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TCC completo Virginia Estacio

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1 
 
 
 
 
UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ 
Curso de Direito 
 
 
 
VIRGINIA DOS SANTOS LIMA 
 
 
 
 
 
 
 
A GRATUIDADE DE JUSTIÇA PÓS-REFORMA TRABALHISTA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Salvador - Bahia 
2020.2 
2 
 
 
VIRGINIA DOS SANTOS LIMA 
 
 
 
 
 
 
A GRATUIDADE DA JUSTIÇÃO PÓS REFORMA TRABALHISTA 
 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso - TCC apresentado à 
Universidade Estácio de Sá, Curso de Direito, como requisito 
final para obtenção do título de Bacharel em Direito. 
 
Orientador (a): Prof. (a): Marcia dos Santos Pimentel Nunes 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Salvador – Ba 
2020 
3 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1.Introdução 2. Reforma Trabalhista - Avanço ou Retrocesso 3. Efeitos decorrentes da Lei nº 
13.467/2017 - Reforma Trabalhista 3.1. Abrangência da Justiça Gratuita 4. Reforma 
Trabalhista e o Acesso à justiça 5. Honorários periciais, advocatícios e sucumbenciais, a justiça 
gratuita 6. Direito ao acesso à justiça com gratuidade 7. Conclusão 8. Referencias 
 
 
4 
 
 
RESUMO 
 
 
 
Este artigo aborda um tema bem polêmico gerando discussão sobre as alterações promovidas pela Reforma 
Trabalhista, Lei 13.467/2017, na esfera processual trabalhista brasileira. Contudo, diante das recentes alterações 
os princípios fundamentais de proteção ao trabalhador têm mitigado de acordo com determinadas situações que 
exige comprovações quanto à condição hipossuficiente do empregado. Isso demonstra uma grande possibilidade 
de imposição em penalizar o trabalhador, acarretando sérios prejuízos a sua tutela jurisdicional, que muitas vezes 
não é pleiteado seus direitos fundamentais atendendo o princípio da proteção deste trabalhador. Assim, este 
trabalho tem por objetivo caracterizar, delinear e analisar as mudanças implantadas pela Reforma Trabalhista com 
relação à justiça gratuita. Portanto, para expor a importância da gratuidade da Justiça para o processo do trabalho 
como garantia em caráter protetivo foi utilizado o método de pesquisa bibliográfica com abordagem qualitativa, 
bem como pesquisa descritiva e documental, fundamenta na legislação vigente da CLT e suas alterações 
promovidas pela Reforma Trabalhista 2017. 
 
 
 
Palavras chave: Reforma Trabalhista. Direitos Fundamentais. Gratuidade da Justiça. Hipossufiência 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
O presente trabalho tem como objeto um tema polêmico e muito discutido no âmbito 
processual trabalhista, a Gratuidade na Justiça do Trabalho pós Reforma Trabalhista, e terá em 
seu escopo a analise sobre as modificações legislativas trabalhista decorrentes da Lei nº 
13.467/2017 no que tange as regras processuais de gratuidade da justiça e como suas 
consequências influenciam no acesso ao judiciário. 
Diante disso, será realizada uma síntese referente as alterações na CLT quanto a 
aplicação dos direitos fundamentais perante a gratuidade na justiça e apresentar casos concretos 
julgados nos Tribunais trabalhista para que auxilie no entendimento sobre o princípio da 
proteção ao empregado relativamente à parte hipersuficiente da relação. 
Por isso a escolha deste tema justifica-se em identificar a definição e se com a alteração 
no artigo que tange este tema há recursos para conceder assistência judiciária gratuita, A parte 
daí há uma inquietude sobre a questão e busca responder ao seguinte problema: As alterações 
relativas às normas de gratuidade da justiça impedirão acesso ao Poder judiciário do Trabalho? 
Assim, diante desse problema este artigo tem como objetivo geral caracterizar, delinear 
e analisar as mudanças implantadas pela Reforma Trabalhista com relação à justiça gratuita, 
expor a importância da gratuidade da Justiça para o processo do trabalho garantindo seu caráter 
protetivo e suas consequências para a parte hipossuficiente da relação processual, que 
culminam, em sua maioria, na restrição de acesso ao judiciário, condição essa que afronta o 
5 
 
 
disposto na Constituição Federal de livre acesso ao judiciário, gerando inúmeras discussões a 
respeito de sua inconstitucionalidade. Ademais, é importante apresentar os objetivos 
específicos: a) Apontar as alterações legislativas ocorridas e seus reflexos com a Reforma 
Trabalhista para a parte hipossuficiente da relação processual; b) Investigar os aspectos 
principais da gratuidade; c) Sintetizar o processo de criação e aprovação da Reforma Trabalhista 
quanto à gratuidade na justiça; d) Expor as discussões existentes nos tribunais a respeito da 
aplicação da Reforma Trabalhista diante da gratuidade da justiça. 
Nesta perspectiva, é notória a discussão quanto a Reforma trabalhista, se afasta ou não 
o direito de trabalhador à Justiça gratuita, porque a gratuidade de justiça é norma de direito 
material com repercussão processual, de natureza jurídica híbrida, que comporta sua 
acessibilidade conforme à luz da lei, CLT. 
Portanto, vale ressaltar que a Reforma se abriu uma grande discussão de sua 
constitucionalidade e sua aplicabilidade, devido às imposições de limitações e restrições à 
garantia de gratuidade da justiça aqueles que comprovem a insuficiência de recursos, de tal 
modo que afronta a garantia de acesso à justiça. 
E nesta oportunidade enfatiza-se que conforme está elencado no artigo 5º, inciso XXXV, 
da Constituição da República, o princípio constitucional da inafastabilidade do controle 
jurisdicional corrobora o pedido da gratuidade da justiça, pois a parte alega que não pode arcar 
com as custas processuais porque pode causar prejuízo ao sustento próprio ou de sua família. 
Para alcançar o objetivo proposto neste artigo adotará a metodologia de pesquisa 
bibliográfica através de uma abordagem qualitativa tendo como fontes, livros, artigos 
científicos e doutrinas capazes de elencar o tema, expondo as dificuldades enfrentadas no fato 
da gratuidade da justiça em questão, analisar os aspectos teóricos das legislações e das doutrinas 
pertinentes, com abordagem descritivas às novas regras, para uma maior compreensão do nosso 
ordenamento jurídico no âmbito trabalhista, com vistas a uma fundamentação mais satisfatória 
e elementos à disposição que a lei apresenta. 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
 
2. REFORMA TRABALHISTA – RETROCESSO OU AVANÇO 
 
Este é um tema polêmico que divide opiniões entre empregados e empregadores, no 
entanto na visão dos empregadores, a reforma trabalhista é sinônimo de modernização e 
progresso, mas para os empregados a reforma soa como um retrocesso. 
A princípio, a ideia de flexibilizar as leis trabalhistas surgiu diante da necessidade de 
modernização das relações de trabalho, diante dos avanços tecnológicos e das mudanças sociais. 
Além disso, objetiva reduzir os encargos trabalhistas, frente à crise econômica, gerando novos 
empregos e combatendo a informalidade. 
Contudo, existe dúvidas que paira entre todos, é se os pontos abordados na lei realmente 
atenderão ao objetivo ou causarão efeito antagônico, ou seja, se as alterações podem trazer mais 
insegurança jurídica fazendo com que aumente o número de demandas judiciais, diante da 
concepção negativa dos trabalhadores com relação à uma flexibilização de alguns direitos que 
atualmente lhes são atribuídos e da prevalência do negociado sobre o legislado. 
Entretanto, Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra) e 
o Ministério Público do Trabalho se manifestaram contra as medidas propostas, principalmente 
as relacionadas à prevalência dos acordos coletivos, e o presidente da Anamatra Germano 
Siqueira, afirma que “tem grande preocupação com a reforma, porque ela atinge frontalmente 
o princípio constitucional que veda o não retrocesso dos direitos sociais”. E tal prevalência do 
negociado “pode representar o próprio desmonte de várias das ideias que norteiam o Direito do 
Trabalho”. 
O Presidente da Anamatra argumenta ainda, que, “a degradação de direitossociais não 
alavancará a economia e, ao contrário, será fonte de infortúnios e do aumento da desigualdade, 
o que deve ser combatido por todos". Assim como ele, a juíza do trabalho Valdete Souto Severo 
critica a reforma trabalhista brasileira, porque entende que muitos aspectos da nova legislação 
violam regras da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e são um retrocesso dos direitos 
sociais. 
 
7 
 
 
3. EFEITOS DECORRENTES DA LEI Nº 13.467/2017 - REFORMA 
TRABAHISTA 
 
As inúmeras alterações dividiram opiniões, por um lado há quem defenda a reforma por 
achar que seria uma nova adequação na área trabalhista com adaptação as novas realidades da 
sociedade. Em contrapartida existem aqueles que são contrários afirmando que a reforma 
trabalhista suprime direitos que há muito tempo foram conquistados, trazendo um 
enfraquecimento nas relações entre o empregado e o empregador nos contratos laborais 
(CALDEIRA, 2017). 
É notório, que há uma queda no número de ações ajuizadas, que pode ser um dos efeitos 
dessas alterações, pelo receio de que tais alterações lesivas sejam aplicadas, mas com a 
expectativa natural dos atores sociais, os advogados e os reclamantes, acerca da interpretação 
pode ser constitucional ou não e pode ser aplicada novas regras como a sucumbência. 
Inclusive, é observado também, que o número de demandas em que não há sequer 
pagamento das verbas resilitórias, faz com que o tempo do processo, muitas vezes, seja funesta, 
inclusive para a sobrevivência física de quem trabalha. Por isso em quase todos os processos os 
reclamantes hipossuficientes solicitam a gratuidade judiciária conforme art. 98, § 1º, CPC/2015, 
segundo o qual a justiça gratuita se refere, especificamente, as despesas processuais. 
 
3.1. ABRANGÊNCIA DA JUSTIÇA GRATUITA 
 
Dentre essas grandes alterações que a reforma trouxe, foi em relação à justiça gratuita, 
que segundo Leite (2014, pág. 494), “implica apenas a isenção do pagamento de despesas 
processuais, abrangendo custas, emolumentos, honorários advocatícios e periciais, (...)”. É 
defendida na Constituição da República Federativa do Brasil, como sendo uma garantia 
fundamental prevista no artigo 5º, inciso LXXIV, da CRFB/88 (JUNIOR; NERY, 2015). 
Destarte, impõe o art. 5º, LXXIV, da CF/1988: “o Estado prestará assistência judiciária 
integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos”, todos aqueles que a lei 
instituiu benefícios e que necessitam recorrer ao Estado, mas não têm condições de arcar com 
os ônus que decorrem do processo. Portanto, o deferimento da gratuidade está condicionado à 
afirmação, feita pelo próprio requerente, de que a sua situação econômica não lhe permite vir a 
Juízo sem prejuízo da sua manutenção ou de sua família. 
8 
 
 
Para interpretação dos efeitos da concessão da Justiça Gratuita no Processo do Trabalho 
é necessário expor os artigos elencados na norma infraconstitucional do CPC, como também a 
doutrina especializada do Processo Civil nesse mesmo sentido: 
“(…) Mesmo tendo sido concedido o benefício da assistência judiciária, a parte 
continua a ser condenada a pagar as verbas de sucumbência, sendo nesse sentido o art. 
98, § 2º, do Novo CPC, ao prever que a concessão de gratuidade não afasta a 
responsabilidade do beneficiário pelas despesas decorrentes de sua sucumbência. 
(CPC, 2015) 
 
No entanto, o Tribunal Superior do Trabalho- TST, em junho de 2017 editou a súmula 
nº 463, que permitia a aplicação da gratuidade da justiça aos reclamantes, desde que 
demonstrassem a real necessidade (KOURY; ASSUNÇÃO, 2017). 
Assim, foi incluído na CLT tal artigo: “Art.790 (...) §4º O benefício da justiça gratuita 
será concedido à parte que comprovar insuficiência de recursos para o pagamento das custas do 
processo” (BRASIL, 2017). 
No entanto, a nova lei trouxe algumas limitações objetivas ao reconhecimento da 
necessidade: 
“É facultado aos juízes, órgãos julgadores e presidentes dos tribunais do trabalho de 
qualquer instância conceder, a requerimento ou de ofício, o benefício da justiça 
gratuita, inclusive quanto a traslados e instrumentos, àqueles que perceberem salário 
igual ou inferior a 40% (quarenta por cento) do limite máximo dos benefícios do 
Regime Geral de Previdência Social (BRASIL, 2017)”. 
 
E assim, com a reforma trabalhista tornou-se imprescindível para a concessão da 
gratuidade da justiça a percepção de salário inferior a 40% (quarenta por cento) do teto do INSS, 
comprovando, mediante documentos, a incapacidade financeira de arcar com os encargos 
processuais, não sendo mais admissível a presunção de veracidade (SILVA; ESTEVES, 2018). 
Outrossim, Leite (2018) e Castro (2017), afirmam que essa obrigatoriedade de 
comprovação é uma afronta ao princípio da vedação ao retrocesso social, pois aqueles menos 
instruídos intelectualmente e economicamente seriam prejudicados ao terem que produzir 
provas para atestar sua situação de miserabilidade. Como o art. 790 elenca: (...) § 4º O benefício 
da justiça gratuita será concedido à parte que comprovar insuficiência de recursos para o 
pagamento das custas do processo”. 
O acesso à justiça deve ser pautado e tem seu respaldo garantido na Constituição da 
República de 1988, ao qual em seu artigo 5º, no inciso XXXV lê-se que a lei não afastará do 
Poder Judiciário o julgamento a lesão ou ameaça a direito. 
Por isso, Alexandre de Moraes faz uma importante observação sobre a assistência 
jurídica, ao qual salienta que: 
9 
 
 
Importante, igualmente, salientar que o Poder Judiciário, desde que haja plausibilidade 
da ameaça ao direito, é obrigado a efetivar o pedido de prestação judicial requerido 
pela parte de forma regular, pois a indeclinabilidade da prestação judicial é princípio 
básico que rege a jurisdição, uma vez que toda violação de um direito responde uma 
ação correlativa, independentemente de lei especial que a outorgue. (MORAES, 2003, 
p. 836) 
 
Portanto, o pedido da gratuidade da justiça está corroborado no princípio constitucional 
da inafastabilidade do controle jurisdicional, ao qual encontra-se inscrito no artigo 5º, inciso 
XXXV, da CF 88. Isso é necessário a simples assertiva das partes no sentido de não poder prover 
as custas processuais sem que cause prejuízo ao sustento próprio na concessão do benefício. 
 
4. REFORMA TRABALHISTA E O ACESSO À JUSTIÇA 
 
Diante da reforma trabalhista o TST entendeu ser necessário a alteração de suas Súmulas 
e orientações jurisprudenciais. Dentre essas orientações que necessitavam de reforma estava a 
OJ 304 da SDI-1, a sua redação inicial com data de 2003, a que se refere: 
Atendidos os requisitos da Lei nº 5.584/70 (art. 14, § 2º), para a concessão da 
assistência judiciária, basta a simples afirmação do declarante ou de seu advogado, na 
petição inicial, para se considerar configurada a sua situação econômica (art. 4º, § 1º, 
da Lei nº 7.510/86, que deu nova redação à Lei nº 1.060/50). 
 
Assim, diante do princípio constitucional da inafastabilidade do controle jurisdicional o 
direito de ação não pode ser restringido de nenhuma forma, principalmente ao que se refere ao 
legitimo fundamento para o pedido da gratuidade da justiça. 
O Pleno do Tribunal Superior do Trabalho – TST, no ano de 2017, promoveu alterações 
importantes à sua jurisprudência, por força da indispensável adequação aos dispositivos do Novo 
Código de Processo Civil de 2015. Assim, para se adequar à disposição do CPC, a OJ 304 foi 
convertida na Súmula 463 do Tribunal Superior do Trabalho. 
SÚMULA Nº 463 - ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA. COMPROVAÇÃO (conversão 
da Orientação Jurisprudencial nº 304 da SBDI- 1, com alterações decorrentes do CPC de 2015) 
- Res. 219/2017, DEJT divulgado em 28, 29 e 30.06.2017.I – A partir de 26.06.2017, para a 
concessão da assistência judiciária gratuita à pessoa natural, basta a declaração de 
hipossuficiência econômica firmada pela parte ou por seu advogado,desde que munido de 
procuração com poderes específicos para esse fim (art. 105 do CPC de 2015). 
 
Todavia, conforme o advento da Reforma Trabalhista Lei 13.467/2017, que alterou 
inúmeros artigos da CLT, dentre eles, à gratuidade da justiça, houve violação dos princípios do 
Direito Trabalhista e uma distorção à proteção dos direitos dos trabalhadores que acarretou em 
um retrocesso processual, bem como também afronta o disposto na Constituição Federal de livre 
acesso ao judiciário, gerando inúmeras discussões a respeito de sua inconstitucionalidade. 
10 
 
 
Segundo CASTRO (2017) expõe que o Procurador Geral da República, Rodrigo Janot 
Monteiro de Barros, viu-se obrigado a ajuizar uma Ação Declaratória de Inconstitucionalidade- 
ADI- em face dos artigos discutidos, quais sejam: arts. 790-B caput e § 4º; 791-A, § 4º; 844, § 
2º, perante as arbitrariedades e incoerências da nova lei, e para que eles fossem declarados 
inconstitucionais e, consequentemente, retirados do ordenamento jurídico vigente (CASTRO, 
2017). 
Diante do exposto, (BARROS, 2017) explica que esta ADI busca declarar materialmente 
inconstitucional os artigos supramencionados da referida Lei que também incorre na violação 
de princípios constitucionais como, por exemplo, a isonomia, ampla defesa, devido processo 
legal, inafastabilidade da jurisdição, entre outros, ferindo a Constituição Federal nos seguintes 
artigos: artigo primeiro, incisos III e IV; artigo terceiro, incisos I e III; artigo quinto, caput, 
incisos XXXV e LXXIV e § 2º; e artigos sétimo a nono. (BARROS, 2017). 
Tal ADI, foi impetrada questionando a constitucionalidade dos artigos que mitigaram a 
justiça gratuita, não se evidencia desarrazoada que apesar de não ter sido julgada, já possui 
algumas decisões de Tribunais que se demonstram favoráveis a esse entendimento. 
Assim, o TRT da 3ª região declarou inconstitucional o art. 844, § 2º e § 3º, da CLT, 
porque um reclamante, inconformado por não ter comparecido à audiência ter sido condenado 
em custas, apresentar recurso buscando a declaração de inconstitucionalidade dos artigos em 
que se basearam tal decisão, sendo seu recurso distribuído a Décima Primeira Turma do TRT-
3, que reconheceu o pedido, remetendo ao Pleno, órgão competente para julgamento da 
demanda, que declarou pela inconstitucionalidade do dispositivo, editando uma súmula. Insta 
salientar, que a súmula editada possui viés orientativo, ou seja, não é dotada de caráter 
vinculante, não sendo sua aplicação obrigatória pelos Tribunais (HOFFMAN, 2018). 
“São inconstitucionais a expressão ‘ainda que beneficiário da justiça gratuita’, 
constante do §2º, e a íntegra do §3º, ambos dispositivos do art. 844 da CLT, na redação 
dada pela Lei 13.467/2017, por violação direta e frontal aos princípios constitucionais 
da isonomia (art. 5º, caput, da CR), da inafastabilidade da jurisdição (art. 5º, XXXV, 
da CR) e da concessão de justiça gratuita àqueles que dela necessitarem (art. 5º, 
LXXIV, da CR)” (BRASIL, 2018) 
 
11 
 
 
5. HONORÁRIOS PERICIAIS E JUSTIÇA GRATUITA 
 NA REFORMA TRABALHISTA 
O primeiro aspecto da Reforma Trabalhista é que trouxe a possibilidade de o benefício 
da justiça gratuita ser concedido a qualquer uma das partes litigantes no processo, reclamante 
ou o reclamado, desde que comprovada à insuficiência de recursos para o pagamento das custas. 
No entanto, a CLT limitou a gratuidade da justiça, após a reforma, àqueles que 
comprovadamente demonstrarem necessidade ao benefício. 
Pois, antes da revogação do artigo a simples declaração de pobreza feita pela parte era 
suficiente para a concessão bastava presumir a pobreza, agora com a reforma só serão 
concedidos os benefícios da justiça gratuita ao reclamante, quando comprovada a insuficiência 
de recursos financeiros para o pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, 
podendo ser indeferido o pedido. 
Diante disso, o Ministério Público Federal defende que a previsão de que o trabalhador pague 
os honorários periciais e de sucumbência com os recursos que obtiver em caso de sucesso no 
processo, afronta a garantia de amplo acesso à justiça. 
O presidente da Anamatra, Guilherme Feliciano, destacou que: 
A ADI 5766 ataca uma das inconstitucionalidades mais evidentes da Lei 13.467/17, na 
medida em que transforma uma previsão constitucional clara e de expressão literal, 
como é a garantia da assistência judiciária gratuita e integral, em um arremedo de 
assistência, em que o hipossuficiente econômico deve suportar os custos das perícias 
e dos próprios honorário advocatícios com os créditos alimentares a que eventualmente 
faça jus. A Anamatra foi já ao ministro Barroso em ocasiões anteriores, esclarecendo 
as diversas distorções que a nova previsão legal pode gerar, e tem boas expectativas de 
que a inconstitucionalidade seja, afinal, reconhecida. 
 
A lei 13467/2017 trouxe uma questão curiosa em relação à obrigação do beneficiário da 
assistência judiciária gratuita, em arcar com os custos da perícia, mesmo gozando de tal 
condição. Segundo o § 4º do mesmo art. 790-B, em sua interpretação literal, foi excluído do 
benefício da gratuidade de justiça a despesa atinente aos honorários periciais. (BRASIL, 2018) 
É o que se depreende: 
“Art. 790-B. A responsabilidade pelo pagamento dos honorários periciais é da parte 
sucumbente na pretensão objeto da perícia, ainda que beneficiária da justiça gratuita. 
(...)§ 4o Somente no caso em que o beneficiário da justiça gratuita não tenha obtido em 
juízo créditos capazes de suportar a despesa referida no caput, ainda que em outro 
processo, a União responderá pelo encargo.” 
 
É de responsabilidade pelo pagamento dos honorários periciais é da parte sucumbente. 
Assim, ressalta-se significativa inovação acerca dos honorários periciais, os quais são suportados 
pela parte sucumbente na pretensão objeto da perícia. Porque não é raro identificar pedidos sem 
12 
 
 
qualquer fundamento e absolutamente inconsequentes, embora sejam, muitas vezes, exigida 
uma investigação científica no decorrer da apuração. 
Assim, os honorários do perito, em regra, são pagos pela parte que sucumbiu no objeto 
da perícia, conforme “Súmula nº 341 do TST - HONORÁRIOS DO ASSISTENTE TÉCNICO- 
A indicação do perito assistente é faculdade da parte, a qual deve responder pelos respectivos 
honorários, ainda que vencedora no objeto da perícia”. 
Sendo assim, com o disposto no art. 9º da Lei nº 1.060/50, que prevê que os benefícios 
da justiça gratuita compreendem todos os atos processuais do processo até seu término, inclusive 
em instâncias superiores. 
Enquanto que a “Reforma Trabalhista”, modificou a parte final do caput do art. 
790-B da CLT incluindo 4 parágrafos in literis: 
Art. 790-B. A responsabilidade pelo pagamento dos honorários periciais é da parte sucumbente 
na pretensão objeto da perícia, ainda que beneficiária da justiça gratuita. §1o Ao fixar o valor 
dos honorários periciais, o juízo deverá respeitar o limite máximo estabelecido pelo Conselho 
Superior da Justiça do Trabalho. 
§2o O juízo poderá deferir parcelamento dos honorários periciais. 
§3o O juízo não poderá exigir adiantamento de valores para realização de perícias. 
§4o Somente no caso em que o beneficiário da justiça gratuita não tenha obtido em juízo créditos 
capazes de suportar a despesa referida no caput, ainda que em outro processo, a União 
responderá pelo encargo. 
 
O novo regramento orienta que os beneficiários da justiça gratuita podem vir a efetuar o 
pagamento dos honorários periciais, caso sejam sucumbentes na perícia e exista algum crédito 
decorrente de processos a receber. 
É bastante contraditório o fato de que haja a possibilidade, principalmente na esfera 
trabalhista, da parte que teve concedida a gratuidade de justiça ser responsabilizada a pagar os 
honorários do perito. 
Ressalta-se que, o último parágrafo incluído no art. 790-B da CLT,não se adequa às 
normas constitucionais (art. 5º, XXXV e LXXIV da Constituição Federal). Ao contrário, deixou 
de observar a condição essencial que justificou a concessão do benefício: a insuficiência de 
recursos. (BRASIL, 1988). 
Nesse sentido, segue o posicionamento defendido pelo ex-Procurador Geral da 
República, Rodrigo Janot, na ADI nº 5766 de 2017: 
Nessas disposições reside a colisão com o art. 5º, LXXIV, da Constituição, ao 
impor a beneficiários de justiça gratuita pagamento de despesas processuais de 
sucumbência, até com empenho de créditos auferidos no mesmo ou em outro 
processo trabalhista, sem que esteja afastada a condição de pobreza que justificou 
o benefício. [...]. As normas impugnadas confrontam e anulam essas condições 
conformadoras da insuficiência de recursos, pois permitem empenho de créditos 
trabalhistas para custear despesas processuais, sem condicioná-los a perda da 
condição de insuficiência econômica. 
 
13 
 
 
Assim, por afronta à Carta Maior, as novas disposições referentes ao pagamento dos 
honorários periciais de sucumbência pelos beneficiários da justiça gratuita devem ser ter sua 
inconstitucionalidade declarada, vez que fazem o trabalhador (reclamante) assumir os riscos da 
demanda sem ter condições de arcar com as despesas processuais. 
Nesse viés, é fundamental que, além de permitir às partes o acesso à justiça, elas tenham 
acesso à ordem jurídica justa, como ensina Cintra, Grinover e Dinamarco: 
A pretensão trazida pela parte ao processo clama por uma solução que faça justiça a ambos os 
participantes do conflito do processo. Por isso é que se diz que o processo deve ser manipulado 
de modo a propiciar às partes o acesso à justiça, o qual se resolve [...] em acesso à ordem jurídica 
justa. (2010, p. 39-40). 
 
O princípio do acesso à justiça, garantia constitucional prevista no art. 5º, XXXV, vai 
além da mera propositura da ação, “não se identifica, pois, com a mera admissão ao processo, 
ou possibilidade de ingresso em juízo, como elucida Cintra, Grinover e Dinamarco (2010, p. 
39). E continuam os autores: “[...] para que haja o efetivo acesso à justiça é indispensável que o 
maior número possível de pessoas seja admitido a demandar e a defender-se adequadamente”. 
Um processo efetivo é aquele que se propõe a eliminar os conflitos e fazer justiça, 
buscando superar os óbices que ameaçam a “boa qualidade de seu produto final” (CINTRA; 
GRINOVER; DINAMARCO, 2010, p. 40). Um desses obstáculos é o ingresso em juízo. 
É preciso eliminar as dificuldades econômicas que impeçam ou desanimem as pessoas 
de litigar ou dificultem o oferecimento de defesa adequada. A oferta constitucional de 
assistência jurídica integral e gratuita (art. 5º, ins. LXXIV) há de ser cumprida, seja 
quanto ao juízo civil como criminal, de modo que ninguém fique privado de ser 
convenientemente ouvido pelo juiz, por falta de recursos. A justiça não deve ser tão 
cara que o seu custo deixe de guardar proporção com os benefícios pretendidos. 
(CINTRA; GRINOVER; 
DINAMARCO, 2010, p. 40) 
 
Todavia, as alterações e inovações realizadas neste dispositivo certamente farão que 
advogados e partes analisem melhor acerca dos pedidos requeridos na peça trabalhista, evitando 
a realização de perícias desnecessárias. 
 Portanto, a Reforma Trabalhista ampliou o acesso à justiça, na medida em que, alterando 
a hipótese que contempla uma presunção legal de veracidade do estado de pobreza, substituiu o 
critério até então vigente (recebimento de salário igual ou inferior ao dobro do mínimo legal. 
 
 
 
 
14 
 
 
6. DIREITO DE ACESSO À JUSTIÇA COM GRATUIDADE 
 
É válido mencionar que não se sustenta a alegação de que anteriormente existiam 
diversos pedidos improcedentes que eram formulados equivocadamente, mas por eventuais 
excessos eram resolvidos no curso do processo, seja pela produção das provas necessárias, ou 
pelo senso de justiça do próprio juízo, ou até mesmo por ocasião da fase de liquidação de 
sentença. 
Portanto, é necessário ressaltar que o poder jurisdicional é um poder-dever do Estado 
Democrático de Direito, razão pela qual o acesso à justiça é elemento imprescindível ao 
Ordenamento Jurídico, pois a Constituição da República, em seu art. 5º, LXXIV, cuidou de 
expressamente assegurar o direito à gratuidade de justiça integral àqueles que comprovarem sua 
hipossuficiência econômica, in literis: "LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral 
e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos". 
Ademais, ainda vale salientar que de acordo com o art. 5º da CF/88 que é responsável 
por proteger todos os direitos e garantias fundamentais, deste modo, é considerado Cláusula 
Pétrea da Constituição Federal, não podendo sequer ser atacado por Emenda à Constituição que 
vise retirar direitos já constitucionalmente assegurados, como disposto no art. 60, § 4º, IV da 
CRFB/1988: 
"Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta: 
(...) 
§ 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir: 
I - a forma federativa de Estado; 
II - o voto direto, secreto, universal e periódico; 
III - a separação dos Poderes; 
IV - os direitos e garantias individuais." 
 
Os direitos fundamentais é um conjunto de valores, direitos e liberdades que surge num 
momento da necessidade de defesa da sociedade e de reconstrução do conceito de Estado. É uma 
forma de limitação normativa do poder estatal o qual constituem uma grande conquista da 
humanidade e verdadeiro instrumento de proteção ao indivíduo diante da atuação do Estado. 
Há uma discussão doutrinária acerca da distinção entre as expressões “direitos 
fundamentais” e “direitos humanos”, como nas lições de Canotilho (2008, p.378) “direitos do 
homem são direitos válidos para todos os povos e em todos os tempos (dimensão jusnaturalista-
universalista); direitos fundamentais são os direitos do homem, jurídico-institucionalmente 
garantidos e limitados espacio-temporalmente.” 
 
15 
 
 
Além do mais, é imprescindível a necessidade de garantir a todos os cidadãos o acesso 
ao Poder Judiciário conforme o art. 5º, inciso XXXV, da Constituição, que previu o princípio 
da inafastabilidade da jurisdição, no rol das garantias e direitos individuais, in verbis: “a lei não 
excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito”, rematando um direito 
fundamental que é o direito de acesso à justiça. 
Portanto, no que refere à assistência jurídica é o gênero que tem como espécie a 
gratuidade judiciária. Fundamenta-se no art. 5º, inciso LXXIV, onde diz que o Estado prestará 
assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos (CAHALI, 
2004, p. 28). 
Por isso, verifica-se no julgado abaixo a aplicação da lei: 
AGRAVO DE INSTRUMENTO. ART. 5º LXXIV DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. 
ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA. HIPOSSUFICIÊNCIA COMPROVADA. O art. 5º, 
LXXIV, da Constituição Federal de 1988, estabelece que a dispensa do pagamento de 
custas e honorários advocatícios, vértice da assistência judiciária integral e gratuita a 
ser prestada pelo Estado, não está isenta da comprovação da insuficiência de recursos. 
Demonstrada a necessidade da parte, há de ser concedida a assistência judiciária 
pleiteada. (TJ-MG – AI: 10105120360042001 MG, Relator: Alberto Henrique, Data 
de Julgamento: 23/05/2013, Câmaras Cíveis / 13ª CÂMARA CÍVEL, Data de 
Publicação: 29/05/2013)" 
 
 Diante disso, é visto que existe a necessidade de comprovação de que a pessoa 
não tem condições de custear o processo para ter direito ao benefício, o que deve ser realizado 
através de declaração, anexa aos autos, conforme apresenta no acordão: 
Embargos à Execução de título extrajudicial em face da Fazenda Pública Estadual 
Possibilidade Honorários periciais Profissionais auxiliar do Juízo que faz jus à 
respectiva remuneração Responsabilidade da Fazenda Pública pelo pagamento na 
hipótese de deferimentodos benefícios da Justiça Gratuita Garantia de assistência 
jurídica gratuita que abrange todos os atos do processo Valor fixado com moderação e 
condizente com o trabalho realizado Determinação de prosseguimento da execução, 
nos termos do artigo 730 do CPC Recurso desprovido, com observação. (TJ-SP - APL: 
90766283320078260000 SP 9076628-33.2007.8.26.0000, Relator: Luciana Bresciani. 
Data de Julgamento: 19/08/2014, 1ª Câmara Extraordinária de Direito Público, Data 
de Publicação: 17/10/2014) 
 
 Neste sentido, Cappelletti (2008), complementa, que “é possível dizer que o acesso à 
justiça é uma forma de igualdade”, uma vez que a Constituição Federal de 1988 garante esse 
direito e assegura que o indivíduo não tenha apenas a proteção do direito infringido, mas que 
também tem respaldo à ameaça de violação de seus direitos, conforme o princípio da Proteção 
Judiciária. (CAPPELLETTI, 2008, p. 22) 
 
16 
 
 
7. CONCLUSÃO 
 
Este trabalho foi de suma importância a sua realização porque apresentou o quanto o 
benefício vai ao encontro do atendimento da dignidade humana, a ampla defesa, ao acesso à 
justiça e também o princípio da igualdade, uma vez que favorece para que o indivíduo tenha 
acesso ao judiciário de forma igualitária. 
É possível dizer que o cidadão tem seus direitos garantidos perante a legislação 
brasileira, tanto a Constituição Federal de 1988, como a Lei de Assistência Judiciária Gratuita, 
trouxeram garantias ao cidadão em apresentar sua defesa de forma gratuita. 
No entanto, este tema é muito polemico devido as discussões dentro do judiciário quanto 
as alterações que poderiam trazer mais insegurança jurídica fazendo com que aumente o número 
de demandas judiciais porque entende que muitos aspectos da nova legislação violam regras da 
Organização Internacional do Trabalho (OIT) e são um retrocesso dos direitos sociais. 
Muitos doutrinadores entendem que a reforma trabalhista suprime direitos que há muito 
tempo foram conquistados, como também que a alteração legislativa trazida pela lei 13.467/17 
teve o intuito de disseminar o medo nos empregados de todo o país impedindo o acesso ao Poder 
Judiciário Trabalhista. 
Além do mais, no decorrer do trabalho a Reforma apresentou ilegalidade, e até mesmo a 
inconstitucionalidade da lei 13.467/17 no tocante à Gratuidade de Justiça, pois bate de frente 
com a lei federal, a Constituição da República de 1988 e com os Tratados e Convenções 
Internacionais de Direitos Humanos. Pois sendo a Constituição da República a norma soberana 
no Estado Democrático de Direito, por qual motivo, seria permitido à uma Lei 
infraconstitucional a limitação de um direito que não pode ser fracionado e diminuído. 
Visto que o empregado que é considerado pobre, não pode pagar 2% de custas 
processuais, mas poderia pagar 15% de honorários advocatícios e mais honorários periciais, no 
entanto a legislação permite a condenação do empregado ao pagamento de uma perícia que não 
lhe é facultada a sua realização e sim advinda da própria CLT. 
Uma vez que se tratam de pessoas necessitadas e pobres no sentido jurídico, no ramo 
trabalhista tem a gratuidade de justiça parcial, permitindo o pagamento de honorários 
sucumbenciais e periciais, já fora do âmbito trabalhista são beneficiárias a gratuidade é integral, 
ou seja sobre as custas, honorários de sucumbência e honorários periciais. 
Isto compreende como não conceder o benefício da gratuidade de justiça ao litigante é o 
mesmo que discriminar o trabalhador em relação a outro indivíduo, é como se fosse um 
17 
 
 
retrocesso social, dificultando o acesso deste à justiça e ainda fere a Constituição Federal de 
1988 no seu art. 5º, LXXIV, que cuida de assegurar o direito à gratuidade de justiça 
integral àqueles que comprovarem sua hipossuficiência econômica. 
Outrossim, a doutrina e a jurisprudência trabalhista, nunca se preocuparam com os reais 
efeitos da concessão da Justiça Gratuita porque foram influenciados pela ausência de aplicação 
do princípio da sucumbência recíproca dentro do processo trabalhista, e nunca se cobrou do 
beneficiário da Justiça Gratuita em momento posterior a sentença, só que com as novas regras 
alteradas conforme a Reforma Trabalhista, a doutrina fez uma revisão de acordo com o novo 
regime de custas, honorários periciais e honorários advocatícios, com a previsão de 
sucumbência recíproca, no intuito de aplicar a correta interpretação dos artigos inseridos na CLT 
pela Lei n. 13.467/2017 – Reforma Trabalhista. 
 Para concluir, o deferimento da gratuidade está condicionado à afirmação, feita pelo 
próprio requerente, porque a reforma trabalhista tornou-se imprescindível para a concessão da 
gratuidade da justiça a percepção de salário inferior a 40% (quarenta por cento) do teto do INSS, 
comprovando, mediante documentos, a incapacidade financeira de arcar com os encargos 
processuais. 
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REFERÊNCIAS 
 
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de janeiro de 1974, 8.036, de 11 de maio de 1990, e 8.212, de 24 de julho de 1991, a fim de 
adequar a legislação às novas relações de trabalho. Diário Oficial da União. Brasília, DF, 14 de 
julho de 2017. Disponível em: Acesso em: 18 set. 2020. 
 
_______ TJ-MG – AI: 10105120360042001 MG, Relator: Alberto Henrique, Data de 
Julgamento: 23/05/2013, Câmaras Cíveis / 13ª CÂMARA CÍVEL, Data de Publicação: 
29/05/2013) com os reais efeitos da concessão da Justiça Gratuita. 
 
________ TJ-SP - APL: 90766283320078260000 SP 9076628-33.2007.8.26.0000, Relator: 
Luciana Bresciani. Data de Julgamento: 19/08/2014, 1ª Câmara Extraordinária de Direito 
Público, Data de Publicação: 17/10/2014 
 
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BRASIL. Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região. Súmula nº 72. Arguição Incidental de 
Inconstitucionalidade. Pagamento de custas. Beneficiário de justiça gratuita. §§ 2º e 3º do art. 
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