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Cardiomiócitos e Anatomia Coronariana

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AULA 2/ SO1- MARA / CARDIOMIÓCITOS 
EMANOELLY MARCHI 
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 Relembrando alguns aspectos do músculo cardíaco: 
O cardiomiócito, possui discos intercalares que formado por uma combinação de junção mecânica e conexões elétricas, 
são elas as mecânicas junções de aderência e os desmossomos e as junções comunicantes que são as conexões 
elétricas, possui núcleo mais central, diferentemente do músculo esquelético. 
O músculo cardíaco possui uma quantidade maior de tecido conjuntivo (possui colágeno  ajuda na adesão) que ajuda 
a prevenir a ruptura muscular (como no músculo esquelético), bem como o estiramento excessivo do coração. 
 Por exemplo, durante o exercício intenso, o retorno venoso pode aumentar em cinco vezes. No entanto, o coração é 
capaz de bombear esse volume extra de sangue para o sistema arterial, com apenas pequenas mudanças no volume 
ventricular. 
O sistema cardiovascular é o primeiro sistema importante a funcionar do embrião. O coração primitivo e o sistema 
vascular aparecem em meados da terceira semana do desenvolvimento. O desenvolvimento precoce do coração é 
necessário porque, com o embrião crescendo rapidamente, sua oxigenação e necessidades nutricionais não serão 
satisfeitas somente através da difusão. 
 Particularidades dos cardiomiócitos: 
Miócito ventricular Miócito atrial 
Longo, estreito Elíptico 
60- 140 microns 20 microns 
Diâmetro de 20 microns 5-6 microns 
Túbulos T cheios Raros ou nenhum 
Discos intercalares: fim/ fim Lado/ lado; fim/ fim 
Pouco colágeno intersticial Mais colágeno 
 
No átrio o cardiomiócito é diferentes dos ventrículos, se a gente observar o ventrículo é cheio de túbulo T, já no átrio 
não temos quase nenhum, e isso é claro porque o ventrículo ele vai torcer, encolher e vai mandar o sangue, o átrio é 
uma bomba de escoamento. 
Os discos intercalares no ventrículo ele está disposto de fim/ fim, ou seja, a cada final de uma miofibrila existe um disco 
intercalar, e no átrio é lado/ lado, porque gerou impulso no nó sinusal do lado direito, ele vai se espalhar para o átrio 
esquerdo e aí rapidamente vai despolarizar todos os átrios em direção ao nó atrioventricular, daí o ventrículo recebe 
toda essa carga elétrica logo na seqüência. 
Entre o átrio e o ventrículo temos um anel fibroso, onde as válvulas foram implantadas, e onde tem colágeno o sinal vai 
mais devagar, ou seja, o colágeno ele funciona como se fosse um anteparo para a passagem da atividade elétrica e lá no 
ventrículo ter muito colágeno não é um negocio. Logo depois de uma inflamação tem uma cicatrização, a cicatriz é 
colágeno. 
O coração contém grande quantidade de mitocôndrias, com até 30% de seu volume sendo ocupado por essas organelas, 
e ela que produz aproximadamente 90% da energia que o cardiomiócito produz. A alta densidade de mitocôndrias 
proporciona grande capacidade oxidativa ao coração. . 
 Em pacientes cianóticos, se eu puder ver no microscópio eletrônico, é possível visualiza uma quantidade enorme de 
mitocôndria. Mas como assim se o paciente está cianótico ? O cardiomiocito ele “manda um sinal” papa aumentar a 
produção de energia pela mitocôndria. 
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Logo a produção de energia para o músculo cardíaco é 70% pelo metabolismo oxidativo dos ácidos graxos, em menor 
grau para lactase e glicose. Em condições de anaerobiose: glicolise anaeróbica (suprimento energético pequeno, 
rapidamente esgotável, além disso, em excesso de AC. Lático pode causar lesão celular, angina. 
 Anatomia Fisiológica do Aporte Sanguíneo Coronariano: 
As artérias coronárias principais estão na superfície do coração e as artérias 
pequenas, elas seguem penetrando por todo coração. É quase totalmente 
por essas artérias que o coração recebe seu suprimento sanguíneo nutritivo. 
ARTÉRIA CORONÁRIA ESQUERDA - supre principalmente as PORÇÕES 
ANTERIOR E LATERAL ESQUERDA DO VENTRÍCULO ESQUERDO 
ARTÉRIA CORONÁRIA DIREITA supre a maioria do VENTRÍCULO DIREITO 
COMO TAMBÉM A PARTE POSTERIOR DO VENTRÍCULO ESQUERDO, na 
maioria das pessoas 
A maior parte do fluxo sanguíneo venoso coronariano do 
músculo ventricular esquerdo retorna ao átrio direito do 
coração por meio do seio coronariano 
E a maior parte do sangue venoso coronariano do 
músculo ventricular direito retorna pelas pequenas veias 
cardíacas anteriores que fluem diretamente para o átrio 
direito 
Pequena quantidade de sangue venoso coronariano 
também reflui para o coração pelas diminutas veias 
tebesianas, que escoam diretamente nas câmaras 
cardíacas. 
 Fluxo sanguíneo coronariano normal: 
O fluxo sanguíneo coronariano em repouso nos seres humanos é, em média, de cerca de 70 mL/min/100 g do peso do 
coração representa, em valores aproximados, 4% a 5% do débito cardíaco total. 
Debito é o que? Freqüência cardíaca x o volume sistólico. Quando estamos em repouso, circula pelo nosso corpo 5L de 
sangue a todo minuto, porem quando estamos fazendo exercício físico o trabalho cardíaco aumenta cerca de 6 a 9x. 
Aumenta seu débito cardíaco por quatro a sete vezes, e ele bombeia esse sangue contra pressão arterial maior que a 
normal. 
Porém o fluxo sanguíneo coronariano ele não se preocupa muito, ele não está junto, o coração está trabalhando feito 
um louco e por isso ele aumenta a eficiência do uso do oxigênio pelo coração e mais do que isso, moléculas do endotélio 
da coronária serão liberados para fazer vasodilatação. Por isso, que não precisa aumentar o fluxo da coronária, porque o 
coração está melhorando a utilização de oxigênio. 
Logo, a proporção entre a produção de trabalho e o gasto de energia química cardíaca: 
 Se a atividade metabólica aumentar a resistência coronariana diminui 
Se a atividade metabólica diminuir a resistência coronariana aumenta 
 Efeito da compressão do músculo cardíaco sobre o fluxo sanguíneo coronariano: 
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Uma outra regulação do fluxo coronariano é o próprio movimento do coração de sístole e de 
diástole, analisando esse gráfico, podemos observar que durante a sístole (que é o oposto ao 
fluxo por outros leitos vasculares do corpo) a compressão do ventrículo esquerdo em torno 
dos vasos intramusculares durante a contração sistólica 
Durante a diástole, o músculo cardíaco relaxa e não mais obstrui o fluxo sanguíneo pelos 
capilares do músculo ventricular esquerdo, de modo que o sangue flui rapidamente durante 
toda a diástole. 
 Pressão intramiocárdica: 
Nessa imagem podemos visualizar a disposição dos vasos coronarianos 
em diferentes profundidades do músculo cardíaco, na superfície externa 
as artérias coronárias epicárdicas (são elas que suprem a maior parte do 
músculo). 
As artérias intramusculares derivam das artérias epicárdicas que 
penetram o músculo, suprindo os nutrientes necessários. 
Durante a sístole, o fluxo sanguíneo pelo plexo subendocárdico do ventrículo esquerdo, onde os vasos coronarianos 
intramusculares são consideravelmente comprimidos pela contração muscular ventricular, tende a ser reduzido. Porém, 
os vasos adicionais do plexo subendocárdico normalmente compensam isso 
Resumindo: Durante a sístole, o fluxo sanguíneo pelo plexo subendocárdio do ventrículo esquerdo, cai quase até 0 e 
durante a diástole o fluxo sanguineo no plexo subendocárdicas é maior do que o fluxo nas artérias mais externas. 
 Balanço do oxigênio no miocárdio: 
Se por acaso o conteúdo do oxigênio diminuir (por algum problema de troca lá no pulmão, vascular, ou fluxo), se reduzir 
o fluxo sanguíneo coronariano e o coração tiver que trabalhar nesse sistema de reduzir a relação de suprimento/ 
demanda. 
O endotélio (é um sistema- conceito novo) começa a mandar moléculas vasodilatadoras, grande proporção do ATP 
celular é degradada em monofosfato de adenosina; e a seguir pequenas porções desse monofosfato de adenosina são 
ainda mais degradadas, liberandoadenosina nos líquidos teciduais do músculo cardíaco, com aumento resultante no 
fluxo sanguíneo coronariano local. Após a adenosina causar vasodilatação, grande parte dela é reabsorvida pelas células 
cardíacas para ser novamente utilizada. 
Outros componentes vasodilatadores também são utilizados, como: fosfato de adenosina, os íons potássio, os íons 
hidrogênio, o dióxido de carbono, as prostaglandinas e óxido nítrico. 
A partir do momento que se estudou o óxido nítrico, foi estudado também quais foram as enzimas que ajudam na 
produção do oxido nítrico, quais as que são produzidas pelo endotélio... Desse estudo foi visto que o cardiomiócito 
também aumenta a produção de NO. E esse aumento do NO que faz o aumento da biogênese mitocondrial 
eNOS se correlaciona com a biogênese mitocondrial em corações com cardiopatia congênita e cianose (artigo usado 
na aula) 
Moléculas que fazem a constrição do endotélio: Tromboxane A, Serotonina, histamina, vasopressina, endotelina 
 Papel do sistema nervoso autônomo: 
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Os efeitos diretos - Substâncias transmissoras nervosas, a acetilcolina, dos nervos vagos, e a norepinefrina e epinefrina, 
dos nervos simpáticos, nos próprios vasos coronarianos. 
Os efeitos indiretos- Resultam de alterações secundárias no fluxo sanguíneo coronariano, causadas pelo aumento ou 
diminuição da atividade do coração. Desempenham o papel mais importante para o controle do fluxo 
 
A estimulação simpática que libera norepinefrina e epinefrina aumenta a frequência cardíaca e a contratilidade 
cardíaca, como também aumenta a intensidade do metabolismo cardíaco. Com isso o metabolismo também aumenta e 
“chama” mecanismos regulatórios do fluxo sanguíneo para aumentar a dilatação dos vasos coronarianos e dessa forma 
o fluxo sanguíneo aumenta 
A estimulação vagal, com sua liberação de acetilcolina, diminui a frequência cardíaca e tem leve efeito depressor sobre 
a contratilidade cardíaca. Esses efeitos diminuem por sua vez o consumo de oxigênio cardíaco e, portanto, contraem de 
modo indireto as artérias coronárias 
Os receptores constritores são designados como receptores alfa, e os receptores dilatadores, como receptores beta, 
eles existem nos vasos coronarianos. Em geral, os vasos coronarianos epicárdicos têm preponderância de receptores 
alfa, enquanto as artérias intramusculares podem ter preponderância de receptores beta. 
 Lei de poiseuille: 
A lei dos fluxos, ele fala que o fluxo é diretamente proporcional a quarta potência do raio 
do vaso, observando a imagem ao lado, podemos imaginar as coronárias com o diâmetro 
de 1, 2, e 4. Quando se pensa em fazer uma vasodilatação do leito coronariano, seja por 
mecanismos farmacológicos ou o nosso próprio coração, o ajuste do fluxo é perfeito. 
Porque ainda que mude um pouquinho, você melhorou o fluxo daquela coronária de 
forma espetacular! É uma ótima forma de motivar os pacientes a mudar os hábitos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Questões: 
1- Quanto à fisiologia do exercício, assinale a opção correta: 
a) Durante o exercício físico, a redistribuição do fluxo sanguíneo aumentado, em indivíduos saudáveis, será 
efetivada pela vasodilatação que ocorre na circulação coronária, associada à vasoconstricção na musculatura 
esquelética. 
b) Durante o exercício submáximo e máximo, o indivíduo treinado apresenta maior volume sistólico que o 
indivíduo sedentário. 
c) O aumento da frequência cardíaca durante o teste de esforço é devido exclusivamente à ativação do sistema 
simpático. 
d) O treinamento físico é responsável por redução significativa da frequência cardíaca máxima ao teste de esforço. 
e) O volume sistólico aumenta progressiva e linearmente de forma semelhante à frequência cardíaca, até atingir 
seu ápice no pico do esforço. 
2- São vasos que compõem a circulação coronária: 
a) artéria coronária direita, que se inicia na aorta e se divide em artéria circunflexa, e artéria ventricular esquerda. 
b) artéria subclávia direita e artéria coronária esquerda com 4 ramos, dois à direita e dois à esquerda. 
c) artérias coronárias direita e esquerda, originando-se da parte ascendente da aorta. 
d) artéria coronária esquerda e artéria torácica interna, que se originam na raiz da aorta e na pulmonar. 
 
3- O fluxo retrógrado das artérias para os ventrículos é impedido pelas(s): 
A) válvulas atrioventriculares 
B) válvulas semilunares. 
C) válvulas tricúspides 
D) válvulas bicúspides 
E) aorta. 
 
 
1- B 
2- C 
3- B

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