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Fornecedor Direito do Consumidor Fornecedor Art.3º - Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços. §1º. Produto é qualquer bem móvel ou imóvel, material ou imaterial. §2º. Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração, inclusive natureza bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter trabalhista. Art. 966. CC/02 - Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços. Fornecedor Requisitos pluralidade de atos (atos organizados); finalidade comum que dirige e coordena os atos (finalidade lucrativa); dimensão temporal, já que a atividade necessariamente se prolonga no tempo (habitualidade). Fornecedor A atividade desenvolvida deve ser tipicamente profissional, com intuito de lucro direto ou vantagens indiretas, tais como: Atividade de produção – caso dos fabricantes de gêneros alimentícios industrializados. Atividade de montagem – hipótese das montadoras de automóveis nacionais ou estrangeiras. Atividade de criação – situação de um autor de obra intelectual que coloca produtos no mercado. Atividade de construção – caso de uma construtora e incorporadora imobiliária. Atividade de transformação – comum na panificação das padarias, supermercados e afins. Atividade de importação – como no caso das empresas que trazem veículos fabricados em outros países para vender no Brasil. Atividade de exportação – caso de uma empresa nacional que fabrica calçados e vende seus produtos no exterior. Atividades de distribuição e comercialização – de produtos e serviços de terceiros ou próprios, desenvolvidas, por exemplo, pelas empresas de telefonia e pelas grandes lojas de eletrodomésticos. Fornecedor real x Fornecedor presumido Fornecedor real é aquele que, de fato, participa da produção do produto (componentes ou matéria-prima). Tais fornecedores são aqueles do art. 3°, do CDC (construtor, fabricante, importador e etc.). Fornecedor presumido é aquele que atua como um intermediário entre o fornecedor real e o consumidor final. Em síntese, significa dizer que o fornecedor presumido não participa “diretamente” do processo de fabricação, mas sim de circulação dos produtos entregando em consumidor final. Art. 13. O comerciante é igualmente responsável, nos termos do artigo anterior, quando: I – o fabricante, o construtor, o produtor ou o importador não puderem ser identificados; II – o produto for fornecido sem identificação clara do seu fabricante, produtor, construtor ou importador; III – não conservar adequadamente os produtos perecíveis. Fornecedor equiparado Fornecedor equiparado é um intermediário na relação de consumo, com posição de auxílio ao lado do fornecedor de produtos ou prestador de serviços (Leonardo Bessa). “A figura do fornecedor equiparado, aquele que não é fornecedor do contrato principal de consumo, mas é intermediário, antigo terceiro, ou estipulante, hoje é o ‘dono’ da relação conexa (e principal) de consumo, por deter uma posição de poder na relação outra com o consumidor. É realmente uma interessante teoria, que será muito usada no futuro, ampliando – e com justiça – o campo de aplicação do CDC” (Cláudia Lima Marques). Fornecedor aparente Fornecedor aparente é aquele que adota o nome, marca ou sinais característicos de determinada empresa gerando no consumidor a ideia de que se trata do mesmo “fornecedor”. A empresa que utiliza marca internacionalmente reconhecida, ainda que não tenha sido a fabricante direta do produto defeituoso, enquadra-se na categoria de fornecedor aparente. O conceito legal de “fornecedor” previsto no art. 3º do CDC abrange também a figura do “fornecedor aparente”, que consiste naquele que, embora não tendo participado diretamente do processo de fabricação, apresenta-se como tal por ostentar nome, marca ou outro sinal de identificação em comum com o bem que foi fabricado por um terceiro, assumindo a posição de real fabricante do produto perante o mercado consumidor. Julgados (Fornecedor Real e Equiparado) “Para o fim de aplicação do Código de Defesa do Consumidor, o reconhecimento de uma pessoa física ou jurídica ou de um entre despersonalizado como fornecedor de serviços atende aos critérios puramente objetivos, sendo irrelevantes a sua natureza jurídica, a espécie dos serviços que prestam e até mesmo o fato de se tratar de uma sociedade civil, sem fins lucrativos, de caráter beneficente e filantrópico, bastando que desempenhem determinada atividade no mercado de consumo mediante remuneração” (STJ – REsp 519.310/SP – Terceira Turma – Rel. Min. Nancy Andrighi – j. 20.04.2004). Indenização. Fornecedor. Contratação de empréstimo e financiamento. Fraude. Negligência. Injusta negativação. Dano moral. Montante indenizatório. Razoabilidade e proporcionalidade. Prequestionamento. Age negligentemente o fornecedor, equiparado à instituição financeira, que não prova ter tomado todos os cuidados necessários, a fim de evitar as possíveis fraudes cometidas por terceiro na contratação de empréstimos e financiamentos. (...)” (TJMG – Apelação cível 1.0024.08.958371-0/0021, Belo Horizonte – Nona Câmara Cível – Rel. Des. José Antônio Braga – j. 03.11.2009 – DJEMG 23.11.2009). Julgados O fornecedor aparente, em prol das vantagens da utilização de marca internacionalmente reconhecida, não pode se eximir dos ônus daí decorrentes, em atenção à teoria do risco da atividade adotada pelo CDC. Dessa forma, reconhece-se a responsabilidade solidária do fornecedor aparente para arcar com os danos causados pelos bens comercializados sob a mesma identificação (nome/marca), de modo que resta configurada sua legitimidade passiva para a respectiva ação de indenização em razão do fato ou vício do produto ou serviço. STJ. 4ª Turma. REsp 1.580.432-SP, Rel. Min. Marco Buzzi, julgado em 06/12/2018 (Info 642).
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