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ARTE E MUSICALIZAÇÃO APLICADAS À EDUCAÇÃO
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eram apresentados como se estivessem de frente para quem observa a figura; os ombros e tronco representados de frente, brigando com os braços e pernas que são apre- sentados de lado, perfil, muitas vezes, em movimento; e outra característica curiosa são os pés, pois são mostrados do lado de dentro, como se os pés fossem os dois esquerdos ou direitos, dependo do lado em que a figura é representada. Numa cena tão simples, podemos facilmente entender o procedimento do artista. Um método semelhante é usado com frequência pelas crian- ças. Mas os egípcios eram muito mais consistentes em sua aplicação desses métodos do que as crianças de qualquer época. Tudo tinha que ser representado a partir do ângulo mais característico (GOMBRICH, 2012, p. 61). A junção das pinturas e hieróglifos egípcios mostra a evolução da linguagem em relação aos povos mais primitivos e a sua capacidade de ser bela, contar uma história (de um grande faraó, de um herói, de um acontecimento importante), constituindo uma riqueza de detalhes, uma forma de registro e de poder. Gombrich (2012, p. 65), afirma que “uma das maiores façanhas da arte egíp- cia é que todas as estátuas, pinturas e formas arquitetônicas parecem encaixar-se nos lugares certos, como se obedecessem a uma só lei”. Isso demonstra que todo artista dessa época precisava aprender a beleza, as técnicas e conceitos da pin- tura, escultura, hieróglifo etc. Muitos padrões eram seguidos, como as estátuas sentadas deviam ter as mãos nos joelhos, as mulheres eram sempre pintadas com cores mais claras que os homens e a aparência dos deuses seguia um padrão também. ARTE: UM PANORAMA HISTÓRICO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IIU N I D A D E50 Observe a imagem a seguir: Essa imagem mostra a representação do deus Anúbis em uma cena de um funeral e, a partir dela, é possível notar algumas “leis” artísticas que regiam a arte do Egito Antigo, como o Anúbis sempre era representado com um chacal ou com a cabeça de um chacal, considerado o deus dos ritos funerais; Hórus era representado com um falcão ou com a cabeça de um falcão, deus do céu. A arte egípcia deu uma grande contribuição para a historiografia de arte em seus princípios técnicos e estilo, mostrando uma forma peculiar de representar a sua história, ritos religiosos, poder político e transformações sociais. Arte Grega Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 51 ARTE GREGA As penínsulas da Grécia e da Ásia, Mediterrâneo oriental, estavam sob o domínio de déspotas orientais, século VII a.C., e é essa a origem da arte grega no início de sua formação, isto é, a simplicidade das tribos que dominaram a Grécia Antiga nos primeiros séculos repercutiu na formação artística. A tradição da construção de templos em madeira e da cerâmica desses povos dominantes foi copiado inicialmente pelos gregos em sua formação, um exem- plo disso são os templos que imitavam a simplicidade e a harmonia dos templos de madeira. A arte grega conhece o auge de seu desenvolvimento entre os séculos VI e IV antes de Cristo. A arquitetura grega é uma arquitetura lógica e racional, que consiste em lintéis sobre colunas (DUCHER, 2001, p. 18). A primeira grande marca da arte grega são as colunas dóricas que têm uma leve protuberância na parte central e um fuselamento em direção ao topo, “é aus- tera, vigorosa, robusta”, diz Ducher (2001, p. 18), como você pode observar na imagem a seguir: Figura 1 - Colunas dóricas ARTE: UM PANORAMA HISTÓRICO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IIU N I D A D E52 A Grécia não se unifica rapidamente, várias tribos acabam habitando as suas regiões e construindo as cidades e suas estruturas, a primeira grande cidade é Atenas, que começou a construir seus templos no século VI a.C. Um exemplo dessa arquitetura é o Templo de Poseidon construído em Atenas no ano de 460 a.C., apresentando características próprias desse estilo, segundo os autores H. Janson e A. Janson (1996, p. 54), “a curvatura das colunas e o alar- gamento cônico dos capitéis são também discretamente reduzidos, somando-se a nova impressão de naturalidade”. Nesse momento, a influência religiosa e egípcia era muito grande, como se nota nas estátuas de pedra, que reproduzem uma figura jovem, o corpo dividido em partes, entretanto os gregos começam a deixar de lado as regras e estudos geométricos dos egípcios e tendem a reproduzir com os seus olhos o que viam, buscando uma maior naturalidade. Uma vez iniciada essa revolução, nada mais a sustaria. Os escultores em suas oficinas ensaiaram novas ideias e novos modelos de representação da figura humana, e cada inovação era avidamente adotada por outros, que adicionavam suas próprias descobertas (GOMBRICH, 2012, p. 78). Os pintores gregos também seguiram o mesmo direcionamento, buscando uma pintura mais natural e resgatando novas técnicas e materiais para isso. Como muita coisa se perdeu ou foi destruída dessa época, os registros mais sólidos da pintura estão nas cerâmicas que ainda trazem alguns traços dos métodos egíp- cios, mas apresentam alguns aspectos da naturalidade grega. A grande revolução da arte grega, a descoberta de formas naturais e do escorço, ocorreu numa época que é, certamente, o mais assombroso pe- ríodo da história humana. [...] É o período em que a ciência, tal como hoje entendemos o termo, e a filosofia despertaram pela primeira vez entre os homens [...] (GOMBRICH, 2012, p. 82). Nesse momento de descobertas, é a visão antropocêntrica grega que faz a arte chegar a sua maturidade, um momento marcante é durante a democracia ate- niense, momento em que Atenas consegue impedir a invasão persa, destrói alguns templos e edificações e, no ano de 480 a.C. inicia a reconstrução, em mármore, dos templos situados no rochedo sagrado, a Acrópole. Arte Grega Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 53 A escultura grega valorizava o corpo, por isso, constantemente, os artesãos aprimoravam seus estudos sobre a anatomia do corpo humano, buscando apro- ximar seus trabalhos do corpo em movimento. Uma das conquistas gregas nesse sentido é a manipulação do bronze que reti- rou o olhar frio e vazio conferido pelo mármore, os cabelos, os lábios ganham um tom levemente dourado e transmite vida e calor para as estátuas. No final do século V a.C., a grande liberdade artística já havia se consoli- dado e busca pela perfeição, pela naturalidade e pela beleza e tornam-se tônicas no universo artístico. As colunas dóricas, com uma função de sustentação e segurança, dão lugar a estilo jônico, que também sustentavam, mas agora com mais adornos, leveza e graciosidade. Segundo Ducher (2001, p. 22) , “a austeridade da ordem dórica sucede a graça da ordem jônica [...] [estas] são mais esbeltas e tem sempre uma base”. Veja a figura 2: Figura 2 - Colunas dóricas do estilo jônico ARTE: UM PANORAMA HISTÓRICO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IIU N I D A D E54 O ápice desse aperfeiçoamento é o Templo de Atená (Partenon) da Acrópole, consoante Baumgart (1999, p. 57), “[...] todos os recursos de aperfeiçoamento vivificante foram empregados tão discretamente que são quase imperceptíveis”. A pintura também seguiu essa tendência, busca da beleza, das formas, da opulên- cia e suavidade. Assim, pintura e escultura adentraram no universo da simetria corporal, da naturalidade das formas e sua vitalidade. Evidentemente tal perfei- ção era artística, não havia corpo real integralmente simétrico e perfeito, mas ocorria uma adaptação da realidade para a obra artística. Praxíteles foi o grande artista desse momento, ele consegue retirar a rigidez característica das esculturas