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AULA 2/ SO1 – FABIO/ CIRCULAÇÃO CORONARIANA EMANOELLY MARCHI 1 Localização do coração: O coração é em forma de cone, pequeno, do tamanho de um punho fechado. Fica apoiado sobre o diafragma, perto da linha média da cavidade torácica, no mediastino, a extremidade pontuda do coração que o ápice, está dirigida para frente, para baixo e para a esquerda. A porção mais larga que é a base está dirigida para trás, para cima e parara a direita. Vasculatura do coração: Os vasos sanguíneos do coração são as artérias coronárias e veias cardíacas, são responsáveis por conduzir o sangue que entra e saí da maior parte do miocárdio. O endocárdio e parte do tecido subendocárdio recebem oxigênio e nutrientes por difusão ou microvascularização diretamente das câmeras do coração Possui uma película que lhe envolve que é o pericárdio, está em contato com outras estruturas do mediastino e próximo ao pericárdio nós temos as artérias coronarianas epicárdicas. Os primeiros ramos da aorta são as artérias coronárias irrigam o miocárdio e o epicárdio, isso porque a valva aórtica é formada por três válvulas, que são as semilunares (como se fossem bolsas), e na hora da sístole essas válvulas se fecham (grudam na parede) para que o sangue passe. Já na diástole, para que o sangue não volte essas válvulas semilunares, elas se fecham (juntam as bordas) de modo que elas amortecem o sangue e enche as “três piscinas” Se por acaso as válvulas não estiverem funcionando bem, exemplo, se elas forem rompidas o sangue vai direto para o ventrículo e aí gera a insuficiência aórtica. As válvulas são importantes para que o coração tenha o fluxo unidirecional As artérias coronárias direita e esquerda originam- se dos seios da aorta correspondentes na região proximal da parte ascendente da aorta, imediatamente superior á valva da aorta e seguem por lados opostos do tronco pulmonar ARTÉRIA CORONÁRIA DIREITA - É originada no seio da aorta direita da parte ascendente e passa para o lado direito do tronco pulmonar. AULA 2/ SO1 – FABIO/ CIRCULAÇÃO CORONARIANA EMANOELLY MARCHI 2 Próximo da sua origem emite um ramo do nó sinoatrial ascendente, que irriga logicamente o nó sinoatrial, vai descer pelo sulco coronário emitindo o ramo marginal direito (irriga a margem direita do coração), até tenta chegar ao ápice, mas não consegue, virando a esquerda e continua no suco coronário até a face posterior do coração. Na face anterior da cruz do coração (junção dos septos interatrial e interventricular entre as quatro câmeras cardíacas), a artéria coronária direita da origem ao ramo do nó atrioventricular que irriga o nó AV. ACD também da origem ao grande ramo intraventricular posterior, que desce no sulco em direção ao ápice e envia ramos interventriculares septais. O ramo terminal (ventricular esquerdo) da ACD continua por uma curta distância no sulco coronário. A artéria coronária direita supre: o Átrio direito o A maior parte do ventrículo direito o Parte do ventrículo esquerdo (a face diafragmática) o Parte do septo IV, geralmente o terço posterior o O nó SA (em cerca de 60%das pessoas) o O nó AV (em cerca de 80% das pessoas) ARTÉRIA CORONÁRIA ESQUERDA - Parte do seio da aorta esquerda (parte ascendente) segue entre a aurícula esquerda e o lado esquerdo do tronco pulmonar e segue ao sulco coronário. Em 40% das pessoas o ramo do nó SA origina-se do ramo circunflexo da artéria coronária esquerda e ascende na face posterior do átrio esquerdo até o nó SA Entra no sulco coronário, ela vai se dividir em dois ramos artéria descendente anterior esquerda (segue até o ápice do coração, supre partes adjacentes de ambos os ventrículos e dois terços anteriores do septo intraventricular, em algumas pessoas essa artéria vai originar o ramo lateral) e o ramo circunflexo (acompanha o sulco coronário ao redor da margem esquerda do coração até a face posterior, o ramo marginal esquerdo do ramo circunflexo acompanha a margem esquerda do coração e supre o ventrículo esquerdo). Artéria coronária esquerda supre: o O átrio esquerdo o A maior parte do ventrículo esquerdo o Parte do ventrículo direito o A maior parte do septo interventricular, incluindo o feixe AV do complexo estimulante do coração o O nó SA (em 40% da população) Circulação colateral coronariana: Os ramos das artérias coronárias geralmente são chamadas de artérias terminais funcionais (artérias que irrigam regiões do miocárdio que não tem anastomoses suficientes com outros grandes ramos para manter a viabilidade do tecido caso tenha uma oclusão. Existem anastomoses entre as terminações das artérias coronárias direita e esquerda no sulco coronário e entre os ramos artéria descendente anterior esquerda ao redor do ápice em cerca de 10% dos corações aparentemente normais. AULA 2/ SO1 – FABIO/ CIRCULAÇÃO CORONARIANA EMANOELLY MARCHI 3 Infarto agudo do miocárdio O termo INFARTO AGUDO DO MIOCARDIO (a gravidade ou a duração da isquemia é suficiente para causar a morte de cardiomiócitos) está especificando um tipo de síndrome da insuficiência coronariana, síndrome é um conjunto de sinais e sintomas, é causados por diversas etiologias, a principal manifestação é a dor torácica, as possíveis causas, é doença aterosclerose. A cardiopatia isquêmica, é a causa mais comum de morte na cultura ocidental, que resulta do fluxo sanguíneo coronariano insuficiente. Em mais de 90% dos casos, a CI é uma consequência da redução do fluxo sanguíneo coronariano resultante de doença vascular aterosclerótica obstrutiva desenvolveu gradualmente durante décadas (começando ainda na infância ou na adolescência). O estreitamento aterosclerótico pode afetar qualquer uma das artérias coronárias isoladamente ou em conjunto. São placas clinicamente significativas que podem estar em qualquer lugar, porém tende a ocorrer na artéria descendente AULA 2/ SO1 – FABIO/ CIRCULAÇÃO CORONARIANA EMANOELLY MARCHI 4 anterior esquerda e da artéria circunflexa esquerda e ao longo de toda artéria coronária direita. Obstrução fixas que ocluem 70% do lúmen de um vaso coronariano normal, geralmente é assintomático, mesmo com esforço. Na estenose crítica, o paciente previsivelmente tem dor torácica quando realiza esforços físicos de determinadas intensidades e, por isso, diz-se que sofre de angina estável ou pode ser A estenose fixa que obstrui 90% ou mais do lúmen de um vaso pode produzir fluxo sanguíneo coronariano inadequado com sintomas mesmo no repouso que é uma das formas da angina instável. Se uma lesão aterosclerótica obstruir progressivamente uma artéria coronária em velocidade bem lenta durante anos, a remodelagem de outros vasos coronarianos poderá fornecer fluxo sanguíneo compensatório para a área em risco; essa perfusão colateral pode subsequentemente proteger contra o IM Elementos que contribuem para o desenvolvimento e as conseqüências da aterosclerose coronariana: INFLAMAÇÃO: A aterosclerose começa com uma interação entre células endoteliais e leucócitos circulantes, a qual resulta no recrutamento e na ativação de células T e macrófagos. Essas células promovem o acúmulo e a proliferação de células musculares com quantidades variáveis de matriz cobrindo o núcleo ateromatoso de lipídio, colesterol, calcificação e alguns fragmentos necrosados. Nos estágios finais, ocorre desestabilização da placa aterosclerótica por meio da secreção de metaloproteinases pelos macrófagos A TROMBOSE ASSOCIADA A UMA PLACA ROMPIDA DESENCADEIA COM FREQUÊNCIA AS SÍNDROMES CORONARIANAS AGUDAS: Os trombos que estão se organizando produzem potentes ativadores da proliferação do músculo liso, fato que pode contribuir para o crescimento das lesões ateroscleróticas. Um trombo mural localizado em uma artéria coronária também pode se transformar em êmbolo; de fato, êmbolos pequenos podemser encontrados na circulação intramiocárdica distal (junto com microinfartos) na necrópsia de pacientes que sofriam de angina instável. Nos casos mais graves, um trombo que obstrui totalmente um vaso alojado sobre uma placa rompida pode causar IM maciço VASOCONSTRIÇÃO: Compromete diretamente o diâmetro do lúmen, ao aumentar as forças de cisalhamento mecânicas locais, o espasmo vascular pode potencializar a ruptura de uma placa. As placas que contêm núcleos ateromatosos grandes ou são cobertas por cápsulas fibrosas finas têm maior propensão à ruptura e são, por essa razão, denominadas “vulneráveis”. As fissuras frequentemente ocorrem na junção da cápsula fibrosa com o segmento arterial adjacente normal e livre de placas, onde os estresses mecânicos são maiores e a cápsula fibrosa é mais fina. OBS: As lesões ateroscleróticas com escassez de células musculares lisas ou com grande número de células da inflamação são mais suscetíveis à ruptura. A estimulação adrenérgica pode aumentar o estresse físico aplicado sobre a placa ao causar hipertensão ou vasoespasmo local. AULA 2/ SO1 – FABIO/ CIRCULAÇÃO CORONARIANA EMANOELLY MARCHI 5 O trombo ocorre em geral onde a placa aterosclerótica irrompeu através do endotélio, entrando assim em contato direto com o sangue circulante. Como a placa apresenta a superfície irregular, as plaquetas se aderem a ela, a fibrina é depositada e os eritrócitos são captados, formando coágulo sanguíneo que cresce até ocluir o vaso. Ou ocasionalmente o coágulo se desprende de sua ligação na placa aterosclerótica, indo para ramo mais periférico da árvore arterial coronariana, onde bloqueia a artéria em um ponto. Trombo que flui ao longo da artéria e produz oclusão de vaso mais distal é referido como êmbolo coronariano (GUYTON) No coração normal, não existe muita comunicação calibrosa entre as artérias coronárias maiores, porém existem muitas anastomoses em artérias menores. Quando ocorre a oclusão, as pequenas anastomoses começam a se dilatar dentro de poucos segundos. O fluxo por esses vasos colaterais não aumentam muito mais nas próximas 8 a 24h. No entanto, o fluxo colateral começa a aumentar, duplicando no segundo ou terceiro dia e muitas vezes atinge o fluxo coronariano normal ou quase normal em cerca de 1 mês. Graças ao desenvolvimento desses canais colaterais, muitos pacientes se recuperam de forma quase que completa dos vários graus de oclusão coronariana, quando a área afetada do músculo envolvido não é muito grande Infarto do miocárdio: Após a oclusão coronariana aguda, o fluxo sanguineo cessa nos vasos coronarianos distais, exceto pelas quantidades de fluxo colateral dos vasos circunjacentes. Essa área que fica sem receber sangue ou recebendo pouco sangue é chamada de área infartada e o processo total é chamado de infarto do miocárdio. As fibras musculares utilizam os últimos resíduos de oxigênio no sangue, fazendo com que a hemoglobina fique totalmente desoxigenada. Logo, a área infartada adquire tonalidade marromazulada, apesar da falta de fluxo sanguíneo. Nos estágios seguintes, as paredes dos vasos ficam muito permeáveis, e com o extravasamento de líquido o tecido muscular local fica edemaciado, e as células musculares cardíacas começam a inchar em virtude da diminuição do metabolismo celular. Em poucas horas de ausência quase total do suprimento sanguíneo, as células musculares cardíacas morrem. Resposta do miocárdio a isquemia: A consequência funcional é a rápida perda da contratilidade, que ocorre em aproximadamente um minuto do início da isquemia. As alterações ultraestruturais (que englobam o relaxamento das miofibrilas, a depleção do glicogênio e a tumefação celular e mitocondrial). Essas alterações iniciais são potencialmente reversíveis. Somente a isquemia grave que dura pelo menos 20-40 minutos causa dano irreversível e morte de miócitos, levando à necrose por coagulação. Quando os períodos de isquemia são mais longos, ocorre lesão vascular e, como consequência, trombose na microvasculatura Assim, se o fluxo sanguíneo miocárdico for restaurado antes Início do infarto quantidade de sangue colateral Dilatação progressiva dos vasos sanguíneos locais Área cheia de sangue estagnado AULA 2/ SO1 – FABIO/ CIRCULAÇÃO CORONARIANA EMANOELLY MARCHI 6 que ocorra uma lesão irreversível, a viabilidade das células poderá ser preservada; esse fato fornece a justificativa para o diagnóstico precoce do IM e a rápida intervenção por meio da trombólise ou da angioplastia para salvar o miocárdio em risco Padrões do infarto: A localização, o tamanho e as características morfológicas de um infarto agudo do miocárdio dependem de vários fatores: o Do tamanho e da distribuição dos vasos envolvidos( o Da velocidade do desenvolvimento e da duração da oclusão o Das demandas metabólicas do miocárdio (afetado, p. ex., pela pressão arterial e frequência cardíaca) o Da extensão da irrigação colateral A oclusão aguda da parte proximal da artéria descendente anterior esquerda (DAE) é a causa de 40-50% de todos os IMs e normalmente provoca infarto na parede anterior do ventrículo esquerdo, nos dois terços anteriores do septo ventricular e na maior parte do ápice do coração; uma oclusão mais distal do mesmo vaso pode afetar apenas o ápice De modo similar, a oclusão aguda da parte proximal da artéria circunflexa esquerda (CE) (vista em 15-20% dos IMs) causará necrose da parte lateral do ventrículo esquerdo, e a oclusão da parte proximal da artéria coronária direita (ACD) (30-40% dos IMs) afeta grande parte do ventrículo direito. O terço posterior do septo e a parte posterior do ventrículo esquerdo são irrigados pela artéria descendente posterior. A artéria descendente posterior pode originar-se da ACD (em 90% das pessoas) ou da CE. Por convenção, a artéria coronária (a ACD ou a artéria circunflexa esquerda) que dá origem à artéria descendente posterior e, portanto, irriga o terço posterior do septo é considerada o “vaso dominante”. Assim, em um coração com vaso dominante direito, a oclusão da ACD pode causar lesão isquêmica no ventrículo esquerdo, enquanto em um coração com vaso dominante esquerdo, a oclusão da artéria coronária principal esquerda geralmente afeta todo o ventrículo esquerdo e o septo. Às vezes, as obstruções coronarianas são encontradas na artéria coronária principal esquerda — uma lesão apelidada de “fazedora de viúvas” porque uma grande área do miocárdio é irrigada por esse vaso, e sua oclusão normalmente é fatal. Infarto Subendocárdico: O músculo subendocárdico é com muita frequência infartado mesmo quando não existe evidência de infarto nas regiões da superfície externa do coração. O músculo subendocárdico apresenta dificuldade adicional para obter fluxo sanguíneo adequado, pois os vasos sanguíneos no subendocárdio são extremamente comprimidos pela contração sistólica do coração. Por conseguinte, qualquer condição que comprometa o fluxo sanguíneo em qualquer área do coração, causa em geral lesão nas regiões subendocárdicas, com disseminação posterior da lesão para o lado externo em direção ao epicárdio. Infarto transmurais: AULA 2/ SO1 – FABIO/ CIRCULAÇÃO CORONARIANA EMANOELLY MARCHI 7 Envolvem toda a espessura do ventrículo e são causados pela oclusão de vasos epicárdicos, a qual resulta da combinação de aterosclerose crônica com trombose aguda; os IMs transmurais normalmente produzem elevações do segmento ST do eletrocardiograma (ECG), e pode haver ondas Q negativas, com perda de amplitude da onda R. Esses infartos também são chamados de IMs com ST elevado Infarto microscópicos: Ocorrem quando há oclusões de pequenos vasos e podem não exibir nenhuma alteração diagnóstica no ECG. Podem ocorrer nos casos de vasculite, formação de êmbolos a partir de vegetações valvares ou trombos murais, oude espasmo vascular decorrente da elevação de catecolaminas — endógenas (p. ex., feocromocitoma ou estresse extremo) ou exógenas (p. ex., cocaína)
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