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ESTÁGIO EM SERVIÇO SOCIAL I

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Teixeira de Freitas 
2020 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ARI WARLID CARLOS PEREIRA SAMPAIO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SERVIÇO SOCIAL 
 
ESTÁGIO EM SERVIÇO SOCIAL I 
CARACTERIZAÇÃO SOCIOINSTITUCIONAL 
Teixeira de Freitas 
2020 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ESTÁGIO EM SERVIÇO SOCIAL I 
CARACTERIZAÇÃO SOCIOINSTITUCIONAL 
 
Trabalho de Produção Textual apresentado à 
Universidade Pitágoras Unopar, como requisito parcial 
para a obtenção de nota na disciplina: Estágio em 
Serviço Social I. 
 
Coordenadora do Curso: Valquíria Aparecida Caprioli 
Elias Barreiros; 
Supervisora de Campo: Rafaella Mota Ribeiro. 
 
 
ARI WARLID CARLOS PEREIRA SAMPAIO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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1 CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA 
1.1 IDENTIFICAÇÃO DA INSTITUIÇÃO 
O campo de estágio escolhido está localizado na cidade de Lajedão 
– Bahia. A cidade de Lajedão possui 56 anos de emancipação política, apesar de ter 
sido fundada no ano de 1953 só no ano de 1962 foi emancipada politicamente. O 
município fica localizado no Extremo Sul da Bahia, sendo um dos menores 
municípios da Bahia, contando apenas com 3.997 habitantes. Um fato interessante 
sobre o município é que o mesmo conta com uma divisão, onde algumas ruas da 
cidade estão localizadas no estado de Minas Gerais, pertencendo assim à cidade de 
Serra dos Aimorés. 
O estágio em serviço social I foi realizado no Centro de Referência 
de Assistência Social – CRAS, no setor de Benefícios Eventuais. O CRAS é um 
equipamento da Assistência Social e o município de Lajedão possui 01 (um) Centro 
de Referência de Assistência Social – CRAS, que foi fundado em 17 de Janeiro de 
2011, pelo Ministério de Desenvolvimento Social, juntamente com a Gestão 
municipal, que na época tinha como prefeito, Srº Danilo Rodrigues Fraga. A unidade 
do CRAS é a responsável pelos serviços socioassistenciais do Sistema Único de 
Assistência Social – SUAS, nas áreas consideradas vulneráveis e com algum risco 
social no município. 
O CRAS é um órgão que faz parte da estrutura da Secretaria 
Municipal de Assistência Social – SMAS, que foi fundada no ano de 2005, na gestão 
da então prefeita Sr.ª Maria de Lurdes, a Secretaria de Assistência Social tem como 
objetivo atender todas as demandas sociais do município. Na gestão do atual 
prefeito, Srº Humberto Carvalho Cortes, a secretaria está localizada na Rua José 
Lucas Neto, s/n, tendo como Secretária Municipal a Srª Valesca Leles e conta com 
uma estrutura nova, devidamente equipada e prepara a fim de atender da melhor 
forma possível o seu público alvo, que são as famílias mais vulneráveis. 
O setor de Benefícios Eventuais, onde o estágio foi focado, são 
benefícios previstos pela Lei Orgânica de Assistência Social - LOAS e são 
regulamentados e oferecidos pelos municípios e Distrito Federal aos cidadãos e às 
suas famílias que não têm condições de arcar por conta própria com o 
enfrentamento de situações adversas ou que fragilize a manutenção do cidadão e 
sua família. Até o ano de 2018, os benefícios eventuais eram atendidos diretamente 
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pela Secretaria Municipal de Assistência Social, já em 2019 foi integrado a estrutura 
do CRAS, passando então a ser executado pela equipe de referência da unidade. 
 
1.2 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL 
O Centro de Referência de Assistência Social- CRAS integra a 
estrutura organizacional da Secretaria Municipal de Assistência Social, que tem 
como gestora a Srª Valesca Leles, já a gestão do CRAS é de competência da Srª 
Helena Maria de Barros, que ocupa o cargo de Coordenadora da unidade. 
O CRAS é conhecido como a casa da família e porta de entrada da 
Assistência Social, é um espaço onde funcionam os serviços de atendimento 
psicossocial às famílias, tendo como finalidade a Proteção Social Básica, sua missão 
é prevenir que ocorra situações consideradas vulneráveis e de risco social na 
cidade. Seu principal trabalho é o PAIF (Serviço de Proteção e Atendimento Integral 
à Família), dando auxílio e orientações as famílias para prevenir situações de 
vulnerabilidade ou violência. Através do Serviço de Convivência e Fortalecimento de 
Vínculos, eles buscam reunir pessoas que estão na mesma faixa etária (crianças, 
adolescentes ou idosos) para desenvolver determinadas ações em grupos. 
Também faz parte da estrutura do CRAS o setor de Benefícios 
Eventuais, que conta com uma Assistente Social exclusiva para atendimento do 
público alvo. A lei Municipal nº 433/2014 - Dispõe sobre a regulamentação e critérios 
para a concessão dos benefícios eventuais no âmbito da política pública de 
assistência social e dá outras providências, em virtude de nascimento, morte, 
situação de vulnerabilidade temporária, emergenciais e de calamidade pública. 
São considerados benefícios eventuais: 
1. Benefício auxílio funeral; 
2. Benefício auxílio cesta básica; 
3. Benefício auxílio documentação; 
4. Benefício auxílio viagem; 
5. Benefício auxílio natalidade; 
6. Benefício auxílio moradia. 
Em Lajedão, o CRAS está localizado em uma área de fácil acesso e 
próximo de outras áreas definidas com áreas de vulnerabilidade social, atende 
principalmente a sede do município, mas também toda sua região rural, que compõe 
a extensão demográfica do município. Possui um espaço físico adequado aos os 
 5 
serviços prestados e uma equipe composta de 03 assistentes sociais, 01 psicóloga, 
01 coordenadora, 02 assistentes administrativo, 04 educadores sociais e 01 
motorista, para atender os usuários. 
Abaixo é apresentado o organograma da Secretaria Municipal de 
Assistência Social, que mostra como se organiza sua estrutura organizacional, a 
qual o CRAS faz parte: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Figura: Organograma da Secretaria Municipal de Assistência Social de Lajedão – Bahia. 2018. 
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2 OBJETIVO INSTITUCIONAL 
2.1 NATUREZA DOS PROGRAMAS E PROJETOS 
O CRAS representa a principal estrutura física local para a proteção 
social básica, desempenha papel central no território onde se localiza, possuindo a 
função exclusiva da oferta pública do trabalho social com famílias por meio do 
serviço de Proteção e Atendimento Integral a Famílias (PAIF) e gestão territorial da 
rede socioassistencial de proteção social básica. Tem como objetivo a prevenção de 
situações de risco por meio do desenvolvimento de potencialidades e aquisições, o 
fortalecimento de vínculos familiares e comunitários. Seus programas, projetos e 
serviços destinam-se à população em situação de risco e vulnerabilidade social 
decorrente da pobreza, privação e/ou fragilização de vínculos. 
2.2 POLÍTICA SOCIAL 
O CRAS é uma unidade descentralizada que compõe a política de 
Assistência Social, sendo responsável pela organização e oferta dos serviços 
socioassistenciais da Proteção Social Básica do Sistema Único de Assistência Social 
(SUAS). Sua principal atividade é o PAIF (Serviço de Proteção e Atendimento 
Integral à Família), dando auxílio e orientações as famílias para prevenir situações 
de vulnerabilidade ou violência. Através do Serviço de Convivência e Fortalecimento 
de Vínculos, eles buscam reunir pessoas que estão na mesma faixa etária (crianças, 
adolescentes ou idosos) para desenvolver determinadas ações em grupos. 
Programas e projetos desenvolvidos no CRAS: 
• Oferta do serviço PAIF – Serviço de Proteção e Atendimento Integral 
à Família; 
• Serviço de convivência e fortalecimento de vínculos – SCFV 
• Orientações e consultas ao Cadastro Único e Programa Bolsa 
Família; 
• Programa Primeira Infância no SUAS (Criança Feliz); 
• Programa passe livre; 
• Benefícios Eventuais; 
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• BPC – Benefício de Prestação Continuada; 
• Articulação e fortalecimento da rede de Proteção Social Básica local; 
• Prevenção de risco em toda a cidade; 
• Garantir direitos através de encaminhamentos e orientaçõesdurante 
os atendimentos. 
2.3 RECURSOS FINANCEIRO 
O Sistema Único de Assistência Social (SUAS), sistema público que 
organiza de forma descentralizada os serviços socioassistenciais no Brasil. Possui 
um modelo de gestão participativa, que permite a captação de recursos nas três 
esferas de governo para a execução e o financiamento da Política Nacional de 
Assistência Social (PNAS), é baseado nessas perspectiva que o Centro de 
Referência da Assistência Social – CRAS recebe recursos financeiros para 
desenvolvimento de suas ações, que são divididos em quatro blocos: o PAIF, o 
serviço de convivência e fortalecimento de vínculos, o programa Primeira Infância e 
os benefícios eventuais. 
O PAIF é cofinanciado pelo Ministério da cidadania por meio do Piso 
Básico Fixo (PBF) com transferência do Fundo Nacional de Assistência Social para o 
Fundo Municipal de Assistência Social no valor R$ 6.000,00 reais mensais. Há ainda 
o recebimento de recursos do cofinanciamento estadual para o PAIF, no valor de R$ 
1.125,00 reais mensais. 
O serviço de convivência e fortalecimento de vínculos também é 
cofinanciado pelo Ministério da cidadania através de recursos do cofinanciamento 
federal alocados no Bloco da Proteção Social Básica na ordem de parcelas (até 12 
anual) de R$ 7.521,67. Há ainda o recebimento de recursos do cofinanciamento 
estadual para o SCFV alocados no bloco Básico Variável - PBV na ordem de 
parcelas (até 12 anual) de R$ 774,00. 
O Programa Criança Feliz também é cofinanciado pelo Ministério da 
cidadania, com transferência do Fundo Nacional de Assistência Social para o Fundo 
Municipal de Assistência Social no valor R$ 7.500,00 reais mensais. 
Os benefícios eventuais recebe recursos do cofinanciamento 
estadual para o piso PBE - BENEFÍCIOS EVENTUAIS, na ordem de R$ 500,00 
mensais. 
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Além dos recebimentos de recursos financeiros do governo federal e 
estadual, todos os programas da Assistência Social também são cofinanciados por 
recursos municipais, esses não possuem um valor fixo mensal, pois são alocados de 
acordo a necessidade de cada programa. 
3 ÂMBITO INSTITUCIONAL 
3.1 CARACTERIZAÇÃO DA POPULAÇÃO 
 
O Centro de Referência de Assistência Social tem como público alvo 
Famílias e indivíduos em situação de vulnerabilidade e riscos sociais, pessoas com 
deficiência, idosos, crianças retiradas do trabalho infantil, pessoas inseridas no 
Cadastro Único, beneficiários do Programa Bolsa Família e do Benefício de 
Prestação Continuada (BPC), entre outros. 
Atualmente atende cerca de 1.500 pessoas e ou famílias, de forma 
direta ou indiretamente, dessas aproximadamente 890 são famílias referenciadas, ou 
seja, tem registro em prontuários de atendimento, estando 200 em situação de risco 
e vulnerabilidade social. Desse total, realiza por ano, um acompanhamento mais 
próximo e regular de 400 usuários. 
Do total de usuários acompanhados, 277 encontravam-se em 
situação de extrema pobreza, ou seja, com renda domiciliar per capita abaixo de R$ 
70,00. Isto significa que 7,4% da população municipal vive nesta situação. Do total 
de extremamente pobres, 119 (42,9%) viviam no meio rural e 158 (57,1%) no meio 
urbano. 
Há ainda, 19 crianças na extrema pobreza na faixa de 0 a 3 anos e 4 
na faixa entre 4 e 5 anos. O grupo de 6 a 14 anos, por sua vez, são de 55 indivíduos 
na extrema pobreza, enquanto no grupo de 15 a 17 anos havia 30 jovens nessa 
situação. Foram registradas 19 pessoas com mais de 65 anos na extrema pobreza. 
39,0% dos extremamente pobres do município têm de zero a 17 anos. 
Há de se destacar ainda que, 90% dos usuários atendidos são 
mulheres, responsáveis pela família e pelo sustento dela. 
 
3.2 PROCESSO DECISÓRIO 
As decisões tomadas no CRAS de Lajedão são baseadas nas 
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orientações técnicas da cartilha do CRAS e normativas produzidas pelo governo 
federal e estadual, que afirma que a padronização dos instrumentos para todos os 
CRAS, a forma de organização da unidade, frequência de reuniões da equipe com 
coordenador, com entidades do território, dentre outros. A coordenadora juntamente 
com a equipe devem planejar semanalmente as ações, viabilizar a troca de 
experiências entre os técnicos, aprimorar o trabalho interdisciplinar, melhorar os 
processos de gestão e contribuir para o planejamento da Assistência Social no 
município, sendo a tomada de decisão realizado de forma conjunta, em consonância 
com a gestora da Assistência Social. 
O trabalho em equipe do CRAS é organizado através de reuniões de 
planejamento mensal, onde são definidas as ações que serão desenvolvidas durante 
um certo período, o que são fundamentais para o seu funcionamento. 
As reuniões recorrentes de planejamento com a equipe de referência 
do CRAS, deve fazer parte do processo de trabalho desenvolvido, sendo a mesma 
indispensável para a garantia da interdisciplinaridade do trabalho em equipe. Com 
isso, cabe ao coordenador a função de detectar necessidades de capacitação da 
equipe, encaminhar junto com o grupo objetivos e traçar metas para assim, efetivar o 
CRAS como uma unidade pública de possibilidade ao cidadão ter acesso aos 
direitos socioassistenciais. 
A coordenação do CRAS também leva em consideração para suas 
decisões, as orientações do Conselho Municipal de Assistência Social – CMAS, que 
também tem um caráter fiscalizador das ações desenvolvidas na unidade, é o órgão 
que garante que realmente as atividades estão sendo desenvolvidas de acordo as 
normas técnicas e que os recursos estão sendo corretamente aplicados. 
 
3.3 RELAÇÃO DEMANDA/COBERTURA DO ATENDIMENTO 
A capacidade de atendimento dos CRAS é estabelecida pela Norma 
Operacional Básica - NOBSUAS/2005 e varia de acordo com o porte do município e 
com o número de famílias em situação de vulnerabilidade social, assim definido: 
• Pequeno Porte I – mínimo de 1 CRAS para até 2.500 famílias 
referenciadas; 
• Pequeno Porte II - mínimo de 1 CRAS para até 3.500 famílias 
referenciadas; 
• Médio Porte - mínimo de 2 CRAS, cada um para até 5.000 famílias 
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referenciadas; 
• Grande Porte - mínimo de 4 CRAS, cada um para até 5.000 famílias 
referenciadas; 
• Metrópoles - mínimo de 8 CRAS, cada um para até 5.000 famílias 
referenciadas. 
 
O CRAS de Lajedão é de pequeno porte I e tem capacidade para 
atender e referenciar até 2.500 famílias anual. Com isto, o CRAS tem uma cobertura 
de em média 1.500 famílias 60% da quantidade máxima, sendo que destas 890 
(35%) estão referenciadas e possuem prontuário de atendimento. 
 
3.4 SERVIÇO SOCIAL NA INSTITUIÇÃO 
Todos as unidades de CRAS devem possuir equipes de referência 
mínima, essas equipes são constituídas por servidores efetivos responsáveis pela 
organização e oferta de serviços, programas, projetos e benefícios de proteção 
social básica e especial, levando-se em consideração o número de famílias e 
indivíduos referenciados, o tipo de atendimento e as aquisições que devem ser 
garantidas aos usuários. No CRAS de Lajedão, que é Pequeno Porte I, a equipe é 
formada por: 4 técnicos de nível superior, sendo 3 assistentes sociais, 1 psicólogo; 2 
técnicos de nível médio. Os três assistentes sociais possuem responsabilidades 
diferentes no CRAS, sendo 1 para o desenvolvimento do PAIF, 1 para os benefícios 
eventuais e 1 para o programa primeira infância no SUAS. 
O profissional de Serviço Social em sua relação com a sociedade 
em um território de vulnerabilidade social possui junto ao aparato do CRAS, a 
materialização social de uma poderosa intervenção no resgate da cidadania através 
de atividades desenvolvidas no CRAS, compõem a sua essência pois concretizam 
suas principais funções, como a gestão de território e a oferta do PAIF, para seus 
usuários, que é o principal serviço da Proteção Social Básica e que obrigatoriamente 
deve ser oferecido pelo CRAS. 
 
 
3.5 COTIDIANO DO EXERCÍCIO PROFISSIONAL 
A presença de um assistente social em um CRASé fundamental e 
sua intervenção profissional é de grande importância para as famílias atendidas pois 
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é através do exercício deste profissional que se garante a busca pelos direitos dos 
usuários. Cabe ao profissional de Serviço Social do CRAS a realização do 
acolhimento, da oferta de informações e de encaminhamento dos seus usuários, o 
planejamento e a implementação do PAIF, estes são de acordo com as 
características do território de abrangência; a realização de atendimento 
particularizado as famílias referenciadas ao CRAS; acompanhamento das famílias 
em descumprimento das condicionalidades; realização de encaminhamento com o 
acompanhamento para a rede socioassistencial; alimentação dos sistemas 
informáticos; participação das reuniões de planejamento das atividades do CRAS, 
desenvolvimento das atividades coletadas e comunitárias apoio técnico continuado 
aos responsáveis pelos serviços de convivência e fortalecimento de vínculos 
desenvolvidos no território ou no CRAS; uma demanda social do profissional é 
também o atendimento e análise dos benefícios eventuais a serem concedidos, visto 
que a procura pelo Auxílio Alimentação (cesta básica) e pelo Auxílio Financeiro 
Temporário (aluguel), é grande por conta do período delicado em que estamos 
vivenciando. 
 
3.6 RELAÇÃO PROFISSIONAL DE TRABALHO COM OS DEMAIS ATORES 
INSTITUCIONAIS 
O CRAS possui de uma equipe de referência multidisciplinar e seus 
perfis devem convergir de forma a favorecer o desenvolvimento das funções. O 
trabalho social com famílias em situação de vulnerabilidade e risco social depende 
de um investimento e uma predisposição de profissionais de diferentes áreas para 
trabalharem coletivamente e contribuir para a superação das situações de 
vulnerabilidade e fortalecer as potencialidades dos vínculos familiares usuários do 
CRAS. Assim, percebe-se características de diferentes equipes tanto multidisciplinar, 
quanto interdisciplinar. A equipe interdisciplinar é adotada como um processo no 
âmbito do SUAS, a partir da compreensão de que o principal objeto de ação da 
política de assistência social – as vulnerabilidades e riscos sociais não são fatos 
homogêneos e simples, mais sim complexos e multifacetados, que ordenam 
respostas diversificadas alcançadas por meio de ações contextualizadas com as 
quais concorrem contribuições coletivas. 
O trabalho do profissional que compõe a equipe de referência 
multidisciplinar do CRAS, precisa ser pautado na intersetorialidade com todos os 
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órgãos institucionais do município. Em Lajedão existe articulação do CRAS com 
diversos desses atores institucionais a saber: Secretarias de assistência social, 
saúde, educação, esporte e laser, agricultura, conselho tutelar, CREAS, defensoria 
pública, entre outros. Daí a grande importância do assistente social ser um 
profissional multidisciplinar, pois precisará ser articulado com o seu serviço e as 
demais instituições da rede municipal. 
 
3.7 DIMENSÃO ÉTICO POLÍTICA 
A dimensão ética política nem sempre esteve visível na prática 
profissional, o início do seu debate se deu a partir do período de 1979 a 1985, 
período em que acontece o movimento de Renovação do Serviço Social na direção 
da ruptura. Porém, muitas são dificuldades para efetivação deste projeto tendo em 
vista que as relações predominantes na sociedade capitalista e no espaço 
institucional estão profundamente marcadas por valores autoritários, excludentes e 
discriminatórios. 
 O profissional de Serviço Social desenvolve sua função regulada no 
Código de Ética da profissão e em concordância com os princípios do SUAS, que 
visa a universalidade, equidade, participação social e a descentralização. O papel 
deste profissional além de intermediar conflitos, também usa de articulação, 
interferência, criatividade e muito profissionalismo, para assim trabalhar com uma 
perspectiva de mudança gradual dos envolvidos. assim os profissionais precisam 
construir formas de intervenção teórico-prática crítica para não legitimar valores 
individuais dominantes presentes na sociedade, e serem fortes para que a ética não 
se faça presente somente no nível do discurso e ausente em suas reflexões e na 
sua intervenção profissional. 
O compromisso ético, político e profissional do assistente social na 
luta pela superação dos riscos e vulnerabilidades sociais se dar pela defesa dos 
direitos sociais, fundamentando suas lutas no reconhecimento da liberdade, 
emancipação, autonomia e plena expansão dos indivíduos sociais. E assim, o 
serviço social, em relação com a sociedade, dentro de um território de 
vulnerabilidade, possui junto ao CRAS um envolvimento constante na sua dimensão 
técnico-operativa, técnico-metodológica e ética-política. 
 
 
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REFERÊNCIAS 
MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO SOCIAL. Orientações técnicas sobre 
Benefícios Eventuais no SUAS. – 1. ed. – Brasília: Ministério do Desenvolvimento 
Social e Combate à Fome. Brasília, DF, 2018. 
MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO SOCIAL. Caderno de Orientações 
Técnicas: Centro de Referência de Assistência Social – CRAS. – 1. ed. – 
Brasília: Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Brasília, DF, 
2009 
MINISTÉRIO DA CIDADANIA. Informações sobre unidades de atendimento - 
CRAS – Centro de Referência de Assistência Social. Disponível em: < 
https://www.gov.br/cidadania/pt-br/servicos-e-programas/assistencia-social>. 
Brasília, DF, 2020. 
SECRETARIA MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL DE LAJEDÃO. Plano 
plurianual de assistência social 2018 – 2021. Lajedão, BA, 2018. 
 
 
 
 
 
 
https://www.gov.br/cidadania/pt-br/servicos-e-programas/assistencia-social

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