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Júlia Malta Braga Faculdade de Ciências Médicas de Três Rios Medicina - Turma 01 Microbiologia Sífilis ● Treponema pallidum e Treponema carateum. ● Treponema pallidum → responsável pela sífilis venérea. ● Características: ○ É uma bactéria do tipo espiroqueta muito delgada. ○ Observada apenas em microscopia de campo escuro, pois é detectável por coloração de fluorescência. ○ Replicação é lenta devido a ausência de ciclo dos ácidos tricarboxílicos e a dependência das células hospedeiras. ○ São microáreas ou anaeróbicas. ○ São extremamente sensíveis ao oxigênio, pois não possuem defesa antioxidante ● Fatores de virulência: ○ Possui proteínas de membrana externa que promovem aderência a células hospedeiras. ○ Possui hialuronidase que facilita a infiltração perivascular e, assim, a disseminação por via hematogênica. ○ Possui adesinas que se ligam a camada de fibronectina das células do hospedeiros, essa camada protege contra a fagocitose. ○ Possui 3 flagelos periplasmáticos → facilita o deslocamento do treponema no tecido. ○ A ausência de antígenos espécie-específicos na superfície da célula permite a espiroqueta escapar do sistema imunológico. ● Patogênese: T. pallidum entra em contato com as mucosas no ato sexual. Como não há antígenos específicos, não é reconhecido pelo sistema imunológico de imediato e é resistente a fagocitose. Adere então à fibronectina das células locais e com auxílio da hialuronidase, infiltra os vasos sanguíneos e linfáticos do hospedeiro fazendo sua disseminação. No local de inoculação, há erosão e ulceração decorrente de uma resposta imune local, a fase primária. Uma vez que atinge os órgãos, forma complexos imunes circulantes. ○ Sífilis primária: ↳ Caracterizada pelo cancro sifilítico primário se desenvolve no local onde a espiroqueta é inoculada. ↳ Lesão se desenvolve em 10 a 90 dias após a infecção inicial. ↳ Pápula que sofre erosão e se torna uma úlcera indolor com bordas elevadas, é o foco local de proliferação das espiroquetas. ↪ Esse foco local apresenta grande quantidade de espiroquetas, sendo a partir deste a maior disseminação. ↪ Úlcera cicatriza espontaneamente dentro de 2 meses dando falsa sensação de cura. ○ Sífilis secundária: ↳ Primeiramente sintomas semelhantes ao da gripe e linfadenopatia. ↳ Alguns dias depois, há erupção cutânea disseminada. ↳ Erupções disseminadas podem desaparecer lentamente ao longo de semanas ou meses. ↳ Lesões facultativas: condiloma plano em dobras úmidas da pele e erosões na boca e outras superfícies mucosas. ↳ Essas lesões e erupções são focos de multiplicação de espiroquetas, sendo local de disseminação. ○ Sífilis terciária: ↳ Ocorre em ⅓ dos pacientes não tratados. ↳ Caracterizada por inflamação difusa crônica, desenvolvida após um período grande assintomático. ↳ Quando ocorre, há grande destruição de tecidos ou órgãos. ↪ Arterite ↪ Demência ↪ Cegueira Júlia Malta Braga Faculdade de Ciências Médicas de Três Rios Medicina - Turma 01 ↪ Neurossífilis → Não é exclusivamente tardia. ○ Comum de imunossuprimidos. ↪ Sífilis cardiovascular. ↪ Gumas → lesões granulomatosas encontradas nos ossos, peles e outros tecidos. ○ Sífilis congênita: ↳ Ocorre quando o Treponema pallidum passa através da placenta. ↳ Gera malformações ao feto, aborto tardio ou natimorto. ↳ Complicações quando a criança sobrevive a sífilis inicial: ↪ Primeira infância: exantema, osteocondrite, periostite, fibroses. ↪ Fase escolar: ceratite intersticial, dentes de Hutchinson. ↪ Surdez (afeta o NC VIII). ↪ Cegueira. ● Destruição tecidual ocorre em função da resposta imune do hospedeiro ao treponema. ● Diagnóstico: ○ Microscopia de campo escuro com técnicas de imunofluorescência direta. ○ Sorologia: ↳ Testes não treponêmicos → inespecíficos, porém rápidos e de baixo custo. Analisam IgM e IgG. ↪ Teste de VDRL ↪ Teste de RPR ↪ Teste da USR ↪ Teste de TRUST ↳ Testes treponêmicos → mais utilizados. Tem maior sensibilidade. ↪ Teste FTA-ABS ↪ Teste de aglutinação de partículas para Treponema pallidum (TP-PA) ↪ Enzima imunoensaio (EIA) ● Tratamento: ○ Penicilina benzatina de ação prolongada → fases iniciais da sífilis. ○ Penicilina G → sífilis congênita e tardia. ● Profilaxia → uso de preservativos, prática de sexo seguro, contato adequado e tratamento dos parceiros sexuais junto ao tratamento do doente.
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