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Resumo de Cirurgia Oral 2 ESPAÇOS FACIAIS: Compartimentos teciduais revestidos por fáscias, preenchidos por tecido conjuntivo frouxo, que podem tornar-se inflamados quando invadidos por microoganismos. Tecido conjuntivo frouxo dentro desses espaços serve como coxins para os músculos, vasos, nervos e outras estruturas e permitir o movimento relativo entre essas estruturas. · Espaço facial profundo: infecção mais comum é abcesso do espaço vestibular, que muitas vezes estabele fístula crônica que drena para a cavidade oral ou para a pele. Enquanto houver drenagem da fístula, o paciente não sente dor. Espaços primários da Maxila: · Canino , Bucal, Infratemporal Espaços primários da Mandíbula: · Submentual, Bucal, Submandibular, Sublingual Espaços Faciais Secundários · Massetérico, Parotideo, Pterigomandibular, Temporal superficial e profundo Lateral da faringe Retrofaríngeo, Pré-vertebral ESPAÇOS ANATÔMICOS ENVOLVIDOS NAS INFECÇÕES ODONTOGÊNICAS Espaços faciais profundos associados a qualquer dente · Vestibular, Bucal e Subcultâneo Espaços faciais profundos associados aos dentes superiores: · Bucal, Canino, Infratemporal, · Infraorbital, Seios Maxilares e Seios Paranasais = Trombose Do Seio Cavernoso Espaços faciais profundos associados aos dentes inferiores: · Espaço Bucal, Espaço do Corpo Da Mandíbula, Espaços Perimandibulares (Submandibular, Sublingual e Submentoniano) · Espaço Mastigador (Submassetérico, Parotideo, Pterigomandibular, Temporal Superficial e Temporal Profundo) Espaços faciais profundos do pescoço: · Faríngeo Lateral, Retrofaríngeo e Espaço Pré-Vertebral · Sequelas sérias com ameaça à vida · Podem comprimir, desviar ou obstruir completamente as vias aéreas e invadir estruturas vitais contidas no mediastino* · As infecções dos espaços faciais profundos podem ser classificadas em baixa, moderada e alta gravidade, de acordo coma probabilidade de atingir as vias respiratórias e outras estruturas vitais. · Moderada gravidade: trismo e elevação da língua, dificultando a intubação endotraqueal · Alta gravidade: direta compressão ou desvio das vias respiratórias ou danificar órgãos vitais como o cérebro e o coração, pulmões ou pele. A localização anatômica é peça-chave na definição da sua gravidade. Angina de Ludwig = envolvimento bilateral dos espaços perimandibulares · Celulite de rápida evolução com aumento de grandes proporções que pode obstruir as vias aéreas e disseminar-se para espaços fasciais profundos do pescoço, levando à morte. · Elevação e deslocamento da língua, área bilateral endurecida acima do osso hióide · Trismo, sialorreia, disfagia e dispneia. I. Espaço Vestibular · localizado na cortical vestibular Maxila · IC e IL abaixo do m. orbicular da boca; · Canino abaixo do m. elevador do ângulo da boca · Dentes posteriores abaixo da origem do m. bucinador Mandíbula · IC e IL acima do m. mentual; · Canino acima do m. depressor do ângulo da boca; · Dentes posteriores acima da iserção do m. bucinador; II. Espaço Palatino: · Localizado na cortical palatina; · Espaço subperiosteal potencial no palato / ápices de IL e raízes P dos PMs e M III. Espaço Bucal: · Localizado na cortical vestibular; · Limitado pela pele sobrejacente da face e pelo mm bucinador; Maxila · Limitado ao arco zigomático; · Dentes anteriores acima da origem do m. bucinador; · Aumento de volume abaixo do arco zigomático IV. Espaço Canino: · Localizado na cortical vestibular; · Acima do m. elevador do ângulo da boca; · Envolvimento do dente canino superior. · Inchaço na região da asa do nariz. V. Espaço Infraorbitário: · Entre os mm elevador do ângulo da boca e elevador do lábio superior · Extensão de infecções do espaço canino ou bucal · Drenagem ocorre no canto medial ou lateral do olho / o edema apaga o sulco nasolabial · Rota seios maxilares e seios paranasais = trombose do seio cavernoso VI. Espaço Infratemporal: · Posteriormente a maxila, limitado pela lâmina lateral do processo pterigoide do esfenoide e pela base do crânio; é contínuo com o espaço temporal profundo; · Rota posterior para o seio cavernoso; · Exclusivo de 3 Molares. VII. Espaço Submentoniano: · Localizado na cortical vestibular; · Abaixo no musculo mentual e depressor do ângulo da boca; · Dentes anteriores inferiores; VIII. Espaço Sublingual: · Localizado na cortical lingual; · Borda medial da mandíbula como limite lateral e entre a mucosa do assoalho bucal e acima mm milo- hióideo / infecção acima da linha milo-hióidea / PMs e 1 e 2M / aumento de volume do assoalho com elevação da língua; IX. Espaço Submandibular: · Localizado na cortical lingual; · Borda medial da mandíbula como limite lateral e abaixo mm milo-hióideo e camada superficial da fáscia profunda cervical /infecção inferior de 2M e 3M. X. Espaço mastigador · Formado pela divisão da camada superficial da fáscia cervical profunda a qual circunda os mm da mastigação. · Passa acima do mm masseter e acima da superfície medial do mm pterigoideo medial · Sobre o arco zigomático: passa sobre a superfície lateral do mm temporal e termina na inserção do mm temporal no crânio · O arco zigomático separa o submassetérico e temporal superficial · mm pterigoideo lateral separa pterigomandibular e temporal profundo · Espaço Submassetérico: entre mm masseter e lateral do ramo ascendente da mandíbula / pericoronarite ou fratura do ângulo mandibular / trismo moderado a grave; · Espaço Pterigomandibular: entre o mm pterigoideo medial e superfície medial do ramo ascendente / 3 M ou pelo trajeto da agulha durante bloqueio do n. alveolar inferior / trismo e compressão das vias aéreas pelo edema; · Espaço Temporal Superficial: entre a fáscia temporal e o mm temporal / quando em infecções graves / aumento de volume na região temporal superior ao arco zigomático e posterior à margem orbitária lateral; · Espaço Temporal Profundo: entre mm temporal e o crânio / quando em infecções graves / aumento de volume na região temporal superior ao arco zigomático e posterior à margem orbitária lateral XI. Espaços faciais cervicais profundos do pescoço · Estende-se pelas infecções dos espaços pterigomandibular, submandibular e sublingual; - Espaço faríngeo lateral que se estende da base do crânio no osso esfenoide até o osso hióide inferiormente / trismo, febre alta, disfagia / trombose da veia jugular, erosão da a. carótida interna e interferência nos n. cranianos IX, X e XII /aumento do volume lateral do pescoço entre o ângulo da mandíbula e mm esternocleidomastóideo · Espaço Retrofaríngeo: atrás dos tecidos moles da faringe, da base do crânio até um ponto entre a C6 e a T4 / formado por tecido conjuntivo frouxo e linfonodos = pouca barreira contra a disseminação da infecção / pode romper a fáscia alar e entrar no espaço potencial · Espaço pré-vertebral: raramente envolvido / osteomielite nas vértebras · mediastino: espaço entre pulmões que contém o coração, nervo frênico e vago, traquéia e tronco principal do brônquio, esôfago, aorta e veias cavas superior e inferior. Infecção extremamente grave que comprime coração e pulmões e dissemina até a cavidade abdominal. Mortalidade elevada mesmo com drenagem torácica aberta. · Fascite Necrotizante: “bactéria comedora de carne”. Rápida disseminação da infecção da superfície de revestimento da fáscia cervical profunda ao mm platisma. Vesículas cutâneas seguida de coloração roxa e isquemia, necrose e divulsão da pele. Requer cirurgia de emergência com debridamento de grandes áreas de pele. Exodontia Simples e Complicadas “Remoção cirúrgica do elemento dentário, sendo esta feita a partir de uma dilatação lenta e progressiva das paredes do alvéolo promovendo o rompimento das fibras do ligamento periodontal e assim, permitindo a remoção do dente.” IndicaçõesAvaliação Clínica Acesso ao dente Abertura de boca adequada Mobilidade Dentes com mobilidade facilitam a remoção Condição da coroa Apoio para a remoção do dente · Caries; · Necrose pulpar; · Doença periodontal; · Raçoes ortodônticas; · Dentes mal posicionados; · Dentes fraturados; · Dentes impactados; · Dentessupranumerários; · Dentes associados a lesões patológicas; · Radioterapia;Avaliação Radiográfica Visualização das estruturas vitais Seios, nervos, canais Visualização de estrutura radicular Dilacerações na raiz, hipercementose, restaurações extensas, tratamento endodôntico Visualização de estrutura óssea Atrofia, densidade do osso · Dentes envolvidos em fraturas ósseas; · Questões financeiras; Contraindicações · Comprometimento sistêmico (não controlado); · Dentes em áreas de lesões tumorais; · Pericoronarite; · Processos infecciosos agudos; · Idade; Técnicas Exodônticas · Técnica Primeira – fórceps · Técnica Segunda – alavanca · Técnica Terceira – ostectomia vestibular · Técnica Fechada – sem retalho · Técnica Aberta – com retalho Fórceps Princípios de ação dos fórceps: Anatomia e localização Forças aplicadas: força de manutenção e força de deslocamento Indicações: · Dentes com coroas hígidas ou remanescentes de coroa ou raiz suficiente para apreensão com o fórceps; · Dentes com porção radicular e estrutura óssea alveolar dentro dos padrões de normalidade anatômicos; · Pacientes com doença periodontal; Contra indicações: · Dentes anquilosados; · Dentes com hipercementose; · Dilaceração radicular; · Sem estrutura coronariana o radicular adequados; · Dentes hígidos e isolados há muito tempo; Tipos: · 1 – Incisivos e Caninos Superiores · 150 – Incisivos Centrais e Laterais, Caninos e Pré-Molares Superiores; · 151 - Incisivos Centrais e Laterais, Caninos e Pré-Molares Inferiores; · 18R – Molares Superiores Direitos; · 18L – Molares Superiores Esquerdos; · 17 – Molares Inferiores; · 16 – Molares Inferiores com destruição coronária; · 69 – Raiz residual Inferior; · 68 – Raiz residual Inferior · 65 – Incisivos e Raiz residual Superior; Caracterização: · Para dentes ântero-superiores o cabo e os mordentes encontram-se no mesmo alinhamento reto, diferentemente dos fórceps para póstero-superiores, que possuem duas curvaturas · Para dentes inferiores, os fórceps apresentam apenas uma curvatura (monoangulados), estando os mordentes e o cabo em relação perpendicular · Movimentos Exodônticos: · Intrusão: rompe as fibras do ligamento periodontal e muda o centro da gravidade (para todos os dentes); · Lateralidade: movimentos pendulares – primeiro para a cortical mais espessa, para um rompimento das fibras do ligamento; · Rotação: apenas para os dentes unirradiculares – auxilia na dilatação e rompe o restante das fibras; · Tração: dente luxado – associado a lateralidade ou rotação (exérese). Alavancas Principio de ação: 1. Potência – força exercida no cabo. 2. Ponto de apoio – base óssea. · São os septos ósseos alveolares interdentarios ou inter-radiculares, pela cortical óssea vestibular ou palatina. 3. Resistencia – porção radicular do dente Interfixa – o apoio está entre a resistência e a potencia (mais efetiva). Inter-resistente – resistência está entre a resistência e a potencia. Inter-potente – a potencia está entre o apoio e a resistência (menos efetiva). Indicações: · Raízes e ápices residuais ou recém fraturados; · Dentes com porção coronária destruídos ou frágeis; · Dentes hígidos para luxação; · Dentes retidos ou semi-retidos; · Não utilizar o dente adjacente como apoio; · Não utilizar as corticais palatinas ou linguais como ponto de apoio; · Aplicar força na região Mesial ou Distal da raiz a ser removida; Tipos: 1. Apical reta 301 – superfície côncava em um dos lados. 2. Apical angulada esquerda 302 - cunha 3. Apical angulada direita 303 - cunha 4. Seldin reta 2 - separar raízes 5. Seldin angulada esquerda 1L – raiz fraturada com dente vizinho ausente 6. Seldin angulada direita 1R - raiz fraturada com dente vizinho ausente · Trabalho de Cunha: · Quando coloco a alavanca no espaço do ligamento periodontal, estou ocupando o espaço que antes era do dente, então estou dilatando aquele espaço, promovendo a remoção daquele elemento. · A medida que eu entro com a alavanca, a raiz tende a sair, pois dois corpos não ocupam o mesmo lugar no espaço. · Roda e Eixo: · Movimento de rotação; · Para que aconteça a elevação da raiz do elemento dentário; · Na luxação previa à colocação do fórceps, introduzimos a alavanca perpendicular ao longo eixo do dente no espaço do ligamento periodontal (cunha), assim teremos um apoio entre a crista óssea e o dente (alavanca) e realizamos um movimento de rotação (roda e eixo) Odontosecção e Osteotomia Osteotomia: desgaste ósseo (cinzel, alta e baixa rotação, brocas e irrigação com soro fisiológico) Ostectomia: remoção de fragmento ósseo Odontosecção: separação das raízes · Se utiliza de brocas de alta rotação, ou cinzel e martelo, dependendo da conformação anatômica. · A técnica pode ser removendo toda a coroa primeiro e daí atuar nas raízes, ou já seccionar a coroa de início. · Deve-se sempre lembrar da anatomia radicular (numero e formato das raízes). · O sepultamento radicular é um tratamento de escolha principalmente nos casos em que a tentativa de remoção do fragmento será muito traumática ou arriscada. · O fragmento deve ter de 2 a 3 mm no máximo; · Raiz deve estar profundamente embutida no osso; · O dente a qual pertencia deve estar completamente hígido, livre de infecções. Objetivo: · Diminuir a resistência óssea; · Facilitar a luxação; · Dificuldade de apoio para USP do fórceps ou alavanca; · Corticais rígidas; · Melhor visibilidade e acesso; Indicações: · Raízes e ápices radiculares residuais; · Dentes com anquilose; · Hipercementose; · Dilaceração radicular; · Raízes divergentes; · Raízes fraturadas; · Dentes com anomalias radiculares; · Dentes com lesões periapicais; · Dentes restidos ou semi-retidos; · Dentes frágeis com porção coronária destruidos e sem apoio; · Exodontia atípicas; · Exodontia múltipla, para regularização; · Dentes com evidencias de bruxismo; Quando deixar a raiz: · Técnica excessivamente traumática; · Não maior que 4mm; · Totalmente inserida no osso; · Sem infecção; · Risco maior que o beneficio - Destruição do osso e estruturas anatômicas; - Deslocamento para os espações faciais ou seio maxilar.
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