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A Reforma Sanitária A reforma sanitária foi um movimento social na década de 70 e refere -se a um conjunto de ideias que traziam mudanças e melhorias não só para a área de saúde, mas para todas as áreas garantindo melhores condições de vida para a população. Motivos para a criação da reforma sanitária Antes de 1988, a população que tinha acesso à saúde eram os trabalhadores – os que possuíam carteira assinada – ou dependentes destes, os demais só tinham acesso por meio de santas casas de misericórdia ou através de curandeiros. Os demais brasileiros só possuíram acesso total a saúde a partir da criação do SUS em 19 de novembro de 1990. Falando sobre a gestão dos serviços de saúde, a partir de 1988 a gestão de saúde passou a ser descentralizado, municipalizado e com participação popular através de conferências de saúde e conselhos, o que era muito diferente de anos atrás. Lembramos também que com o início do SUS houve uma busca por integralidade, ou seja, houve ações que incentivassem a prevenção, recuperação, promoção e reabilitação de saúde para todo e qualquer indivíduo no Brasil. A saúde era considerada como ausência de doença. Não havia ações de prevenção para a população, apenas algumas campanhas sanitaristas em casos de epidemias. – Como no caso da vacinação contra varíola na época da Revolta da Vacina. – Com a Constituição Federal de 1988, a saúde passou a ser vista não somente como ausência de doença, mas com qualidade de vida. Quanto às ações de saúde pública ou preventivas (vacinação, saneamento, controle de endemias, etc.), elas eram de acesso universal, mesmo que funcionassem em paralelo às ações ditas curativas. Como resultado o modelo de atenção à saúde era inadequado às reais necessidades da população como um todo e sem integralidade, devido á nítida separação existente entre a prevenção e a cura. Reforma Sanitária Brasileira e a Consolidação do SUS A reforma sanitária brasileira, movimento iniciado por grupos de médicos, estudantes e intelectuais na década de 70 contra a ditadura militar e com a finalidade de uma construção de uma saúde pública que vise a melhora da qualidade de vida das pessoas, foi responsável pela consolidação do SUS. A 8ª Conferência Nacional de Saúde foi o espaço utilizado para que as discussões políticas sobre o quadro sanitário precário que o Brasil se encontrava pudesse ocorrer. Destas discussões nasceu a Constituição Federal de 1988 que universaliza a saúde e cria o Sistema Único de Saúde. Uma das diretrizes desta estratégia é a ampliação dos direitos de cidadania às camadas sociais no processo histórico agravou com a supressão das liberdades de participação e organização e a limitação dos direitos civis durante estes anos. É dentro desta perspectiva que a "Saúde como um Direito do Cidadão e Dever do Estado" se coloca como ideia social básica do "Movimento Sanitário", o qual remonta a meados da década de setenta e que agora se cristaliza em sua forma mais elaborada: A "Reforma Sanitária". O Movimento da Reforma Sanitária no Brasil ocorreu no final da década de 70, e culminou na 8ª Conferência Nacional de Saúde em 1986. Essa conferência ocorreu com o intuito de assegurar que a saúde seja um direito do cidadão, um dever do Estado e que seja universal o acesso a todos os bens e serviços de saúde. A 8ª Conferência Nacional de Saúde (CNS), realizada no ano de 1986, contou com a participação de técnicos do setor saúde, de gestores e da sociedade organizada, propondo um modelo de proteção social com a garantia do direito à saúde integral. Em seu relatório final, a saúde passa a ser definida como o resultado não apenas das condições de alimentação, habitação, educação, trabalho, lazer e acesso aos serviços de saúde, mas, sobretudo, da forma de organização da produção na sociedade e das desigualdades nela existentes O chamado movimento sanitário tinha proposições concretas. A primeira delas, a saúde como direito de todo o cidadão, independente de ter contribuído, ser trabalhador rural ou não trabalhador. Não se poderia excluir ou discriminar qualquer cidadão brasileiro do acesso à assistência pública de saúde. A segunda delas é a de que as ações de saúde deveriam garantir o acesso da população às ações de cunho preventivo e/ou curativo e, para tal, deveriam estar integradas em um único sistema. A terceira, a descentralização da gestão, tanto administrativa, como financeira, de forma que se estivesse mais próximo da quarta proposição que era a do controle social das ações de saúde. A promulgação da Lei Orgânica da Saúde (SUS) - Lei Federal nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências. Em seu artigo 2º garante que a saúde é um direito fundamental do ser humano e que o Estado deve prover as condições indispensáveis ao seu pleno exercício. Os parágrafos deste artigo são significativos. No primeiro deles, consta que o Estado cumpra seu dever formulando e executando políticas econômicas e sociais que reduzam o risco de doenças e agravos e que assegurem o acesso universal e igualitário às ações e aos serviços para promoção, proteção e recuperação da saúde. Em seu parágrafo seguinte, diz que o dever do Estado não exclui o das pessoas, da família, das empresas e da sociedade. Logo, cabe também aos demais atores sociais a responsabilidade com o direito à saúde.
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