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0 1 A GUERRA FRIA REVOLUÇÃO CHINESA A Revolução Chinesa foi um movimento político, social, econômico e cultural ocorrido na China no ano de 1911. Liderada pelo médico, político e estadista chinês Sun Yat-sen. Este movimento nacionalista derrubou a Dinastia Manchu do poder. Causas: China antes da revolução No século XIX, no contexto do imperialismo, a China era dominada e explorada pelas potências europeias, principalmente pelo Reino Unido. Esta potência imperialista, além de explorar a China economicamente, interferia nos assuntos políticos e culturais da China. Os imperadores da Dinastia Manchu eram submissos à dominação europeia. A distribuição das terras produtivas chinesas também era um outro problema para o país, pois quase 90% estavam nas mãos de grandes proprietários rurais (espécies de senhores feudais). Entre 1898 e 1900 um ato de rebeldia contra a dominação estrangeira ocorreu na China. Os boxers fizeram uma revolta de caráter nacionalista que foi duramente reprimida pelas tropas estrangeiras. Este conflito ficou conhecido como Guerra dos Boxers. Em 1908, Sun Yat-sen fundou o Partido Nacionalista (Kuomintang) cujo principal objetivo era fazer oposição à monarquia e ao domínio europeu no país. A REVOLUÇÃO NACIONALISTA Em 1911, com o apoio de grande parte dos militares chineses, Sun Yat-sen foi proclamado primeiro presidente da República Chinesa. Porém, em várias regiões do país comandadas por grandes proprietários rurais ocorreram resistências, mergulhando a China num longo período de guerra civil. Em 1925, com a morte de Sun Yat-sen, ocorreu uma disputa pelo controle do Kuomintang, que acabou por se fundir com o Partido Comunista Chinês. Em 1927, o general Chiang Kai-shek assumiu o poder do Kuomintang e, no comando das tropas chinesas, começou a combater os opositores da República, entre eles os grandes proprietários rurais e comunistas. Os conflitos entre nacionalistas e comunistas ficou suspenso apenas na Segunda Guerra Mundial, quando combateram, juntos, o Japão que tentava conquistar a China. Com o término da conflito mundial e a expulsão dos japoneses do território chinês, as tropas nacionalistas de Chiang Kai-shek voltaram a perseguir e combater os comunistas de Mao Tse-tung, reiniciando o conflito armado. A REVOLUÇÃO COMUNISTA Em outubro de 1949, os comunistas tomam o poder e proclamam a República Popular da China, com Mao Tse-tung como chefe supremo. Transformada num país comunista, a China passou por uma série de reformas como, por exemplo, coletivização das terras, controle estatal da economia e nacionalização de empresas estrangeiras. AGORA VAMOS DE FATO ENTRAR NA GUERRA FRIA Entre as características marcantes do mundo no segundo pós-guerra destacam-se: A ascensão dos EUA e da URSS; O declínio da Europa; A expansão do socialismo; A deslocação da África. Devido a condição de superpotências lançadas pelos EUA e URSS e das consequentes disputas ideológicas e de estratégias militares entre os dois lados, iniciou-se em 1947 a Guerra Fria. As principais manifestações da Guerra Fria foram: (por parte dos EUA) A doutrina Truman fundamentada na elaboração de estratégias para combater o socialismo, elaborada em 1947 pelo Presidente dos EUA, Harry Truman; O plano Marshall elaborado com a finalidade de conter a propagação do socialismo, sistematizou a ajuda econômica a ser dada pelos EUA para a reconstrução da Europa Ocidental. A soma estipulada pelo plano alcançou a cifra de 17 bilhões de dólares, segundo relatório do secretário de Estado Norte-Americano George Marshall; A OTAN – organismo de defesa coletiva, sediada em Bruxelas, que contou com a participação da maioria dos países da Europa Ocidental, Estado Unidos e Canadá; A OTASE (SEATO) – organismo atuante no Sudeste Asiático visando cercar a influência da URSS. 2 As manifestações Soviéticas na Guerra Fria foram: O COMECOM – conselho para a assistência econômica mútua orientado pelos princípios da planificação econômica (1949); O tratado de assistência mútua da Europa Oriental, o pacto de Varsóvia (1955), resposta Soviética a OTAN. A GUERRA DA CORÉIA (1950-53) Liberdade do acordo domínio japonês após 1945, foi dividida pelo paralelo 38 entre as forças de ocupação, ficando a URSS com a parte Norte e os EUA com a parte Sul. Em 1950 a Coréia do Norte invade a Coréia do Sul. Quinze nações capitaneadas pelos EUA auxiliam a Coréia do Sul. A luta continuou ferozmente com a Coréia do Norte recebendo auxílio da China. Em 1953 o conflito terminou sem definir a situação. REVOLUÇÃO CUBANA A Revolução Cubana é um movimento popular que consistiu na derrubada do governo de Fulgêncio Batista pelo movimento de 26 de Julho e o estabelecimento de um novo governo, liderado por Fidel Castro, no início de 1959 durante o período da Guerra Fria. Antecedentes: Após movimentos fracassados pela independência de Cuba, um jovem poeta denominado José Martí fundou o Partido Revolucionário Cubano (1892) e a partir dele realizou duras críticas ao domínio espanhol; Em 1895 têm início a luta de independência de Cuba que irá prosseguir mesmo com a morte de José Martí até 1898; Em 1901 os cubanos foram persuadidos a incluir, em sua nova Constituição, uma Cláusula que garantia aos Estados Unidos o direito de intervenção em Cuba, sempre que os interesses dos primeiros estivessem ameaçados, mesmo após o término de sua ocupação militar, a ocorrer em 1902. A Emenda Platt mantinha Cuba como um "protetorado" estadunidense até 1933, quando um movimento popular conduziu ao poder Fulgêncio Batista Cuba durante a ditadura de Fulgêncio Batista A ditadura enfrentava crítica conjuntura criada pela queda dos preços do açúcar com a fórmula de restrição produtiva. Para combater seus efeitos depressivos, o governo inicia uma mobilização compulsiva de recursos financeiros que, em proporção apreciável, terminariam nos bolsos dos personagens do regime. Evidência máxima disto era a massa de desempregados e sub-empregados que já, a meados da década de 50, chegaria a constituir a terça parte da força trabalhista do país. Na miséria vivia a maioria dos trabalhadores rurais cubanos durante a república neocolonial, vítimas das expulsões, a falta de trabalho e a enorme exportação por latifundiários e colonos estrangeiros e da platéia com o respaldo dos governos burgueses dependentes. O ataque ao quartel general de Moncada As ações de tentativa para derrubar o governo Batista se desencadeariam em 26 de julho de 1953, com os ataques simultâneos aos quartéis de, em Santiago de Cuba, em Bayamo, concebidos como estopim de uma vasta insurreição popular; Ao fracassar a operação, dezenas de combatentes que foram feitos prisioneiros terminaram assassinados. Outros sobreviventes, entre os quais se encontrava o comandante Fidel Castro, foram julgados e condenados a severas penas de prisão. O Processo revolucionário Após o enorme fracasso ocorrido no ataque contra o quartel de Moncada, Fidel Castro, exilado no México, fundou o Movimento 26 de Julho em 1957; Fidel e seus guerrilheiros se estabeleceram em Sierra Maestra de onde realizavam as suas incursões militares contra o ditador; Em 1957, enquanto o Exército Rebelde se concentrava nas montanhas com uma série de ações, nas cidades se desenvolvia com grande ímpeto a luta clandestina. A concentração revolucionária e a revolta popular Em 1957, enquanto o Exército Rebelde se concentrava nas montanhas com uma sériede ações – entre as mais importantes se encontra o combate de El Uvero -, nas cidades se desenvolvia com grande ímpeto a luta clandestina. Em 13 de março desse mesmo ano, um destacamento do Diretório Revolucionário realiza um ataque ao palácio presidencial em Havana, com o propósito de executar o tirano, mas fracassam. Aos atentados e atos de sabotagem, a tirania responderia com um incremento das torturas aos detentos e uma investida de crimes. No início de 1958, o movimento revolucionário decide acelerar a queda do tirano mediante uma greve geral com características de insurreição. 3 A ofensiva contra Sierra Maestra Em Sierra Maestra, Fidel Castro cria duas novas colunas a mando dos comandantes Raúl Castro – seu irmão – e Juan Almeida, respectivamente, os quais devem abrir duas frentes guerrilheiras em outras zonas montanhosas do Oriente. A greve convocada em 9 de abril se frustra com graves perdas para as forças revolucionárias. Batista crê ter chegado o momento de liquidar a insurreição e no verão, lança uma ofensiva de 10.000 homens sobre Sierra Maestra. A vitória revolucionária nas montanhas: Exército Rebelde e o povo: Unidade e Ação Em ferozes combates e as tropas rebeldes derrotam os batalhões da tirania que tentam penetrar na Sierra Maestra e os obriga a se retirar. Esse e o tom definitivo. Os partidos da oposição burguesa, que até então tem manobrado para capitalizar a rebeldia popular, se apressam em reconhecer a indiscutível liderança de Fidel Castro. Colunas rebeldes partem de diversos pontos do território cubano, entre elas as colunas dos honrosos comandantes Ernesto Che Guevara e Camilo Cienfuegos, as quais avançam a província de Lãs Villas. Em 1º de janeiro de 1959, Batista abandona o país. CUBA APÓS VITÓRIA DA REVOLUÇÃO Ao se instalar no poder, o governo revolucionário iniciou o desmantelamento do sistema político neocolonial; Aprovou-se uma diminuição geral de aluguéis; As praias, antes privadas puseram-se a disposição do povo para seu desfrute e intervieram as companhias que monopolizavam os serviços públicos; Um marco transcendental neste processo seria a Lei de Reforma Agrária, aprovada em 17 de maio, a qual eliminava o latifúndio ao nacionalizar todas as propriedades de mais de 420 hectares de extensão Estados Unidos contra a revolução Esta medida, que eliminava um dos suportes fundamentais do domínio neocolonial, promoveu a colérica resposta dos interesses afetados. O governo dos Estados Unidos não havia ocultado seu desgosto pelo triunfo da Revolução e, depois de promover uma mal intencionada campanha de imprensa, a qual se propôs a divulgar informações falsas sobre os acontecimentos de Cuba pelo redor do planeta adotou uma política de perseguição sistemática contra Cuba, alentando e apoiando - inclusive financeiramente - a movimentos contra-revolucionários com o propósito único de desestabilizar o país; Estabelecido o governo revolucionário, Fidel Castro deu início à reforma agrária e nacionalização de diversas usinas de açúcar, refinarias e indústrias; A permanente hostilidade norte-americana se materializa em sucessivas medidas encaminhadas a desestabilizar a economia cubana e isolar o país do resto da comunidade internacional; A ela a Revolução responde com uma dinâmica política exterior que tenta ampliar as relações e convênios com outros países, principalmente os socialistas; Em julho de 1960, após tomar conhecimento da supressão da cota açucareira cubana pelo governo de Washington, Fidel Castro anuncia a nacionalização de todas as propriedades norte-americanas na Ilha. O ataque a Baía dos Porcos Um grupo de soldados compostos por mercenários norte-americanos e exilados cubanos invadiram Cuba em janeiro de 1961. Com o apoio aéreo dos E.U.A, os invasores pretendiam derrubar o governo castrista; Após o ataque e a posterior vitória dos aliados de Fidel Castro, Cuba declarou publicamente o seu alinhamento aos soviéticos. Crise dos mísseis A crise do mísseis consistiu em um enfrentamento entre as duas superpotências, Estados Unidos e URSS, quando esta última decidiu instalar mísseis nucleares em Cuba. Os EUA efetuaram um bloqueio naval a ilha e a URSS desistiu e voltou atras. Mediante o “Plano Mangosta”, os EUA dispuseram uma sucessão de operações de agressão que não descartava a intervenção militar direta. Isto conduziria a uma grave crise internacional no mês de outubro de 1962, ao conhecer a instalação de foguetes soviéticos na Ilha. Os compromissos mediantes os quais se deu solução à crise, não puseram fim às praticas de agressão dos Estados Unidos. Bloqueio à Cuba Os Estados Unidos estabelecem um bloqueio econômico contra Cuba. 4 No âmbito internacional, os Estados Unidos conseguia expulsar Cuba da Organização de Estados Americanos (OEA) e a maior parte das nações latino-americanas, com exceção do México, romperam relações com Cuba. Não obstante, a Revolução Cubana fortalecia seus vínculos com o campo socialista e os países de Terceiro Mundo, participa na constituição do Movimento de Países Não Alinhados e desenvolve uma ativa política de solidariedade para com os movimentos de liberação nacional e de apoio aos mesmos. A nação que resistira decididamente a todo tipo de agressões armadas devia sobreviver também ao ferrenho cerco econômico. Os Estados Unidos haviam suprimido todo comércio com a Ilha e se esforçava por conseguir que outros países aderissem ao bloqueio. Cuba se via assim, privada de fornecimentos vitais para sua agricultura e sua indústria. Mas a ativa solidariedade da União Soviética (URSS) e outros países socialistas, unida ao tenaz esforço trabalhista e a criatividade do povo, possibilitaram que a economia nacional não só se mantivesse funcionando, senão que também crescesse. 2005 - A Assembleia Geral das Nações Unidas condenou o bloqueio pela 14º vez por uma larga margem. Apenas três países votaram contra a resolução da ONU que pedia o fim do bloqueio norte- americano a Cuba. Foram eles: as Ilhas Marshall, Israel e os Estados Unidos. 2006 - Pela 15º vez, a Assembleia Geral das Nações Unidas condenou o bloqueio por uma margem ainda maior do que a de 2005. Apenas dois países votaram A FAVOR do bloqueio. Foram eles: Estados Unidos e Israel que claramente, têm uma dependência vital dos norte-americanos em sua posição no Oriente Médio. Os Estados Unidos continuam desrespeitando as definições da ONU e mantendo o bloqueio considerado por todos os outros países do mundo como criminoso. A GUERRA DO VIETNÃ (1962-76) Após a conferência de Genebra de 1954 o Vietnã ficou assim dividido: República Democrática do Vietnã – Hanói–Norte – Pró-Soviética. República do Vietnã – Saigon – Sul – Pró- Ocidental. No Vietnã do Norte o governo realizou a planificação econômica, a reforma agrária e a erradicação do analfabetismo. Respeitando as delimitações de Genebra, respeitava o “Paralelo 17”. No Vietnã do Sul Ngo Dinh Dien, católico, 1° ministro, mediante um golpe de estado em 1955 tomou o poder instalando uma ditadura militar contrária a reunificação do Vietnã proposta por Genebra. Ajudado pelos EUA procurou estabelecer uma política anti-socialista. Forma-se no Sul em 1960 a frente de libertação nacional; inicia-se assim a Guerra do Vietnã. Ajudando Ngo Dinh Dien, contra o Nortista Ho Chi Minh, Jonh Kennedy em 8 de fevereiro de 1962 enviou 10.000 “conselheiros militares” para o Vietnã do Sul, o conflito se intensifica. PRINCIPAIS MANIFESTAÇÕES DO CONFLITO Monges Budistas queimam-se vivos (1963); Ngo Dinh Dien é assassinado; Interferência dos EUA (Pretexto: incidente no Golfo de Tonquim); Ataques aéreos Norte – Americanos vitimandocivis; Ofensiva do TET (conquista de Saigon); Richard Nixon ordena o ataque a “Trincha de Ho Chi Minh”; 1970 o conflito atinge o Laos e o Camboja; Ataques aéreos a Hanói (1972); Bloqueio Marítimo ao Vietnã do Norte; Residência Norte Vietnamita; Assinatura do acordo de Paris (janeiro 1973); Retirada das tropas Norte-Americanas; Guerra civil até 1975; Em 1976 o Norte e o Sul foram reunificados na República Socialista do Vietnã, com capital em Hanói. OS EUA CONTEMPORÂNEOS Marcanthismo: clima de terror e de perseguição instalado nos EUA para evitar posturas de caráter socialista em seu território. Tal política foi elaborada pelo senador Joseph Macarthy, do partido republicano. Foi época de “caça as bruxas” e das “lista negras”. Vítimas desta política foram executados os cientistas Julius e Ethel Rosemberg (acusados de revelar a URSS o segredo da bomba atômica). A era Eisenhower: Dwight Eisenhower cumpriu como presidente dos EUA, dois mandatos consecutivos. Desta fase 5 destacamos: a questão racial e o incidente do avião espião Norte- Americano U-2. Jonh F. Kennedy (1961-63) visou aumentar o poderio militar dos EUA e agregar aliados (Aliança para o Progresso - 1961), fracassou na invasão a Cuba (Baia dos Porcos) para derrubar Fidel, enfrentou a Crise dos Mísseis (Cuba – 1962), apoiou o movimento dos direitos civis dos negros. Em 22 de novembro de 1963 em Dallas, no Texas, foi barbaramente assassinado; Lyndon Jonhsson (1963 – 68): Este governo é caracterizado pelo movimento dos EUA na Guerra do Vietnã. Ocorre no final deste governo os assassinatos do líder Luther King e do postulante a presidência da república Robert Kennedy; Richard Nixon (1968 – 74): Deste governo destacamos: Onda de protestos devido a problemas raciais; Corrida espacial com a chegada do homem a lua; Reatamento das relações com a China; Acordo com a URSS; Crise no Vietnã; escândalo Watergate espionagem republicana contra democratas durante as eleições de 1972. Nixon renunciou em 8 de agosto de 1974. Gerald Ford (vice) governou de 1974-76. Jimmy Carter (1976-80): neste governo destacamos: Recessão provocada pela política da OPEP; Defesa dos direitos humanos; Crise na Embaixada Norte-Americana no Irã, que gerou o rompimento das relações diplomáticas com o Irã. Ronald Reagan (1980-89) Corte dos gastos públicos; Diminuição dos impostos; Liberação das importações; Crise econômica (queda na bolsa de N.Y.); Na política externa Reagan se envolveu: Em atritos com a Líbia de Muamar Kadafi, devido ao terrorismo internacional; No escândalo Irã/“contras”, em 1986 veio a notícia de que os EUA vendiam armas ao Irã do Aiatolá Komeini em troca da liberação de prisioneiros americanos e empregava recursos na tentativa de derrubar o governo sandinista da Nicarágua; Representando a ala mais conservadora o partido republicano, Reagan recrudesceu as relações com a URSS, instituindo a iniciativa de defesa estratégica (A Guerra nas Estrela); Acordos com a URSS são formalizados a partir de 1987. Acordo de princípios de negociação de desarmamento e tratado para eliminação de armas de curto e médio alcance situadas na Europa. A URSS – Da formação a implosão do império vermelho: Josef Stalin (1924-1953) Sob a férrea condução de Stalin, os soviéticos implementaram o quarto plano quinquenal (1946-50), que privilegiava o setor energético, o transporte ferroviário, o desenvolvimento industrial e a reconstrução das fábricas situadas na parte ocidental do país, mais atingida pela guerra. Os bens de consumo eram importados das zonas de ocupação do leste europeu. O quinto plano quinquenal (1951-55) continuou o desenvolvimento da indústria pesada dando ainda grande impulso a indústria bélica. Inúmeros recursos minerais da Sibéria fizeram a União Soviética viver sua verdadeira revolução industrial chegando a ser a segunda potência industrial do mundo. A agricultura não acompanhou este ritmo de desenvolvimento. No plano político, Stalin procurou se fortalecer no poder. Para isto usou a repressão policial, a perseguição e o expurgo de seus opositores e principalmente o culto da personalidade. Após a distância da Iugoslávia (1946) sob comando Tito Stalin mergulhou no terror a Europa do leste. A explosão da bomba atômica soviética em 1949 e a revolução comunista de Mao Tsé Tung na China contribuíram para tornar mais ríspida as relações do bloco socialista com o bloco capitalista. Nikita Kruschev (1953-1964) Começa a era da “descentralização” da URSS. Ocorre um processo de descentralização político- administrativa e de derrubada as estruturas burocráticas. Porém o feito mais notável ocorreu no campo da tecnologia aeroespacial comprovado mundialmente através do lançamento do primeiro satélite, o “Sputinik”, 4 de outubro de 1957. Em 12 de abril de 1961, confirmando seu pionerismo, os soviéticos lançaram a nave Vostok I, tendo 6 abordo o astronauta Iuri Gagarim, o primeiro homem a fazer o vôo orbital. Em termos políticos, a era Kruschev, ficou conhecida como a fase do “Degelo”, devido ao processo que culminou com a redução do poder polícia, reabilitação de presos políticos e o fechamento de vários campos de trabalhos forçados. O líder soviético propôs uma política de coexistência pacífica, única saída para evitar a III Guerra. Em 1960 a China e a URSS romperam relações diplomáticas. Leonid Brejnev (1964-1982) Retorno a burocracia e as perseguições; Em 1973 Brejnev visitou os EUA; Vôo conjunto URSS – EUA 1975 (Siouz-Apolo); Invasão soviética ao Afeganistão; Após a morte de Brejenev governaram a URSS Iuri Andropov (1982-1984) e Konstatin Thcernenco (1984-1985), faleceram pouco tempo depois de tomar posse. Mikhail Gorbatchov (1985-1991) Esta fase é marcada pela inovação no quadro dos dirigentes soviéticos além de inúmeras reformas no comando das Forças Armadas, na legislação eleitoral, na administração popular, na economia e na política externa do país. Gorbatchov, além de procurar se cercar de elementos da cúpula que compartilhavam suas idéias inovadoras, propôs a Glasnost, uma política de abertura, de transparência no trato das questões políticas soviéticas (campanha contra a corrupção a ineficácia administrativa). Finalmente lançou a Perestroica, um ousado plano de reconstrução do sistema político e econômico da URSS. PRINCIPAIS MUDANÇAS PROPOSTAS PELO LÍDER SOVIÉTICO: ECONOMIA: abandono do centralismo e rígido planejamento econômico; abolição do sistema de preços ditado pelo governo; auto gestão das empresas estatais; fim da política de subsídios; permissão para a existência de pequenos negócios privados. POLÍTICA: devolução do poder aos sovietes; separação entre o Partido Comunista e o Estado; reestruturação administrativa; reformas na legislação eleitoral e emendas à Constituição; a alta cúpula conservadora reagiu as reformas de Gorbatchov; a 26 de março de 1989 a vitória eleitoral dos reformistas pró-Gorbatchov propiciou condições para a concretização das reformas. (Ascensão de Boris Yeltsin); a crise econômica é acompanhada de manifestações nacionalistas; em 19 de agosto de 1981 Gorbatchov é afastado do poder por um golpe de “linha dura” do partido comunista; Boris Yeltsin que vinha se destacando graças ao desejo de reformas mais rápidas na URSS, apoiado por militares legalistas derrotam os golpistas; a KGB teve sua cúpula dissolvida e o PC da Rússia teve suas atividades suspensas; em setembro de 1991, Letônia, Estônia e Lituânia se separam da URSS; em 21 de dezembro líderes de quinze repúblicas referendam à CEI; em 25 de dezembro a URSS é oficialmente dissolvida. PANORAMA MUNDIAL NOS ÚLTIMOSQUARENTA ANOS 1951 Começa nos EUA a perseguição à esquerda (marcanthismo); Tem início a Guerra da Coréia; A URSS e a China assinam um tratado de amizade. 1952 Crise no Canal de Suez a ocupação militar britânica de suas margens; Fracassa no Irã a tentativa de nacionalizar o petróleo. 1952 È deposto o rei Faruk do Egito; Batista torna-se ditador em Cuba; Morre Eva Perón, esposa de Juan Domingo Perón. 1953 Morre Stalin; Tropas soviéticas intervêm na Alemanha Oriental; O Laos e o Camboja tornam-se independentes. 1954 Nasser assume o poder no Egito; Striessener assume o poder no Paraguai; A França é derrotada na Indochina e começa a Guerra da Argélia. 1955 Kruchov denuncia o capitalismo no século XX; Congresso do PCUS; A conferência de Bandung propõe o não alinhamento; Perón é deposto na Argentina. 7 1956 Invasão da Península do Sinai por Israel após a nacionalização do Canal de Suez e a II Guerra Árabe-Israelense; Pacto de Varsóvia sufoca levante na Hungria. 1957 Batalha de Argel a Tunísia torna-se república; A URSS lança o Sputinik I. 1958 De Gaulle dissolve o Império colonial francês. 1959 Nikita Kruchov visita os EUA e discursa na ONU. 1960 Um avião de espionagem Norte-Americano “U-2” é abatido em espaço aéreo soviético, aumentando a tensão entre EUA e URSS dentro da Guerra Fria. 1961 Os EUA fracassam na tentativa de invasão da Baia dos Porcos, em Cuba; É dado o início da construção do muro de Berlim. 1962 Envio de mísseis soviéticos a Cuba acentua a Guerra Fria; O Papa João XXIII da Início ao Consilho Vaticano II. 1963 Assassinato do presidente Norte-Americano John F. Kennedy comove o mundo; Morre o Papa João XXIII que revolucionou a igreja católica. 1964 Começa a intervenção militar no Vietnã; China explode sua 1° bomba atômica; Palestinos fundam a OLP. 1965 Fracassa a tentativa de golpe na Indonésia: militares assumem o poder e o Gal. Suhario é o homem forte o país; Golpe depõe o Gal. Bem Bella na Argélia. 1966 Tem início na china a revolução cultural de Mao Tsé Tung, visando a retomada da pureza dos ideais revolucionários chineses. 1967 Ernesto Che Guevara é assassinado pelo exército da Bolívia; Israel e os países Árabes travam a Guerra dos Seis Dias; Golpe militar na Grécia depõe o rei Constantino. 1968 Em Nanterre na França inicia-se a revolta estudantil que terá reflexos em vários pontos do globo; Tropas do Pacto de Varsóvia põe fim a primavera do Pagã na Checoslováquia. 1969 Os americanos N. Armstrong e E. Aldrin são os primeiros homens a pisar na lua; Morre Ho Chi Minh, pai da independência do Vietnã do Norte; O presidente De Gaulle renuncia. 1970 Entram em crise as relações entre a China e a URSS; Setembro Negro, os palestinos são expulsos da Jordânia e se refugiam no sul do Líbano. 1971 No Haiti, morre o ditador Papa Doc, substituído por seu filho Jean Claude; A China é admitida na ONU. 1972 Começa nos EUA o escândalo Watergate; O presidente Nixon visita a China; Atentados contra os israelenses no aeroporto de Lod e na Vila Olímpica, em Munique. 1973 Em represália a Guerra Yon Kippur, começa a crise do petróleo; Termina a Guerra do Vietnã; No Chile o presidente Aliendo é deposto por golpe. 1974 Nixon renuncia à presidência dos EUA; Com o fim do Salazarismo, começa a dissolução do Império Colonial Português na Ásia e África. 1975 É assinado o acordo de Helsing; O Vietcongue assume o controle do Vietnã do Sul e o Khmer Vermelho toma o Camboja; Começa a Guerra civil no Líbano. 1976 Morre Mao Tsé Tung; Começa a redemocratização da Espanha; Isabella Perón é deposta na Argentina; São 176 os mortos na rebelião de Soweto na África do Sul. 1977 O presidente Sadat, do Egito visita Israel e propõe negociações de paz; (32) A Espanha elege seu parlamento pelo voto direto; (33) A proposta os EUA da bomba de neutron é repudiada. 1978 A morte de Pedro Joaquim Chamorro, dá início à revolução; Nicaraguense Aldo Moro é sequestrado e morto pelas brigadas vermelhas; João Paulo é o 1° Papa do leste europeu. 1979 Os EUA e a China restabelecem relações diplomáticas; A URSS intervêm no Afeganistão; Vários ditadores são depostos: Idi Armin, Bokassa I, Somoza, o xá do Irã, Maclas Nguema. 1980 Independência do Zimbabwe; Crise e reféns americanos em Teerã; Começa na china o processo de desmaoização. 1981 São assassinados o presidente Sadat do Egito e Radjar do Irã; Atentados contra Reagan e o Papa; Lei marcial na Polônia: fim de Solidariedade. 1982 Guerra das Malvinas e o início do fim do regime militar argentino; Morre Leomld Brejnev; No Líbano há massacre de Sabra o Chatilha. 1983 Os EUA intervêm em Granada; Começaram as jornadas de pretextos no Chile contra Pinochet; O Jihad faz enormes atentados contra os EUA. 1984 Indira Gandhi é assassinada; More Iuri Andropov, sucessor de Brejnev; A justiça da Argentina decide julgar os militares pelo golpe de 1976. 1985 Realiza-se em Genebra a reunião de cúpula entre R. Reagan e M. Gorbatchev, que subiu ao Kremilim após a morte de Tchernenko. 1986 Duvaller, do Haiti, e Marcos, nas Filipinas são depostos; Estoura o escândalo Irã-contras; Incidente nuclear e Chernobyl, na Ucrânia provoca várias mortes. 1987 Morre em atentado o primeiro ministro do Líbano Rashid Karame; Começa a intiada, rebelião central de Israel nos territórios Árabes ocupados. 1988 Terminam a Guerra Irã-Iraque e a intervenção da URSS no Afeganistão; A Perestróika e a Glásnost dão face nova à URSS; Reagan e Gorbatchev assinam acordo de desarmamento. 8 1989 Massacre na Praça da Paz Celestial em Pequim; Rebeliões separatistas na URSS; O Solidariedade é legalizado e ganha as eleições polonesas; A OLP reconhece o Estado de Israel. A GUERRA FRIA – UMA VISÃO PANORÂMICA A Guerra Fria foi um período em que a guerra era improvável, e a paz, impossível. Com essa frase, o pensador Raymond Aron definiu o período em que a opinião pública mundial acompanhou o conturbado relacionamento entre os Estados Unidos e a União Soviética. A divisão do mundo em dois blocos, logo após a Segunda Guerra Mundial, transformou o planeta num grande tabuleiro de xadrez, em que um jogador só podia dar um xeque-mate simbólico no outro. Com arsenais nucleares capazes de destruir a Terra em instantes, os jogadores, Estados Unidos e União Soviética, não podiam cumprir suas ameaças, por uma simples questão de sobrevivência. A paz era impossível porque os interesses de capitalistas e de comunistas eram inconciliáveis por natureza. E a guerra era improvável porque o poder de destruição das superpotências era tão grande que um confronto generalizado seria, com certeza, o último. Hoje, podemos ver isso claramente. Mas, na época, a situação se caracterizava como o equilíbrio do terror. Quando começou e quando terminou a Guerra Fria Não existe um consenso sobre a data exata do início da Guerra Fria. Para alguns estudiosos, o marco simbólico foi a explosão nuclear sobre as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki, em agosto de 1945. Outros acreditam que seu início data de fevereiro de 1947. Foi quando o presidente norte-americano Harry Truman lançou no Congresso dos Estados Unidos a Doutrina Truman, que previa uma luta sem tréguas contra a expansão comunista no mundo. E há também estudiosos que lembram a divisão da Alemanha em dois Estados, em outubro de 1949. O surgimento da Alemanha Oriental, socialista, estimulou a criação de alianças militares dos dois lados, tornando oficial a divisão da Europa em dois blocos antagônicos. Poderia ser esse o marco inicial da Guerra Fria. Não há consenso também sobre quando terminou a Guerra Fria. Alguns historiadores acreditam que foi em novembro de 1989, com a queda do Muro de Berlim, um dos grandes símbolos do período de tensão entre as superpotências. Nessa mesma perspectiva, o marco final da Guerra Fria poderia sera própria dissolução da União Soviética, em dezembro de 1991, num processo que deu origem à Comunidade dos Estados Independentes. E outros analistas, ainda, consideram que o período terminou não em dezembro, mas em fevereiro de 1991, quando os Estados Unidos saíram da Guerra do Golfo como a maior superpotência de uma nova Ordem Mundial. "Quando se tenta delimitar os marcos da Guerra Fria, as pessoas escolhem datas que enfatizam aquilo que lhes parece ser o mais importante. Por exemplo, aqueles que acham que a questão nuclear é o principal, dirão que a Guerra Fria começou em 1945, com Hiroshima e Nagasaki, e terminou em 72, com os acordos do Salt-1. Para aqueles que acham que o principal foi a relação entre os blocos, os marcos serão, provavelmente, a Doutrina Truman, em 1947, e a queda do Muro de Berlim, em 1989. Mas a Guerra Fria foi muito mais do que apenas uma disputa armamentista ou geopolítica. Ela teve uma importante dimensão cultural, que colocou em movimento um jogo simbólico do Bem contra o Mal. Ela mexeu com a imaginação das pessoas, criou e reforçou preconceitos, ódios e ansiedades. Nesse sentido mais amplo, dois marcos parecem ser mais adequados quando se trata de dar à Guerra Fria o seu conteúdo simbólico mais abrangente: o seu início foi a conquista de um novo poder, a bomba atômica, e o seu fim foi a Guerra do Golfo, quando os Estados Unidos escolheram outros símbolos do Mal para ocupar o lugar que antes pertencia ao comunismo, como o chamado fanatismo islâmico ou o narcotráfico." José Arbex Jr.-jornalista Socialismo e capitalismo: dois ideais de felicidade A Guerra Fria se manifestou em todos os setores da vida e da cultura, representando a oposição entre dois ideais de felicidade: o ideal socialista e o ideal capitalista. Os socialistas idealizavam uma sociedade igualitária. O Estado era o dono dos bancos, das fábricas, do sistema de crédito e das terras, e era ele, o Estado, que deveria distribuir riquezas e garantir uma vida decente a todos os cidadãos. Para os capitalistas, o raciocínio era inverso. A felicidade individual era o principal. O Estado justo era aquele que garantia a cada indivíduo as condições de procurar livremente o seu lucro e construir uma vida feliz. A solução dos problemas sociais vinha depois, estava em segundo plano. É por isso que a implantação de um dos dois sistemas, em termos mundiais, só seria viável mediante o desaparecimento do outro. Nenhum país poderia ser, ao mesmo tempo, capitalista e comunista. Esta constatação deu origem ao maior instrumento ideológico da Guerra Fria: a propaganda. A força da propaganda A partir do final dos anos 40 e nas décadas de 50 e 60, o mundo foi bombardeado com imagens que tentavam mostrar a superioridade do modo de vida de cada sistema. Para ridicularizar o inimigo, os dois lados utilizavam muito a força das caricaturas. A propaganda serviu para consolidar a imagem do mundo dividido em blocos. A novidade era o surgimento do bloco socialista na Europa, formado pelos países com governos de orientação marxista: Alemanha Oriental, Polônia, Tchecoslováquia, Hungria, Romênia, Iugoslávia, Albânia e Bulgária. No mundo ocidental, os capitalistas procuravam mostrar que do seu lado a vida era brilhante. As facilidades tecnológicas estavam ao alcance de todos. Os cidadãos comuns possuíam carros e bens de consumo, tinham 9 liberdade de opinião e de ir e vir. Segundo a propaganda ocidental, a vida no lado socialista, retratada em diversos filmes de Hollywood, era triste e sem brilho, controlada pela polícia política e pelo Partido Comunista. No mundo socialista, as imagens mostravam exatamente o contrário. A vida no socialismo era alegre e tranqüila. Os trabalhadores não precisavam se preocupar com emprego, educação e moradia. Tudo era garantido pelo Estado. A cada dia, as novas conquistas tecnológicas, especialmente na área militar e espacial, mostravam a superioridade do socialismo. A propaganda socialista mostrava, ainda, o mundo ocidental como decadente e individualista, onde o capitalismo garantia, para alguns, uma vida confortável. E para a maioria, uma situação de miséria, privações e desemprego. O mundo em perigo: armamentismo e corrida espacial A guerra da propaganda ganhou ainda mais impulso com o acirramento da corrida armamentista, nos anos 50. A corrida teve início com a explosão das bombas atômicas sobre Hiroshima e Nagasaki, em 1945. Quatro anos depois, em 49, foi a vez de a União Soviética anunciar a conquista da tecnologia nuclear. Foi o mesmo ano da criação da Organização do Tratado do Atlântico Norte, OTAN. A resposta viria em 1955, quando a União Soviética construiu sua própria aliança, o Pacto de Varsóvia. As superpotências passaram a acumular um poder nuclear capaz de aniquilar o planeta em instantes. Um componente fundamental da corrida armamentista foi a disputa pelo espaço. Em 1957, os soviéticos colocaram em órbita da Terra o primeiro satélite construído pelo homem, o Sputnik-1. Em 61, os soviéticos fariam uma nova demonstração de avanço tecnológico: lançaram o foguete Vostok, a primeira nave espacial pilotada por um ser humano. O jovem cosmonauta Yuri Gagarin viajou durante cerca de 90 minutos em órbita da Terra, a uma altura média de 320 quilômetros. Os Estados Unidos reagiram. Num histórico discurso em maio de 61, o presidente John Kennedy prometeu que, em menos de 10 anos, um astronauta norte- americano pisaria o solo da Lua. Toda a estrutura tecnológica e científica foi direcionada para o programa espacial. Cumprir a promessa de Kennedy era mais do que um desafio científico: era um compromisso político. Em 20 de julho de 1969, o grande momento: o astronauta Neil Armstrong, comandante da missão Apollo- 11, e o piloto Edwin Aldrin pisam o solo lunar. A conquista norte-americana foi transmitida ao vivo pela TV, e acompanhada por mais de 1 bilhão de pessoas no mundo todo. É claro que a corrida espacial tinha também, desde o começo, um significado militar. Se um foguete podia levar ao espaço uma cachorrinha como a Laika, sem dúvida poderia transportar equipamentos bem menos inofensivos, como ogivas nucleares. A combinação da tecnologia nuclear com as conquistas espaciais colocou o mundo na era dos mísseis balísticos intercontinentais. Um míssil disparado em Washington, por exemplo, poderia atingir Moscou em cheio em apenas 20 minutos. O aperfeiçoamento constante das armas acentuou a corrida armamentista. A conquista sistemática de novas tecnologias, nos dois blocos, incentivou o desenvolvimento de um ofício milenar: a espionagem. CIA x KGB A espionagem foi um dos aspectos da Guerra Fria mais explorados pelo cinema. O espião mais famoso das telas, James Bond, criado por um ex-agente do serviço secreto britânico, Ian Fleming, vivia aventuras glamourosas e bem distantes da realidade. No mundo real, as duas grandes agências de espionagem, a KGB soviética e a CIA americana, treinavam agentes para atos de sabotagem, assassinatos, chantagens e coleta de informações. Nos dois lados criou-se um clima de histeria coletiva, em que qualquer cidadão poderia ser acusado de espionagem a serviço do inimigo. Na União Soviética, Stalin contribuiu para esse clima, confinando muitos de seus adversários em campos de concentração na Sibéria. Nos Estados Unidos, o senador anticomunista Joseph McCarthy promoveu uma verdadeira caça às bruxas, levando ao desespero inúmeros intelectuais e artistas de Hollywood, acusados de colaborar com Moscou. Um dos momentos dramáticos da história da espionagem na Guerra Fria aconteceu em 1962. O presidente americano, John Kennedy, reagiu duramente contra a iniciativa soviética de instalar uma plataforma de mísseis em Cuba. Chegou a advertir o líder soviético Nikita Khruschev de que usaria armas nucleares se fosse necessário. Depois de três semanas, a União Soviéticarecuou. Durante esse tempo, o mundo viveu o pavor de um confronto nuclear entre as superpotências. O terrorismo ganha força O clima de terror que pairava no mundo não era simples paranoia. Nada disso. Havia realmente a sensação que a vida humana poderia deixar de existir de um momento para outro, se um dos lados apertasse o célebre "botão vermelho". Nesse clima, o diálogo político foi bastante prejudicado. Era difícil falar em negociações de paz com os dois blocos apontando mísseis um para o outro. Esse equilíbrio baseado na força contribuía para aumentar o descrédito dos políticos junto à opinião pública. Na época da Guerra Fria, a falta de confiança na classe política era problemática. O ambiente internacional, contaminado pelo relacionamento pouco amistoso entre as superpotências, contribuía para a expansão de um dos maiores obstáculos à paz no mundo: o terrorismo. O uso da força e o terror estão presentes em todo o século XX. Mas, foi no período da Guerra Fria que se multiplicaram as ações de grupos radicais. Organizações antigas, como o grupo basco ETA e o IRA, Exército Republicano Irlandês, intensificaram suas atividades. No Oriente Médio, a OLP, Organização para a Libertação da Palestina, surgiu em 64 e centralizou as atividades de diversos grupos radicais palestinos. Nos anos 70, as Brigadas Vermelhas, na Itália, e o grupo Baader-Meinhof, na Alemanha, formados por estudantes e intelectuais, praticaram atentados desvinculados de compromissos políticos ou ideológicos. 10 O terrorismo assustou muito os países da Europa nos anos 70. Diante do terror não há paÍses atrasados ou adiantados, fortes ou fracos. Todo o planeta sente a mesma insegurança sob o fantasma constante de bombas lançadas contra pessoas inocentes. O fato de o terrorismo atingir em cheio os países desenvolvidos deixava temporariamente em segundo plano uma visão imperialista muito utilizada pelas superpotências nos anos 60, que dividia o planeta em Primeiro Mundo e Terceiro Mundo. O termo "Terceiro Mundo", surgido nos anos 40, designa um conjunto de mais de cem países da África, Ásia e América Latina que não faz parte do grupo de países industrializados do Primeiro Mundo, e nem do grupo de países socialistas do Segundo Mundo. Com o tempo, no entanto, os termos "Primeiro Mundo" e "Terceiro Mundo", passaram a ser empregados como um conceito econômico, dividindo o planeta em grupos de países ricos e pobres. Foram justamente os países ricos da Europa o cenário principal da Guerra Fria, por razões de natureza histórica e geográfica. Mas as outras regiões do planeta foram incluídas no xadrez das superpotências por conta da própria lógica do jogo, que previa a destruição completa de um dos dois jogadores. A Guerra Fria na Ásia Uma dessas regiões, a Ásia, entrou de forma espetacular nesse contexto. Foi em 1949, quando o líder comunista Mao Tsé-tung tomou o poder na China, um país que na época contava 600 milhões de habitantes. O comunismo chinês alterou o equilíbrio geopolítico no continente asiático. A revolução de Mao Tsé-tung encorajou a Coréia do Norte a atacar a Coréia do Sul, em 1950. A guerra, que teve a intervenção militar dos Estados Unidos, durou 3 anos e causou a morte de mais de dois milhões de pessoas. Na época, a Índia, que havia conquistado sua independência em 1947, mantinha-se neutra, sem aderir a nenhum dos grandes blocos econômicos. Em 1954, foi a vez de a França sofrer uma derrota humilhante na Ásia, durante a Guerra da Indochina. A vitória do líder comunista vietnamita Ho Chi Min consolidou a formação do Vietnã do Norte e aumentou a preocupação dos Estados Unidos com o rumo político dos países do sudeste asiático. Alarmado com a expansão comunista na região, o presidente dos Estados Unidos, John Kennedy, envolveu seu país na Guerra do Vietnã, em 1960. Depois de treze anos de batalhas, a maior superpotência do planeta seria derrotada por soldados pobremente armados e por guerrilheiros camponeses munidos de facas e lanças de bambu. Os Estados Unidos perderam a guerra não pelas armas, mas pela falta de apoio da opinião pública de todo o mundo, em particular da americana. A oposição à Guerra do Vietnã foi uma das bandeiras dos jovens no final dos anos 60, quando explodiram, nos dois blocos, movimentos por liberdade e democracia. No lado ocidental, em 68, os jovens saíram às ruas em Paris e em outros centros importantes, como Londres e São Francisco. No Brasil, os protestos foram principalmente em São Paulo e no Rio de Janeiro. Todas essas manifestações culminaram num grande evento pacifista, contra a Guerra do Vietnã e o racismo: o Festival de Woodstock, realizado numa fazenda no estado de Nova York, em agosto de 69. No lado socialista, o movimento atingiu o auge com a Primavera de Praga, na antiga Tchecoslováquia, em 1968. A luta pela democracia naquele país foi duramente reprimida pelas forças do Pacto de Varsóvia. A Guerra Fria no Oriente Médio A Guerra Fria envolveu também uma das áreas mais fascinantes e estratégicas do planeta: o Oriente Médio. Habitada desde tempos imemoriais, a região destaca-se por três razões. Do ponto de vista econômico, é a mais rica em reservas de petróleo. Do ponto de vista geopolítico, serve de passagem entre Ásia e Europa. E no aspecto cultural, é o berço das três principais religiões monoteístas: o judaísmo, o cristianismo e o islamismo. Com todas essas características, o Oriente Médio tornou-se um dos centros nevrálgicos da Guerra Fria. O interesse pela região já era visível nos anos 40, quando as principais potências mundiais negociaram a criação do Estado de Israel, em 1948. Havia muitos interesses geopolíticos em jogo no Oriente Médio. A União Soviética, de um lado, e os Estados Unidos, de outro lado, acreditavam que Israel poderia se tornar um importante parceiro político na região. Os palestinos e os países árabes vizinhos, no entanto, nunca aceitaram a criação de Israel. A primeira guerra árabe-israelense, vencida por Israel em 1949, teve como consequência o fim do Estado árabe-palestino. Foi dividido entre Israel, Jordânia e Egito. Nas décadas seguintes, outras três guerras modificariam o panorama geopolítico do Oriente Médio. Por trás de cada conflito estava um jogo de alianças internacionais que evidenciava o interesse das superpotências na região. Somente em 1993, quando Israel e a OLP assinaram um acordo de paz, é que se acendeu uma pequena luz de esperança na região. Em outra parte do Oriente Médio, no entanto, havia um elemento complicador: em 1979, o Irã converteu-se ao islamismo xiita, com pretensões de levar o mundo na direção da fé muçulmana. Uma situação que fugia à lógica da Guerra Fria. O aiatolá Khomeini tratava Estados Unidos e União Soviética como o Grande Satã, como inimigos que deveriam ser combatidos em nome do Islã. A revolução iraniana era um fato novo no cenário internacional no fim dos anos 70. Até hoje, terminada a Guerra Fria, o Islã continua sendo um grande enigma contemporâneo. A Guerra Fria, na verdade, permeou os principais fatos políticos no mundo inteiro, desde o término da Segunda Guerra até o final dos anos 80. O complexo jogo das superpotências envolveu todos os continentes, inclusive a África. 11 A Guerra Fria na África Havia um motivo peculiar para o interesse dos países desenvolvidos pela África: as ditaduras africanas, miseráveis e violentas, eram excelentes compradoras de armas. Só por esse fato o continente ganhou destaque no panorama global do período. Na África, a Guerra Fria foi particularmente acirrada pelo fim do colonialismo português, em 1975. A saída de Portugal abriu caminho para o surgimento de regimes comunistas em Angola e Moçambique, e para a deflagração de conflitos tribais em diversos países do continente. As disputas internas e regionais estimularam os governantes a investirem armas poderosas, apesar da situação de miséria de suas populações. O fim da Guerra Fria não mudou a situação no continente africano. O único fato de grande importância nos anos 90 foi o fim do regime racista da África do Sul e a ascensão ao poder do líder negro Nélson Mandela, em 1994. No aspecto político e econômico, a África não exercia influência no cenário internacional A Guerra Fria na América Latina Na verdade, no chamado Terceiro Mundo era a América Latina o principal foco de atenção das superpotências. Esse interesse, natural por causa da proximidade geográfica dos Estados Unidos, aumentou bastante a partir de 1959, quando Fidel Castro chegou ao poder em Cuba. A partir desse momento, não demorou para que as superpotências se preocupassem com o Brasil, o maior país da América Latina. O golpe militar no Brasil, em março de 64, atendia à estratégia política dos Estados Unidos para a América Latina. A Casa Branca tinha medo que de a revolução cubana, que resultou num regime socialista, se espalhasse pelas Américas. Por causa disso, passou a patrocinar ditaduras em toda a América Latina. No Brasil, o quadro político e econômico favorecia os conspiradores. O presidente João Goulart era apontado como simpatizante do socialismo e a economia do país estava em crise, com índices elevados de inflação. Nos anos que se seguiram ao golpe de 64, o regime militar tornou-se mais forte e repressivo. O Ato Institucional número 5, de 1968, restringiu as liberdades democráticas e deu ao regime poderes quase irrestritos para governar, prender, torturar e eliminar adversários. A ditadura militar, consequência direta da Guerra Fria, teve um nítido impacto negativo na vida cultural. Durante duas décadas, o governo censurou a imprensa, a literatura e as artes de um modo geral. Experiências inovadoras, como o Tropicalismo, e o talento de artistas como Chico Buarque, Geraldo Vandré e Augusto Boal, entre muitos outros, foram sufocados pela censura imposta pelo regime. Nos anos 80, ganharam força os movimentos pela democratização no Brasil, com o movimento pelas Diretas- Já, e em outros países sul-americanos, como o Paraguai, o Chile, o Uruguai e a Argentina. No Brasil, o grande marco da volta à democracia foi o restabelecimento da eleição direta para presidente da República, em 1989. E também nos anos 80 começava a se configurar o quadro político internacional que viria a culminar no fim da Guerra Fria, simbolizado pela queda do Muro de Berlim, em 89. O fim do muro foi resultado do intenso processo de reformas na União Soviética, iniciado em 85 pelo dirigente Mikhail Gorbatchev. Gorbatchev e o fim da Guerra Fria No plano econômico, Gorbatchev instituiu a Perestroika, ou Reconstrução, buscando novas formas de conduzir a economia soviética. No plano político, retomou negociações para pôr fim à corrida armamentista. Internamente, libertou opositores do regime, viabilizou o abrandamento da censura e permitiu que os problemas fossem discutidos abertamente pela população. As reformas iniciadas em Moscou logo se refletiram na Europa socialista, onde os movimentos democráticos ganharam força para mudar todo o panorama político do antigo bloco soviético. Esse processo iniciado por Gorbatchev culminou no fim da própria União Soviética, em 1991. A partir daí, os Estados Unidos, vencedores da Guerra Fria, tornaram-se a única superpotência mundial e encontraram novos inimigos contra os quais lutar, como os fanáticos do Islã, de um lado, e os narcotraficantes, de outro lado. Ou seja, novos elementos para a mesma fórmula do Bem e do Mal dos tempos da Guerra Fria. É um mundo que enfrenta novos problemas, como o ressurgimento de conflitos nacionais e étnicos; a disputa entre blocos econômicos; e as grandes máfias que controlam o crime organizado internacional. Para entender esse mundo temos de voltar nossos olhos ao passado recente e fazer uma reflexão que, talvez, nos indique o caminho para um futuro melhor. EXERCÍCIOS 1) A Segunda Guerra Mundial fez emergir interesses e aspirações conflitantes que culminaram em relevantes mudanças nos quinze anos posteriores (1945-1960). Entre esses novos acontecimentos, é possível citar: a) o início dos movimentos pela libertação colonial na África e a divisão do mundo em dois blocos. b) a balcanização do sudeste da Europa e o recrudescimento das ditaduras na América Latina. c) a criação do Mercosul e a expansão dos comunistas no Oriente Médio. d) os conflitos entre palestinos e judeus e o desaparecimento do império austro-húngaro. e) o desmantelamento da União Soviética e a dominação econômica dos Estados Unidos. 2. Entre junho de 1950 e julho de 1953, transcorreu a chamada Guerra da Coréia, sobre a qual é correto afirmar: a) O conflito foi provocado pelos interesses expansionistas do governo sul-coreano, que procurava estabelecer sua hegemonia político-militar na região. 12 b) O conflito foi provocado pela negativa japonesa em aceitar a desmilitarização imposta após a Segunda Guerra Mundial. c) A ameaça de uma revolução socialista levou o governo da Coréia do Sul a solicitar ajuda norte-americana, o que provocou a reação do governo da Coréia do Norte. d) Tratou-se de uma guerra civil que resultou na divisão da Coréia em dois Estados independentes. e) O conflito teve início com a tentativa de unificação da Coréia sob iniciativa do regime comunista da Coréia do Norte, com apoio da China. 3. As lutas por direitos civis nos Estados Unidos na década de 60 (século XX) tiveram, entre suas características centrais, a: a) ausência de mulheres e a manutenção do caráter patriarcal da sociedade norte-americana. b) defesa dos interesses das grandes corporações industriais e o questionamento da legislação trabalhista. c) união entre os movimentos ambientalista e gay e a escolha do arco-íris como símbolo comum desses dois grupos. d) proposta de saídas pacíficas para os conflitos internos americanos e a insistência numa política internacional belicosa. e) mobilização dos negros norte-americanos pela busca da ampliação de seus direitos e pelo fim das leis raciais segregacionistas. 4. “Os Estados Unidos viviam seus dias de glória. A dança agitava os salões, principalmente aquelas que tivessem características menos convencionais como a valsa, que predominou no século XIX. Houve uma verdadeira busca de ritmos e sons diferentes, emocionantes, como os africanos e latino-americanos. (....) o jazz e o blues conseguiram espaços e se espalharam por todo o mundo, com muita rapidez, auxiliados pelo gramofone e pela prosperidade dos "Anos Felizes" do capitalismo norte-americano”. Eric J. Hobsbawm - História social do jazz Assinale a alternativa que NÃO corresponde ao período caracterizado no fragmento de texto acima. a) O clima de otimismo econômico do período do pós- guerra dissimulou os conflitos envolvendo negros e imigrantes, assim como a intolerância social, o crime organizado e a corrupção política. b) Possuindo aproximadamente a metade de todo o ouro que circulava nos mercados financeiros do mundo, os EUA saíram da Primeira Guerra como grandes credores da Europa. c) O pós-guerra, período conhecido como os "anos felizes", foi uma fase de enorme euforia e prosperidade para os EUA, que durou até a crise econômica de 1929. d) A prosperidade econômica dos EUA, na década de 1920, não era partilhada por todos os norte- americanos; havia grande concentração de renda e cerca de 50% da população vivia abaixo da linha de pobreza. e) Nessa época, as leis de segregação racial, que proibiam os negros de frequentar as mesmas escolas e bares que os brancos e até de entrar em ônibus e banheiros públicos exclusivos dos brancos, foram abolidas na região sul dos EUA. 5. No século passado,por volta dos anos 60, o arsenal de armas nucleares à disposição dos militares da U.R.S.S. e dos E.U.A. era mais que suficiente para desintegrar várias vezes toda a humanidade, caso fosse usado em uma guerra. Nessas circunstâncias, o fantasma do holocausto nuclear esteve presente no cotidiano de bilhões de habitantes do planeta, até o fim da União Soviética, no começo dos anos 90. Um dos momentos mais próximo desse pesadelo catastrófico: a) a crise dos mísseis soviéticos em Cuba. b) a criação do Pacto de Varsóvia. c) a vitória dos E.U.A. na Guerra do Golfo. d) os acordos assinados por Ronald Reagan e Mikhail Gorbatchev. e) a decisão de H. Truman, de manter os mísseis na Turquia. 6. A política externa dos Estados Unidos com relação à América Latina, na segunda metade do século XX, se pautou: a) pelo modelo criado pela Política de Boa Vizinhança (PBV), em particular nos momentos de rejeição às intervenções armadas. b) por tratados de comércio nos quais os participantes recebem tratamento simétrico em nome dos princípios do pan-americanismo. c) pelo papel decisivo dos EUA nas diretrizes da Organização dos Estados Americanos - OEA, em especial no tocante a Cuba. d) pela defesa constante da democracia no continente, inclusive no período das ditaduras militares no Cone Sul. e) pela escolha da América Latina, como principal alvo político e mercado de investimentos, escalonada depois da Europa e Ásia. 7. Entre 1955 e 1973, um grupo de líderes internacionais tentou criar as bases daquilo que ficou conhecido como "movimento dos não-alinhados". A esse respeito é correto afirmar: a) O movimento procurava estabelecer uma política diplomática independente dos EUA e da União Soviética, as duas superpotências da época. b) Tratava-se de um movimento de países do Terceiro Mundo, que reunia apenas líderes que não estivessem comprometidos com os interesses da União Soviética. 13 c) Tratava-se de um movimento que tentava elaborar uma alternativa política à social-democracia europeia e ao comunismo da China e dos países do Leste europeu. d) Os princípios do movimento, definidos na Conferência de Bandung, em 1955, indicavam o alinhamento dos países do Terceiro Mundo com as chamadas potências desenvolvidas. e) A Conferência de Belgrado, em 1961, condenou a instauração do regime comunista em Cuba, liderado por Fidel Castro. 8. Na década de 60, jovens iniciaram, em diferentes países, uma série de movimentos de contestação que colocavam em questão valores até então tidos como sólidos. O movimento hippie, iniciado nos EUA, teve como principais motivações: a) a crítica aos padrões comportamentais ditados pela sociedade de consumo e a recusa à convocação para lutar na guerra do Vietnã. b) o questionamento das reformas educacionais e a reação à orientação ideológica assumida pelo governo americano. c) o apoio às greves operárias reprimidas pela polícia e a discordância em relação à política internacional americana. d) a resistência à aprovação no Congresso americano dos orçamentos para pesquisas espaciais e para auxílio aos países do Terceiro Mundo. e) a condenação das restrições impostas pelos EUA a Cuba e o repúdio à intervenção soviética no território tcheco. 9. Sobre a "Primavera de Praga", considere as seguintes afirmações: I. Em janeiro de 1968, após manifestações de trabalhadores, intelectuais e estudantes, assumiu o poder Alexandre Dubcek, que implantou rapidamente uma série de reformas. II. O novo programa do Partido Comunista propunha uma nova postura ao partido, a de orientador e não de impositor da linha política. Dubcek sintetizava sua proposta no slogan: "Socialismo humanizado". III. Os presidentes Tito, da Iugoslávia, Ceausescu da Romênia e o governo da União Soviética imediatamente se uniram contra a Tchecoslováquia. Alegando que ela caminhava para o retomo ao capitalismo, as tropas do Pacto de Varsóvia invadiram o país em agosto de 1968. Devemos afirmar que: a) somente a I é correta. b) somente a I e a II estão corretas. c) somente a I e a III estão corretas. d) somente a II e a III estão corretas. e) todas estão corretas. 10. A década de 1960 foi marcada por uma intensa movimentação política e cultural na qual a participação dos jovens foi decisiva e registrada em diversos países do mundo. A esse respeito, é correto afirmar: a) A contestação foi essencialmente econômica e secundariamente política e cultural, como pode ser exemplificado pela Revolução Cultural chinesa e pela revolta dos estudantes na França, em 1968, movimentos contrários ao culto a personalidades. b) A vitória da Revolução Cubana não influenciou a juventude latino-americana devido ao embargo econômico e à política de isolamento sustentada pelos Estados Unidos contra o regime de Fidel Castro. c) A juventude estudantil brasileira manteve-se distante do processo político até o final de 1968, quando passou a organizar diversas manifestações de massas contra o regime militar. d) A América Latina tornou-se uma das únicas regiões não contaminadas pela Guerra Fria, graças ao estabelecimento de ditaduras militares e regimes nacionalistas refratários a qualquer vinculação com os Estados Unidos ou com o bloco soviético. e) Liberdade sexual, contracultura, revolução social, apologia à juventude e oposição à Guerra do Vietnã foram elementos da contestação dos anos sessenta. 11.“ Henry Kissinger, o homem-chave da diplomacia americana, escreveu: “A diplomacia contemporânea se desenvolve em circunstâncias sem precedentes. Raras vezes existiu base menor de entendimento entre as grandes potências, mas tampouco jamais foi tão coibido o uso da força.” Guerra Fria foi a expressão cunhada para definir o paradoxo contido nessas relações entre os Estados Unidos e a União Soviética”. Demétrio Magnoli, Da guerra fria à détente. Adaptado. Segundo o texto, Guerra Fria na visão de um dos políticos mais importantes das décadas de 70/80 significa: a) a importância da diplomacia no sentido de evitar a “guerra quente” entre as duas superpotências e os países periféricos. b) uma situação de paz, pois a ação diplomática caminha no sentido das grandes potências compartilharem sua tecnologia militar. c) a equitativa distribuição internacional do poder, que suprime o uso da força bélica para garantir as negociações desejadas pelas grandes potências. d) o jogo de relações que polariza a situação internacional entre os Estados Unidos e a União Soviética e não leva à guerra, mas não garante a paz. e) o equilíbrio do terror, pois, se não há guerra, as superpotências aliam-se para conter o desenvolvimento científico. 12. A União Soviética invadiu o Afeganistão em 1979, instalando no poder deste país um regime pró- soviético. O mundo ainda vivia o período da chamada 14 Guerra Fria. Os Estados Unidos apoiaram grupos armados de oposição no Afeganistão, para prejudicar os interesses soviéticos. Sobre estes grupos é correto afirmar que a) receberam treinamento no Irã, apoiado pela China, interessada no comércio com os EUA. b) um deles foi liderado pelo Taleban, organização de esquerda ligada ao Partido Comunista do Afeganistão. c) um deles era liderado por Osama Bin Laden, que foi armado e treinado em técnicas terroristas pela CIA. d) receberam treinamento da CIA no Iraque, principalmente o grupo Al Fatah, que cometeu vários atentados suicidas contra as forças soviéticas. e) um deles era liderado por Saddam Hussein, que nessa época era aliado dos EUA contra o Irã. 13. As duas últimas décadas do século XX assistiram à desmontagem do "Estado do Bem Estar Social" - Welfare State, expressão que se refere: a) A uma política econômica baseada na estatização da economia, tendo sido levada a cabo principalmente pelos governossocial-democratas após a Segunda Guerra Mundial. b) Ao Estado que garante a todos os cidadãos, como direito político: renda mínima, alimentação, saúde, habitação e educação. c) À aplicação ortodoxa dos princípios liberais de auto- regulação pelas leis do mercado, refutando a intervenção do Estado na economia. d) Ã versão Ocidental da planificação econômica soviética, desenvolvida pelos sucessivos gabinetes trabalhistas britânicos no período posterior à Segunda Guerra Mundial. e) À política de boa vizinhança defendida pelos governos norte-americanos na América Central, conhecida também como "Aliança para o Progresso". 14. "Estoy aqui de passagem/ Sei que adiantei/ Um dia vou morrer/ De susto, de bala ou vício/ No precipício de luzes/ Entre saudades, soluço/ Eu vou morrer de bruços/ Nos braços de uma mulher/ Mas apaixonado ainda/ Dentro dos braços da camponesa/ Guerrilheira, manequim/ Ai de mim/ Nos braços de quem me queira/ Soy loco por ti, América/ Soy loco por ti de amores." Soy loco por ti América - Gilberto Gil/Capinam - 1968. Durante o período da Guerra Fria, o cenário internacional foi marcado: a) Pela expansão de regimes comunistas no interior da América Latina e pela Europa Ocidental. b) Pela bipolarização do poder mundial envolvendo as duas superpotências, União Soviética e Estados Unidos da América. c) Pela militarização da Alemanha, a despeito das decisões das conferências de Yalta e Potsdam. d) Pela polarização do mundo em dois blocos compostos por URSS, Inglaterra, EUA e França, contra Alemanha, Itália e Japão. e) Pelo equilíbrio de forças entre os países desenvolvidos e os países do chamado Terceiro Mundo. 15. Em termos de geopolítica, a existência de uma única grande potência mundial cria uma situação de unipolaridade, a existência de duas potências cria situação de bipolaridade e a de mais de duas, de multipolaridade. Desse ponto de vista, o século XX conheceu: a) uma hegemonia unipolar até 1918, bipolar entre 1919 e 1945, e multipolar a partir de 1945, com a criação da ONU. b) uma dialética infernal entre bipolaridade e unipolaridade, que levou o mundo a duas guerras mundiais e ao impasse atual. c) um equilíbrio entre bipolaridade, que dominou na primeira metade do século, e unipolaridade, na segunda metade. d) uma evolução que, de multipolar até 1945, passou à bipolar entre 1945 e 1990, e à unipolar a partir de 1990. e) uma alternância constante entre multipolaridade e unipolaridade, começando com a primeira e terminando com a segunda. GABARITO 01 – A 02 – E 03 – E 04 – E 05 – A 06 – C 07 – A 08 – A 09 – B 10 – E 11 – D 12 – C 13 – B 14 – B 15 – D
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