.3.3 APOIO 139 6.4 ACELERADORAS 141 6.4.1 ADMISSÃO 143 6.4.2 APOIO 143 CONCLUSÃO 145 REFERÊNCIAS 147 10 EMPREENDEDORISMO FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO ICONOGRAFIA ATENÇÃO PARA SABER SAIBA MAIS ONDE PESQUISAR DICAS LEITURA COMPLEMENTAR GLOSSÁRIO ATIVIDADES DE APRENDIZAGEM CURIOSIDADES QUESTÕES ÁUDIOSMÍDIAS INTEGRADAS ANOTAÇÕES EXEMPLOS CITAÇÕES DOWNLOADS 11 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 EMPREENDEDORISMO SUMÁRIO APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA Prezado (a) aluno(a), seja bem-vindo à disciplina de Empreendedorismo! O propósito desta será fornecer subsídios teóricos e práticos para fomentar uma reflexão crítica sobre o papel do empreendedorismo e sua importância para a economia. Ademais, temos a finalidade de conhecer o cenário do empreendedorismo, bem como o desenvolvimento das características de comportamento empreendedor, abordando a inovação e outras ferramentas úteis ao processo de empreender, seja por meio da abertura de empresa, ações dos indivíduos que inovam nas organizações em que trabalham e, até mesmo, contemplando uma avaliação das oportunidades de mercado com utilização de modelos de negócio e suas tendências, visando en- frentar o desafio de acesso aos habitats de inovação. Esta disciplina é essencial para sua formação acadêmica, pois ela nos cerca de vá- rias formas. Portanto, é importante que você participe dos fóruns de discussão e estude os materiais complementares para que o aprendizado seja realizado de ma- neira proveitosa. Objetivos da disciplina Ao final desta disciplina, esperamos que você: • Aponte os cenários de empreendedorismo. • Discuta o desenvolvimento de características e habilidades empreendedoras. • Identifique os tipos de inovação e suas práticas. • Defina os acessos aos habitats de inovação. • Descreva as ferramentas úteis ao empreendedor. • Identifique os modelos de empreendedorismo. • Aponte as possíveis avaliações de oportunidades mercadológicas. • Identifique os planos de negócio. 12 EMPREENDEDORISMO FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO OBJETIVO Ao final desta unidade, esperamos que você: > Identifique o processo de empreendedorismo. > Recorde o contexto histórico do empreendedorismo. > Explique a evolução do empreendedorismo no mundo. > Examine o desenvolvimento do empreendedorismo no Brasil. > Identifique as características e habilidades empreendedoras. UNIDADE 1 13 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 EMPREENDEDORISMO SUMÁRIO 1 CONTEXTO DO EMPREENDEDORISMO O empreendedorismo possui influência de várias áreas do conhecimento que abordam e conceituam o tema o que justifica as diversas definições que compõem seu estudo. Porém, nesta unidade, você verá que é possível distinguir os estudos do empreendedo- rismo, segundo três tipos de perspectivas: econômica, sociológica e psicológica. Nesta unidade, serão trabalhados também os conceitos acerca do empreendedo- rismo, bem como uma breve apresentação do cenário histórico de construção do empreendedorismo priorizando a identificação de como o empreendedorismo criou suas bases no Brasil. Essa etapa é de suma importância para sua formação por fornecer uma compreensão da visão sistêmica do tema, contribuindo para que você possa identificar os contextos favoráveis ao empreendedorismo, bem como para o entendimento das demais abor- dagens que serão tratadas ao longo do curso. Aproveite e estude! 1.1 CONTEXTO DO EMPREENDEDORISMO – UMA ANÁLISE HISTÓRICA FIGURA 1 - EMPREENDER Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018. 14 EMPREENDEDORISMO FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO Vivemos uma época de pleno crescimento do empreendedorismo. As pessoas fa- lam sobre empreendedorismo no mundo inteiro. Muitos querem, desejam e sonham ser empreendedores, mas, para que possamos entender todo esse processo de em- preendedorismo, vamos entender seu contexto, suas origens e como ele chegou a esse ponto em diferentes visões. Para trabalharmos os conceitos de empreendedorismo, começamos por descrever o que não é. Sendo assim, empreendedorismo não é: a. Apenas criação de empresas. b. Não é gestão de negócios. c. Não é assumir riscos toda hora. d. Não é ficar milionário. É importante ressaltar que o empreendedorismo envolve, sim, criar empresas, gerir um negócio, assumir riscos e uma das consequências pode ser ficar milionário como muitos desejam. A palavra empreendedorismo vem do francês entrepre- neur que significa aquele que assume riscos e começa algo novo. Hoje em dia, temos dezenas de definições do que é empreendedorismo. Veja duas dessas definições a seguir. A primeira é de José Dornelas (2001, p. 23). Ele afirma que “o empreendedor é aquele que faz as coisas acontecerem, se antecipa aos fatos e tem uma visão futura da orga- nização”. A segunda é de Joseph A. Schumper que define empreender como “inovar a ponto de criar condições para uma radical transformação de um determinado se- tor, ramo de atividade, território, onde o empreendedor atua: novo ciclo de cresci- mento, capaz de promover uma ruptura no fluxo econômico contínuo” (SCHUMPER apud MARTES, 2010, p. 260). 15 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 EMPREENDEDORISMO SUMÁRIO Distintas interpretações do empreendedorismo podem ser justificadas pela influên- cia das áreas do conhecimento que abordam e conceituam o tema. Considerando-se a heterogeneidade dos enfoques, é possível distinguir os estudos do empreendedo- rismo segundo as perspectivaseconômica, sociológica e psicológica. Na perspectiva econômica, emergiram as primeiras ideias sobre empreendedorismo, identificando a racionalidade como elemento central e estabelecendo-se a associa- ção direta entre empreendedorismo e inovação. Esse processo tem a data de 1800 e consolidou-se através de Jean Batiste Say que já foi reconhecido na época como o “pai do empreendedorismo”. A segunda perspectiva é a sociológica que aborda o tema com base na análise das condições do ambiente que permitem o surgimento do empreendedorismo (MAIR, 2001). A terceira perspectiva psicológica, com destaque para a escola comportamentalista, concebe que o empreendedor está vinculado diretamente ao indivíduo, ou seja, re- sulta de um conjunto de traços típicos da sua personalidade. Estudiosos atribuem o início do termo empreendedoris- mo a Marco Polo que, ao tentar estabelecer uma rota comercial para o Oriente, fez um acordo com um ca- pitalista da época (homem que possuía dinheiro) para vender as suas mercadorias. Assim, o capitalista assumia riscos de forma passiva, e Marco Polo assumia o papel ativo, “se aventurando” e correndo todos os riscos físicos e emocionais. Na Idade Média, o empreendedor era aquele que gerenciava grandes projetos de produção, não assumindo grandes riscos, apenas gerenciando os projetos utilizando os recursos financeiros que geralmente são oriundos do governo do país. Entretanto, no século XVII, já na Idade Moderna, começou a surgir a ligação entre empreende- dor e aceitação de riscos. O empreendedor começou a prestar serviços ou produtos para o governo por um preço determinado correndo o risco de ter lucros ou prejuízo. 16 EMPREENDEDORISMO FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO Nesse período, Richard Cantillon, que era um importante escritor e economista, co- meçou a diferenciar o empreendedor como aquele que assumia riscos, tomava deci- sões, ousava e fazia acontecer, da figura do capitalista até então como sendo aquele que apenas fornecia o capital. No século XVIII, os termos ‘capitalista’ e ‘empreendedor’ foram definitivamente dife- renciados. É importante lembrar que, nessa época, o início da industrialização ocor- ria no mundo e, por isso, teve um peso considerável sobre esse posicionamento. Já nos séculos XIX e XX, na Idade Contemporânea, surgiu uma nova questão na qual os empreendedores eram interpretados como administradores ou gerentes, o que de certa forma ocorre até os dias atuais. Uma frase comum de um autor desconhecido diz que “todo empreendedor é um administrador, mas nem todo administrador é um empreendedor”. São inúmeras hipóteses sobre a análise histórica do empreendedorismo, sua funda- ção, datas de cada acontecimento, pois o empreendedorismo já passou por várias mudanças. Mudanças essas, ressaltadas pelos desafios impostos pelo ambiente tec- nológico atual e a globalização que apresentam, cada vez mais, novos modelos de negócios, de empreendedorismo e de perfil de empreendedores. Um exemplo de site empreendedor atualmente é o TED , que tem o objetivo de abordar histórias sobre todas as áreas da vida. Um dos vídeos que podemos destacar é o Quanto antigo é o empreendedorismo, no qual o em- preendedor David Del Ser traz a perspectiva do primei- ro empreendedor, Cristóvão Colombo. No vídeo, Del Ser conta a saga do explorador que tinha um sonho, mas não recursos, e sendo assim, fez pitches para os reis da épo- ca (investidores) para conseguir o financiamento para o projeto. Após várias tentativas, ele conseguiu um financia- mento de nove anos com a Rainha Elizabeth. Essa apro- vação possibilitou a geração de empregos e tinha a mis- são de descobrir a América para gerar lucros, aumentar as rotas comerciais e, de acordo com o documento Assere- to, ele teria lucros também. Cristóvão teve vários fracassos, mas, como um bom empreendedor, perseverou e hoje está faz parte da história. O empreendedorismo como um movimento de abrangência mundial, chega ao Bra- sil e toma características próprias, como você verá adiante. 17 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 EMPREENDEDORISMO SUMÁRIO 1.1.1 EMPREENDEDORISMO NO BRASIL FIGURA 2 - O CONTEXTO Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018. Todo esse movimento mundial de empreendedorismo começou a tomar forma e a chegar fortemente no Brasil em 1990, principalmente pela atuação do Sebrae (Ser- viço Brasileiro de Apoio a Micro e Pequenas Empresas). Nos anos anteriores, pratica- mente não se falava em empreendedorismo, pois o ambiente político e econômico do país não era favorável. Hoje, o Sebrae é um dos órgãos mais conhecidos do peque- no empresário brasileiro e visa dar todo o apoio possível ao empreendedor, seja de formação técnica, auxílio na abertura de novos negócios, consultoria e vários outros serviços de suporte ao empreendedor. Tais atividades têm sido um dos grandes im- pulsionadores do movimento empreendedor do Brasil, ao ponto da história do em- preendedorismo brasileiro e a do Sebrae se confundirem. Vários frutos desse trabalho de quase três décadas podem ser percebidos, como: 18 EMPREENDEDORISMO FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO 1 – O programa Brasil empreendedor do governo federal, que capacitou mais de 6 milhões de empreendedores no Brasil. Esse programa foi de 1999 a 2002. 2 – Criação do Empretec e jovem empreendedor do Sebrae que já capacitou milhões de empreendedores e continua capacitando dezenas de milhares todos os anos. 3 – Criação da legislação especial ao empreendedor como o Simples Nacional e o Programa Empreendedor Individual, que visam à formalização de negócios no Brasil facilitando os impostos a pequenos empreendedores. 4 – Universidades e o ensino do empreendedorismo, até mesmo no ensino funda- mental em todo o país, têm disseminado uma nova cultura de empreendedorismo. 5 – Crescimento do empreendedorismo social e corporativo no país. 6 – Programas que apoiam o empreendedorismo no Brasil como a Endeavor, a Finan- ciadora de Estudos e Projetos (Finep), fundações de amparo à pesquisa, Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES) entre outros. 7 – Aumento do número de professores universitários com títulos de mestres e dou- tores em empreendedorismo e dedicados ao ensino do mesmo. 8 – O crescimento do número de franquias no Brasil, modelo de negócio padronizado que tem gerado muitos empregos e sucesso para os empreendedores por seguir um modelo já testado e padronizado em outros lugares do mundo. 9 – A questão do planejamento de um negócio já começa a fazer parte da agenda do empreendedor, diminuindo grandemente as chances de erro e insucesso do em- preendimento. 10 - A palavra empreendedorismo já não é mais um substantivo difícil de pronunciar e começa a ser conhecida em todo o país. O relatório Global Entrepreneurship Monitor, elaborado pelo Sebrae, traz dados im- portantes sobre o cenário do empreendedorismo no Brasil. Veja alguns a seguir: 19 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 EMPREENDEDORISMO SUMÁRIO QUADRO 1 - TAXAS1 (EM %) E ESTIMATIVAS2 (EM UNIDADES) DE EMPREENDEDORISMO SEGUNDO O ESTÁGIO DOS EMPREENDIMENTOS - BRASIL - 2017 ESTÁGIO TAXAS ESTIMATIVAS TOTAL DE EMPREENDEDORES Iniciais Novos Nascentes Estabelecidos 36,4 20,3 16,3 4,4 16,5 49.332.360 27.482.078 22.093.966 6.010.858 22.337.649 Fonte: GEM Brasil 2017 1 Percentual da população de 18 a 64 anos. 2 Estimativas calculadas a partir de dados da população brasileira de 18 a 64 anos para o Brasil em 2017: 135,4 milhões. Fonte: IBGE/Di- retoria de Pesquisas. Projeção da populaçãodo Brasil e Unidades da Federação por sexo e idade para o período 2000-2030 (ano 2017) Em paralelo, é importante apontar os dois tipos de empreendedores: • por oportunidade: aqueles que iniciam o próprio negócio por terem percebi- do uma conjuntura favorável ao produto ou serviço que oferece. • por necessidade: aqueles que iniciam o negócio pela falta de opções para ge- ração de ocupação e renda. No Brasil, 59,4% dos empreendedores iniciais empreen- deram por oportunidade e 39,9% por necessidade (GEM, 2017), e essa taxa sofre alterações na medida em que a economia é capaz de gerar empregos ou diminuir a ofer- ta desses. Ressalta-se que o povo brasileiro sempre foi um povo criativo e trabalhador em um país que, embora pos- sua abundância de recursos naturais, destaca-se pela enor- me desigualdade social. Empreender por necessidade também favorece o aumento na taxa de negócios in- formais no Brasil, principalmente pela baixa capacitação de muitos empreendedo- res, o que por si só dificulta o processo de empreender pelo restrito acesso a crédi- to, previdência e outros benefícios possíveis, caso o negócio fosse formal. Portanto, é de extrema importância para o nosso país transacionarmos para um cenário de em- preendedores de oportunidade que possuem uma mínima formalização, planos de crescimento no qual desenvolverão a atividade com maiores chances de sucesso, pois a criação de empresas por si só não leva ao desenvolvimento econômico, a não ser que esses negócios sejam prósperos e gerem empregos e oportunidades no mercado. 20 EMPREENDEDORISMO FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO Nos dias atuais, onde internet nos proporciona muita informação, a chance de acesso ao conhecimento sobre negócios e empreendedorismo é crescente. O Brasil tem um potencial enorme de ser uma das nações mais empreendedoras do mundo. Inclusive possuímos exemplos de negócios brasileiros que são modelos internacionais, como a Boticário e a Polishop, por exemplo. Alguns órgãos de apoio ao empreendedorismo como a Endeavor (ONG internacional de apoio ao empreendedo- rismo) lista o Brasil como um dos países de maior poten- cial empreendedor do mundo e atribui isso à capacidade de adaptação, inovação e perseverança do brasileiro. Além de oportunidades de mercado, o empreendedor necessita ter ou desenvolver habilidades que o favoreçam no mercado para que seu negócio seja um sucesso. Esse será o assunto do nosso próximo tópico. 1.1.2 DESENVOLVIMENTO DE CARACTERÍSTICAS E HABILIDADES EMPREENDEDORAS FIGURA 3 - HABILIDADES Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018. 21 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 EMPREENDEDORISMO SUMÁRIO Uma das perguntas mais comuns hoje em dia é se as pessoas já nascem empreen- dedoras ou se tornam empreendedoras. A resposta é sempre a mesma “elas se tor- nam empreendedoras”. Podemos concordar que alguns possam demonstrar certas características desde criança, mas afirmar que elas já nasceram empreendedoras não faz sentido, com base no que sabemos sobre a complexidade de grupos e pro- cessos sociais. O fato é que o empreendedorismo, em sua maior parte, é um proces- so de desenvolvimento. Empreendedores são formados por uma série de fatores como o ambiente onde cresceram, afeto dos pais, tipo de educação que receberam, necessidades que pas- saram. O que acontece é que, ao longo da experiência de vida de cada um, as situa- ções vivenciadas conduzem as pessoas a tomarem atitudes empreendedoras ou não. Cada indivíduo reage de uma forma. Muitos possíveis bons empreendedores são “mortos” pela síndrome do bom empre- go. O sujeito consegue um excelente emprego e fica durante toda a vida em uma zona de conforto, e essa situação desencoraja muitos que poderiam ser excelentes empreendedores. Outra situação é aquele que foi demitido, pega seus recursos e começa um negócio. Existem diversas razões pelas quais uma pessoa começa a empreender, alguns en- xergam uma oportunidade a ser explorada, outros aproveitam o conhecimento ad- quirido na carreira profissional após a aposentadoria e muitos iniciam um negócio por necessidade financeira, que é algo bem comum no Brasil. A grande questão é que todos os empreendedores possuem características em co- mum. Vamos ver algumas delas como: • Visão, • iniciativa, • capacidade para correr riscos, • capacidade de planejar, • perseverança, • liderança, • autoconfiança. 22 EMPREENDEDORISMO FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO A seguir, o detalhamento de cada característica apontada. Veja! I. Visão – A mais poderosa arma de um empreendedor! FIGURA 4 - VISÃO EMPREENDEDORA Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018. Mesmo que você concorde que o mundo precisa ser transformado e que estamos vivendo dias difíceis, provavelmente considera quase impossível tais mudanças, uma vez que estamos em pleno século XXI e tantas coisas ainda não mudaram. Todavia, quando um empreendedor tem um sonho, ele se torna uma pessoa motivada e com visão e quase tudo pode acontecer! A história nos fornece alguns ensinamentos como Henry Ford (fundador da FORD), no qual disse que tornaria o Ford modelo T acessível à típica família americana. Os estaduni- denses não acreditaram nele, mas apenas cinquenta dias depois ele realmente vendeu milhões de automóveis. Ou- tro caso mais recente é a história de Mark Zuckerberg, que teve a ideia de conectar pessoas em todo o mundo através de uma rede social, e, hoje, o Facebook possui mais de 1 bilhão de usuários em mais de 160 países, gerando cone- xões que antes eram impensáveis. 23 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 EMPREENDEDORISMO SUMÁRIO Esses são apenas dois exemplos, um antigo e um recente, mas quando você ana- lisar a história, verá claramente que empreendedores inspirados podem mudar seus mundos. Visão é o que quero atingir. Essa ideia do futuro é o combustível que motiva o empreendedor todos os dias, é a energia que cria a ação. A visão inspira outros a se juntar ao seu sonho e, como sabe- mos, existem frases famosas de pessoas bem-sucedidas que dizem: • “A melhor maneira de prever o futuro é criá-lo”. – Peter Druker • “Quando você deixa de sonhar, você deixa de viver.” – Malcolm Forbes Dessa forma, a visão é a maior característica de um empreendedor. Ele enxerga além do que está adiante dele e de seu tempo. Não vê as situações como elas estão, mas principalmente como elas podem ser. II. Iniciativa – O empreendedor não espera acontecer, ele faz acontecer! FIGURA 5 - OBJETIVO Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018. 24 EMPREENDEDORISMO FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO Como vimos, o empreendedor começa com uma visão, um sonho inicial, mas não fica apenas nisso. Eles dão um próximo passo, eles tomam iniciativa, eles fazem as coisas acontecerem, eles movem mundos e fundos para realizarem seu sonho, eles sabem que uma visão sem iniciativa representa frustração, por isso eles ignoram as circunstâncias e criam oportunidades, ficam atentos ao mercado da sua ideia e são proativos! III. Capacidade para correr riscos – O medo de falhar não o paralisa! O medo é um sentimento saudável que todo ser humano possui, mas correr riscos para muita gente é algo assustador, terrível e paralisante. Eles possuem aversão a si- tuações que não estão sob o seu controle, já os empreendedores sabem que correr riscos calculados faz parte do negócio. Com as inúmeras informações disponíveis com a internet e outros meios, facilita o cálculo, mas em regra o risco continua existindo, até porque as perguntas sobre a possibilidade de fracassoou se existe algo mais se- guro passam com frequência pela cabeça. Alguns são tão otimistas que perdem a noção do risco que estão correndo. Apesar de arriscar fazer parte do ato empreende- dor, é diferente de correr perigo, pois o empreendedor corre grande perigo quando não possui informação nenhuma; se aventura sem entender os possíveis riscos. En- tretanto, se ele tem informações, pode tomar decisões difíceis com riscos calculados! IV. Capacidade de Planejar – O empreendedor estabelece a rota! FIGURA 6 - O PLANEJAMENTO Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018. 25 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 EMPREENDEDORISMO SUMÁRIO Você precisa saber como se parece a paisagem antes de pintar uma imagem para os outros, você precisa ver o sonho com clareza antes de poder alcançá-lo. No planeja- mento que acontece através do seu plano de negócios, o empreendedor deixa claro o que realmente deseja, seus objetivos e as prioridades. Por exemplo, se você é um arquiteto, não pode começar a construir um projeto até tê-lo terminado. O empreendedor precisa ter uma clareza do fim antes de começar, e isso acontece a partir do trabalho de planejamento, no qual deve ser feito sempre considerando três cenários, um pessimista, um realista e outro otimista. Essa é uma característica dos empreendedores, desenvolver a organização e delegação de tarefas de maneira objetiva, definindo prazos e parâmetros para poder medir e avaliar o seu progresso. O empreendedor vai agindo por etapas e pode se adequar a mudanças do mercado. Em paralelo, acompanha os indicadores financeiros e os considera em cada tomada de decisão. Ter a visão de onde você está e de onde deseja chegar é muito impor- tante, pois prioriza suas ações dentro do negócio, permite que você monitore suas ações, corrija e reveja cada detalhe futuro. Dessa forma, você sempre pode avaliar as melhores alternativas para avançar no plano. V. Perseverança – O empreendedor não desiste fácil! O empreendedor muitas vezes parece alguém teimoso, na verdade ele é perseve- rante. Essa é uma característica marcante nos empreendedores. Eles encaram os obstáculos como impulsionadores que vão aproximá-los do seu sonho. Uns podem não conseguir o que desejam, mas eles sempre possuem uma certeza: “ao olhar para trás, sei que fiz todo o possível e impossível, e, se não aconteceu, era porque não era para acontecer”. O empreendedor não foca com dúvidas em mente do tipo e se eu tivesse feito isso ou aquilo. Ele sempre faz todo o possível. Como a famosa frase de Bill Gates: “Tente uma, duas, três vezes e se possível a quarta, a quinta e quantas ve- zes for necessário, mas não desista na primeira tentativa, pois a persistência é amiga da conquista”. Essas situações de perseverança formam um empreendedor de sucesso, pois o em- preendedor não desiste com facilidade. Ele avalia o erro e tenta novamente, pois essa é uma qualidade que se destaca no mercado! 26 EMPREENDEDORISMO FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO VI. Liderança – Ele influencia outros! FIGURA 7 - LIDERANÇA Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018. Os empreendedores possuem um grande poder de persuasão. Ele influencia outros, ele “vende” o seu sonho, a sua visão, a sua ideia, o seu objetivo para outros e agrega outros ao seu time, pois sabe que sozinho ninguém chega muito longe. A grande maioria sabe que não possui todas as competências necessárias. Sendo assim, ele co- loca pessoas no barco e as lidera, delega funções, apoia, inspira, motiva e extrai resul- tados incríveis das pessoas. O empreendedor sabe que não pode ficar preso ao ope- racional do dia a dia e, por isso, cria um forte time e, como líder, ensina pelo exemplo. VII. Autoconfiança - Ele acredita nele mesmo! FIGURA 8 - SER AUTOCONFIANTE Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018. 27 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 EMPREENDEDORISMO SUMÁRIO Confiar em você muitas vezes, pode soar como uma atitude arrogante e soberba, mas não é por esse lado que o empreendedor tem essa autoconfiança. Ele tem cer- teza do que acredita e não deve se importar com a opinião dos outros. O empreen- dedor sabe diferenciar o medo dos outros do seu medo, por isso ele é autoconfiante. Ele está enxergando como as coisas serão e não como elas estão agora. Claro que ser autoconfiante não é igual a ser o dono da verdade. Um bom empreendedor se cerca de mentores, pessoas de confiança e de experiência em negócios, pessoas que podem abrir seus olhos para uma situação na qual está vivendo, mas, em suma, ele é determinado, mesmo diante de oposições, ele transmite confiança na sua capaci- dade de execução. É obvio que habilidades técnicas e gerenciais são essenciais para o sucesso de um negócio próprio, no entanto essas características e atitudes são inatas de um bom empreendedor, a boa notícia é que elas podem ser desenvolvidas em cada pessoa! O desenvolvimento da capacidade empreendedora é um dos grandes pilares de formação de novos empreendedores. Como já mencionado, empreendedores não nascem prontos. Eles são formados, e uma das formas mais eficazes de formar uma capacidade empreendedora é através de um PDI - Plano de Desenvolvimento Indivi- dual. No PDI, existem áreas da vida do empreendedor, no qual ele estabelece metas de crescimento através de um plano de ação. FIGURA 9 - CONSTRUINDO PDI ÁREAS METAS PRAZO A MINHA PARTE Saúde - Perder 3kg. - Fazer exercícios 2 vezes por semana. - Alimentação adequada. Até 31/12/2017 Ir ao nutricionista, seguir o plano alimentar estipulado, iniciar ativi- dade física, estabelecer horário para exercícios, etc. Profissio- nal - Ler livros sobre nego- ciação. - Dominar o Excel. - Falar outra língua. Até 31/12/2017 Estabelecer os livros que desejo ler, entrar em um curso sobre Excel, dedicar x horas por semana para a construção de planilhas, estudar ou- tro idioma x vezes por semana, e etc. Social - Participar de confrater- nizações. - Participar de grupos de network. - Fazer novas amizades. Até 31/12/2017 Confirmar presença nos eventos, bus- car grupos de network empresarial, estabelecer conexões com as pessoas e etc. Fonte: Elaborada pelo autor. 28 EMPREENDEDORISMO FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO O PDI pode ser feito em várias áreas da nossa vida. Trata-se de um plano de cresci- mento contínuo que precisa ser revisado de forma sistemática, dentro dos padrões estabelecidos, sejam esses mensais, bimestrais, trimestrais, semestrais ou anuais. PDIs muito longos não são recomendados, pois as coisas se perdem no tempo. Além disso, é interessante você monitorar o crescimento e celebrar os pequenos avanços. O ideal é que haja metas semestrais para diversas áreas da sua vida. A materialização dos seus sonhos e planos de crescimento ocorrerá através da sua rotina, o que você faz dia após dia é um dos fatores determinantes para o sucesso. Como somos seres de hábitos, desenvolver os saudáveis faz parte da vida de um bom empreendedor. Essa rotina e hábitos são construídos através da agenda do empreen- dedor. Como dizia Aristóteles: “somos o que fazemos repetidamente”. A ideia é criar- mos um ciclo virtuoso em nossas vidas que equilibre trabalho, família, saúde física e espiritual, pois essas áreas em equilíbrio geram extrema produtividade. Sugestão de agenda: liste todos os seus horários de todos os dias da semana, o que permite perceber várias oportu- nidades em aberto. Um excelente empreendedor não perde tempo. Ele sempre potencializa seu tempo, pois sabe que o tempo não para, e como o lema americano, “time is money” (tempo é dinheiro). Seguem algumas sugestões que contribuem para odesenvolvimento da capacidade empreendedora: • Sempre estabeleça metas e objetivos para cada área da sua vida. • Brinque de planejar. • Divirta-se executando o processo. A jornada é o segredo do sucesso. • Pense em alternativas e suas consequências para as decisões simples. • Sempre fique atento para estabelecer Network. • Tenha inciativa para coisas chatas e simples. Envolva-se! • Atualize-se de informações relevantes para o seu negócio. 29 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 EMPREENDEDORISMO SUMÁRIO • Leia bons livros, pelo menos um artigo técnico por mês. • Estabeleça perspectivas de cenários de mercado. • Busque desafios. • Elogie os outros sempre que estes merecerem. • Invista em ações profissionais, como: fazer bons cursos, faculdade, pós-gradua- ção e mestrado. • Sempre se pergunte se você ainda está em sua zona de conforto. • Seja voluntário por um período. Servir a uma causa aumenta o nosso senso de propósito. Diante dessas dicas, cabe a você ser o empreendedor da sua vida. A maior empresa da face da Terra é você. Uma empresa é apenas a representação de uma ou mais pessoas. Sendo assim, pessoas são o grande sucesso de qualquer empresa e, acima de tudo, você é uma pessoa. Quanto mais pleno, feliz, capacitado, instruído, prepara- do, inspirado e motivado, você irá gerar grandes realizações para a construção de um mundo melhor! CONCLUSÃO Como você viu nesta unidade, são inúmeras as hipóteses sobre a análise histórica do empreendedorismo, sua fundação, suas bases e as diferentes perspectivas refe- rentes ao campo, mas sabemos que o empreendedorismo acontece desde a cria- ção do mundo. No Brasil, esse movimento começou a tomar forma na década de 90, tendo como marco a atuação do Sebrae - Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequenas Empresas. O contexto faz toda a diferença para o empreendedorismo, pois empreendedores não nascem prontos. Eles são formados por uma série de fatores, como: o ambiente onde cresceram, tipo de educação que receberam, necessidades O processo do empreendedorismo envolve, portanto, entre outras coisas, reconheci- mento de oportunidades, design e implementação de projetos, inovação, gerencia- mento de riscos e valor agregado e diferencial competitivo. Todo esse processo não é 30 EMPREENDEDORISMO FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO restrito a empresas. Você também pode ser empreendedor de sua própria carreira, e assim todos esses conceitos aqui trabalhados podem ser aplicados no seu cotidiano. Isso implica preparo acadêmico, profissional, habilidades sociais e gerenciamento de tempo. O plano de crescimento que você tem acontecerá através desse preparo. Esse plane- jamento que é o caminho para seu sucesso, seja ele voltado para uma empresa e/ou para sua carreira. E como nós, seres humanos, somos seres de hábitos, é imprescindí- vel cultivar todos dias ações em prol do empreendedorismo. 31 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 EMPREENDEDORISMO SUMÁRIO OBJETIVO Ao final desta unidade, esperamos que você: > Apontar as características empreendedoras dentro das organizações como diferencial de competitividade. > Identificar os diferenciais de uma gestão com viés empreendedor. > Discutir a inovação a partir da perspectiva da cadeia de valor. > Examinar a inovação como fator de promoção da competitividade. > Definir a importância do planejamento tecnológico. UNIDADE 2 32 EMPREENDEDORISMO FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO 2 EMPREENDEDORISMO E INOVAÇÃO Uma das modalidades do empreendedorismo importantes de conhecer é o conceito de intraempreendedorismo, condicionada por aspectos, como cultura organizacio- nal, perfil dos funcionários e liderança. É uma importante ferramenta para a inovação e criação de novas ideias dentro das organizações. O intraempreendedorismo é aliado a outros aspectos da gestão que transformam as organizações em locais mais agradáveis para trabalhar, tais como a gestão do conhe- cimento, remuneração variável e gestão da inovação. A inovação, por sua vez, se tornou a palavra preferida no meio empresarial recen- temente. Inovação não é invenção ou somente criatividade. Inovação necessita co- nhecer um fim prático no mercado e, assim, auxiliar as organizações a se manterem competitivas. Nesta unidade, serão abordados os conceitos de inovação, bem como seu desenvolvi- mento, que inclui o planejamento dentro das organizações. Bons estudos! INTRODUÇÃO Como visto, o empreendedorismo pode ser a opção de indivíduos que se veem sem oportunidades de trabalho e decidem abrir o próprio negócio. Nesta unidade, serão tratados os processos de empreendedorismo que ocorrem dentro das empresas que podem levar ao desenvolvimento de novas tecnologias, novos produtos ou apenas de técnicas administrativas. No entanto, para que o intraempreendedorismo seja possí- vel, é necessária a criação de uma cultura de inovação dentro das organizações, de modo a permitir que as ideias novas tomem forma e sejam, de fato, inovações. A inovação não é o mesmo que invenção. Também não é só uma ideia muito boa. Deve ser uma ideia que atende às expectativas de mercado e ser viável do ponto de vista econômico. Como dito por Geoff Nicholson, pai do post-it, “inovação é transformar 33 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 EMPREENDEDORISMO SUMÁRIO conhecimento em dinheiro”. A inovação depende de criatividade e de um ambiente que necessite da solução proposta, e esse ambiente pode ser o mercado ou mesmo a própria organização. A tecnologia também é suporte para a maioria das mudanças sociais. Assim, a abor- dagem da mesma é fundamento para o entendimento do ambiente de mudança. Bons estudos e vamos lá! 2.1 EMPREENDEDORISMO E INOVAÇÃO 2.1.1 O INTRAEMPREENDEDORISMO FIGURA 10 - EMPREENDER Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018. A cultura é um dos mais importantes aspectos de um negócio. E ela deve ser cons- truída dia após dia em uma organização. 34 EMPREENDEDORISMO FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO De acordo com Edward Tylor, cultura é: Todo complexo que inclui conhecimentos, crenças, arte, moral, leis, costumes ou qualquer outra capacidades ou hábitos adquiridos pelo homem como membro de uma sociedade (TYLOR apud LARAIA, 2009, p. 25). Dentro de uma organização não é diferente. As empresas possuem hábitos, crenças, morais, leis, jeitos e costumes intrínsecos, que geralmente são disseminados pelos fundadores e seus executivos aos seus colaboradores, instituindo o que se chama de “cultura da empresa”. É interessante o termo “regras não escritas”, que nomeia as regras que acontecem normalmente no cotidiano, apesar de não estarem escritas em lugar algum da orga- nização. Na cultura organizacional, essas regras não escritas acontecem, como conti- nuar trabalhando depois do horário de trabalho, café coletivo em determinado horá- rio e conversa matinal da equipe. Dentro das organizações, já se fala sobre o conceito de intraempreendedorismo. Intraempreendedorismo é o processo de empreender dentro de uma organização e atualmente é cada vez mais comum nas organizações. Dessa forma, as empre- sas estão dando todo o apoio possível para a implemen- tação dessa cultura. O processo do intraempreendedorismo, assim como no empreendedorismo, envolve: • reconhecimento de oportunidades; • design e implementação de projetos; • inovação; • gerenciamento de riscos; • valor agregado e diferencial competitivo. 35 FACULDADE CAPIXABADA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 EMPREENDEDORISMO SUMÁRIO Esse tipo de colaborador, que empreende, está em alta e vem se tornando o alvo dos processos de recrutamento e seleção para ocupar vagas importantes na organização. No entanto, o processo de intraempreendedorismo não depende apenas do funcio- nário, visto que grande parte do sucesso da implementação dessa cultura depende da organização. Muitas organizações se dizem intraempreendedoras, mas sabe-se que do discurso para a prática existe uma longa estrada. Todo o processo de uma cultura intraempreendedora precisa ser bem trabalhada para evitar desgastes entre as partes, bem com as regras de recompensa precisam ser muito claras, o que infelizmente não é adotado em muitas organizações. Desenvolver uma cultura intraempreendedora é uma tendência global. As empresas já estão distribuindo di- videndos, ações, benefícios e dando uma série de flexi- bilidades aos seus colaboradores, tudo com o enfoque de incentivar o intraempreendedorismo. A adesão a esse processo auxilia a competitividade e a inovação, garan- tindo, assim, longevidade à organização. Para ilustrar esses mecanismos que podem ser adotados pelas organizações para a busca de um ambiente propício ao desenvolvimento de intraempreendedores, Dor- nelas (2003) estabelece um quadro auxiliar: - a empresa deve ter uma visão empreendedora claramente definida e refor- çada constantemente; - deve haver um sistema de recompensas e reconhecimento aos funcioná- rios, incluindo participação nos resultados, stock options (opção de compra de ações da empresa), etc.; - incentivar a melhoria de performance, assumindo riscos calculados, sem pe- nalidades ou punições por falhas (a menos que sejam repetidas); - reduzir os níveis hierárquicos e as segmentações de unidades organizacio- nais; - possuir pequenas unidades organizacionais com equipes multifuncionais; - estabelecer papéis variados às pessoas, encorajar/estimular a iniciativa e a experimentação; - possibilitar altos níveis de empowerment; - possibilitar acesso irrestrito à informação; - implementar fundos corporativos para investimento nos novos negócios; - trazer para dentro da empresa (em todos os níveis) a voz do consumidor. 36 EMPREENDEDORISMO FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO Porém, a alta administração precisa estar disposta a enfrentar esse novo paradigma, abrindo mão da sua rigidez e conservadorismo nos processos de tomada de decisão. Os colaboradores vão opinar como “donos” e isso precisa ser levado em conta, precisa ser verdade, e não um mero procedimento. A ideia é que os “chefes” sejam cercados de profissionais melhores do que eles, enxergando os intraempreendedores como um artigo de luxo para a empresa. O intraempreendedorismo também é conhecido no Brasil como empreendedorismo corporativo, sendo visto como a “solução” para a inovação, pois possibilita a oportunidade dos colaboradores de cada área da em- presa de fato empreenderem. A construção dessa cultu- ra é um processo, e processos nunca são tão rápidos, eles exigem tempo e padrões de repetição. Para que o empreendedorismo corporativo possa se desenvolver, um dos principais fatores é um ambiente favorável, em que os profissionais envolvidos tenham auto- nomia e flexibilidade para avaliarem oportunidades, sugerirem e implementarem suas ideias. Um dos maiores desafios é a desburocratização. A grande maioria das empresas é burocrática e com sistemas centralizadores. Por isso, gerar essa transição é algo doloroso, que não acontece de forma rápida. Deve-se tomar ações intencionais de implementação. Tais ações devem refletir a mudança desejada e ser capazes de operar essas mudanças, ou seja, não podem ser apenas paliativas. A estrutura burocrática é caracterizada por uma forte hierarquia organizacional: processos definidos; chefes pré-estabelecidos. cargos bem definidos; Para que seja implementada essa cultura intraempreendedora, o modelo tradicional precisa ser adaptado e transformado. Os níveis hierárquicos devem ser reduzidos. Também conceder autonomia aos colaboradores, criar processos de inovação e até mesmo a dar a possibilidade de ócio criativo. A estrutura burocrática limita o poten- cial humano e é uma enorme barreira para o empreendedorismo corporativo. 37 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 EMPREENDEDORISMO SUMÁRIO O empreendedorismo envolve criar, arriscar, planejar e executar. O intraempreende- dorismo possibilita essas oportunidades, e as organizações precisam desesperada- mente inovar e se reinventar dia após dia no contexto global. Isso é puro empreen- dedorismo. O conceito não pode ficar limitado apenas à criação de produtos. Precisa ser vivido em todos os níveis da empresa, gerar valor interno e, consequentemente, valor exter- no para os seus clientes e acionistas. Nesse modelo, não existe mais espaço para em- presas horizontais e departamentais, mas sim verticais, que operam como uma única equipe. A visão precisa ser sistêmica, e não apenas de uma área, pois o que qualquer um faz na organização afeta a entrega de cada colaborador. As empresas verticalizadas diferem das horizontais de- vido aos seguintes pontos principais: possuem menos departamentos, setores e divisões; a comunicação é feita do topo para a base e vice-versa; as decisões são mais rápidas. O Google, empresa norte-americana e muito conhecida em todo o mundo, tem uma política de intraempreen- dedorismo bem interessante. Cada trabalhador do Goo- gle tem 20% do seu tempo diário livre para ócio criativo ou um dia inteiro da semana para projetos pessoais ou projetos que ele possa aplicar na empresa. Um dos mais significativos resultados com essa iniciativa foi a criação do Gmail. Para saber mais sobre o caso, você pode assistir ao vídeo “O jeito Google de trabalhar – Caso Gmail”, dis- ponível na Internet. 38 EMPREENDEDORISMO FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO Para saber um pouco mais sobre o tema e importância do intraempreendedorismo e inovação, você pode ler a entrevista ao blog Huma, da LG, intitulada “Intraem- preendedorismo: a inovação pode estar dentro de casa”, do gerente de vendas Flávio Valiati. A construção da cultura intraempreendedora é um processo lento, acontece dia após dia, mas que poderá trazer benefícios incalculáveis para o atual contexto competitivo. 2.1.2 GESTÃO EMPREENDEDORA FIGURA 11 - GESTÃO Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018. As constantes transformações globais exigem mudanças, adaptações e inovação, vi- vemos o que alguns estudiosos chamam de a “era da informação”. Se há algumas 39 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 EMPREENDEDORISMO SUMÁRIO décadas a informação era algo precioso e de difícil acesso, hoje ela continua precio- sa, mas de fácil acesso. Aliás, hoje temos informações em excesso, o que exige uma inteligência de mercado para saber coletar e filtrar as relevantes para que sirvam no auxílio na tomada de decisão. Diante desse contexto, faz-se necessário que as orga- nizações possuam gestão empreendedora, na qual se destacam empresas com alta capacidade de inovação, aprendizagem, foco em relacionamentos duradouros entre indivíduos e equipes e abertura para mudanças na sua cultura organizacional. Historicamente, padrões rígidos não resistem às mudanças, mas os flexíveis se adap- tam e sobrevivem. Essa situação estabelece um novo padrão de trabalho em que o ambiente empresarial tem mais liberdade em meio a mercados rígidos. A gestão empreendedora diz respeito às mudanças que são estruturadas de formarápida. Listados a seguir, estão alguns dos princípios que norteiam uma gestão empreende- dora: 1. cultura de liderança; 2. intraempreendedorismo; 3. gestão por competências; 4. gestão do conhecimento; 5. inovação; 6. tecnologia e informação; 7. remuneração variável. Em sequência, apresentam-se as características e demandas para um gerenciamen- to empreendedor. 40 EMPREENDEDORISMO FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO 2.1.2.1 CULTURA DE LIDERANÇA FIGURA 12 - O LÍDER Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018. Uma gestão empreendedora envolve uma cultura de liderança, isso diz respeito, principalmente, a um trabalho de formação de liderança contínua, em que os chefes estão preocupados em desenvolver equipes brilhantes, bem como ter colaboradores melhores do que eles em cada área da empresa. Os líderes empreendedores visam formar tomadores de decisões e, para isso, dele- gam, acompanham e apoiam os potenciais em formação. Esse tipo de organização está olhando para o futuro e para novas possibilidades de mercado. A AmBev possui uma forte cultura de formação de líde- res e gestores. Em cada novo empreendimento, já pos- suem líderes prontos para assumir cargos de executivos. 41 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 EMPREENDEDORISMO SUMÁRIO 2.1.2.2 GESTÃO POR COMPETÊNCIAS FIGURA 13 - COMPETÊNCIAS Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018. Gestão por competências é modo de gerir a organização por meio das capacidades técnicas e comportamentais de cada colaborador. Cada gestor pode colocar alguém da equipe em situação de líder por competência do colaborador. Dessa forma, existe um processo de alternância de liderança, dependendo da situação, com o enfoque de gerar resultados. Uma das consequências desse processo é a geração de uma equipe de alto rendi- mento. Um dos pilares para manter essa estratégia é o desenvolvimento contínuo. Para isso, a organização precisa investir em treinamento e desenvolvimento dos co- laboradores. O ciclo básico de uma gestão por competência pode ser resumido em quatro fases: • mapeamento das competências dos colaboradores; • avaliação do nível de proficiência dessas competências; • desenvolvimento contínuo ou aprimoramento; • monitoramento. 42 EMPREENDEDORISMO FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO Um exemplo de empresa que faz isso muito bem é a Ma- gazine Luiza, que implementou uma série de procedi- mentos, que incluem padronização da linguagem, pes- quisas de clima organizacional, ações para integração e melhoria de relacionamento interpessoal, saída do foco no produto para o foco no cliente e como o colaborador participa nesse ciclo de vendas. A empresa vem colecio- nando prêmios nos últimos anos como um dos melhores lugares do Brasil para se trabalhar. 2.1.2.3 GESTÃO DO CONHECIMENTO FIGURA 14 - O CONHECIMENTO Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018. 43 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 EMPREENDEDORISMO SUMÁRIO A gestão do conhecimento vem se tornando algo indispensável nas organizações. Nos últimos anos, muitos mercados estão passando por altos índices de rotatividade dos funcionários. E uma das formas de minimizar esse impacto é possuindo uma forte área de gestão do conhecimento. Todo o conhecimento existente na empresa pertence a ela, logo ele é estruturado e disponibilizado para os colaboradores novos e antigos, provocando uma cadeia de geração de valor contínuo para os colaboradores. Para que a gestão aconteça de forma plena, é muito importante a geração de dados, conhecimento e informação. Por meio de algoritmos, os sites de busca usam o conhe- cimento de nossos hábitos de procura e interesse para ofertas on-line. Este é um exemplo atual de gestão do conhecimento. Observe a figura a seguir: FIGURA 15 - ÁREAS DEFINIDAS PARA A GESTÃO DO CONHECIMENTO Fonte: MERTINS; HEISIG; VORBEK, 2003. 44 EMPREENDEDORISMO FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO O Grupo Globo criou o “Projeto Memória da Produção”, que, além de preservar todo o conhecimento em pesqui- sa e produções acumulado desde a criação da TV Globo, permite que seus colaboradores acessem esses arquivos como referência para a criação de produções sem preci- sar iniciá-las do zero. Vale ressaltar que toda a coleta de informações precisa ser estruturada e canalizada para o aprendizado. Uma das organizações mais famosas no mundo sobre sua gestão de conhecimento, e não só sua geração, mas sua aplicabilidade, é a 3M. A empresa possui até livro de in- formações para seus fornecedores, que contém uma sé- rie de respostas às mais diversas dúvidas que possam ter sobre o funcionamento da 3M. 2.1.2.4 INOVAÇÃO FIGURA 16 - A INOVAÇÃO Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018. 45 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 EMPREENDEDORISMO SUMÁRIO A inovação vem se tornando indispensável no contexto atual de mercado. É uma geração de valor que produz lucro financeiro ou redução de custo operacional por meio dos produtos e serviços de uma empresa ou das suas melhorias e otimizações de processos internos. Um exemplo de empresa inovadora é a Uber, visto que hoje é considerada uma das empresas mais valiosas do mundo. Veja a lista das empresas mais inovadoras do mundo ela- borada pela Fast Company em 2017: 1º - Amazon: por oferecer mais, de forma inteligente e eficiente; 2º - Goo- gle: por desenvolver uma memória fotográfica; 3º - Uber: por acelerar a direção autônoma; 4º - Apple; 5ª - Snap. 2.1.2.5 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Se há algumas décadas tínhamos poucas informações disponíveis, hoje a temos em excesso. Para que o foco seja informação de qualidade, são necessários filtros e siste- matizações tecnológicas. Essa área também, conhecida pela sigla TI (Tecnologia da Informação), produz, transmite, cede, armazena e usa diversas informações por meio da computação. A Dextra, empresa brasileira de desenvolvimento de soft- wares personalizados, vem se destacando no cenário na- cional. 46 EMPREENDEDORISMO FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO 2.1.2.6 REMUNERAÇÃO VARIÁVEL Por todo o contexto empreendedor envolvido, é sabido que um empreendedor, prin- cipalmente no começo de carreira, possui uma renda muito variável. Tal postura está sendo repassada aos colaboradores e vem sendo muito bem aceita. A remuneração variável diz respeito a uma remuneração ligada ao desempenho do colaborador, geralmente den- tro de uma meta estipulada pela empresa. Algumas empresas vêm se destacando pelos seus modelos de remuneração variável, os quais têm atraído colaboradores que preferem ser remunerados pela performan- ce. Esta tem sido também uma estratégia para engajar os colaboradores. A Embraer é um bom exemplo de remuneração variável, tornando-se uma referência nesse sistema. Por meio desses princípios, percebe-se que a gestão empreendedora vem se tornan- do um fator de extrema competitividade. Sendo assim, as empresas precisam ser rápidas em se adaptar às mudanças no atual mercado globalizado e competitivo, en- tendendo a importância dos princípios que podem e devem aplicados, afinal podem ser adaptados de diferentes formas e contextos. A agilidade na atuação em um mercado mais competitivo pode depender de inova- ções. 47 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 EMPREENDEDORISMO SUMÁRIO 2.1.3 INOVAÇÃO Essa palavra tem sido mais usada no meio empresarial,mas o que de fato é uma inovação? O que ela representa em uma organização? Como ela ajuda o processo de competitividade? De fato, a inovação é a resposta para um mundo corporativo cada vez mais competiti- vo e complexo. Deve-se ter em mente que inovação não é invenção nem criatividade, mas uma fonte de crescimento contínuo para a geração de valor e aumento de com- petitividade. Em outras palavras, a inovação precisa ir para o mercado, caso contrário ela pode ser apenas uma invenção ou descoberta. Para que você entenda melhor as diferenças de cada um, seguem exemplos e suas explicações: • Descoberta: fato científico que precisa ser validado socialmente, como a des- coberta de que existe sal na água do mar. É algo novo que gera conhecimento. • Invenção: algo construído, como a bicicleta, o avião (ex.: 14-bis, de Santos Du- mont), ou seja, algo novo, mas que gera um protótipo. Santos Dumont não criou uma indústria, mas a sua invenção possibilitou a criação de uma, e essa sim pode inovar. A inovação precisa gerar mercado e atingir o consumidor, ou seja, a inovação está ligada a um conceito econômico. Um exemplo simples é o pão de queijo, que, por muitos anos, era comercializado somente após algumas horas depois de pronto. Mas conseguiram inovar o seu processo e criaram o pão de queijo congelado. Assim, po- demos prepará-lo quando quisermos. 48 EMPREENDEDORISMO FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO Vivemos em tempos em que inovar não é mais uma escolha, e sim uma questão de sobrevivência. Para que qualquer processo ou produto tenha o cunho inovador, ele precisa ser implementado, ou seja, se for um produto, precisa ser introduzido no mercado e apresentar suces- so por meio de resultados econômicos. Caso seja uma inovação de um processo, o mesmo deve ser também implementado, gerando resultados econômicos ou de aumento de produtividade. Uma empresa inova para se manter competitiva, para aproveitar as oportunidades de mercado ou para crescer. Para ajudar a esclarecer, será apresentado o conceito de quatro tipos de inovação: 1. inovação de um produto; 2. inovação de um processo; 3. inovação de marketing; 4. inovação organizacional. Entenda como cada um é conceituado separadamente. A inovação de um produto consiste em fazer algo novo, diferente em relação a um produto já existente, seja com a mudança do seu design, da sua composição e até mesmo de suas características funcionais. 49 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 EMPREENDEDORISMO SUMÁRIO Os celulares, por exemplo, em meados dos anos 1990 eram os chamados “tijolões”, grandes e com poucas fun- ções, basicamente só realizavam e recebiam chamadas. Hoje em dia, vivemos a inovação tecnológica desse pro- duto com os “smartphones”, que são os celulares inteli- gentes. Eles não se limitam a fazer chamadas, possuem uma série de tecnologias embutidas, como câmeras digitais. São finos, leves, resistentes à água e tombos. O avanço tecnológico desse produto é incrível e é um resul- tado prático de um processo de inovação contínua. A inovação de um processo diz respeito à mudança na produção de um produto. O produto continua sendo produzido, mas a forma como ele é produzido sofre al- terações. Geralmente, essa inovação traz mudanças quanto à economia de tempo e recursos. A indústria automobilística era extremamente manual, mas a cada ano vem se trans- formando em uma indústria mais tecnológica e inovadora. Hoje as fábricas são basi- camente montadoras automatizadas por meio de robôs. FIGURA 17 - MONTADORA Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018. 50 EMPREENDEDORISMO FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO A inovação de marketing é uma forma como a empresa se comunica com seus clien- tes. Vem mudando ano após ano e, como todo o avanço tecnológico, os meios de comunicação e os canais de venda, como publicidade e propaganda, passaram por grandes transformações. Assim, as inovações na área de marketing visam a um me- lhor atendimento do cliente, criando uma conexão de relacionamentos duradouros com o enfoque de não apenas aumentar as suas vendas, mas também de fidelizar os clientes. As vendas se tornaram vendas de valor agregado e, nesse aspecto, destaca-se a nova tendência de utilização dos canais digitais junto com os tradicionais. Os canais digi- tais estão se inovando a cada dia com o processo de inbound marketing. O inbound é um processo de venda que alimenta, por meio de passos estruturados, o interesse do cliente. Nes- se processo, é possível determinar os níveis de interesses dos clientes, aumentando, assim, o número de vendas efetivas. Dessa forma, os especialistas classificam os ca- nais antigos ou tradicionais como “outbound marketing”. FIGURA 18 - INBOUND MARKETING X OUTBOUND MARKETING Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018. 51 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 EMPREENDEDORISMO SUMÁRIO A inovação organizacional muitas vezes está ligada ao conceito de uma gestão em- preendedora, que visa melhorias da empresa como um todo, mas focando em redu- zir custos operacionais e aumentar a produtividade em todos os setores. Geralmente, essa inovação envolve a implementação de estruturas organizacionais orgânicas, uma vez que podem ser mudadas rapidamente e se adaptarem a diversas situações. Adriano Proença (2015) elenca os seguintes exemplos: • sistemas de produção enxutos; • sistemas de gerenciamento de qualidade; • estabelecimento de redes de parcerias externas em áreas estratégicas, em que é interessante a busca da colaboração externa via clientes, fornecedores, centros de excelência, universidades, etc.; • práticas para melhorar o compartilhamento das informações e do conheci- mento da empresa, garantindo o acesso no grau adequado a cada pessoa; • práticas de contínua autoavaliação na empresa, com base em referências ex- ternas, como bancos de melhores práticas e de indicadores de benchmarking; • práticas para a permanente capacitação dos empregados e otimização de sua carreira na empresa, como sistemas de educação, treinamento, capacitação tecnológica, participação em resultados, planos de carreira e pós-carreira; • sistemas de gerenciamento da cadeia de fornecedores; • reengenharia de processos de negócio, entre outras práticas. Essas práticas, adotadas de forma intencional, podem gerar grandes resultados para uma organização, já que quando vemos uma empresa inovadora, sabemos que é o resultado de um grande trabalho interno. As organizações estão vivendo a mudança do paradigma ao deixarem o tradicionalismo e se adaptarem ao sistema de inovação. A inovação consiste, então, em uma poderosa arma de criação de valor. Ela gera o que chamamos de vantagem competitiva, uma melhoria em relação aos seus con- correntes. Mas, para potencializar esse processo, a empresa precisa ter seu próprio sis- tema de inovação. Devem ser próprios porque o que aprendemos são princípios, já a aplicabilidade de uma organização para outra é completamente diferente. Entender isso é extremamente importante. 52 EMPREENDEDORISMO FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO É necessário considerar as diferenças culturais e do mer- cado no qual a empresa atua, pois esses sistemas de ino- vação dependem de um alinhamento estratégico muito bem definido, além de uma análise atual da empresa de uma forma clara. Às vezes, pode-se ter uma visão errada das situações, por isso é muito importante ter um diagnóstico inicial muito bem elaborado para que seja traçado o plano de ino- vação. Após esse levantamento, o próximo passo éa criação do núcleo de inovação. 2.1.4 CRIAÇÃO DE UM NÚCLEO DE INOVAÇÃO A criação de um núcleo de inovação se faz necessária para que todos os processos relativos à inovação estejam organizados e controlados, de forma a distribuir tarefas e gerar a participação de todos. Esse núcleo deverá se reunir em prazos pré-definidos. Sugere-se que, inicialmente, eles sejam mensais e incor- porados naturalmente na organização, até se tornarem semanais e, finalmente, fazerem parte da rotina diária da empresa. O número de integrantes varia de acordo com porte da empresa, inicialmente tam- bém se recomenda a participação dos sócios e de um dos diretores com outros co- laboradores da empresa. É importante frisar que a formação desse núcleo não exclui os outros colaboradores desse processo inovador. Pelo contrário, os colaboradores possuem um papel fundamental em tarefas relacionadas à inteligência competitiva, tais como pesquisas e discussões, além de sessões de geração de ideias. Resumidamente, são atribuídas ao núcleo de inovação as seguintes funções: 53 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 EMPREENDEDORISMO SUMÁRIO FIGURA 19 - ATRIBUIÇÕES DO NÚCLEO DE INOVAÇÃO Monitoramento de informações Promoção da disseminação e discussão das informações Análise e priorização de ideias Busca por parcerias de fomento à inovação Gerenciamento de projetos de Inovação Coleta e análise de indicadores Núcleo de inovação Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018. Veja a seguir a apresentação de cada atribuição presente no núcleo de inovação. • Monitoramento de informações: consiste na busca de informações relevantes para que a empresa possa realizar a inovação a partir de um entendimento desejável de todos os seus stakeholders (partes interessadas no negócio). Se- gue um modelo de fontes de informação: > clientes; > colaboradores; > ventos da área; > revistas e jornais; > fornecedores; 54 EMPREENDEDORISMO FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO > gerentes; > newsletters; > publicações do setor; > relatórios anuais de concorrentes e/ou players; > websites; > associações cooperativas e afins. • Disseminação e promoção da discussão de informações: a segunda função do núcleo trata justamente do aproveitamento das informações que forem monitoradas e, portanto, também fazem parte do conceito de inteligência competitiva. Uma cultura de participação dos colaboradores é obrigatória a qualquer empresa que queira inovar. Essa participação é uma ótima manei- ra de gerar ideias e analisar variados aspectos sob pontos de vista diferentes. Como já mencionado, a discussão das informações e ideias não deve se res- tringir apenas àqueles componentes do núcleo. • Analisar e priorizar ideias: após coletadas e disseminadas, é hora de priorizar as ideias, é o momento da tomada de decisão sobre quais caminhos a inovação da empresa vai trilhar e quais deverão ser as escolhas inovadoras. Apesar da dis- cussão com os colaboradores, a decisão final pertence ao núcleo de inovação. • Busca por parcerias e fomento à inovação: possuir um círculo de parceiros é de extrema importância para o processo de inovação, e por ser uma tarefa de pesquisa, análise e decisão de nível estratégico, delega-se essa prospecção e suas respectivas ações ao núcleo de inovação. • Gerenciamento de projetos de inovação: cada empresa determina a sua me- todologia prática para verificar se seus recursos estão sendo bem emprega- dos, assegurando, assim, o bom andamento das etapas planejadas. Uma das metodologias mais práticas e aplicáveis na atualidade é o Stage-Gates, que estratifica um passo a passo da descoberta ao lançamento. 55 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 EMPREENDEDORISMO SUMÁRIO FIGURA 20 - OS STAGE-GATES Fonte: COOPER, 2018, apud HOFFMAN, CARVALHO, CASTRO, 2016. • Coleta e análise de indicadores: uma empresa voltada para a inovação precisa ter processos internos desenhados para esse fim. Os indicadores de inovação são importantes aliados da empresa para a avaliação, pois eles nos permitem verificar se a cultura inovadora que desejamos implementar está rendendo os frutos imaginados. FIGURA 21 - MODELOS DE INDICADORES Entrada Percentual de colaboradores envolvidos no processo de inovação Número de relatórios básicos de coleta desenvolvidos Número de ideias geradas informalmente Número de ideias inovadoras geradas a partir do processo formal Processo Índice de desistência de projetos inovadores Índice de atraso no cronograma dos projetos Saída Número de inovações desenvolvidas Taxa de aprovação das inovações pelos clientes Retorno sobre os investimentos das inovações Fonte: Elaborado pelo autor, 2018. Como visto, o processo de criação de núcleos de inovação passa por várias etapas, que são importantes para o sucesso dos projetos. A seguir, serão apresentadas as ca- racterísticas de um planejamento tecnológico alinhado à gestão de inovação. 56 EMPREENDEDORISMO FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO 2.1.5 PLANEJAMENTO TECNOLÓGICO E GESTÃO DA INOVAÇÃO Planejar e gerir, essas palavras são chaves para o sucesso de uma organização. Pla- nejar diz respeito a prever, se antecipar, pensar em alternativas e estabelecer meios prévios. Uma visão estratégica é o ponto de partida para uma organização saudável. A visão e, consequentemente, seu plano, é fruto da criatividade de seus fundadores. Isso não é uma tarefa fácil, pois não existem fórmulas de sucesso prontas, existem sim muito trabalho, esforço, disciplina e aprendizado, os quais, de forma sinérgica, podem gerar sucesso. O ambiente de mercado atual apresenta-se inseguro, instável, volátil e passando por constantes transformações. De outro ponto de vista, o ambien- te interno das organizações também está se modificando bastante, se adaptando a todas essas mudanças e transformações mercadológicas. Nesse contexto, o planejamento tecnológico é um processo sistematizado de várias atividades, no qual sua aplicabilidade vai variar no mercado de atuação da organiza- ção, no enfoque dos seus objetivos e metas estratégicas de tecnologia em questão. O conceito é criar, sustentar e aumentar a vantagem competitiva da empresa, de forma que se adapte rapidamente a mudanças. O planejamento tecnológico é baseado em três pilares: 1. Identificação das oportunidades: após um diagnóstico inicial, as organizações analisam e entendem o seu contexto tecnológico e avaliam as oportunidades viáveis ao seu momento atual para traçar o seu plano de ação. 2. Internalização da tecnologia: é um processo, que não é rápido nem lento, mas na medida necessária. A organização já está fluindo e algo novo é acrescentan- do a seu dia a dia. Os exemplos mais comuns são as fases de adaptações aos novos softwares de gestão, alguns levam até um ano para serem plenos nas organizações. 3. Avaliação: após a implantação, é preciso ter uma avaliação real dos contextos externo e interno, a usabilidade com todos os stakeholders. Esse posicionamen- to é extremamente importante para uma excelência do planejamento tecnoló- gico. É fundamental determinar métricas de curto, médio e longo prazo. 57 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 EMPREENDEDORISMO SUMÁRIO Todo o planejamento tecnológico tem o enfoque de au- xiliar na gestão da organização otimizando processos, dados e maximizando os resultados. Dentro desse con- texto, está presente a gestão da inovação, indispensável nos dias atuais. Esses dois fatores juntos, planejamento tecnológico e gestão da inovação, possuem o objetivo de otimizar
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