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por seus usuários. Susten- tada no conteúdo, pois quem alimenta e mantém em dia seus textos são os próprios internautas, e sustentada financeiramente através de doações dos mesmos. Alguns anos atrás, sites de pirataria usavam este método para se manter. Com o discurso de precisar de dinheiro para comprar es- paço e link de Internet, os piratas pediam doações. Os que tinham bom conteúdo e eram rápidos geralmente atingiam suas cotas de pa- trocínio, mas os métodos para receber as doações eram sempre bem complexos, baseados em comissão de visitantes que se inscreviam em outros sites e outras fórmulas bem incômodas para o visitante. Falar em sites pornôs e piratas não remete a coisas sérias, mas pense nos sites gratuitos que você visita: muitos deles estão fadados à mor- te, porque dão muito trabalho e geram pouco retorno em propagan- 145 • O Marketing depois de amanhã145 • O Marketing depois de amanhã Novas formas de pagamento • 146 da. Fechar o conteúdo cobrando pelo acesso mensal não se provou muito eficiente. Doações via micropagamento podem servir para manter muitos desses sites no futuro. A Internet permitiu que pequenas empresas e pequenos empreen- dedores concorressem com as grandes empresas. Como milhares de pequenas formigas, eles são capazes de incomodar as árvores mais sólidas. O pagamento via celular dará mais força para os pequenos. Aqueles que viram na Internet uma possibilidade de abrir uma lo- jinha ou um site de conteúdo agora terão mais uma maneira de ser lucrativos e brigar com as grandes empresas. Será mais fácil ven- der produtos e conteúdo, cobrar por acesso temporário, criar novos serviços, novas formas de assinatura e novos pacotes de venda. As formigas viraram abelhas. Para os grandes, mais um motivo para se preocupar e começar a ousar. 145 • O Marketing depois de amanhã145 • O Marketing depois de amanhã Novas formas de pagamento • 146 147 • O Marketing depois de amanhã147 • O Marketing depois de amanhã Computação ubíqua • 148 147 • O Marketing depois de amanhã147 • O Marketing depois de amanhã Computação ubíqua • 148 Capítulo 9 computação ubíqua Todos os dias, somos bombardeados com milhares de mensagens de todo tipo. Nosso telefone toca várias vezes, recebemos dezenas de e-mails, malditos pop-ups quando navegamos na Web, mensa- gens informando que a bateria do celular está carregada, que a do laptop está acabando, que alguém deixou uma mensagem na caixa postal do celular e por aí vai. Quanto mais apetrechos fazem parte da nossa vida e mais conectados estamos, mais somos bombardea- dos. A tecnologia é parte presente e 100% visível de nossas vidas. Um dos conceitos mais importantes da computação ubíqua, tam- bém conhecida como computação onipresente ou computação pe- netrante, é justamente mudar isso. Tornar a tecnologia presente no ambiente em que vivemos, mas de maneira invisível. Invisível não apenas no sentido de não estar à vista, mas principalmente no senti- do de não ser percebida. O conceito apareceu em 1988 através de Mark Weiser em seu trabalho no Xerox Palo Alto Research Center (Xerox PARC), uma subsidiária da Xerox Corporation, responsável por nada menos que a criação do ambiente gráfico nos computadores, do editor de texto WYSIWYG82, do precursor do PostScript, da impressora a laser, do padrão de rede Ethernet, da programação voltada ao ob- jeto e do e-paper. A idéia é que, para que a tecnologia se torne transparente, ela vai precisar aprender a se relacionar com a gente. Por isso, a com- putação ubíqua é descrita por Weiser como uma integração muito difícil de fatores humanos, ciência da computação, engenharia e ciências sociais. Microprocessadores estão em vários aparelhos como relógios, eletrodomésticos, carros, celulares, controles remotos da TV, players 82 What You See Is What You Get. 149 • O Marketing depois de amanhã149 • O Marketing depois de amanhã Computação ubíqua • 150 de DVDs e brinquedos. No futuro, teremos microprocessadores e sensores em todo lugar e todo tipo de objeto, incluindo paredes, interruptores de lâmpadas, roupas, geladeira, portas, chuveiros, banheira etc. Há aquelas historinhas bonitinhas, como a do despertador que avisa a torradeira para ligar sozinha e entregar o pão quentinho quando acordamos e aquela da banheira que se prepara quando você abre a porta de casa. Na verdade, tanto as histórias quanto padrões de comunicação entre aparelhos que usam a rede elétrica para auto- mação doméstica já existem faz tempo. Mas essa infinidade de pa- drões diferentes pode acabar quando esses aparelhos começarem a usar o mesmo protocolo da Internet. A Internet doméstica, também conhecida como Internet-Zero, é mais simples, mais prática e mais lenta. Mais lenta não significa pior, lembrese de que seu liqüidifica- dor não vai querer baixar vídeo pi rata no Kazaa. E de sua velocida- de vem também seu nome, uma piada em referência à super-rápida conhecida como Internet-2. Padrões de automação doméstica, motes, redes mesh e outras re- des sem fio, com aparelhos conectados e conversando entre eles, passamos a ter uma mudança de percepção do mundo virtual. Hoje, temos uma separação bem clara entre o mundo de tijolo e o mundo virtual, porém, no futuro, essa sensação de distância acabará, pois praticamente tudo estará interligado. Não entraremos mais online, pois já estaremos online o tempo todo. Claro que nem toda tecnologia ou computador terá que ser trans- parente, mas à medida que a computação estiver por todo lado, vamos precisar de espaço para viver e respirar. Para nos ajudar e não atrapalhar, todas essas traquitanas terão que aprender a fazer a abordagem correta e no momento correto. Para cumprir com esses objetivos, será necessário ter sensibilidade para entender o usuário, raciocínio para saber quando comunicar e finalmente saber como se comunicar. A tecnologia deve criar calma e conforto e não o caos. Apesar de parecer muito distante, a computação ubíqua já pode ser aplicada nos dias de hoje. A Microsoft está testando interna- 149 • O Marketing depois de amanhã149 • O Marketing depois de amanhã Computação ubíqua • 150 mente um sistema para gerenciar telefonemas. Antes de passar uma ligação, o sistema faz “perguntas” como: o usuário está em reunião? (tem reunião neste horário em sua agenda); o interlocutor está na agenda de telefones do usuário? O interlocutor está na lista de te- lefones da empresa? O interlocutor está na lista de chamadas feitas recentemente? No sistema, parentes, supervisores e pessoas na lista de chamadas feitas recentemente fazem o telefone tocar, as outras recebem aviso para ligar mais tarde e têm a opção de deixar recado ou reagendar a chamada. As pessoas tendem a categorizar a importância das situações. É comum alguém colocar toque diferente no celular para a namorada ou para o chefe. Eu apliquei filtros para o meu cliente de email para não me avisar quando receber e-mails de listas de discussão de que participo ou de sites em que me cadastro. Meu cliente de email fica aberto e pega e-mail a cada cinco minutos, mas alguns deles eu pos- so ler sem pressa. A Lockheed Martin produziu para a marinha norte-americana o Human Alerting and Interruption Logistics-Surface Ship (HAIL- SS). Produzido para controlar as interrupções, o software é o in- termediário entre o operador e vários sistemas que emitem alertas, entre eles o sistema de controle de armas e o radar espião. O HAIL- SS conseguiu reduzir de 50 a 85% das interrupções enquanto os marinheiros estão em combate. O nível de stress durante o trabalho dos operadores diminuiu bastante e esse tipo de solução pode ser adotado para situações corriqueiras, do nosso dia-a-dia. A Universidade de Washington junto com o centro de pesquisa da Intel em Seattle estão utilizando etiquetas RFID em escovas de