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TRAUMATISMO DENTO-ALVEOLAR

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Sheila Prates – 93 
Cirurgia II 
 
TRAUMATISMO DENTO-ALVEOLAR 
 
Traumatismos: 
• Fratura/fissura de coroa 
• Fratura coroa e raiz 
• Fratura raiz 
• Concussão – trauma de pequena intensidade, rompe fibras do ligamento periodontal sem mobilidade 
• Subluxação – trauma de intensidade moderada com área de maior rompimento de fibras do LP, podendo ocorrer 
mobilidade 
• Luxação – rompimento do LP e deslocamento do dente 
✓ Intrusão – deslocamento do dente para o interior do alvéolo, em direção axial 
✓ extrusão – deslocamento parcial do dente fora no alvéolo 
✓ lateral – deslocamento do dente no sentindo vestibular, palatina/lingual, fratura a tábua óssea. 
• Avulsão – deslocamento completo do elemento dentário para fora do alvéolo 
• Fratura dentoalveolar – ocorre na tábua óssea vestibular e palatina/lingual, podendo ser acima ou abaixo do ápice 
dentário. Há mobilidade do bloco ósseo 
O trauma depende do sentindo do impacto e da energia originada do trauma. 
Ocorrência 
• Fratura de coroa – 32% 
• Intrusão e extrusão – 31% 
• Luxação lateral – 16% 
• Concussão e subluxação – 15% 
• Fratura dentoalveolar – 9% 
• Fratura raiz – 7% 
Tecido mole – gengiva, língua e lábio 
Podem estar acometidos por abrasão, contusão e laceração. 
Avaliação do paciente 
Exame clínico 
➔ Anamnese 
✓ Trauma – como ocorreu 
✓ Consciência – teve perda ou não. Avaliação neurológica 
✓ Onde, quando e como (perguntar local devido a riscos de infecção) 
✓ Oclusão dental (perguntar se os dentes eram "normais ou não”) 
✓ Alimentação – devido a anestesia, que pode causar ânsia e outras complicações. Última alimentação 
mínimo de 2 ou 3h 
✓ Saúde sistêmica geral 
✓ Vacinação tétano – aconselhável em casos de local infectado. 
➔ Exame físico geral 
✓ Face 
✓ Corpo todo 
➔ Exame intrabucal 
✓ Tecido de suporte 
✓ Dentes 
✓ Hemorragia 
✓ Oclusão 
➔ Exames complementares 
✓ Radiografias: periapical, oclusal, panorâmica, Pós Anterior - P.A de mandíbula, P.A. de Water (terço médio - 
maxila), P.A. de tórax/abdômen, Lateral para ossos nasais (trauma em região anterior maxila) 
Obs: muitos desses casos são atendidos a nível hospitalar pois geralmente estão relacionados a acidentes automobilísticos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Em caso de dentição mista dificilmente há fratura dentoalveolar devido ao posicionamento do germe dentário do 
permanente no interior do rebordo alveolar e pelos decíduos estarem localizados para vestibular. O trauma que ocorre 
promove fratura da tábua óssea vestibular somente, dificilmente vestibular e palatina. O trauma ainda pode causar lesão 
no germe, gerando mancha no elemento do permanente, possibilitando má formação radicular ou do próprio germe 
dental. 
Crianças maiores de 4 anos é realizado exodontia pois a tentativa 
de reposicionamento pode afetar o germe do permanente, que 
já deve estar lesionado devido ao trauma. 
Criança menor de 4 anos pode tentar a imobilização do 
elemento dentário. 
 
 
 
Plano de tratamento – avaliar 
• Dente 
• Anestesia 
• Medicação 
• Redução e imobilização – tempo 
 
Tratamento das fraturas dentoalveolares 
 
 Redução 
Devolver o seguimento dento-ósseo que se apresentava originalmente. 
É realizado por pressão BIDIGITAL – dedo polegar na região palatina/lingual do 
elemento dental e o indicador ao nível da superfície do ápice radicular. O indicador 
força em sentido palatino e o polegar força a coroa sentindo vestibular. Dessa forma, ocorre a redução da fratura. 
Se passa muito tempo do trauma (1, 2 dias ou mais), forma coágulo desorganizado na região impedindo a redução correta, 
diminuindo o êxito da realocação do elemento dental. Por isso, quanto mais rápido for realizada a redução, melhor é o 
prognóstico. 
 
 
 Imobilização 
• Odontossíntese 
• Barra de Erich 
• Fio de aço + resina composta – mais confortável 
• Fio ortodôntico + RC 
• Aparelho ortodôntico 
• Placas e parafusos 
 
Acompanhamento – depois da redução e imobilização 
✓ Dieta – líquida ou pastosa e evitar mastigar onde ocorreu a fratura 
✓ Remoção de suturas – após 7 dias, se não foi utilizado fio absorvível 
✓ Remoção imobilização 
✓ Após 4 semanas – início da neoformação óssea e mais resistência para suportar carga mastigatória (reparo do 
tecido ósseo) 
✓ Reimplante – 14 dias (casos de reparo do elemento periodontal) 
✓ Avaliação endodôntica 
• Clínico - colocação 
• Teste de sensibilidade – após 4 semanas 
• Radiografias – necrose pulpar 
Para fratura dentoalveolar não necessariamente precisa de tratamento endodôntico, são poucos os casos. 
 
ODONTOSSÍNTESE 
Apenas os dentes são usados para imobilidade. Tipos: 
• Hipocrática 
• Em escada – mais utilizada 
• De Essig – associa a hipocrática e escada 
Fios: 
o Aciflex nº 1 
o Monicrom nº 1 
São fios de aço, flexíveis e não possuem memória (não voltam a posição de origem) 
A odontossíntese não pode ser utilizada em paciente que possuem diastema, porque o princípio é a aproximação do 
elemento dentário para imobilização devido a torção dos fios. 
Pode ser feita curetagem nas paredes do alveolo para manter o elemento dental, permitindo viabilidade (reimplante). 
O elemento dental deve ser lavado em soro fisiológico e limpo, retirando todo o ligamento periodontal. 
Fio mãe: dá volta nos elementos dentários. Precisa ser colocada após 2 dentes rígidos de cada lado, dos dentes envolvidos 
no trauma. O dente vizinho pode sofrer luxação se for apoiado somente nele. 
 
 
Depois de colocar o fio mãe (1ª 
foto), insere o fio de aço em cada 
meio, torcendo e aproximando a 
superfície vestibular da palatina. 
Essa aproximação promove a 
imobilização pelo contato dos 
dentes entre si 
 
Esses fios próximos do tecido gengival dificultam a higienização e geram 
desconforto. Pode gerar dor até durante a alimentação e traumatismo no 
tecido gengival. 
Fazer radiografias para verificar se os dentes foram posicionados de 
maneira correta. 
***TRATAMENTO TEMPORÁRIO*** 
 
FIO DE AÇO E RESINA COMPOSTA 
Com os fios Aciflex ou Monicrom ambos nº 1 
 Fazer imobilização sempre com 2 dentes de cada lado do dente fraturado, 
caso ocorra risco de cair a resina. 
Orientar o paciente a retornar ao consultório caso a resina se solte. 
É mais fácil para higienização e não traumatiza o tecido gengival 
Pode ser usado em pacientes com diastema 
Remover a ODONTOSSÍTESE somente depois de ter colocado contenção de fio de aço com a resina. Remove depois de 1 
mês 
O prognóstico é bom se for atendido rápido, mas mesmo assim corre risco de insucesso. É preciso fazer acompanhamento. 
 
BARRA DE ERICH 
Fita de metal com ganchos que é utilizada para fratura de mandíbula/maxila, 
mas pode ser usada para imobilização da fratura dentoalveolar. 
Utiliza o fio de aço nº 1 
O fio é passado acima da barra de Erich de vestibular para palatina, envolve o 
elemento dentário e volta para vestibular no lado oposto, abaixo da barra. Os 
pontas são torcidas e nisso, a barra de Erich aproxima sobre a estrutura 
dentária e gengival. Causa ulceração e desconforto. Permanece por 1 mês 
Não é o melhor método e não é mais utilizado em consultório, mas é o mais 
disponível em hospital. 
 
INCISÃO E DESCOLAMENTO MUCOPERIORTEAL SÃO FEITOS EM 2 CASOS: 
quando não há êxito com fratura BIDIGITAL e/ou quando a fratura é tardia 
 
 
FIO ORTODÔNTICO E RESINA COMPOSTO 
O fio ortodôntico é o 0.9 
Indicado em dentição mista quando falta algum dente vizinho. O fio 0.9 é mais 
espesso sendo mais firme para conter o dente fraturado 
 
 
 
APARELHO ORTODÔNTICO 
 É mais indicado em paciente que já utiliza aparelho e sofreu o trauma 
Pode-se tratar inicialmente com 
Odontossíntese em escada. 
Depois, o ortodontista coloca o 
fio ortodôntico, cola os braquetes 
e remove a odontossíntese. 
 
Acompanhamento e finalização do tratamento em até 6 meses devido a 
possíveis reabsorções externas radiculares que o traumatismo pode originar.Devido a força ortodôntica pode acentuar mais a reabsorção. 
 
PLACAS E PARAFUSOS 
Placas de titânio 
• Sistema 2,0mm – A placa tem 1mm de espessura 
• Sistema 1,5 mm – mm refere-se ao diâmetro externo da rosca do parafuso. Não tem a 
ver com a espessura da placa. A placa tem e torno de espessura 0,5 a 0,6 mm 
O sistema de 1,5 mm é mais delicado do que o sistema 2,0mm 
 
Faz o acesso e incisão, descolamento mucoperiosteal e insere 
a placa 
A placa é sempre apliacada dois furos acima e abaixo da linha 
da fratura, dois de cada lado, que promove mobilização mais 
adequada do seguimento ósseo. 
Se tiver desconforto no paciente pode ser removida mas não costuma ser o caso. 
A placa não é para aderir ao osso e sim promover imobilização do segmento faturado e 
consolidação. São removidos se necessário. 
Indicação: quando não há dentes vizinhos para apoiar a contenção do dente fraturado. 
Nesses casos, pode-se analisar a extração ou imobilização com placas e parafusos. 
 
 
Reabsorção 
• Interna – pode ocorrer falta de nutrição no feixe vásculo-nervoso 
• Externa 
✓ Superfície – traumatismo pentágono. Essa reabsorção é autolimitante: surge e depois se autocorrige. Não 
causa complicações 
✓ Inflamatória – é a pior entre as três reabsorções externas. Envolve perda de 
estrutura óssea e dentária. Usa-se medicamentos como antibiótico, anti-
inflamatório e analgésicos para evitar um processo infeccioso. 
✓ Substituição ou Anquilose – é a mais benéfica pois a estrutura dentária é 
reabsorvida e tecido ósseo é depositado no lugar. NEOFORMÇÃO ÓSSEA. O 
volume do alvéolo é mantido facilitando reabilitação com implantes dentários 
futuramente. A extração deve ser feita por motivos estéticos ou de mobilidade. 
São casos de insucesso e podem ser tratadas com endodontia, mas é raro ocorrer reabsorção em 
fratura dentoalveolar. 
 
 
Reabilitação Protética – PPR, PPF Prótese Sobre Implante 
A reabilitação protética depende do volume ósseo remanescente. Se não tiver um volume adequado, pode ser feito 
enxerto ósseo concomitante ou previamente a reinstalação do implante. 
 
Tecido Moles 
Abrasão – remoção do tecido superficial, epiderme, com exposição do tecido conjuntivo com vários graus de 
profundidade 
Limpeza 
➔ PVPI – observar indicações para qual tipo de PVPI usar 
✓ Degermante – presença de sabão. Casos em que o trauma está muito sujo 
✓ Tópico – água/aquoso 
✓ Tintura – álcool (dar anestesia antes) 
➔ Soro fisiológico 0,9% - evitar futuros processos infecciosos na região. 
Creme/ pomada – tecido mole se prolifera mais rápido na presença de umidade, sendo proporcionado pelo 
creme/pomada. Aplicar 3 ou 4 vezes ao dia e orientar o paciente a remover a camada de creme da aplicação anterior, 
devido a contaminações. 
(Kollagenase, Iruxol, Novaderme – marcas comerciais) 
 
Contusão – equimose ou hematoma 
Na equimose há o extravasamento de sangue no tecido mole, enquanto que no hematoma, o sangue fica aprisionado com 
área de limitação no tecido, forma área de concentração. 
Sempre que houver uma contusão deve-se suspeitar de fratura óssea. 
Gelo pode ser aplicado nas primeiras 24H 
Antibioticoterapia pode ser indicado em casos de hematomas em grandes proporções – sangue parado é meio de cultura 
de bactérias. 
Drenagem pode ser instituída depois de 2 ou 3 semanas do trauma. Não pode ser feita no mesmo dia que ocorreu o 
trauma porque o vaso sanguíneo continua com sangramento e não promove a hemostasia na região. 
 
Laceração – separação/divisão dos tecidos, esmagamento 
➔ Limpeza (com PVPI) 
➔ Desbridamento – remoção de corpo estranho, sujeiras 
➔ Hemostasia 
➔ Sutura 
• Aproximação dos tecidos de forma breve para evitar infecções. 
• Fios: 
✓ Catgut 3-0, 4-0 
✓ Vicryl 3-0, 4-0 
✓ Nylon 5-0, 6-0 
✓ Fio absorvível para plano profundo, muscular e vermelhão do lábio 
➔ Antibioticoterapia – para lacerações extensas ou face. Lacerações pequenas com 2 ou 3 cm não necessita de 
medicação 
Em pacientes negros há maior chance de formar uma cicatriz hipertrófica

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