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Aula 05 - Fornecedor (1)

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Fornecedor
Direito do Consumidor
Fornecedor
 Art.3º - Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, 
nacional ou estrangeira, bem como entes despersonalizados, que 
desenvolvem atividade de produção, montagem, criação, construção, 
transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de 
produtos ou prestação de serviços.
 §1º. Produto é qualquer bem móvel ou imóvel, material ou imaterial.
 §2º. Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante 
remuneração, inclusive natureza bancária, financeira, de crédito e securitária, 
salvo as decorrentes das relações de caráter trabalhista. 
 Art. 966. CC/02 - Considera-se empresário quem exerce profissionalmente 
atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou 
de serviços.
Fornecedor
 Requisitos
 pluralidade de atos (atos 
organizados);
 finalidade comum que dirige e 
coordena os atos (finalidade 
lucrativa);
 dimensão temporal, já que a 
atividade necessariamente se 
prolonga no tempo 
(habitualidade).
Fornecedor
 A atividade desenvolvida deve ser tipicamente profissional, com intuito de 
lucro direto ou vantagens indiretas, tais como:
 Atividade de produção – caso dos fabricantes de gêneros alimentícios 
industrializados.
 Atividade de montagem – hipótese das montadoras de automóveis nacionais ou 
estrangeiras.
 Atividade de criação – situação de um autor de obra intelectual que coloca 
produtos no mercado.
 Atividade de construção – caso de uma construtora e incorporadora imobiliária.
 Atividade de transformação – comum na panificação das padarias, supermercados e 
afins.
 Atividade de importação – como no caso das empresas que trazem veículos 
fabricados em outros países para vender no Brasil.
 Atividade de exportação – caso de uma empresa nacional que fabrica calçados e 
vende seus produtos no exterior.
 Atividades de distribuição e comercialização – de produtos e serviços de terceiros 
ou próprios, desenvolvidas, por
 exemplo, pelas empresas de telefonia e pelas grandes lojas de eletrodomésticos.
Fornecedor real x Fornecedor presumido
 Fornecedor real é aquele que, de fato, participa da produção do produto
(componentes ou matéria-prima). Tais fornecedores são aqueles do art. 3°, do
CDC (construtor, fabricante, importador e etc.).
 Fornecedor presumido é aquele que atua como um intermediário entre o
fornecedor real e o consumidor final. Em síntese, significa dizer que o
fornecedor presumido não participa “diretamente” do processo de
fabricação, mas sim de circulação dos produtos entregando em consumidor
final.
 Art. 13. O comerciante é igualmente responsável, nos termos do artigo anterior, 
quando:
 I – o fabricante, o construtor, o produtor ou o importador não puderem ser identificados;
 II – o produto for fornecido sem identificação clara do seu fabricante, produtor, construtor 
ou importador;
 III – não conservar adequadamente os produtos perecíveis.
Fornecedor equiparado
 Fornecedor equiparado é um intermediário na relação de consumo, com
posição de auxílio ao lado do fornecedor de produtos ou prestador de serviços
(Leonardo Bessa).
 “A figura do fornecedor equiparado, aquele que não é fornecedor do contrato
principal de consumo, mas é intermediário, antigo terceiro, ou estipulante, hoje é
o ‘dono’ da relação conexa (e principal) de consumo, por deter uma posição de
poder na relação outra com o consumidor. É realmente uma interessante teoria,
que será muito usada no futuro, ampliando – e com justiça – o campo de aplicação
do CDC” (Cláudia Lima Marques).
Fornecedor aparente
 Fornecedor aparente é aquele que adota o nome, marca ou sinais 
característicos de determinada empresa gerando no consumidor a ideia de 
que se trata do mesmo “fornecedor”.
 A empresa que utiliza marca internacionalmente reconhecida, ainda que não 
tenha sido a fabricante direta do produto defeituoso, enquadra-se na 
categoria de fornecedor aparente.
 O conceito legal de “fornecedor” previsto no art. 3º do CDC abrange também 
a figura do “fornecedor aparente”, que consiste naquele que, embora não 
tendo participado diretamente do processo de fabricação, apresenta-se como 
tal por ostentar nome, marca ou outro sinal de identificação em comum com 
o bem que foi fabricado por um terceiro, assumindo a posição de real 
fabricante do produto perante o mercado consumidor.
Julgados (Fornecedor Real e Equiparado)
 “Para o fim de aplicação do Código de Defesa do Consumidor, o
reconhecimento de uma pessoa física ou jurídica ou de um entre
despersonalizado como fornecedor de serviços atende aos critérios puramente
objetivos, sendo irrelevantes a sua natureza jurídica, a espécie dos serviços
que prestam e até mesmo o fato de se tratar de uma sociedade civil, sem fins
lucrativos, de caráter beneficente e filantrópico, bastando que desempenhem
determinada atividade no mercado de consumo mediante remuneração” (STJ
– REsp 519.310/SP – Terceira Turma – Rel. Min. Nancy Andrighi – j. 20.04.2004).
 Indenização. Fornecedor. Contratação de empréstimo e financiamento.
Fraude. Negligência. Injusta negativação. Dano moral. Montante
indenizatório. Razoabilidade e proporcionalidade. Prequestionamento. Age
negligentemente o fornecedor, equiparado à instituição financeira, que não
prova ter tomado todos os cuidados necessários, a fim de evitar as possíveis
fraudes cometidas por terceiro na contratação de empréstimos e
financiamentos. (...)” (TJMG – Apelação cível 1.0024.08.958371-0/0021, Belo
Horizonte – Nona Câmara Cível – Rel. Des. José Antônio Braga – j. 03.11.2009 –
DJEMG 23.11.2009).
Julgados
 O fornecedor aparente, em prol das vantagens da utilização de marca
internacionalmente reconhecida, não pode se eximir dos ônus daí
decorrentes, em atenção à teoria do risco da atividade adotada pelo CDC.
Dessa forma, reconhece-se a responsabilidade solidária do fornecedor
aparente para arcar com os danos causados pelos bens comercializados sob a
mesma identificação (nome/marca), de modo que resta configurada sua
legitimidade passiva para a respectiva ação de indenização em razão do fato
ou vício do produto ou serviço. STJ. 4ª Turma. REsp 1.580.432-SP, Rel. Min.
Marco Buzzi, julgado em 06/12/2018 (Info 642).

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