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1 www.soenfermagem.net/cursos 2 www.soenfermagem.net/cursos Sumário Introdução Histórico do Acesso Venoso Histórico dos acessos venosos centrais Complicações dos acessos venosos Cateteres Venosos Acesso venoso periférico Acesso venoso central Cateterismo umbilical PICC Dissecção Venosa Bibliografia 3 www.soenfermagem.net/cursos Introdução De 1980 a 2000, intensificaram-se os avanços tecnológicos em terapia intravenosa na Neonatologia, beneficiando os recém-nascidos (RN) de alto risco que necessitam de um acesso venoso seguro, por um tempo prolongado, visando à administração de drogas vasoativas e irritantes, soluções hidroeletrolíticas, nutrição parenteral e antibióticos. A utilização desta terapêutica apresenta determinadas peculiaridades práticas que vão desde a escolha do vaso sanguíneo até a manutenção do acesso. Por isso é importante que o enfermeiro tenha conhecimentos básicos em relação à fisiologia e à anatomia da rede venosa. Após o nascimento, a limitação venosa é condicionada pelo organismo do RN, ainda em fase de crescimento e desenvolvimento, o que pode influenciar no aparecimento de sérios transtornos à manutenção dessa terapêutica. O procedimento da punção venosa é uma das práticas mais difíceis de realizar no neonato. Além disso, a perda do acesso venoso freqüentemente causa interrupções na infusão de líquidos e eletrólitos, comprometendo a eficácia da terapêutica. As repetidas venopunções comprometem os vasos periféricos com certas complicações, que podem ser locais ou sistêmicas, culminando muitas vezes com a necessidade de uma dissecção venosa. A preservação da rede venosa se faz indispensável na assistência de enfermagem, pois o uso constante dessa via para aplicação dos mais variados medicamentos, soluções, sangue e seus derivados e para a coleta destinada à realização de exames laboratoriais leva a problemas cada vez mais sérios de visualização e acesso ao vaso. É competência e responsabilidade do enfermeiro a administração de medicações por via endovenosa, o que lhe confere autonomia profissional e exige conhecimento técnico-científico com relação aos cuidados com infusão venosa. 4 www.soenfermagem.net/cursos Histórico do Acesso Venoso Desde o século XIX, tem sido realizados estudos sobre acesso venoso e terapêutica intravenosa num crescente avanço e com inúmeras descobertas que vêm, possibilitando o tratamento de pacientes de forma mais segura e eficaz. A partir do advento do primeiro cateter em polietileno em 1945, tornou-se possível a administração de fluídos por tempo prolongado, contribuindo significativamente no tratamento dos pacientes que não podiam receber a terapia medicamentosa por outras vias. A terapia intravenosa tornou-se então, um poderoso recurso terapêutico difundido em todo o mundo. Utilizado na maioria dos pacientes hospitalizados, representa para alguns uma condição de sobrevivência, pois possibilita uma rápida ação dos medicamentos, que podem ser administrados em “bolus” (infusão rápida), através da seringa e agulha por um tempo determinado ou de forma contínua. O grande desafio que se apresenta hoje na área da Pediatria e Neonatologia é assegurar a qualidade da assistência de forma a não oferecer risco às crianças e que seja executada através de cuidados atraumáticos, que minimizem a dor, o estresse, a exposição aos riscos e complicações e que garanta um desenvolvimento físico e mental livre de seqüelas e o mais próximo do normal. 5 www.soenfermagem.net/cursos Histórico dos acessos venosos centrais Os primeiros esforços para acessar o sistema venoso central se deram a partir do ano de 1900, onde há artigos descrevendo a utilização de cateteres dentro da circulação central através das veias cubital e femural. Em 1929, Forssman, realizou cateterizações venosas centrais bem sucedidas em cadáveres. Em 1952, Aubaniac realiza o primeiro acesso venoso central para infusão rápida de fluídos por via infraclavicular. Foi o precursor do intra-cath. Em 1957, Ross descreveu a técnica padrão para acesso à veia cava superior mediante a incisão nas veias basílica e cefálica no braço. Em 1968, Dudrick utilizou o intra-cath para injeção de soluções hipertônicas. Em 1973, Broviac et al idealizaram um cateter todo confeccionado em silastic que foi colocado através de um longo túnel subcutâneo no tórax anterior, criando um shunt definitivo parcialmente implantável, onde podiam ser utilizadas a veia jugular interna e a veia cefálica;. Em 1979, Hickman et al modificaram este cateter através de um aumento de diâmetro interno, com o propósito de permitir que este cateter pudesse ser utilizado para múltiplos tratamentos intravenosos e coletas de amostras sanguíneas. Em 1982, Neiderhuber et al propuseram um sistema de acesso vascular totalmente implantado para ambas as infusões venosas e arteriais numa população oncológica, utilizando o reservatório (port) para injeções, implantado em tecido subcutâneo acoplado a um cateter de silicone que se ria ativado através da agulha. 6 www.soenfermagem.net/cursos Complicações dos acessos venosos As principais complicações podem estar associadas ou às tentativas de acesso ao sistema venoso ou à presença dos cateteres na luz da veia. As complicações relacionadas aos acessos venosos periféricos incluem, freqüentemente, hematomas, tromboflebites superficiais, ou punções inadvertidas de artérias ou outras estruturas adjacentes. As complicações mais graves estão relacionadas à obtenção ou à presença de cateteres venosos centrais. Assim, na tentativa de se puncionar a veia jugular interna, podem ocorrer sangramentos e hematomas secundários à perfuração da própria veia ou da artéria adjacente. Um hematoma importante pode levar à compressão da traquéia. Pode ocorrer ainda perfuração de outras estruturas adjacentes na tentativa de punção da veia subclávia: ducto linfático, nervos e artérias, com sérias conseqüências. Outras graves complicações associadas à punção da subclávia incluem: pneumotórax, hemotórax, vazamento de fluidos em cavidade pleural e embolia gasosa. As complicações associadas aos cateteres centrais são, em sua maioria, atribuídas a erro na técnica do operador, principalmente devido a falhas nos métodos corretos e nas múltiplas tentativas infrutíferas. A presença de cateteres em veias centrais também pode levar a graves conseqüências para os pacientes: trombose venosa, perfuração de átrio direito com tamponamento cardíaco, arritmias e quadros infecciosos, que podem variar desde um processo inflamatório com secreção purulenta no local da inserção do cateter até bacteremia e sepse, além da possibilidade de desencadear endocardite infecciosa. 7 www.soenfermagem.net/cursos Cateteres Venosos Cateteres são dispositivos usados para acessar a circulação sanguínea humana. Denominamos de acesso periférico quando sua localização é na periferia do vaso sanguíneo. Nos casos onde o cateter atinge a circulação sanguínea central denomina-se cateter venoso central. Os cateteres são de grande preocupação na área de neonatologia e pediatria devido aos riscos a que está associado tais como a infecção, exposição a dor e desconforto e as dificuldades na sua realização, em função da vulnerabilidade das crianças e da sua fragilidade capilar. A manipulação indevida de cateteres