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ARTE E MUSICALIZAÇÃO APLICADAS À EDUCAÇÃO
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pela encenação das tra- gédias e comédias. O ato dramático desenvolveu-se com o passar dos anos e assumiu outras possibilidades expressivas, teóricas e tecnológicas. Todavia a experiência de representar a vida, as ideias, uma época, um personagem mítico está presente no teatro que congrega o universo lúdico, criativo e a linguagem corporal humana. ARTE: O QUE É? Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E28 As propostas educacionais devem associar o teatro ao desenvolvimento glo- bal do aluno por meio da capacidade formadora e reflexiva, pois “cumpre não só função integradora, mas dá oportunidade para que ela se aproprie crítica e construtivamente dos conteúdos sociais e culturais de sua comunidade mediante trocas com os seus grupos”, segundo os PCNs (1997, p. 57). A HISTORIOGRAFIA DO ENSINO DE ARTE NA ESCOLA BRASILEIRA O ensino de arte na escola brasileira está relacionado diretamente ao início do século XX, que, por tendências pedagógicas e políticas educacionais, se voltou para o domínio da técnica, apreensão de códigos e conceitos. A Teoria Tradicional tratava a arte com uma visão industrial, uma apren- dizagem mecânica e sua reprodução descontextualizada, ou seja, valorizavam uma aprendizagem baseada na memorização e reprodução de modelos clássicos/ prontos, assim, os alunos só conseguiam demonstrar aprendizagem se reprodu- zissem fielmente determinada obra ou técnica. Na prática, a aplicação de tais ideias reduz-se a um ensino mecanizado, desvinculado dos aspectos do cotidiano, e com ênfase exclusivamente no professor, que “passa” para os alunos “informações” consideradas verdades absolutas (FERRAZ; FUSARI, 2001, p. 23). Nos anos de 1930, surge a Teoria da Escola Nova, contrariando a proposta tra- dicional, baseado na proposta de Dewey, que postulava a aprendizagem com uma forma de interação do sujeito com o objeto. Isso conferiu à disciplina de arte um certo prestígio no ambiente escolar, pois a “arte pode ajudar a compre- ensão dos conceitos porque há elementos afetivos na cognição que são por ela mobilizados” (BARBOSA, 2003b, p. 1). No entanto a prática cotidiana dessa tendência não apresentou um bom resul- tado significativo, pois o princípio que valorizou a espontaneidade na formação A Historiografia do Ensino de Arte na Escola Brasileira Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 29 artística acabou conferindo um ar “desleixado” e de que a disciplina não tinha uma programação de conteúdos a serem trabalhados. O estímulo para se expressar livremente, muito valorizado nas décadas de 1960 com a criação de escolas de arte, foi interrom- pido pela Ditadura Militar (1964 – 1985), momento em que muitos artistas foram perseguidos, inclu- sive alguns professores de arte, e essa disciplina na escola pública restringiu-se a ilustrações e outras manifestações cívicas e religiosas, segundo Barbosa (2003). Foi nesse período que a Teoria Tecnicista ganhou destaque, uma vez que a educação é considerada insuficiente para a formação profissional da época, no âmbito da disciplina de arte, essa teoria é um retrocesso, haja vista que a educa- ção, de forma geral, atendeu as necessidades políticas, econômicas e ideológicos da época e não se preocupou com a formação crítica do aluno-cidadão. Entretanto, foi no governo militar que foi promulgada a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) 5692/71 que instituía a arte como disciplina obriga- tória nas escolas básicas, denominada Educação Artística. A LDB de 1971 tinha o caráter de um ensino profissionalizante e tecnológico. Com a falta de profissionais qualificados para atuar e com dificuldades de proporcionar uma formação para esses profissionais, a Educação Artística trans- formou-se em uma atividade de cópia sem grande compromisso/preocupação com um estudo sistemático e profundo. Assim cria-se uma visão preconceituosa sobre essa disciplina que era entendida como algo menor, momento de relaxar, pois as outras disciplinas eram difíceis, mas não a Educação Artística. Essa concepção só foi alterada na década de 1980, momento de redemo- cratização da educação, na qual o “caminho para sobreviver, é tornar claros os diversos conteúdos da arte na escola”, afirma Barbosa (1999, p. 23). O grande marco de transformação foi o simpósio de 1989, organizado pela USP, que © sh ut te rs to ck ARTE: O QUE É? Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E30 definiu três principais objetivos para a valorização da arte na educação básica, são eles: entender a importância da arte, baseada em teorias consistentes, para a formação escolar dos alunos; a importância da história da arte como história da humanidade que constitui valores, crenças e estéticas; e apresentar a diversi- dade artística aos alunos, do erudito ao popular. Esse período é marcado pela Teoria Histórico-Crítica que prioriza a prática cotidiana dos alunos, valorizando o processo educativo como um todo e for- mando alunos críticos e conscientes de seus papéis na sociedade. Essa denominação se deve ao sentido de que a Educação é histórica por- que ela está envolvida em um contexto e pode contribuir para transformações; crítica por entender que, por meio da educação, se cria consciência dos proces- sos e práticas educacionais. Assim, as estratégias e métodos convergem para o aprendizado sistematizado. Ora, clássico na escola é a transmissão-assimilação do saber sistema- tizado. Este é o fim a atingir. É aí que cabe encontrar a fonte natural para elaborar os métodos e as formas de organização do conjunto das atividades da escola, isto é, do currículo. E aqui nós podemos recuperar o conceito abrangente de currículo (SAVIANI, 1994, p. 29). Foi no fim da década de 1990 que a consolidação do ensino de arte nas escolas foi realmente efetivada com a presença na Lei de Diretrizes e Bases da Educação (9.394/96) e com os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) de Arte (1997), fundamentado na Proposta Triangular e na proposta Histórico-Crítica, que visa- vam o ensino integrado e contextualizado do universo artístico. Favorecendo, dessa maneira, a formação crítica e estética dos alunos no plano cultural, a Proposta Triangular, de Ana Mae Barbosa, se inspirou na Discipline Based Art- Education (DAE). A Proposta Triangular era concebida com três pilares básicos para a forma- ção do aluno: A Historiografia do Ensino de Arte na Escola Brasileira Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 31 Essa proposta promoveu à disciplina de arte uma nova “cara” para ela na escola, isto é, deixava de ser uma aula de descanso ou apenas o ensino de conteúdos ditos importantes, mas transforma-se em uma formação nas linguagens artísticas (artes visuais, música, dança, teatro), e a construção do conhecimento cultural em sua diversidade e pluralidade. Mesmo com essa ressignificação da disciplina de arte na escola, nota-se ainda uma desvalorização dela em relação as outras (biologia, português, mate- mática etc.), isso ocorre porque às outras disciplinas se caracterizam pela ênfase na escrita, pela abstração e independência do conhecimento e interferência do aluno, pela distância entre o conhecimento e a experiência pessoal do aluno, pelo individualismo e facilidade da constatação do conhecimento adquirido por meio de provas tradicionais, ou seja, a mensuração das provas, afirma Young (apud LOPES, 1999). © M ar ce lo Y uk io G ot o ARTE: O QUE É? Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E32 Mesmo no século XXI, é fácil notar um ensino direcionado para o con- ceito, a classificação, a nota e não para a experiência, para a exploração, reflexão,