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SAÚDE MENTAL DA POPULAÇÃO DE RUA PAULO

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SAÚDE MENTAL DA POPULAÇÃO DE RUA
ESTIMATIVA DA POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA NO BRASIL 
De acordo com o IPEA – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. É uma Fundação pública vinculada ao Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, o Ipea fornece suporte técnico e institucional às ações governamentais – possibilitando a formulação de inúmeras políticas públicas e programas de desenvolvimento brasileiro – e disponibiliza, para a sociedade, pesquisas e estudos realizados por seus técnicos.
O Brasil não conta com dados oficiais sobre a população em situação de rua. Nem o censo demográfico decenal, nem as contagens populacionais periódicas incluem entre seus objetivos sequer a averiguação do número total da população não domiciliada. Esta ausência, entretanto, justificada pela complexidade operacional de uma pesquisa de campo com pessoas sem endereço fixo, prejudica a implementação de políticas públicas voltadas para este contingente e reproduz a invisibilidade social da população de rua no âmbito das políticas sociais. 
A grande questão é, então, identificar por que alguns municípios têm muitos moradores de rua e outros poucos – ou, dito de outra forma, quais os fatores que impactam no número de moradores de rua de uma localidade, e calcular em que medida estes fatores impactam a variável de interesse, construindo um modelo que, considerando os efeitos de cada variável.
O primeiro fator mais importante é, o número de habitantes do município. Quanto maior o município, maior a tendência deste de ter moradores de rua;
O segundo fator é a pobreza. Ainda que se trate de fenômeno multidimensional e complexo, teoricamente, a pobreza como conceito se relaciona fortemente a situações de privação econômica e exclusão social, o que, por sua vez, são fortemente associadas à probabilidade de a pessoa vivenciar uma situação de rua. 
Estima-se que existam 101.854 pessoas em situação de rua no Brasil. 
Deste total, estima-se que dois quintos (40,1%) habitem municípios com mais de 900 mil habitantes e mais de três quartos (77,02%) habitem municípios de grande porte, com mais de 100 mil habitantes. Por sua vez, estima-se que nos 3.919 municípios com até 10 mil habitantes habitem 6.757 pessoas em situação de rua, (6,63% do total). Ou seja, a população em situação de rua se concentra fortemente em municípios maiores. 
Apenas 47,1% da população de rua estimada está cadastrada no Cadastro Único. A ampliação da cobertura deste cadastro neste segmento populacional permitiria, para além do acesso deste público aos programas sociais, a realização de estudo de perfil desta população com base nos dados do cadastro.
A de ressaltar o perfil sociodemográfico e econômico das pessoas em situação de rua, sendo predominantemente composto por homens (82%) e a maior parte sendo negros (67%). Uma quantidade razoável produz alguma atividade remunerada (70%). Os principais motivos que os levaram à situação de rua foram: desemprego (29,8%), conflitos familiares (29,1%) e alcoolismo/drogas (35,5%);).
A vida e saúde mental das Pessoas em Situação de Rua
A desigualdade social é um dos problemas que permeia, quase inteiramente e de forma muito parecida, a maioria das sociedades ao redor do mundo.
Observamos como um reflexo dessa circunstância a exclusão de grande parte das pessoas que, infelizmente, se encontram dentro daqueles grupos mais afetados por ela.
Um desses grupos, se não o mais afetado por tudo aquilo de negativo que a desigualdade tem a oferecer, diz respeito as pessoas em situação de rua. Estigmatizados, essa parcela da sociedade sofre em decorrência do descaso e da falta de acesso a seus direitos.
Como consequência dessa realidade, a saúde mental dessas pessoas também sai prejudicada. Não se encontram os auxílios necessários para que vivam, minimamente, bem, ou mesmo para que saiam dessa triste situação.
Vamos refletir um pouco sobre a situação e a saúde mental das pessoas em situação de rua?
A vida e saúde mental das Pessoas em Situação de Rua
A desigualdade social é um dos problemas que permeia, quase inteiramente e de forma muito parecida, a maioria das sociedades ao redor do mundo.
Observamos como um reflexo dessa circunstância a exclusão de grande parte das pessoas que, infelizmente, se encontram dentro daqueles grupos mais afetados por ela.
Um desses grupos, se não o mais afetado por tudo aquilo de negativo que a desigualdade tem a oferecer, diz respeito as pessoas em situação de rua. Estigmatizados, essa parcela da sociedade sofre em decorrência do descaso e da falta de acesso a seus direitos.
Como consequência dessa realidade, a saúde mental dessas pessoas também sai prejudicada. Não se encontram os auxílios necessários para que vivam, minimamente, bem, ou mesmo para que saiam dessa triste situação.
Vamos refletir um pouco sobre a situação e a saúde mental das pessoas em situação de rua?
A vida e saúde mental das Pessoas em Situação de Rua
Frequentemente permeados pelo descaso e pela pobreza em suas vidas, se encontram as pessoas em situação de rua, que como se pode imaginar, passam a viver nela não por opção, mas sim por falta dela.
Assim como ocorre com a exclusão social, morar na rua não acontece do dia pra noite. Um processo de fatores distintos contribui pra que se culmine nessa situação, dado que cada morador tem sua história, seu modo de ser e seus problemas, mesmo antes da rua.
A fragilidade das relações familiares, o uso abusivo de substâncias, o desemprego, a miséria, a ausência de vínculos sociais e comunitários significativos, a dificuldade no acesso a direitos fundamentais, são exemplos comuns disso.
A junção desses elementos tem um grande impacto na vulnerabilidade psicológica dessas pessoas; a falta de apoio inerente a vida delas tende a ser um fator de agravamento dessas circunstâncias; o sentimento de não pertencimento leva o próprio ser a se excluir; e as consequências dessa realidade não ajudam a superar a condição.
A vulnerabilidade psicossocial de quem vive nas ruas
Quanto maior a falta de recursos, maior também a insegurança psicológica e, em decorrência disso, a probabilidade e o risco de se desenvolverem transtornos mentais como a depressão ou transtornos graves de ansiedade, por exemplo. A situação de quem está nas ruas é extremamente delicada, até mesmo para os profissionais dispostos a ajudar lidarem.
Vive-se sob o estigma e o isolamento social, sem perspectiva de um futuro melhor. Na rua, estão sempre submetidos a toda espécie de abandono e deterioração pessoal, como a violência, o frio, a fome, o cansaço, a ausência de esperança, o constante risco de contração de doenças, a solidão, a insegurança, entre tantos outros (Filho, 2006).
Nesse contexto, muitos recorrem as alternativas de “solução” mais fáceis, mais próximas, como o álcool ou as drogas, que apesar de suscitarem algum alívio temporário dentro do que sentem e pensam os moradores, a longo prazo, podem ter impactos intensamente negativos na saúde mental dos seus usuários.
A situação psicológica se agrava conforme não se encontram serviços, suporte ou algo que nutra a esperança de sair da rua. Daí surge a importância das políticas e dos serviços públicos de apoio a essa parcela da população tantas vezes esquecida pelo Estado e pela própria sociedade.
A vida e saúde mental das Pessoas em Situação de Rua
Um dos serviços mais utilizados na prevenção e tratamento de transtornos psicológicos e de outros problemas mais comuns exibidos por pessoas em situação de rua são os Consultórios na Rua.
Componente da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), os Consultórios na Rua são compostos por equipes de profissionais que atuam nos ambientes urbanos com o fim último de ajudar as pessoas em situação de rua, oferecendo a eles cuidados necessários em saúde mental em consonância com outros serviços, responsáveis por outros tipos de cuidados.
Os serviços de apoio disponíveis ao cuidado da saúde mental das pessoas em situação de rua
A vida e saúde mental das Pessoas em Situação de Rua
Atualmente, existem 144 equipesem atividade no Brasil. Tais equipes estão vinculadas à Política Nacional de Atenção Básica e sua proposição se deu principalmente a partir de experiências da Atenção Básica voltadas à população em situação de rua nas cidades de Belo Horizonte, Porto Alegre, São Paulo e Rio de Janeiro (Van Wijk e Mângia, 2018).
Responsáveis pela oferta de cuidados psicossociais nos locais em que as pessoas em situação de rua se encontram, os profissionais das equipes estão incumbidos de prestar atendimento básico em saúde mental a todos e, em especial, aos que apresentam transtornos mentais e/ou fazem uso de crack, álcool e outras drogas.
Vale ressaltar que um dos motivos pelos quais foram criados os Consultórios na Rua diz respeito as repreensões, descaso, encaminhamentos indiscriminados e/ou ações de recolhimentos por parte de serviços vinculados ao Estado sofridos por essas pessoas, que então se apresentariam inseguras em buscar novamente outros serviços de saúde.
Atualmente, o senado brasileiro aprovou em forma de lei o auxilio obrigatório de qualquer serviço do Estado as pessoas em situação de rua, cabendo punições aqueles que se recusarem a tratar ou prestar ajuda aos cidadãos que buscarem esse e também outros tipos de atendimento.
Enquadram-se na medida os CAPS, as enfermarias, os serviços do SUS e seus diferentes derivados.
Os serviços de apoio disponíveis ao cuidado da saúde mental das pessoas em situação de rua
A vida e saúde mental das Pessoas em Situação de Rua
Dentro das equipes na rua, por exemplo, faz se obrigatória a análise das situações de vulnerabilidade, de forma a preparar os profissionais para atuar em consonância com as necessidades de saúde observadas, sempre com o objetivo de conseguirem dar suporte ao sofrimento dos usuários, mesclando saberes da Atenção Básica e da Saúde Mental nas ações ofertadas (Van Wijk e Mângia, 2018, apud Lisboa, 2013).
Por outro lado, como ressalta Lisboa (2013), é preciso abrir caminhos para que seja possível efetivar ações ainda mais complexas. Mesmo com os avanços conquistados com as ações que compreendem os trabalhos dos Consultórios na Rua, ainda não há a ampliação de acesso aos serviços para todos aqueles que necessitam deles.
É de suma importância que o trabalho construído se dê como um cuidado emancipador, que tenha como enfoque a promoção dos direitos dos moradores a partir do bom relacionamento com os profissionais da saúde, com o objetivo de dar visibilidade às pessoas ao invés de focar somente em melhoras clínicas.
A autonomia, assim como a crença em si próprio, é um elemento fundamental para que as pessoas nesse contexto possam retomar uma vida positiva. Trabalhar essa parte é também cuidar da saúde mental daqueles vivendo nas ruas.
A escuta qualificada, o olhar humanizado e o respeito às escolhas de cada um devem-se fazer presentes e essenciais em todo e qualquer tipo tratamento, não importa a condição de quem está lá para ser tratado
Os serviços de apoio disponíveis ao cuidado da saúde mental das pessoas em situação de rua
A vida e saúde mental das Pessoas em Situação de Rua
A Secretaria Nacional de Assistência Social define as pessoas em situação de rua como sendo:
 “…um grupo populacional heterogêneo que tem em comum a pobreza, vínculos familiares quebrados ou interrompidos, vivência de um processo de desfiliação social pela ausência de trabalho assalariado e das proteções derivadas ou dependentes dessa forma de trabalho, sem moradia convencional regular e tendo a rua como o espaço de moradia e sustento” (SNAS, 2008).
Tratando especificamente da saúde mental dos moradores, Botti (2010) afirma que, em geral, os problemas mentais maiores antecedem à condição de morar na rua, de forma que a condição precária de existência nesses contextos poderia exacerbar sintomas anteriores, podendo favorecer o aparecimento de outros transtornos e até mesmo de tentativas de suicídio.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), diversos fatores poderiam provocar transtornos mentais, estando entre eles: a pobreza, o sexo, a idade, os conflitos e desastres, a maioria das doenças físicas e o ambiente familiar e social conturbado.
Todos esses elementos, de uma maneira ou de outra, fazem ou fizeram parte da realidade das pessoas em situação de rua, em especial a pobreza, que é inerente a situação de quem tem a rua como “casa”.
Apesar do reconhecimento dessas situações simplesmente não ser capaz de resolver os problemas criados pela desigualdade social, esse é um primeiro passo importante em direção a resolução de algumas das dificuldades enfrentadas pelas pessoas em situação de rua.
Esforços são feitos atualmente para que se altere para melhor a realidade dos moradores, mesmo que as instituições estatais nem sempre contribuam com investimentos e construção de infraestrutura para que, por exemplo, os serviços de atendimento melhorem ou mesmo para que aconteçam.
A vida e saúde mental das Pessoas em Situação de Rua
Se, por um lado, a vulnerabilidade social e econômica pode deixar os indivíduos mais expostos a estados de mal-estar expressos pela depressão, por exemplo, por outro, o aumento da densidade das redes de apoio social diminui o risco de sofrimento mental (Botti, 2010).
Vivemos em uma sociedade que julga e categoriza pessoas, situações, comportamentos, sem ao menos tentar reconhecer o que se passa do outro lado. As pessoas em situação de rua são também vítimas disso.
Medidas conjuntas, quebra de estigmas, compaixão, políticas públicas, preparo profissional; sem esses elementos o ciclo do qual fazem parte os moradores não vai se acabar.
Mudar a mentalidade de uma nação inteira não é simples, exigir mudanças estruturais dos governos também não, mas caso não tivessem havido lutas em prol dessas coisas em um passado não tão distante, não estaríamos onde estamos hoje.
Que façamos um pouco cada, que desconstruamos partes por dia da desigualdade e dos preconceitos que carregamos, as vezes mesmo sem saber. A saúde mental daquele que vive na rua e de tantas outras pessoas que precisam de ajuda depende um pouco disso também.
A vida e saúde mental das Pessoas em Situação de Rua
A RELAÇÃO ENTRE OS TRANSTORNOS MENTAIS E A POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA
Confirmou-se o fato de que o ambiente doméstico violento, à dependência química e o processo migratório são processos atuantes no desenvolvimento dos distúrbios mentais. A predisposição genética e o ambiente familiar dentro do escopo das características socioambientais e psicodinâmicas influenciam a ida às ruas, como também o adoecimento. 
As relações entre transtornos mentais e moradores de rua convergem quando se percebe que um número significativo de pessoas aparenta ter sintomas correspondentes às das patologias mentais. Um estudo aponta que mais de 50% da população em situação de rua apresentam sinais de depressão (CARNEIRO JUNIOR, 1998). Outro dado nos revela a utilização de psicotrópicos e este sendo patogênico em sua utilização ocasionando morbidades como psicose e esquizofrenia (AGUIAR; IRIART, 2012).
O uso compulsivo de substâncias psicoativas é uma característica manifesta (SILVEIRA & RODRIGUES, 2013; SANTOS et al, 2013). Padrões de utilização de álcool comparecem na população (BOTTI et al, 2010). Crianças e adolescentes fazem uso de psicotrópicos (MONTEIRO, 2009). Viu-se que existe a necessidades de escuta qualificada como meio de suporte para o desamparo dos indivíduos (TILIO; OLIVEIRA, 2016). Portanto, a relação entre população em situação de rua e saúde mental é perceptível (DA CRUZ, 2010). Existe uma plêiade de transtornos mentais a serem estudados a começar pelo os estudos de Belo Horizontes na onde identificou-se 245 indivíduos com problemas psiquiátricos (BOTTIL, 2009). O comprometimento no valor e poder pessoal é expressivo (ESMERALDO FILHO, 2012). Como também nos comportamentos sociais (LOVISI, 2000). A rua pode ser um espaço que abriga às rupturas que acontecem na família, dada que esta se encontra em condição de fragilidade, revelando fraquezas na coesão do grupo e dificuldades psicológicaspara manutenção da estabilidade dos indivíduos (CANÔNICO, 2007)
A RELAÇÃO ENTRE OS TRANSTORNOS MENTAIS E A POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA
A etiologia de estar na rua pode a princípio ser identificado por meio do âmbito doméstico e das configurações ali estabelecidas. Essas, se fundamentam por intermédio da hostilidade e a sua expressão se desdobra em: violência moral-doméstica-sexual, abuso físico-social-psicológico e negligência afetiva-material-psíquica. 
Dentro da esfera doméstica foi possível identificar algumas formas de conflito do desabrigado para com os membros familiares, como: pais, irmãos, padrasto (a) e esposa (o), sendo: agressões verbais e agressões físicas. E no oposto, dos pais, irmãos, padrasto (a) e esposa (o) para com o ex-abrigado, sendo: violência física, sexual e moral
Sobre a gênese e o desenvolvimento do transtorno mental temos alguns indicativos que nos permite compreender como se dá essas patologias que acomete a população em situação de rua - além da configuração familiar e da etiologia do estar na rua - considerando que o modo de configuração familiar é um fator fundamental para compreender às causas de estar na rua e por sua vez os distúrbios mentais, visto que a constelação familiar desses indivíduos produzem uma Psicologia vulnerabilidade psicológica, mais do que nas famílias com recursos econômicos precários, mas que têm uma estruturação familiar razoavelmente satisfatória.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Restou claro que o fato de que o ambiente doméstico violento, à dependência química e o processo migratório são processos atuantes no desenvolvimento dos distúrbios mentais. A predisposição genética e o ambiente familiar dentro do escopo das características socioambientais e psicodinâmicas influenciam a ida às ruas, como também o adoecimento. A condição socioeconômica e histórica-política também exerce sua carga de determinação.
REFERÊNCIAS 
BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário. Primeiro censo e pesquisa nacional sobre a população em situação de rua. Brasília: MDS/Sagi, abr. 2008. Disponível em: .
 ______. Censo do Sistema Único da Assistência Social (Suas). Brasília: MDS, 2013.
 ______. Censo do Sistema Único da Assistência Social (Suas). Brasília: MDS, 2014. 
______. Cadastro Único para Programas Sociais do governo federal. Extração de dados de setembro de 2015. Brasília: MDS, 2015a.
 ______. Censo do Sistema Único da Assistência Social (Suas). Brasília: MDS, 2015b. 
FIPE – FUNDAÇÃO INSTITUTO DE PESQUISAS ECONÔMICAS. Censo da População em Situação de Rua da Cidade de São Paulo, 2015 – Resultados. São Paulo: Fipe, 2015. Disponível em:
FLETCHER, D.; MACKENZIE, D.; VILLOUTA, E. Modelling skewed data with many zeros: a simple approach combining ordinary and logistic regression. Environmental and Ecological Statistics, v. 12, p. 45-54, 2005..
IBGE – INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. População em situação de rua: relatório do teste-piloto. Rio de Janeiro: IBGE, abr. 2014. 
IPEA – INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA APLICADA. Atlas de vulnerabilidade social dos municípios brasileiros. Brasília: Ipea, 2015
AGUIAR, Maria Magalhães; IRIART, Jorge Alberto Bernstein. Significados e práticas de saúde e doença entre a população em situação de rua em Salvador, Bahia, Brasil. Cadernos de Saúde Pública, v. 28, p. 115-124, 2012.
DA CRUZ, Leandra Brasil. POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA E SAÚDE MENTAL, 2000. DE LIMA, C. H.; VALENTIM, A. P.; ROCHA, C. E. D. F.; RODRIGUES, N. F. Crack: uma abordagem psicanalítica de seu consumo entre crianças e adolescentes em situação de rua. Revista Mal Estar e Subjetividade, v. 13, n. 1-2, p. 155-194, 2013.
ESMERALDO FILHO, CARLOS EDUARDO. Saúde Mental e (Ex)-Moradores de Rua: Um Estudo a Partir do Valor Pessoal e do Poder Pessoal. Universidade Federal Do Ceará, Centro De Humanidades Departamento de Psicologia. Disponível em: http://newpsi. bvspsi.org.br/tcc/161.pdf Acessado em outubro de 2012.

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