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A IMPORTÂNCIA DA LUDICIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL E ANOS INICIAIS

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A IMPORTÂNCIA DA LUDICIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL E ANOS INICIAIS - CÓDIGO:1309 
 
 
WWW.CEDUCAF.COM.BR 
 
 
 
 
 
 
 
A IMPORTÂNCIA DA LUDICIDADE NA 
EDUCAÇÃO INFANTIL E ANOS INICIAIS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Caderno Pedagógico do Ceduc@f 
 
A IMPORTÂNCIA DA LUDICIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL E ANOS INICIAIS - CÓDIGO:1309 
 
WWW.CEDUCAF.COM.BR 2 
PROGRAMA DO CURSO 
 
Ementa: 
Educação Lúdica: jogos pedagógicos e brincadeiras; A presença do lúdico no processo ensino 
aprendizagem: O desafio de aprender brincando; As Leis sobre a Educação Infantil; 
Desenvolvimento psicogenético do ser humano por meio do jogo; Educadores: os diversos 
olhares sobre o jogo. 
 
Objetivo Geral: 
Desenvolver no ambiente de trabalho a importância da ludicidade de ensino na Educação 
Infantil e anos Iniciais. 
Objetivos Específicos: 
 Explorar o jogo, a brincadeira e o brinquedo no trabalho pedagógico na Educação 
Infantil e séries iniciais; 
 Proporcionar conhecimentos sócio-histórica da criança. 
 Identificar o papel do professor no jogo didático. 
 
Conteúdos: 
 História da educação infantil 
 Breve histórico de ludicidade 
 Jogo, brinquedo, brincadeira e o processo de aprendizagem 
 O Brinquedo 
 A Brincadeira 
 O jogo e a formação de educadores 
 Leis sobre a educação infantil 
 A atividade lúdica e o berço obrigatório das atividades intelectuais da criança 
 O jogo e suas definições 
 O jogo, suas características e valores 
 A diferença entre jogo, brinquedo educativo e material pedagógico 
 O jogo no desenvolvimento psicogenético do ser humano 
 O papel do professor no jogo didático 
 Avaliação de conclusão do curso 
 
 
Metodologia: Pretende-se desenvolver neste curso um conjunto de reflexões que se 
caracterizem como instrumentos geradores de questionamentos e aprendizagens relacionando 
a teoria com a prática. No final do curso uma avaliação para a certificação do curso. 
 
 
 
A IMPORTÂNCIA DA LUDICIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL E ANOS INICIAIS - CÓDIGO:1309 
 
WWW.CEDUCAF.COM.BR 3 
 
 
 
A proposta de curso a distância destinada à formação continuada dos professores e 
profissionais da educação que, como você, se encontra no exercício de atividades 
educacionais nas escolas do país. 
Você participará de um curso cuja proposta focaliza-se no oferecimento de 
oportunidades de aprendizagem voltadas para o desenvolvimento de competências 
profissionais, com base nas reflexões das práticas pedagógicas atuantes e necessárias para um 
mundo globalizado. 
Sua matrícula neste curso revela sua intenção de ser formador (a) de sujeitos que 
devem ser capazes de pensar, sentir e agir de forma coerente e sábia. Porém, para que você 
possa atingir a necessária compreensão dos conteúdos trabalhados neste curso, é importante 
que leia atentamente e reflita cada momento, relacionando os conteúdos lidos e apreendidos à 
sua vida profissional e pessoal. 
Parabéns por se comprometer com a futura formação de cidadãs e cidadãos 
responsáveis! Parabéns por acreditar que só pela educação é possível revolucionar as mentes e 
os corações em busca de um mundo mais fraterno e humano. 
Para que aconteça a verdadeira transformação do conhecimento é necessário 
compromisso e empenho nas leituras e no aproveitamento da atividade disponibilizada para 
refletir a prática pedagógica, entre outros aspectos que são tão importantes na formação 
profissional do professor. 
 Após o estudo deste curso, desenvolva a avaliação de conclusão do curso. 
 
 BOM ESTUDO! 
 
 
 
 
 
 
 
A IMPORTÂNCIA DA LUDICIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL E ANOS INICIAIS - CÓDIGO:1309 
 
WWW.CEDUCAF.COM.BR 4 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
Introdução.................................................................................................................................05 
História da educação infantil.....................................................................................................06 
Breve histórico de ludicidade....................................................................................................11 
Jogo, brinquedo, brincadeira e o processo de aprendizagem....................................................13 
O Brinquedo..............................................................................................................................14 
A Brincadeira............................................................................................................................16 
O jogo e a formação de educadores..........................................................................................22 
Leis sobre a educação infantil...................................................................................................26 
A atividade lúdica e o berço obrigatório das atividades intelectuais da criança.......................30 
O jogo e suas definições............................................................................................................31 
O jogo, suas características e valores........................................................................................32 
A diferença entre jogo, brinquedo educativo e material pedagógico........................................33 
O jogo no desenvolvimento psicogenético do ser humano.......................................................35 
O papel do professor no jogo didático......................................................................................36 
Considerações Finais.................................................................................................................40 
Referências................................................................................................................................42 
Avaliação de conclusão do curso..............................................................................................44 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A IMPORTÂNCIA DA LUDICIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL E ANOS INICIAIS - CÓDIGO:1309 
 
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INTRODUÇÃO 
 
 
“Os jogos que englobam a ludicidade são em benefícios da aprendizagem, 
precisa fazer parte de uma proposta que tenha objetivos claros, público definido, 
materiais previamente selecionados, tempos e espaços planejados e avaliações 
pertinentes. As situações problema também são abordadas. Elas devem ser atividades 
que apresentam algum obstáculo para que a criança decida a melhor ação”. 
 
Percebe-se que as crianças possuem capacidade natural de investigar, ou seja, provar 
o desconhecido, vivendo o lúdico com intensidade fazendo o cotidiano um eterno brincar. No 
momento atual em que nos encontramos, podemos perceber que nosso ensino tem apresentado 
diversos problemas, mas estamos esperançosos de que as mudanças aconteçam. 
Procuramos mostrar que existem novas alternativas para o ensino, de forma a torná-
lo, mais simples, agradável e dinâmico. Onde faremos um estudo da importância da 
ludicidade na Educação Infantil e Séries Iniciais. Diante disso perguntamo-nos. A utilização 
da ludicidade contribuirá para a compreensão e desenvolvimento dos alunos? E ainda 
continuamos a nos perguntar: Por qual faixa etária deveríamos começar a utilizar a 
ludicidade? Sabemos que o conhecimento surge quando o indivíduo começa a interagir com o 
mundo a partir de situações vivenciadas, então se dá a construção do conhecimento. 
Precisamos resgatar e incentivar o gosto pelos jogos e brincadeiras, um dos meios de sentido 
da construção do conhecimento. 
Ressaltaremos neste curso a importância do lúdico dentro de todas as disciplinas, 
tornando-as fácil de ser compreendidas, buscando exemplos no cotidiano dos alunos, 
desenvolvendo assim: a socialização e troca entre as crianças; o desenvolvimento físico, 
motor, cognitivo,emocional, social e moral das crianças, o estimulo da criatividade; o contato 
com a espiritualidade, a imaginação, a fantasia; o despertar e o desenvolvimento dos 
potenciais e habilidades; tornar os indivíduos mais humanos; resgatar a essência e os valores 
mais significativos de cada um. É dentro desse contexto que o brincar nos oferece a 
possibilidade de tornar-nos mais humanos. Um espaço para podermos expressar, transformar, 
curar, aprender, crescer, desenvolver, enfim viver. Sabemos que a criança ao chegar à escola 
infantil possui muitos conhecimentos já adquiridos com a família e a comunidade. Compete 
ao professor desenvolver um trabalho no qual possa aproveitar as informações que o aluno já 
possui tornando assim o ensino mais prazeroso, despertando a curiosidade e o interesse de 
uma forma natural. 
A IMPORTÂNCIA DA LUDICIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL E ANOS INICIAIS - CÓDIGO:1309 
 
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HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO INFANTIL 
 
 
A tendência romântica: A pré-escola é um jardim, as crianças são as flores ou 
sementes, a professora é a jardineira. A educação deve favorecer o desenvolvimento natural”. 
Essa tendência se identifica com o próprio surgimento da educação pré-escolar. 
Nasce no século XVIII, num contexto em que os princípios do liberalismo, no plano 
filosófico, as profundas modificações na organização da sociedade no plano social, e, ainda, 
as progressivas descobertas nas áreas do desenvolvimento infantil geram intensos 
questionamentos à chamada escola tradicional, no plano educacional. 
Tais questionamento lançam os fundamentos da escola nova, movimento que irá se 
aprofundar nos séculos XIX e XX. Várias metodologias têm origens nesse movimento, tendo 
algumas delas exercido forte influência no ensino brasileiro, em particular na pré-escola. 
(Kramer, 1982; Kramer e Abramovik 1986; Kramer e Souza, 1988). Como princípios básicos 
da escola nova destacam-se a valorização dos interesses e necessidades da criança; a defesa da 
ideia do desenvolvimento natural; a ênfase no caráter lúdico das atividades infantis; a crítica à 
escola tradicional, porque os objetivos desta estão calçados na aquisição de conteúdos; e 
consequente prioridade dada, pelas escolas novistas ao processo de aprendizagem. 
 
O currículo que deveria de tais princípios tem sempre como centro as atividades. 
 
Desde a sua origem, na Europa, com Froebel e os primeiros jardins de infância, 
passando por Decroly e sua proposta de renovação do ensino e organização das atividades 
escolares em “centros de interesses”, até Montessori e sua preocupação com uma “pedagogia 
científica” e um “método pedagógico” capazes de orientar eficientemente a ação escolar, o 
fundamental para a Escola Nova é a atividade e o seu caráter de jogo. 
Algumas diferenças podem ser constatadas no interior dessa tendência pedagógica, 
que entende romanticamente a pré-escola como jardim de infância e as crianças como 
plantinhas ou sementinhas, situando-se concepções de Froebel (1782- 1852), por exemplo, 
defendia a ideia da evolução natural da criança e enfatizava a importância do simbolismo 
infantil. Consideravam que o desenvolvimento verdadeiro provém de atividades espontâneas e 
construtivas, primordiais, segundo ele, para integrar o crescimento dos poderes físico, mental 
e moral. Sua proposta pode ser caracterizada como um “currículo por atividades”, onde o 
caráter lúdico é o determinante da aprendizagem da criança. (Froebel 1782- 1852). 
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Decroly (1871- 1932), por sua vez, destacava o caráter global da atividade infantil e 
a função de globalização do ensino. Como pressuposto básico postulava que a necessidade 
gera o interesse, verdadeiro móvel em direção ao conhecimento. Para Decroly, “a sala de aula 
está em toda parte”, e o tempo de duração de cada centro de interesse deve ser flexível, 
orientado de acordo com os interesses, o desenvolvimento e a curiosidade infantis. 
Já Montessori (1870- 1952) sofre influencia de duas perspectivas: de um lado, ela é 
marcada pela psicologia experimental da qual deriva sua preocupação com a criação de uma 
“pedagogia científica”, de outro lado, é influenciada pela filosofia oriental, responsável por 
sua “visão cósmica” e pela ênfase dada por seu método á introspecção. 
Embora proponham alternativas curriculares diferentes, as três propostas são 
românticas: partindo de uma visão de criança como sementinha, de pré-escola como jardim e 
de professora como jardineira, deixam de considerar os aspectos sociais e culturais que 
interferem tanto nas crianças, quanto nas professoras, como, ainda, na própria pré-escola. 
No Brasil, essa concepção de pré-escola como “jardim de infância” foi inaugurada 
com o movimento da Escola Nova nas décadas de 20 e 30 deste século, sendo até hoje muito 
difundida, seja na rede pública, seja no particular. Cabe registrar nesse sentido, a atuação de 
Heloísa Marinho, que informada pela escola novismo e influenciada especialmente pelas 
ideias de Froebel, tem desenvolvido, desde 1930, uma série de estudos e trabalhos em torno 
do “currículo por atividade” e do método natural de leitura por ela criado. (Helisa Marinho, 
1930). 
A abordagem Montessori, por sua vez, teve sua expansão principalmente devido á 
atuação dos educadores vinculados à Organização Brasileira de Atividades Pedagógicas e a 
Associação Brasileira de Educação Montessori Ana. Apesar de reconhecer a grande 
contribuição dada por estes educadores em defesa da educação pré-escolar, é preciso perceber 
seus limites, em especial por não levarem em consideração a heterogeneidade social e o papel 
político que a pré-escola desempenha no contexto mais amplo da educação e da sociedade 
brasileira. (Montessori, 1870 – 1952). 
A tendência cognitiva: A criança é um sujeito que pensa, e a pré-escola o lugar de 
tornar as crianças inteligentes – A educação deve favorecer o desenvolvimento cognitivo. 
Essa segunda tendência tem em Jean Piaget (1986- 1980) investiga o processo de construção 
do conhecimento e realiza, ao longo de sua vida, inúmeras pesquisas sobre o desenvolvimento 
psicogenético, centrando seus estudos, principalmente nos últimos anos de sua vida, no 
pensamento lógico matemático. Produtor de uma vasta obra Piaget utiliza, nas suas 
investigações, “o método clínico” que permite o conhecimento de como a criança pensa e de 
como constrói as noções sobre o mundo físico e social. 
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Conforme (Piaget, 1970) há, no entanto, alguns princípios básicos que, em geral 
orientam a prática pedagógica de uma pré-escola fundamentada na teoria de Piaget, a saber: 
1- Tudo começa pela “ação”; 
2- Toda atividade na pré-escola deve ser “representada”; 
3- A pré-escola deve sempre promover a realização de atividades em “grupo”; 
4- A “organização” é adquirida através da atividade e não ao contrário; 
5- O professor é desafiador da criança: ele cria “dificuldades” e “problemas”; 
6- Na pré-escola é essencial haver um clima de “expectativas positivas” em relação às 
crianças; 
7- No currículo da pré-escola “integrar” as diferentes “áreas do conhecimento”. 
A tendência crítica: A pré-escola é o lugar de trabalho, a criança e o professor são 
cidadãos, sujeitos ativos, cooperativos e responsáveis – A educação deve favorecer a 
transformação do contexto social. 
A discussão sobre a possibilidade de uma educação pré-escolar crítica é muito 
recente no Brasil. Uma das propostas pedagógicas que mais tem trazido contribuições a essa 
discussão é a Celestin Frei net (1896- 1966). Influenciado por Rousseau, Pestalozzi, Ferrie, 
crítico da escola tradicional e das escolas novas, Freinet foi criador, na França, do movimento 
da escola moderna, que atinge atualmente professores de vários graus (pré-escolaà 
universidade), em vários países. Seu objetivo básico era desenvolver uma escola popular. 
A proposta pedagógica de Freinet centra-se em técnicas, dentre as quais se podem 
citar: as aulas passeio; o desenho livre o texto livre; a correspondência interescolar; o jornal 
(mural e impresso); o livro da vida (diário individual e coletivo); o dicionário dos pequenos; o 
caderno circular para os professores etc. 
Tais técnicas visam favorecer o desenvolvimento dos métodos naturais de linguagem 
(desenho, escrita, gramática), da matemática, das ciências naturais e das ciências sociais. 
Freinet considera que a disponibilidade de materiais e espaço físico bem como a 
organização da sala e da escola é crucial para a realização das atividades. A avaliação é 
entendida em três níveis individual, cooperativa e feita pelo professor. 
Ao longo do século XX, cresceu o esforço pelo conhecimento da criança, em vários 
campos do conhecimento. Desde que o historiador francês Philippe Áries publicou nos anos 
1970, seu estudo sobre a história social da criança e da família, analisando o surgimento da 
noção de infância na sociedade moderna sabemos que as visões sobre a infância são 
construídas social e historicamente. 
 A inserção concreta das crianças e seus papéis variam com as formas de organização 
da sociedade. Assim, a ideia de infância não existiu sempre da mesma maneira. 
A IMPORTÂNCIA DA LUDICIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL E ANOS INICIAIS - CÓDIGO:1309 
 
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As contribuições do sociólogo Francês Bernard Charlot, nos anos 1970, também 
foram fundamentais e ajudaram a compreender o significado ideológico da criança e o valor 
social atribuído à infância: a distribuição desigual de poder entre adultos e crianças e valor 
social ideológicas, com consequências no controle e na dominação de grupos. 
As ideias de Charlot favoreceram compreender a infância de maneira histórica, 
ideológica e cultural; a dependência da criança em relação ao adulto, diz o sociólogo, é fato 
social e não natural. Também a antropologia favorece conhecer a diversidade das populações 
infantis, as práticas culturais entre crianças e com uma psicologia baseada na história e na 
sociologia as teorias de Vygotsky e Wallon e seu debate com Piaget revelam esse avanço e 
revolucionam os estudos da infância. 
Educação infantil e ensino fundamental são frequentemente separados. Porém, no 
ponto de vista da criança, não há fragmentação. Os adultos e as instituições é que muitas 
vezes opõem educação infantil e o ensino fundamental, deixando de fora o que seria capaz de 
articulá-los: a experiência com a cultura. Questões como alfabetizar ou não na educação 
infantil e como integrar educação infantil e ensino fundamental continua atual. 
Educação infantil e ensino fundamental são indissociáveis: ambos envolvem 
conhecimentos e afetos; saberes e valores; cuidados e atenção; seriedade e riso. O cuidado, a 
atenção, os acolhimentos estão presentes na educação infantil; a alegria e a brincadeira 
também. 
O objetivo é garantir o acesso, de todos que assim desejarem, a vagas em creches e 
pré-escolas, assegurando o direito da criança de brincar, criar, aprender. Nos dois, temos 
grandes desafios: o de pensar e a creche, a pré-escola e a escola, como instâncias de formação 
cultural; o dever as crianças como sujeitos de cultura e história, sujeitos sociais. 
Para superar o desafio da implantação de um ensino fundamental de nove anos, são 
necessários a participação de todos e a ampliação do debate no interior de cada escola. Nesse 
processo a primeira pergunta que provoca a inquietação e abre a possibilidade de discussão é: 
quem são as crianças hoje? Tal pergunta é fundamental, pois encaminha o debate para 
pensarmos tanto sobre as concepções de infância que orientam as práticas escolares vigentes, 
quanto sobre as possibilidades de mudança que este monumento anuncia. 
Os estudos de Phillipe Áries (1978) indicam que o conceito de influência muda 
historicamente em função de determinantes sociais, culturais, políticos e econômicos. 
No Brasil as grandes desigualdades na distribuição de rende e de poder foram 
responsáveis por infâncias distintas para classes sociais também distintas para classes sociais 
também distintas. 
A IMPORTÂNCIA DA LUDICIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL E ANOS INICIAIS - CÓDIGO:1309 
 
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As condições de vida das crianças fizeram com que o significado social dado à 
infância não fosse homogêneo. Del Priori (2000) afirma que a história da criança brasileira 
não foi diferente da dos adultos, tendo sido feita à sua sombra. Sombra de uma sociedade que 
viveu quase quatro séculos entre senhores e escravos como determinante da sua estrutura 
social. 
 As crianças das classes mais abastadas por preceptores particulares, não tendo 
frequentado escola até o início do século XX, e os filhos dos pobres, desde muito cedo, eram 
considerados força produtiva, não tendo a educação como prioridade. 
No Brasil, ainda é muito recente a busca pela democratização da escolarização 
obrigatória e presenciamos agora sua ampliação. Nesse sentido, podemos ver o ensino 
fundamental de nove anos como mais uma estratégia de democratização e acesso à escola. 
A entrada das crianças de seis anos no ensino fundamental se faz em um contexto 
favorável, pois nunca se falou tanto da infância como se fala hoje. Os reflexos desse olhar 
podem ser percebidos em vários contextos da sociedade. 
No que diz respeito à escola, estamos em um momento de questionarmos nossas 
concepções e nossas concepções e nossas práticas escolares. Esse questionamento é 
fundamental, pois, algumas vezes, durante o desenvolvimento do trabalho pedagógico 
podemos correr o risco de desconsiderar que a infância está presente nos anos iniciais do 
ensino fundamental e não só na educação infantil. 
Os desafios que envolvem esse momento são muitos. Para algumas crianças, essa 
será a primeira experiência escolar, precisamos estar preparados para criar espaços de trocas e 
aprendizagens significativas, onde as crianças possam nesse primeiro ano viver a experiência 
de um ensino rico em afetividade e descobertos. 
Algumas crianças trazem na sua história a experiência de uma pré-escola e agora 
terão a oportunidade de viver novas aprendizagens, que não devem se resumir a uma repetição 
da pré-escola, nem na transferência dos conteúdos e do trabalho pedagógico desenvolvido na 
primeira série do ensino fundamental de oito anos. 
As crianças possuem modos próprios de compreender a interagir com o mundo. A 
nós professores cabe favorecer a criação de um ambiente escolar onde a infância possa ser 
vivida em toda a sua plenitude, um espaço e um tempo de encontro entre os seus próprios 
espaços e tempos de serem crianças dentro e fora da escola. 
A ideia de uma sociedade inclusiva nasceu da união de forças de pessoas, no mundo 
todo. Na área da atenção às pessoas com deficiência, elas próprias, seus amigos e familiares 
tiveram um papel fundamental, organizando grupos para cobrar da sociedade a garantia de 
seus direitos. 
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A escola tem um papel muito importante na vida da criança com a deficiência. Ao 
entrar na escola ela tem a oportunidade de conviver e de se relacionar com diferentes pessoas, 
aprendendo a perceber que todas têm características próprias, que nenhuma é igual à outra. 
Dessa forma, ela vai passar por muitas experiências novas e, assim, vai agir, reagir, mudar sua 
forma de pensar, criar um jeito próprio de ser relacionar com mundo o mundo. A procura por 
escola deve ter início na educação infantil, como para toda e qualquer criança. A organização 
da educação infantil pode variar, apresentando-se de formas diferentes nos muitos municípios 
e estados do Brasil. No entanto, não importa o nome que esses espaços apresentam. O queimporta é que eles estejam adequados a faixa etária das crianças, tanto do ponto de vista, do 
espaço físico, como da proposta pedagógica. 
Em alguns estados, as crianças são atendidas em creches, associação, centro infantil, 
pré-escola ou centro de fundamental importância, por todos os aspectos físicos, sociais, 
emocionais e psicológicos, etapa ótima do desenvolvimento, que servirá de base para toda a 
sua vida futura. 
 
 
BREVE HISTÓRICO DE LUDICIDADE 
 
 
Conforme Weiss (1997) existem registros infantis provenientes de diversas culturas, 
que remontam a época pré-histórica, demonstrando assim que é natural ao homem brincar, 
independente de sua origem e do seu tempo. O brinquedo, enquanto objetivo real, 
manipulável tem acompanhado a evolução do homem em todas as épocas, em suas funções e 
em seu próprio aspecto. 
Sabe-se que o termo lúdico tem origem na palavra latina “ludus”. O adjetivo 
português “ludo” cuja origem é latim “ludus” que significa brincar e nesse brincar estão 
incluídos jogos, brinquedos e divertimento. 
Segundo Inácio (2002), lúdico, portanto é uma categoria da atividade construída 
socialmente e de forma diferenciada em cada cultura. É um conjunto de elementos humanos, 
cuja natureza se transforma conforme o espaço cultural em que o indivíduo está inserido. 
Referente ao relativo descrito por Weiss (1997) as atividades das crianças são 
essencialmente lúdicas (e não competitivas) e tem como função primordial a descoberta do 
mundo que as rodeia: a criança se desenvolva brincando. 
O primeiro objetivo referencial para as atividades lúdicas das crianças é o corpo da mãe 
e do pai. 
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WWW.CEDUCAF.COM.BR 12 
Apenas com o decorrer do tempo é que a criança começa a utilizar símbolos e regras 
em seus jogos. 
As crianças da antiga Grécia já brincavam com chocalhos de argila recheados de 
pedrinhas. Em Roma divertiam-se com carrinhos de duas rodas imitando os guerreiros com 
cavalinhos construídos de madeira, e pequenas réplicas de animais e soldados. 
Entre todos os brinquedos conhecidos, supõe-se que o primeiro a encantar aas 
crianças tenha sido o chocalho, que acompanha a humanidade desde o berço. Segundo alguns 
historiadores; os pais davam chocalhos aos filhos com a função de espantar os maus espíritos. 
Outros brinquedos ainda que não contivessem valor místico estavam incorporados ao 
cotidiano com funções específicas. É o caso das pipas e dos caminhõezinhos, trenzinhos, 
móveizinhos e tantos utensílios domésticos que passaram a categoria de brinquedos de 
miniatura. 
A importância ao jogo para o desenvolvimento da criança foi reconhecida 
recentemente. Ainda no século passado, predominava a ideia de que a criança era uma 
miniatura do homem e, portanto, os brinquedos em particular os bonecos, lembravam os 
adultos com todos os seus detalhes. 
Pesquisas nas áreas de Psicologia, Sociologia e Pedagogia, por exemplo, começaram 
a dar ênfase a este período importante na vida do ser humano que é a infância. Assim, o jogo, 
o brinquedo, o desenho infantil como linguagem autônoma foram transformados em objeto de 
pesquisa. 
O brinquedo mudou junto com o tempo, a partir do século passado, com a revolução 
industrial, ocorrendo a grande ruptura; o brinquedo deixa de ser aquela peça artesanal, 
minuciosa, passando a ser produzida em escala, para atender a demanda cada vez maior dos 
centros urbanos com expansão. 
Conforme Weiss apud Benjamin (1997) a história do brinquedo em sua totalidade, o 
formato parece ter uma importância muito maior do que poderíamos supor inicialmente. Com 
efeito, na segunda metade do século XIX, quando começa a acentuada decadência, percebe-se 
como aos poucos o elemento discreto, minúsculo, o brinquedo, era agradável. 
Com a industrialização aceleram-se cada vez mais, os meios de reprodução, 
iniciando-se uma nova era, com novos meios e novos fins. As consequências, portanto, ainda 
estão por acontecer. Presente e futuro encontram-se muito próximo. As inovações constantes 
são rápidas. Uma postura apenas nostálgica com relação ao passado, evidentemente, não leva 
a nada. 
Segundo Almeida (1974): Hoje vivemos numa sociedade fragmentada nas quais 
coexistem passados, presente e futuro. Observamos brinquedos artesanais ao lado de outros 
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semi-industrializados e até mesmo brinquedos eletrônicos altamente sofisticados. Entender 
casa uma dessas realidades dentro das suas possibilidades e limitações constitui um grande 
desafio. 
Já na Grécia Antiga, um dos maiores pensadores de Platão (407- 348), afirmava que 
os primeiros anos da criança deveriam ser ocupados dos jogos educativos, praticando em 
comum pelos dois sexos, sob vigência e em jardins; segundo ele e todo o pensamento grego 
da época, a educação propriamente dita deveria começar aos sete anos de vida. 
Mesmo entre os egípcios, romanos, maias, os jogos serviam de meio para a geração 
mais jovem aprender os mais velhos valores e conhecimentos, bem como normas padrões de 
vida social. 
 
JOGO, BRINQUEDO, BRINCADEIRA E O PROCESSO DE APRENDIZAGEM 
 
 
 Jogo entender o jogo como uma definição precisa, é uma incógnita. Conforme 
Kishimoto (1996): [...] quando se pronuncia a palavra jogo, cada um pode entendê-la de 
maneira diferente, pode-se estar falando de jogos políticos, de adultos, crianças, animais ou 
amarelinhas, xadrez, dominó, quebra-cabeça e uma infinidade de outros. 
Pesquisando o significado de jogo em diferentes fontes pode-se observar que há um 
ponto comum em sua conceituação que talvez seja o motivo que gera polissemia. O ponto é 
que uma atividade organizada por um sistema de regras, que definem perda ou ganho. 
- As atividades propostas através de jogos ativam e promovem, no educando o gosto 
pela participação e interação com os demais. 
- O jogo ou recreação utilizados sem objetivos e regras podem gerar euforia, agitação 
ou tensão excessiva, prejudicando o entendimento e a socialização entre o grupo. 
- Conforme Dias (1996): [...] o jogo está presente na escola, quer o professor permita 
ou não. Mas é, um jogo de regras marcadas, predeterminadas, em que a única ação permitida 
a criança é a obediência, ou melhor, a submissão. 
 Na educação fundamental, muitas vezes o educador por instinto, planeja suas 
atividades previamente não possibilitando o educando sugerir atividades, que 
possam ser aproveitadas introduzindo perspectiva de condutas educacionais. As 
brincadeiras ou jogo poderiam ser criados pelos educados, bem como as regras. 
 As regras impostas impossibilitam o educando de expor seus sentimentos e sua 
criatividade. Neste sentido, o educador deveria enfatizar a construção e a 
elaboração do pensamento da criança oportunizando-os a construção de regras 
expostas claramente em sala de aula. 
A IMPORTÂNCIA DA LUDICIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL E ANOS INICIAIS - CÓDIGO:1309 
 
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 Sabe-se que quando os educados elaboram as regras, adquirem conhecimentos e, 
espontaneamente, criam seus próprios conceitos sobre determinado assunto. 
 A criança quando joga está criando regras de jogo e ao mesmo tempo, 
desenvolvendo uma atividade lúdica. 
O educando por meio do brinquedo pode proporcionar um mundo imaginário, criador 
do objeto lúdico. 
Sabe-se que os brinquedos e as brincadeiras fazem parte do mundo infantil, daí 
direcioná-lo a aplicações educativas, com isso, os mesmos vão ganhando cada vez mais 
espaços dentro dos educandários, propiciando assim aos nossos educados uma aprendizagem 
prazerosa. 
 Os brinquedos terão um sentido profundo se vierem com o verdadeiro sentido de 
proporcionar a brincadeira sadia e principalmente com caráter de promover a 
construção do conhecimento. 
 Os jogos de que as crianças mais gostam, são aqueles que seu corpoestá em 
movimento. Como correr, pular, nadar são tarefas que estimulam o 
desenvolvimento dos músculos amplos, atitudes como pegar, rasgar, desenhar, 
pintar, desenvolvem e estimulam os movimentos finos, importantes e 
obrigatórios para o processo de interação de alfabetização que ocorrerá. 
 
 
O BRINQUEDO 
 
 
É importante dizer, que todos os brinquedos, brincadeiras e jogos de que as crianças 
participam que inventam ou pelos quais se interessam nesta fase constituem verdadeiros 
estímulos que enriquecem os esquemas perceptivos, funções estas, que combinadas as 
estimulações psicomotoras definem aspectos básicos que dá condições para o domínio da 
“leitura e da escrita”. 
Por meio de outras brincadeiras também podemos desenvolver a aprendizagem na 
criança, onde se pode mencionar as relacionadas ao folclore que engloba a cultura, 
transcendendo a espiritualidade de um povo, dependendo do momento histórico vivido. 
Segundo Fantin (2002) “[...] a formação do ser humano é um processo que sintetiza 
dinamicamente um conjunto de elementos produzidos pela história humana [...]”. 
As brincadeiras traduzem inúmeras vezes fantasias onde os educados deixam a 
imaginação fluir, daí a importância de fazermos presentes e muitas vezes “viajarmos” na 
aventura juntamente com elas. 
A IMPORTÂNCIA DA LUDICIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL E ANOS INICIAIS - CÓDIGO:1309 
 
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Podemos citar aqui algumas brincadeiras como: 
 Brincadeiras de faz de conta – é também conhecida como simbólica de 
representação de papéis sócio-dramática, é a presença da imaginação 
transparecer no decorrer da brincadeira. 
 Brincadeira de Construção – enriquecem a experiência sensorial, estimulando e 
desenvolvem o intelecto das crianças. 
 
O mundo real contribui para que a criança construa brincadeiras com significados 
relevantes para a situação vivida por ela. 
O iniciar uma tarefa, uma brincadeira ou qualquer ação referente a parte social e 
institucional, o significado deve estar presente para que o educando entenda, e sinta-se atraído 
em desenvolver tais ações. 
Na concepção de Vygotsky apud Bomtempo (1996): [...] ênfase a ação e do 
significado. Para ele é praticamente impossível a uma criança com menos de três anos 
envolver-se em uma situação imaginária, porque ao passar do abstrato para o concreto não há 
continuidade, mas descontinuidade [...]. 
A criança não vê o objeto como ele é, mas lhe confere novo significado. 
Sendo o educando um ser inserido dentro dos aspectos sociais, culturais e histórico, 
faz-se necessário o entendimento da contribuição fornecida pelos educandários do ensino 
fundamental nos primórdios da educação. 
O educandário deveria ter como preocupação a sistematização dos conhecimentos 
adquiridos. Pois o mesmo é o local onde o educando discute questões inexistentes. Neste 
sentido, deveria oferecer a reflexão, a alegria do aprender de jogos e brincadeiras. 
O brinquedo faz parte da vida da criança, simboliza o aspecto de toda a atividade 
linguistica, ao tornar possível o uso da fala do pensamento e da imaginação. 
É importante entender que o conteúdo do brinquedo não determina a brincadeira 
infantil. Ao contrário o ato de jogar, participar é que diz o conteúdo do brinquedo, quando a 
criança brinca com areia torna-se pedreiro; ao esconder-se torna-se guarda, nada é mais 
significativo a criança que interagir em suas construções os materiais mais heterogêneos: 
pedras, bolinhas, madeira, todos têm imenso significado para ela. É necessário definir um 
idealismo, uma prática diferente em relação ao brinquedo não só dos pequeninos, mas os dos 
adolescentes. 
É importante ir ao encontro da verdadeira essência, redefinir uma nova prática, para 
que os pais, educadores, de modo geral entendem e resgatem o verdadeiro sentido desses 
“objetos” e eduquem as crianças para isso. 
A IMPORTÂNCIA DA LUDICIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL E ANOS INICIAIS - CÓDIGO:1309 
 
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O brinquedo e a brincadeira propriamente dita, no seu “íntimo” podem transpor 
manifestações às vezes séries interligadas ao ser humano, da mais tenra infância à velhice, 
que agem e se manifestam durante toda a vida alterando, modificando e promovendo novas 
adaptações do comportamento por isso devem-se direcionar os brinquedos educativos, 
construtivos e principalmente, deixar que as crianças criem através de seus desejos os 
brinquedos, como antigamente faziam os infantis com barbantes, latas, madeira, criavam 
brinquedos altamente criativos e divertidos. 
A criança por meio da brincadeira pode se colocar num papel de poder em que ela, 
assim, pode superar seus medos e dominar sua insegurança. Tornar-se independente e 
autônoma possibilitando assim, maior desenvolvimento cognitivo, no processo de ensino de 
aprendizagem. Afirma Kosteinik e colaboradores (1986): [...] o que acontece com todos os 
outros tipos de jogos aparece também na brincadeira de super-herói, pois as crianças 
aumentam suas habilidades linguísticas, são levadas a solucionar melhor os problemas e 
desenvolvem a cooperação. 
 
 
A BRINCADEIRA 
 
 
A brincadeira de super-herói ajuda a ter confiança, leva-a a superar barreiras da 
vida real, conduzindo-a aos objetivos das regras dos adultos. 
O faz de conta contribui e leva a criança a buscar dentro de si uma vivência mais fora 
do cotidiano, transformando o irreal, o absurdo em uma realidade que para ela é necessária 
naquele momento que a mesma está vivenciando. 
Assim como a brincadeira, o brinquedo possui um significado na infância, sendo que, 
por meio do brinquedo, a criança cria novas relações imaginárias e reais, colocando sentido e 
sentimento em suas ações. 
De acordo com Vygotsky apud Bomtempo (1996): [...] quando a criança começa a 
falar as palavras são percebidas como uma propriedade antes que como um símbolo do objeto. 
Linguagem e jogo simbólico são expressões de um sistema mediado, no qual eventos internos, 
imagens, palavras, servem para orientar e dirigir o comportamento. 
A interpretação do papel do adulto pela criança é uma forma original de 
simbolização. A criança passa do brinquedo cujo conteúdo básico é a reprodução das 
atividades os adultos com objeto para o brinquedo cujo conteúdo básico torna-se a reprodução 
das relações de adultos entre si ou com as crianças. Assim, pode-se relatar que o brinquedo é 
de suma importância, pois retrata símbolos, os quais são utilizados pelas crianças como, por 
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exemplo, uma latinha pode servir como tambor, e o mais interessante é que a criança é um 
tambor. 
A brincadeira auxilia no desenvolvimento do ser, assim deve-se valorizar as 
brincadeiras das crianças, mas também com tudo que as rodeia, pois tudo tem um significado 
importante para ela. Muitas vezes, observa-se que a realidade financeira de nossas crianças 
obriga que quase de maneira geral a busca de brinquedo simbólico como latinhas 
transformadas em tambor, pedrinhas simbolizando casinhas, bolas feiras com jornais, 
consideradas bolas de futebol, etc., isto traz uma percepção de que a simbologia intercala em 
um âmbito quase que total uma realidade vivenciada pelos menos favorecidos de que brincar 
com que se tem ou fazer de objetos “alheios” brinquedos que não podem ser adquiridos é a 
única maneira de se concretizar uma brincadeira. Tal fato remete a situação social que 
distância as pessoas umas das outras. 
Para realizar sonhos que na podem ser concretizados por educandos pela situação 
financeira do grupo onde estão inseridos, cabe aos educadores incentivar a criação de objetos. 
A sucata oferece inúmeras possibilidades criativas. Construir o próprio brinquedo é 
uma atividade tentadora para a criança e extremamente significativa para o seu 
desenvolvimento emocional e social. Podem-se utilizar materiais diversificados e variadas 
texturas,cores, tamanhos e origens na construção de objetos, brinquedos. É interessante a 
construção realizada pela criança, pois o significado para ela tornar-se maior ao realizá-lo. 
Sendo que insere toda a sua intelectualidade. 
A análise no contexto pedagógico e das ações no âmbito escolar é relevante, pois 
fazer parte da atividade de construir um brinquedo a partir de uma caixinha de fósforos e 
estimular ao mesmo tempo a percepção e todo o conhecimento que a criança possui. 
Trabalhar com concreto faz-se necessário para cativar o gosto por estudar e para ir 
em busca da ludicidade como forma de “somar” mais aprendizagem e não “subtrair” 
conhecimentos. 
O brinquedo torna-se hoje, um objeto de consumo numa sociedade que propõe 
qualquer objeto para ser consumido como brinquedo. O objeto lúdico (brinquedo) comprado 
tem como destino satisfazer as necessidades imediatas (tão logo preenchida, suas 
necessidades, vai-se em busca de outro objeto que satisfaça a uma nova necessidade). Tal fato 
supervaloriza a produção e acrescentar-se a publicidade a qual tirando proveito da confusão 
entre o real e o imaginário, exibe sedutoramente o absoluto da satisfação futura, para que aí se 
introduza o germe de decepção. Para uma criança, quanto mais atraente ou sofisticado for o 
brinquedo, mais distante estará do real, tanto mais se desviam da brincadeira viva. 
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O brinquedo é parte integrante da vida da criança, assim torna-se evidente que para 
ele reflete algo que poderia com ele brincar, conhecer seus mistérios e com isso desenvolver 
seu intelecto. Devido a este fato o brinquedo construtivo, educativo é recomendado e devem 
ser dados as crianças. Na prática pedagógica ele pode ser utilizado como parte integrante do 
processo educativo. O prazer de brincar junto com o de aprender leva a criança ao encontro de 
novas perspectivas para que se continue a tarefa do exercício da aprendizagem. Inserido a 
brincadeira e o brinquedo com a realidade, observa-se que neste intercâmbio há uma ligação 
entre a realidade vivida pela criança e a fantasia. 
Kleim apud Bomtempo (1996) “[...] afirma que brincar de bonecas revela a 
necessidade que a criança tem de ser consolada e tranquilizada”. É através dos brinquedos, 
das brincadeiras que as crianças estabelecem vias de comunicação, conseguem dialogar, criar 
um mundo só para sim, enfim e a essência da infância, pois à medida que o tempo passa os 
brinquedos e as brincadeiras vão nos deixando, pois há momentos em nossas vidas já são 
outros. 
No sonho, nas fantasias, nas brincadeiras de faz - de- conta desejos que pareciam 
irrealizáveis podem ser realizados, proporcionando a criança novas perspectivas perante o 
impasse de o não- real existir. 
Quando aprendemos algo, utilizando a brincadeira, e mais especificamente o 
brinquedo, podemos relatar o objeto central da aprendizagem está profundamente enraizado 
no prazer, na vontade de ir ao encontro do saber de maneira ampla e eficaz. Assim como em 
cada dia observamos algo para nossa vida, se dá com relação ao jogo, o qual é uma das 
possibilidades de aprender. 
No desenvolvimento da educação não podemos considerar o jogo como um mero 
lazer como uma atividade de passatempo, uma distração, mas sim está na essência do 
processo de construção da personalidade da criança. O jogo estimula formas de expressão, 
adivinhas de situações complexas, que levam as crianças mudanças no aspecto de sua 
personalidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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O educador deve utilizar em sala de aula o raciocínio do educando. 
 
Para Kishimoto (1996), “[...] o jogo como promotor de aprendizagem e 
desenvolvimento, passa a ser considerado nas práticas escolares como importante aliado para 
o ensino”. A melhor maneira de conduzir a criança à atividade, à autoexpressão e à 
socialização seria por meio dos jogos, porque através deles a criança pode desenvolver o 
aprendizado. 
Nos anos inicias da alfabetização é importante apresentar, às crianças, propostas de 
trabalho, que enriqueçam seu conhecimento, de maneira que as crianças aprendam com mais 
alegria e prazer. Quanto mais a criança vivencia, sensorialmente, as atividades que tem para 
aprender, mais fácil será para ela formar seus conceitos cognitivamente. Ela aprende 
brincando. 
O jogo é uma atividade que tem valor educacional próprio reconhece o valor 
pedagógico do jogo, aproveitando-o como agente educativo e transformador do processo 
educativo, é fundamental para que a criança aprenda e desenvolva brincando, de forma 
prazerosa. 
Cabe salientar que o educador deve ter conhecimento da ação e do ato de brincar por 
meio do jogo, segundo as regras que podem ser conhecimento do grupo e criar novas regras 
em comum acordo com a classe. 
Reportando aos primórdios da humanidade, tem-se relatos de que os jogos existem 
paralelamente a evolução dos povos. Entendendo que a cultura de cada povo se faz mediante 
ao momento histórico vivido, pode-se inferir que com o passar do tempo os jogos vão se 
modificando e as modalidades, diferenciando-se. 
Para Huizinga (1990): [...] o jogo é o fato mais antigo que a cultura, pois está mesmo 
em suas definições menos rigorosas, pressupõe sempre a sociedade humana, mas os animais 
esperavam que os homens os iniciassem na atividade lúdica. Como a realidade do jogo 
ultrapassa a espera da sobrevivência, é impossível que tenha seu fundamento em qualquer 
elemento racional, pois nesse caso, limitar-se a humanidade. 
Observar e conhecer o jogo é explicar a espiritualidade, pois ele não é material é o 
ensejo de uma totalidade profunda e complexa. As grandes atividades arquetípicas da 
sociedade humana são desde o início, inteiramente marcadas pelo jogo. Como por exemplo, a 
linguagem, esse primeiro e supremo instrumento que o homem forjou a fim de poder 
comunicar, ensinar e comandar. É a linguagem que lhe permite distinguir as coisas, defini-las 
e constatá-las, em resumo designá-las e com essa designação elevá-las ao domínio o espírito. 
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O grande estudioso da cultura emprega frequentemente o termo jogo sem conteúdo, definindo 
com exatidão qual o sentido que lhes atribui. Parece até por vezes aceitar aquilo que mesmo 
que tão energicamente repudia e que, de maneira alguma, liga-se a característica essencial do 
jogo: o conceito e sua finalidade. A qualidade lúdica em sua própria essência se encontra nos 
jogos infantis na forma mais pura da qualidade. A parte da finalidade, o jogo como fenômeno 
cultural contempla o mais profundo significativo qualitativo da essência dos jogos e das 
brincadeiras. Com o jogo, o processo de ensino aprendizagem acontece de forma gradativa, 
exceto para aqueles que já retêm a prática do jogo. 
A surpreendente semelhança que caracteriza os costumes egoísticos em todas as 
culturas talvez tenha seu exemplo mais interessante no domínio do próprio espírito humano, 
quer dizer no conhecimento e na sabedoria. Saber como trabalhar o jogo em benefício próprio 
pode ocultar o intuito da ânsia de vencer representando em tanta forma de expressão quantas 
as oportunidades que a sociedade para tal oferece. O próprio cotidiano das pessoas propicia 
analisar e viver a vida como um jogo, onde conhecer, saber e conseguir ter equilibradas são 
maneiras de ter uma vivência de melhor qualidade e de mais dignidade. 
Daí a renovação e a busca do querer mais, estudos, aprimoramentos, pois “jogar” não 
significa sempre vencer mais, conseguir o equilíbrio e o bom senso. Com relação ao 
brinquedo simbólico, na sua construção imaginária e corporificada, a criança vive e representa 
um número de ralações. 
Saltar um rio largo, atravessaruma ponte estreita, repartir a comida feita, são 
atividades que materializam, na prática, a fantasia imaginada, e que retornarão depois da 
prática em forma de ação interiorizada, produzindo e modificando conceitos, incorporando-se 
às estruturas de pensamentos. 
Ou seja, no brinquedo simbólico a ação vai e vem incessantemente, da ação ao 
pensamento, modificando-se em cada trajeto, até que as representações do indivíduo possam 
se expressar de forma cada vez mais compreensível no universo social. 
A criança incorpora nos objetivos ao seu redor brinquedos os quais por meio da 
simbologia efetiva sua realidade criando seu “mundo” de brincadeiras. A prática social 
interrompe, contudo, esse jogo de idas e vindas da ação e da representação, pelo contrário, 
aprimora cada vez as representações que o sujeito faz do mundo. A sofisticação dos 
brinquedos não tira a primazia dos infantis de simbolizar as ideias que passam em suas 
mentes, por isso é importante estimular a criatividade. 
Freire (1993) afirma que: “[...] na primeira infância não há o que transformar, 
simplesmente porque a realidade da criança ainda está sendo construída”. 
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Encontram-se situações, onde educandos discriminam as formas de brincar, tal fato é 
inviável dado a argumentação de que a realidade da criança é aquilo que ela acredita ser real. 
E consequentemente, as verdades e as realidades dizem respeito para cada indivíduo 
dependendo de sua idade. Assim, o que é real para uma criança pode não ser concreto para um 
adulto. 
Com o jogo, as brincadeiras e os brinquedos são instrumentos amplos na 
interferência tanto intelectual quanto coletiva na vivência dos educandos, daí a necessidade de 
vinculá-los com a tecnologia, pois a mesma é um veículo de informação atrativa e de fácil 
acesso aos infantes. 
Por meio de alguns veículos de informação atrativos de fácil acesso as crianças 
podem adquirir o conhecimento sobre os educacionais. Sendo assim, o educador pode utilizar 
esse conhecimento na sala de aula. Deve-se refletir até que ponto e como administrar os 
programas televisivos, que as nossas crianças assistem diariamente. 
Segundo Kishimoto apud Furasi (1996): “[...] as responsabilidades, compromissos e 
reflexão sobre o sentido dessas ações comucacionais se colocam para os adultos que 
convivem com as crianças no dia a dia, sobretudo os educadores”. Cabe salientar, que a 
família tem parte significante no processo, sendo que os pais devem tomar conhecimento dos 
programas que as crianças assistem na mídia. 
O educador possui o papel de instruir, analisando o comportamento dos educandos, 
refletindo sobre as posturas dos educadores estabelecidas em frente aos programas atuais, 
elencando interferência por meio de contato com a família para que as ações de cunho 
violenta sejam extintas do roteiro televisivo. 
Com o “corre corre” o dia a dia a mãe vai quase que perdendo a vigilância sobre os 
filhos, ao escapar da observação da mãe, a criança fica seduzida pelo vigilante olhar 
eletrônico da TV que mantém de casa muito mais completa e complacentemente que o olhar 
materno. 
Em muitos lares, a TV é parceira cotidiana das crianças, por que a mãe não pode se 
ocupar, inteiramente com educação retribuindo cuidados com eles: uma estratégia de 
sobrevivência. 
Ao relacionarem-se com as formas e os conteúdos de desenhos animados, programas 
infantis, comercias, novelas da TV, por exemplo, e com pessoas presentes na sua vida 
familiar, escolar, etc., as crianças mostram-se como sujeitos ativos e interativos daí a 
necessidade de buscar aspectos positivos e favoráveis ao crescimento de aprendizagem. 
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É notável que na vida diária, o jogo nem sempre se transfigura como um fato 
positivo, de caráter de formação, as vezes aparece como um ponto de alienação e do 
consumismo. 
Deve-se observar, que brincar com as crianças proporcionando divertimentos sadios 
é algo inerente ao tratamento para com a fase da infância, colaborando para um crescimento 
mais voltado a complexidade da formação de um ser mais crítico e criativo. 
O ser humano em sua totalidade é envolto a um bombardeio de informações e por 
falsos jogos que lhe prometem uma vida prazerosa e ao consumismo, cujo conceito chave se 
define no esbanjamento, redundância e alienação. Inúmeras vezes o jogo não tem direcionado 
pedagogicamente, programas de TV, e de computadores, são utilizados para não direcionar o 
indivíduo dos problemas que o ocupam e o subjugam. 
O falso jogo direcionado ao consumismo, cuja meta é a imposição do produto a 
qualquer preço e a levar os seres humanos a se distanciarem dos fatos primordiais da sua 
própria vida. 
A TV e a internet é um veículo de comunicação muito abrangente, por meio da 
transmissão de seus diversos programas “joga” diariamente com a cabeça de seus 
telespectadores, o adulto consegue discernir o que a TV e internet transmite, mas as nossas 
crianças são por vezes levadas a um mundo ilusório, capaz de encerrar todo o processo 
normal da evolução da infância. 
Tal aspecto deve-se analisar profundamente não a TV em sim, mas o modo como é 
constituída, os conteúdos de sua programação, os domínios de suas concessões, a falsa alegria 
para as crianças, para os adolescentes, para jovens e a interiorização de valores culturalmente 
aceitos. É muito importante acrescentar a relação entre o tripé criança - educação e o 
brinquedo, a fim de perceber a influência que este exerce sobre ela. 
 
 
O JOGO E A FORMAÇÃO DE EDUCADORES 
 
 
O papel de educador na realização de jogos com as crianças deixa de ser o de 
informante do saber e passa a ser mediador entre o sujeito que vai aprender e o objeto do 
conhecimento. O educador precisa unir com seus objetivos e sua prática pedagógica. 
Para Kishimoto apud Penteado (1996): [...] dentre as competências a serem 
construídas e desenvolvidas por um educador encontra-se a capacidade de desenvolver uma 
relação educador educando propicia ao progresso de ensino aprendizagem. 
É importante que o educador permita entenda o que a criança pensa e o que vai 
formulando sobre as relações entre a fala e a escrita. 
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Por meio dos jogos que o mediador tem a possibilidade de uma real interação 
objetiva com a criança que permite conduzi-la a autonomia intelectual e moral, oportunizando 
uma atividade prazerosa, alegre e de fácil compreensão. 
Através do jogo o educador pode ajudar a criança, na alfabetização, a se tornarem 
sujeitos pensantes, participantes, felizes e integrados com o grupo. 
O educador tem que proporcionar por meio de uma harmonia para aprendizagem 
desde que ele esteja apto a se inter-relacionar com o instrumento “jogo” propriamente dito, 
uma vez que o mesmo tem atuação dentro da alfabetização da criança. 
O jogo transformado em instrumento pedagógico torna-se de maneira geral, um 
intercâmbio eficaz na diplomacia interdisciplinar. 
Enquanto brinca a criança aprende sempre, daí que na fase de alfabetização devem-se 
internalizar as brincadeiras de maneira a se perceber o processo de assimilação dos conteúdos 
por parte das crianças. 
Quando a criança estabelece relações sociais, propiciando um ambiente de troca de 
experiências, conhecimentos, aprendendo a opinar, a defender-se, enfim, interrelacionar-se 
auxiliando o processo de intercâmbio de compartilhar, incluir, buscando soluções para os 
problemas itens necessários para que se torne um adulto equilibrado nas tomadas de atitudes 
perante as situações que surgiram no dia a dia. 
O jogo representa o reflexo da civilização pelo “hascisa” e pela função positiva em 
busca do prazer, independente de uma ação reflexivae coletiva. 
Ele tem uma representatividade, pois oferece um “leque” de oportunidades de 
visualizar até que ponto existe a inter-relação no processo de desenvolvimento da criança. 
Se, com efeito, a psicologia genética dá tamanha atenção ao jogo, é sem dúvida, 
porque ele constitui em si mesmo uma atividade singularmente importante que move entre a 
pura ficção e a realidade do trabalho. 
Englobar os jogos pedagógicos na vida cotidiana da criança torna capaz de 
desenvolvê-la de maneira a formar um adulto extremamente amplo com relação a sua busca 
pela autoafirmação e por autodeterminação. 
Pode-se inferir que por meio dos jogos os educandos das séries iniciais entram em 
contato com o mundo dos símbolos e regras, estabelecendo uma ponte para a alfabetização de 
forma prazerosa e lúdica. 
Com todas as transformações que estão acontecendo, o conceito de alfabetização 
também vem sofrendo mudanças. Ela aparece com expressões das crianças quanto aos seus 
anseios, necessidades, sonhos e aspirações. É a reapropriação de sua história ela vida de 
construção coletiva do conhecimento. 
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Daí retrata-se que o jogo é relevante nas séries iniciais, pois contempla inúmeros 
aspectos ligados ao interior da criança. 
Ao se considerar a alfabetização como um objetivo socialmente elaborado, deve-se 
propiciar as crianças o contato com a riqueza e a complexidade do mundo da língua escrita, 
isto é, mergulhá-las em todos os elementos que fazem parte da alfabetização, ou seja, letras, 
palavras, textos, jogos e Brincadeiras. 
Partindo do pressuposto que o processo de ensino aprendizagem organiza-se por 
meio de relações entre os grupos, com vistas à apropriação do conhecimento, que é mediado 
por sujeitos com conhecimento, pautados em teorias sólidas. Assim cabe ao educador, a 
capacitação contínua, o estudo minucioso, que propicie entendimento das teorias estudadas 
para que os mesmos analisem as formas de mediação e as ações com vistas à ampliação do 
conhecimento. 
Na visão de Kishimoto apud Penteado (1996): na vida de criança para além do 
entretenimento, o jogo ganha espaço por meio da focalização de suas propriedades 
formativas, consideradas sob perspectivas educacionais progressistas, que valorizam a 
participação ativa do educando no seu processo de formação. 
A brincadeira se constitui em “coisa séria”, digna de estar presente entre os recursos 
didáticos capazes de compor uma ação do educador, comprometida com os pontos de ensino 
aprendizagem que se pretende atingir. 
O jogo usado em situações formativas consiste na “brincadeira” que se implica. 
Precisa-se englobar a formação através da seriedade com que se assume a complexidade e 
profundidade do lúdico. 
Na casa da relação educador educando vivida hoje em grande parte da realidade 
escolar brasileira sob a forma de uma “relação burocrática” por meio de um contato 
categórico, o problema que se enfrenta, na capacidade de educador, é a liberdade para que se 
atinja um encontro vigoroso do educando com o conhecimento, mediado por ações 
significativas do educador. Isso implica um “exercício de trocas” em que o profissional se 
coloca no lugar do outro. 
Para este exercício, o jogo de papéis, os jogos de simulação ou de apresentação, os 
jogos dramáticos constituem recursos excelentes se não únicos. 
Enfim o jogo ganha espaço dentro do âmbito das propriedades formativas, visto que 
dentro do processo das atividades lúdicas e na prática pedagógica, assume papel importante 
na formação integral da criança. 
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Na fase adulta, o jogo tem enfoque no campo do fazer, sendo discreta e recentemente 
a sua presença no campo de formação específica. Sabendo-se que os jogos possuem papel 
significante na instituição escolar. 
Os jogos pedagógicos proporcionam aprendizagens diferenciadas, quando 
conduzidas de forma propícia à idade escolar do educando em séries específicas. A ideia de 
que o jogo pudesse conduzir ao trabalho ficou por muito tempo na escuridão. 
Incluir a ligação entre o trabalho na utilização pedagógica é uma tarefa cuidadosa, se 
não observada no jogo uma ponte lançada na infância à idade madura, arriscar-se um simples 
divertimento e a rebaixo ao mesmo tempo do processo integral do saber e a criança 
desprezando essa parte de orgulho e de grandeza humana que dá seu caráter próprio ao jogo 
humano. 
O jogo exercita não só os músculos, mas também a inteligência; dá flexibilidade e 
vigor, proporciona esse domínio de si sem que o que pudesse ser humano sem que seja de 
fato, homem. Ele revela as emoções, interliga os aspectos cognitivos como também o meio 
sócio-cultural. 
Há um diversificado e amplo material o que podemos de maneira correta trabalhar 
com as nossas crianças. O jogo pode distanciar-se da existência real, cabe ao educador 
propiciar, possibilidades para que os educandos o façam de maneira a não fugirem do 
propósito que é unir prazer, jogo e ensino aprendizagem e estabelecer o aprimoramento da 
descoberta diária. 
Conforme a perspectiva de Chateau (1987) [...] “é mais fácil reencontrar o amor 
quando se tem autoridade do que se encontrar a autoridade e o amor quando ambos se 
perdem”. Assim as regras devem ser impostas e cobradas com autoridade, disciplina e 
seriedade. No entanto, a cumplicidade entre educador e educando deverá indiscutivelmente 
ser uma recíproca constante com o intuito de enriquecer o relacionamento do grupo, 
proporcionando um ambiente alegre e prazeroso. 
O educador é parte muito importante no processo de formação do ser humano, daí 
torna-se de relevância dizer que só havia uma aprendizagem se tanto quem ensina como quem 
aprende, tiverem ambos um compromisso científico. 
O educador deve contemplar requisitos para que seja capaz de fazê-lo como ser 
autônomo, responsável, ter uma postura correta, enfim possuir clareza nos seus objetivos 
frente a uma realidade tão diversificada. Infelizmente na atual realidade, vimos inúmeros 
educadores não inseridos em um propósito de tornar a construção do saber o alicerce da vida 
das crianças, mas, estes profissionais com o passar do tempo vão perdendo e ficando para 
traz, pois, a própria sociedade e a evolução tecnológica vão empurrando-os para fora do 
A IMPORTÂNCIA DA LUDICIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL E ANOS INICIAIS - CÓDIGO:1309 
 
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contexto educacional. Compreender o educador como um todo, implica refletir que sociedade 
quer formar, já que o educador faz parte também deste todo. 
Na prática o jogo possui regras, onde há perdedores e vencedores, por isso o 
educador tem que estar consciente, refletir, ir em busca, daí torna-se relevante ressaltar que a 
prática pedagógica diária deve ser um caminho continuado e sistematizado enquanto processo 
educacional, para que haja bons resultados. 
O jogo, dialeticamente falando, deve ser levado a sério, pois ao desenvolvê-lo, 
podem-se analisar vários fatores psicossociais inseridos no ser humano, portanto o que se tem 
que ter cuidado ao determinar o objetivo que nos propusemos alcançar. Por fim, nos 
educadores devemos fazer fluir o ímpeto de complexidade harmônica que saber leva a todos 
nos agentes provedores de transformações, optarmos pelo comprometimento, pela coerência e 
principalmente pela ação prática e efetiva da construção de seres também comprometidos com 
as mudanças. 
O educador na sua prática enquanto indivíduo transformador da sociedade e 
questionador deve acima de tudo ser capaz de acreditar do seu potencial como também do seu 
educando. Daí estar consciente que sua formação deve ser continua e que a mesma faz parte 
do contexto educacional que cada dia se renova, conclui-se então que cabe a cada um, esta 
tomada de decisão, ir ao encontro da autonomia e docompromisso com o educando, frente à 
realidade tão diversificada. 
 
 
LEIS SOBRE A EDUCAÇÃO INFANTIL 
 
 
 
A atual legislação educacional brasileira dispõe de um conjunto de documentos que 
abordam ou mesmo orientam no sentido de se definir critérios de qualidade para a infra-
estrutura das unidades de Educação Infantil. 
O primeiro é a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB/96- Lei 
número 9.394/96), que a disciplina a educação oferecida em todos os níveis - desde a 
Educação Infantil até o ensino superior. Na LDB/96, os recursos públicos destinados à 
educação devem ser aplicados na manutenção e no desenvolvimento do ensino público, o que 
compreender inclusive a “aquisição”, manutenção, construção e conservação de instalações e 
equipamentos necessários ao ensino “(alínea IV do artigo 70). 
Nos Subsídios para Credenciamento e Funcionamento de Instituições de Educação 
Infantil (Brasil, 1988), a organização dos ambientes das Unidades de Educação Infantil é vista 
A IMPORTÂNCIA DA LUDICIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL E ANOS INICIAIS - CÓDIGO:1309 
 
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como importante para o desenvolvimento das crianças e dos adultos que nelas convivem, mas 
é o uso que ambos fazem desses espaços/lugares que influência a qualidade do trabalho. 
No Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil (Brasil, 1999), o 
ambiente físico é expresso como devendo ser arranjado de acordo com as necessidades e as 
características dos grupos de criança, levando-se em conta a cultura da infância e os diversos 
projetos e atividades que estão sendo desenvolvidos em conjunto com seus professores. 
Nas Diretrizes Operacionais para Educação Infantil (Brasil, 2000), um dos aspectos 
normativos tratados é quanto a Espaços Físicos e Recursos Materiais para a Educação Infantil 
em que se afirma que os espaços físicos deverão ser coerentes com a proposta pedagógica da 
unidade e com as normas prescritas pela legislação vigente referente à: localização, acesso, 
segurança, meio ambiente, salubridade, saneamento, higiene, tamanho, luminosidade, 
ventilação e temperatura, de acordo com a diversidade climática regional, dizendo ainda que 
os espaços internos e externos devam atender às diferentes funções da Instituição de Educação 
Infantil. 
Completando esse conjunto de documentos, em 2001 foi promulgada a lei que 
aprovou o PNE (Brasil, 2001) Plano Nacional de Educação e vem somar critérios e 
parâmetros de qualidade para os espaços físicos da Educação Infantil. De um total de 26 
pontos referentes a Objetivos e Metas do Plano, destacam-se dez itens que estão relacionados 
à temática. 
A Meta número dois estabelece a exigência de padrões mínimos de infraestrutura 
para o funcionamento adequado das instituições (creches e pré-escolas) públicas e privadas, 
que respeitando as diversidades regionais assegurem o atendimento das características das 
distintas faixas etárias e das necessidades do processo educativo quanto a: 
a) espaço interno, com iluminação, insolação, ventilação, visão para o espaço 
externo, rede elétrica e segurança, água potável, esgotamento sanitário; 
b) instalações sanitárias e para a higiene pessoal das crianças; 
c) instalações para preparo e/ou serviços de alimentação; 
d) ambiente interno e externo para o desenvolvimento das atividades, conforme as 
diretrizes curriculares e a metodologia da Educação Infantil, incluindo repouso, expressão 
livre, movimento e brinquedo; 
e) mobiliários equipamentos e matérias pedagógicos; 
f) adequação às características das crianças especiais (Brasil, 2001). 
A meta número três define a autorização para construção e funcionamento das 
instituições, tanto pública como privadas, só poderá ser feita se estas atenderem aos requisitos 
de infraestrutura da segunda meta. 
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“Define ainda na Meta número quatro as instituições já em funcionamento deverão 
ter seus prédios adaptados, de modo que, até 2006”, todos estejam conformes os padrões de 
infra estrutura estabelecidos “(Brasil, 2001). No PNE há ainda mais alguns aspectos que 
indiretamente remetem à questão da infraestrutura. 
A meta número dezoito como objetivo “adotar progressivamente o atendimento em 
tempo integral para as crianças de 0 a 6 anos”, o que passa a exigir uma atenção especial no 
planejamento do espaço e na organização do ambiente considerando as várias atividades de 
cuidado (banho, repouso, alimentação), bem como a diversidade de situações e atividades a 
ser oferecido às crianças para evitar um ambiente de confinamento e monotonia. 
Cabe ainda destacar que a Meta número dez define como responsabilidade dos 
municípios criarem “um sistema de acompanhamento, controle e supervisão da Educação 
Infantil nos estabelecimentos públicos e privados, visando ao apoio técnico pedagógico para a 
melhoria da qualidade e a garantia do cumprimento dos padrões mínimos estabelecidos pelas 
diretrizes nacionais e estaduais” (Brasil, 2001). 
Neste ponto, vale ressaltar que a legislação outorga a esfera estadual e municipal, por 
intermédio de seus Conselhos de Educação, a responsabilidade de estabelecer critérios e 
padrões mais específicos para atender e respeitar a especialidade regional. 
Em relação à definição de padrões de infraestrutura, os Conselhos e as Secretarias de 
Educação devem buscar parcerias com entidades como Corpo de Bombeiro, Vigilância 
Sanitária, Serviço de Abastecimento, etc. Para contemplar aspectos relacionados à saúde e a 
segurança. 
O Ministério da Educação vem enviando efetivos esforços na ampliação do ensino 
fundamental para nove anos de duração e, ainda, a necessidade de o Brasil aumentar o número 
de anos do ensino obrigatório. 
Essa relevância é constatada, também, ao se analisar a legislação educacional 
brasileira: a Lei número 4.024/1961 estabeleceu quatro anos de escolaridade obrigatória; com 
o Acordo de Punta Del Este e Santiago, de 1970, estendeu-se para seis anos o tempo de ensino 
obrigatório; a Lei número 5.692/1971 determinou a extensão da obrigatoriedade para oito 
anos; já a Lei número 9.394/1996 sinalizou para o ensino obrigatório de nove anos de 
duração, a iniciar-se aos seis anos de idade, o que, por sua vez, tornou-se meta da educação 
nacional para Lei número 10.172/2001, que aprovou o Plano Nacional de Educação. 
Finalmente, em 6 de fevereiro de 2006, a lei número 11.274, instituiu o ensino fundamental de 
nove anos de duração com a inclusão das crianças de seis anos de idade. 
A nossa Constituição Federal elegeu como fundamentos da República a cidadania e a 
dignidade da pessoa humana (artigo primeiro, inciso II e III), e como um dos seus objetivos 
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fundamentais a promoção do bem-estar de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, 
idade e quaisquer outras formas de discriminação (artigo terceiro, inciso IV). Garante ainda, 
expressamente, o direito à igualdade (artigo quinto) e trata, nos artigos 205 e seguintes, do 
direito de todos à educação. Esse direito deve visar o “pleno desenvolvimento da pessoa, seu 
preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho” (artigo 205). 
Para crianças de 0 a 6 anos: oferecer Atendimento Educacional Especializado, que 
pode envolver formas específicas de comunicação, apenas quando esse Atendimento não 
ocorrer nas escolas comuns de Educação Infantil. Proporcionar quando necessários 
atendimentos clínicos. 
De acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente, esses atendimentos clínicos 
e educacionais não podem ser oferecidos de modo a impedir o acesso à Educação Infantil 
comum, devendo este ser incentivado pela instituição como forma de garantir a inclusão 
escolar da criança. 
As escolas de Educação Infantil, creches e similares,dentro de sua atual e 
reconhecida função de cuidar e educar, devem estar preparadas para crianças com deficiência 
e outras necessidades especiais, a partir de 0 ano (artigo 58, terceiro LDBEN C.C. o artigo 
segundo, inciso I, alínea “a”, da Lei número 7.853/89), oferecendo-lhes cuidados diários que 
favoreçam sua inclusão e acesso ao Atendimento Educacional Especializado, sem prejuízo 
aos atendimentos clínicos individualizados que, se não forem oferecidos no mesmo ambiente, 
devem ser realizados convênios para a facilitação do atendimento da criança. 
Também não deve ser permitida a realização de exames (vestibulinhos) com a 
finalidade de aprovação ou reprovação para ingresso na Educação Infantil ou Ensino 
Fundamental, devendo, em caso de desequilíbrio entre oferta de vagas e a procura, fazer uso 
de métodos objetivos e transparentes para o preenchimento das vagas existentes (sorteio, 
ordem cronológica de inscrição etc.), conforme os termos do Parecer CNE/CEB 26/2003, do 
Conselho Nacional de Educação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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A ATIVIDADE LÚDICA E O BERÇO OBRIGATÓRIO DAS 
ATIVIDADES INTELECTUAIS DA CRIANÇA 
 
 
 
Através das brincadeiras a criança: aprende, exercita suas novas habilidades, percebe 
(fascinada) as coisas novas, digere medos e angustias, repete sem parar o que gosta, explora e 
pesquisa o que há de novo ao seu redor. (MALDONADO, 2003). 
 Por que brincar? 
 Para que brincar? 
 Onde brincar? 
 O jogo é uma necessidade do ser humano? 
Essas e outras perguntas fazem-se presente no contexto da educação infantil. A 
criança precisa de um momento de divertimento, onde possa se expressar através de jogos e 
brincadeiras; gastar energias, descarregar, aprender... 
As respostas são variadas, mas observando o contexto da educação infantil, 
percebemos que muitos professores não conseguem entender como os jogos e brincadeiras 
possibilitam o desenvolvimento infantil. 
É importante lembrar que a atividade lúdica infantil fornece informações elementares 
a respeito da criança: suas emoções, a forma como interage com o meio, seu desenvolvimento 
físico-motor, seu estágio de desenvolvimento, seu nível linguistico, sua formação moral. 
Segundo Piaget (1971), a atividade lúdica é o berço obrigatório das atividades 
intelectuais das crianças, mas meios que contribuem e enriquecem o desenvolvimento 
intelectual. 
Podemos observar que através do jogo, da brincadeira: o comportamento das 
crianças, as características de sociabilidade que o jogo propicia atitudes, reações e emoções 
que envolvem os jogadores, e os objetivos utilizados. 
Há diferentes perspectivas da análise do comportamento de brincar: afetiva, 
cognitiva, social, moral, cultural, linguístico, etc. 
O jogo para a criança é muito mais do que simplesmente brincar, é uma necessidade. 
Sabemos que para ela o brincar tem sido cada vez mais escasso, tanto fora como dentro da 
escola. Professores afirmam que falta tempo para a criança brincar porque precisam 
desenvolver seus conteúdos curriculares. O brincar pode e deve fazer parte das atividades 
curriculares, sobre tudo na educação infantil, séries iniciais do ensino fundamental devem ter 
um tempo preestabelecido para esse fim. 
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A criança que, desde cedo, é estimulada com atividades lúdicas certamente terá uma 
concepção mais aguçada sobre o mundo a sua volta e uma melhor compreensão sobre si 
mesma. Para podermos ter um melhor aproveitamento, a escola deve buscar desenvolver o tão 
sonhado construtivismo de Piaget, a arte de pensar de Vygotsky, a inteligência múltipla de 
Gardner e a inteligência emocional de Goleman. 
 Qual é a escola de nossos sonhos? 
 Como atingirmos essa educação tão sonhada? 
Segundo CURY (2003): é a escola que educa os jovens para extraírem força da 
fragilidade, segurança da terra do medo, esperança da desolação, sorriso das lágrimas e 
sabedoria dos fracassos. A escola dos meus sonhos une a seriedade de um executivo à alegria 
de um palhaço, a força da lógica à singeleza do amor. 
Na escola dos meus sonhos cada criança é uma jóia única no teatro da existência, 
mais importante que todo o dinheiro do mundo. Nela, os professores e os alunos escrevem 
uma belíssima história, são jardineiros que fazem da sala de aula um canteiro de pensadores. 
Então, porque para atingirmos a este patamar não começarmos a desenvolver essa 
educação através de jogos, brincadeiras, atividades lúdicas. Onde a criança possa aprender a 
gerenciar seus pensamentos, sentir-se amada, cuidada, valorizada, interagida ao meio, souber 
ganhar e perder, e com os erros aprender a crescer, traçar metas para sua vida. Pois se esse 
meio para atingirmos uma educação melhor forem bem trabalhados, todos nós sairemos 
ganhando, não só por um determinado momento de educação, mais sim para uma melhor 
qualidade de vida. 
 
 
O JOGO E SUAS DEFINIÇÕES 
 
 
O objetivo desta etapa do trabalho e pesquisar a bibliográfica existente sobre jogo, 
mais especialmente jogos didáticos utilizados na educação infantil. 
 O jogo é uma atividade que existe desde os primórdios das civilizações e entre os 
animais, inclusive o jogo pode ter significados conforme o enfoque a que esta sendo atribuído: 
jogo da sedução, jogo da conquista, jogo da competição, jogo para diversão, jogo com 
brincadeira, jogo da mentira, jogo da especulação, jogo de empurra e outros mais. 
Ao verificar tantos tipos de jogos, surge um questionamento quanto à relação que 
existe entre: jogo e brincadeira, jogo e brinquedo jogo e atividade lúdica. 
Muitas pessoas têm se interessado por este assunto. Ele tem sido estudado e 
pesquisado por psicólogos, filósofos, historiadores e educadores. 
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Mesmo assim, não é um assunto que tem tido prioridade, visto que o homem do 
nosso século, cada vez mais “moderno e informatizado” não tem tempo para se dedicar a este 
tipo de atividade. Na língua portuguesa, o jogo e definido como brinquedo, folguedo, 
divertimento, passatempo sujeito a regras que devem ser observadas quando se joga. 
De modo geral, não há distinção entre brinquedo e jogo. A palavra jogo é usada para 
indicar brincadeiras com estruturas, que envolvem regras, às quais os participantes devem 
aceitar ou modificar, desde que esteja de acordo com todos os envolvidos, ou seja, os 
jogadores. (Autor Huizinga, 1996). 
Huizinga define o jogo como: uma atividade ou ocupação voluntária, exercida dentro 
de certos e determinados limites de tempo e espaço, segundo regras livremente consentidas, 
mas absolutamente obrigatórias dotadas de um fim em si mesmo, acompanhado de um 
sentimento de tensão e de alegria e de uma consciência de ser diferente da vida quotidiana. 
(1996). O mesmo autor ainda situa o jogo como atividade mais antiga do que a própria 
cultura, pois a cultura pressupõe que a sociedade humana e os animais sempre apresentaram 
características de brincar independentemente do homem. Compreender o jogo, segundo 
Huizinga (1996), e penetrar na sua essência, no que ele tem de estético e que, de certo modo, 
justifica sua capacidade de envolver e fascinar. 
 
 
O JOGO, SUAS CARACTERÍSTICAS E VALORES 
 
 
O jogo de acordo com alguns autores apresenta características semelhantes e, às 
vezes, contraditórias. Huizinga (1996) aponta como característica do jogo o prazer 
demonstrado pelo jogador, o caráter “não sério” da ação, a liberdade do jogo e sua separação 
dos fenômenos do cotidiano, a existência de regras, o caráter não fictício ou representativo do 
jogo e no espaço. 
Dentre essas características, pontadas por Huizinga (1996), o caráter “não sério” não 
significa que a brincadeira

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