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Embargos à Execução - Anulação de Negócio Jurídico

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA CIVEL DA COMARCA DE SÃO PAULO – SP
(10 linhas)
Processo nº (...)
MARILENE, (estado civil), (profissão), inscrita no CPF sob nº ..., (endereço eletrônico), residente e domiciliada à rua (...), número (...), bairro (...), CEP (...), Cidade (...), Estado (...), vem por meio de sua advogada (...), endereço eletrônico (...), e com endereço profissional à rua (...), número (...), bairro (...), CEP (...), Cidade (...), Estado (...) com fulcro no art. 77, v, do Código de Processo Civil e com fundamento no art. 305 do CPC e demais dispositivos aplicáveis à espécie, perante Vossa Excelência, apresentar a presente 
EMBARGOS À EXECUÇÃO
Em face de BRENO, (estado civil), (profissão), inscrito no CPF (...), (endereço eletrônico), residente e domiciliado à rua (...), nº(...), bairro (...), CEP(...), Cidade (...), Estado (...), pelos fatos e fundamentos a seguir expostos:
DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA
Os arts. 98 e 99 do Código de Processo Civil, determinam que a pessoa com insuficiência de recursos para pagar as custas, as despesas processuais e os honorários advocatícios têm direito à gratuidade de justiça, na forma da lei, independentemente de estar representada por advogado particular.
Diante do exposto, fazendo jus ao benefício, requer a concessão do benefício da gratuidade de justiça
I. DOS FATOS
Há duas semanas, a embargante recebeu a visita de um Oficial de Justiça, que entregou a ela um Mandado de Citação e Intimação. 
O Mandado refere-se à ação de execução de título extrajudicial ajuizada por Breno, em que é pretendida a satisfação de crédito de R$ 15.000,00 (quinze mil reais), consubstanciado em instrumento particular de confissão de dívida, subscrito por Marilene e duas testemunhas, e vencido há mais de um mês. 
O embargado indicou à penhora valores que Marilene tem em três contas bancárias, um carro e o imóvel em que reside com sua família. Alegou ainda que a executada estaria buscando desfazer-se dos bens, razão pela qual o juízo deferiu de plano a indisponibilidade dos ativos financeiros de Marilene pelo sistema eletrônico gerido pela autoridade supervisora do sistema financeiro nacional. 
Pelo andamento processual no sítio do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, foi verificado que o mandado de citação e intimação positivo foi juntado aos autos há dois dias. 
A embargante, muito nervosa, relata que manteve relacionamento com Breno, durante o qual ele insistiu que ela assinasse alguns papéis, informando se tratar de documentos necessários para que ele pudesse receber um benefício previdenciário acumulado. 
Ela, sem muito estudo, assinou, acreditando estar apenas declarando que ele, Breno, ainda não tinha recebido R$ 15.000,00 (quinze mil reais), aos quais alegava fazer jus frente ao INSS. Informa, inclusive, que uma das pessoas que assinou como testemunha é uma vizinha sua, que sabe que ele a induziu a acreditar que estava assinando apenas uma declaração para que ele obtivesse o benefício. Esclarece que, quando o relacionamento acabou, Breno se tornou agressivo e afirmou que tomaria dela as economias que sabia ter em uma poupança, mas, na época, ela achou que era uma ameaça vazia de um homem ressentido. Ela está especialmente preocupada em resguardar sua moradia e os valores que tem em uma de suas contas bancárias, que é uma poupança, que se tornou fundamental para a subsistência da família, já que sua mãe está se submetendo a um tratamento médico que pode vir a demandar a utilização dessas economias, informando que, em caso de necessidade, preferia ficar sem o carro que sem o dinheiro.
II. DA TEMPESTIVIDADE
O presente Embargos à execução são tempestivos tendo em vista o prazo de 15 dias, previsto no artigo 915 do CPC, contados na forma do 231 do CPC.
III. DO MÉRITO
a) Defeito do Negócio Jurídico
O Embargado induziu a embargante a assinar um termo de confissão de dívida utilizando-se de meio artificioso. Conforme dispõe o artigo 145 do CC 2002 que diz: “ São negócios jurídicos anuláveis por dolo quando estes for a sua causa”. 
Também no mesmo diploma repousa o artigo 171, II que diz: “Além dos casos expressamente declarados nesta lei é anulável o negócio jurídico: ...II – por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores.”
A embargante foi induzida a erro pelo Embargado, formalizando um negócio viciado por dolo o que faz erigir o direito à embargante para a anulação do negócio bem como a desconstituição do título executivo.
b) Impenhorabilidade da conta poupança e do imóvel
O imóvel, sobre o qual recaiu a penhora é bem de família, utilizado pela embargante para sua moradia e de sua família. Por esta razão o imóvel está amparado pelo instituto da impenhorabilidade esculpida no artigo 1º da lei 8009/90. 
A conta poupança da embargante tem sua impenhorabilidade definida no artigo 833, X do CPC 15, disciplinando que quantias depositadas em conta poupança de até 40 salários-mínimos em caderneta de poupança são impenhoráveis.7
c) Da tutela provisória
A embargante está preocupada em resguardar sua moradia e os valores que tem depositados em sua caderneta de poupança, fundamentais para a subsistência da família, ressaltando que sua mãe está se submetendo a tratamento médico que pode vir a demandar a utilização dessas economias.
Assim, com fulcro no artigo 921, I do CPC, e estando presentes os elementos fumus boni iuris e o periculum in mora, requer a embargante a TUTELA PROVISÓRIA em caráter liminar, para que sejam canceladas as constrições da penhora, deferida nos autos da execução, sobre a conta poupança e o imóvel da embargante. Salientando de que a execução já se encontra garantida pelos outros bens que constam penhorados a saber: duas contas bancárias e o carro, cumprindo assim o disposto no artigo 919, parágrafo 1 do CPC.
IV. DOS PEDIDOS
Ante o exposto, requer:
a) A concessão do benefício da justiça gratuita ao embargante.
b) A concessão do Efeito Suspensivo em vista a gravidade da penhora realizada sobre o imóvel e a conta poupança da embargante, com fulcro no artigo 919 parágrafo 1º.
c) Deferimento da Tutela Provisória para que seja cancelada a penhora recaída sobre os bens: caderneta de poupança e o imóvel bem de família.
d) Total acolhimento dos presentes embargos à execução, anulando-se o negócio realizado e a consequente extinção do título executivo em decorrência do vício apresentado.
e) Condenação do embargado em custas processuais e honorários advocatícios;
Dá-se a causa o valor de R$ 15.000,00
Requer a produção de todas as provas de direito admitidas, conforme disposto no art.369 do CPC, em especial a testemunhal de sua vizinha.
Nestes termos, pede deferimento.
Local, data
Advogado, OAB

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