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Curso florestas plantadas parte 1

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Apresentação
1
Programa 
ABC Cerrado
Florestas Plantadas
30 horas
2019 - Serviço Nacional de Aprendizagem Rural - SENAR
1a. Edição - 2019
TODOS OS DIREITOS RESERVADOS
A reprodução não autorizada desta publicação, no todo ou em parte, constitui 
violação dos direitos autorais (Lei nº 9.610).
A coleção ABC Cerrado é uma iniciativa do Senar com objetivo de manter disponível 
ao público rural os cursos elaborados no âmbito do Projeto ABC Cerrado e demais 
tecnologias sustentáveis de produção agropecuária preconizadas no Plano ABC.
 
Fotos
Banco de imagens do SENAR
Banco Multimídia Embrapa
iStock
Shutterstock
Informações e contato 
SENAR Administração Central 
SGAN 601 – Módulo K Edifício Antônio Ernesto de Salvo – 1º andar 
Brasília – CEP 70830-021 
Telefone: 61 2109-1300 
www.senar.org.br
Presidente do Conselho Deliberativo do SENAR
João Martins da Silva Junior
Diretor Geral do SENAR
Daniel Klüppel Carrara
Diretora de Educação Profissional e Promoção Social
Andréa Barbosa Alves
Coordenadora de Programas Especiais
Janei Cristina Santos Resende
Coordenadora do Núcleo de Educação a Distância
Ana Ângela de Medeiros Sousa
Coordenador Técnico do Projeto ABC Cerrado
Mateus Moraes Tavares
Equipe técnica Senar
Dyovanna Depolo de Souza Pinto
Larissa Arêa Sousa
Sumário
Apresentação ................................................................................................................. 4
Módulo 1 – As florestas plantadas brasileiras ......................................................... 16
Aula 1 – Contextualização das florestas plantadas brasileiras ............................................. 19
Aula 2 – Sistema silvicultural ........................................................................................................ 29
Aula 3 – Escolha da área ................................................................................................................ 37
Aula 4 – Estradas, talhões e aceiros ............................................................................................ 41
Aula 5 – Escolha da espécie........................................................................................................... 46
Aula 6 – Espaçamentos .................................................................................................................. 49
Aula 7 – Aquisição, transporte e armazenamento de mudas para plantio ......................... 54
Atividade de aprendizagem ........................................................................................................... 56 
Módulo 2 – Preparo para o plantio ............................................................................ 59
Aula 1 – Preparo da área para plantio......................................................................................... 61
Aula 2 – Correção do solo .............................................................................................................. 65
Aula 3 – Adubação .......................................................................................................................... 67
Aula 4 – Plantio e replantio ........................................................................................................... 75
Atividade de aprendizagem ........................................................................................................... 85
Módulo 3 – Controle de pragas e doenças ............................................................... 87
Aula 1 – Controle de pragas .......................................................................................................... 89
Aula 2 – Controle de doenças ....................................................................................................... 105
Aula 3 – Controle de plantas daninhas ....................................................................................... 117
Aula 4 – Incêndio florestal ............................................................................................................. 126
Atividade de aprendizagem ........................................................................................................... 128
Módulo 4 – Tratos e colheita ....................................................................................... 130
Aula 1 – Tratos silviculturais .......................................................................................................... 148
Aula 2 – Colheita florestal .............................................................................................................. 104
Aula 3 – Equipamentos para colheita .......................................................................................... 153
Aula 4 – Sistemas de colheita ....................................................................................................... 156
Atividade de aprendizagem ........................................................................................................... 168
Encerramento ................................................................................................................ 171
Referências ..................................................................................................................... 172
Apresentação
4
Apresentação
Bem-vindo(a) ao curso Florestas Plantadas! 
Este curso foi criado para levar a você e aos demais produtores do bioma 
cerrado a atualização das técnicas que favorecem a diminuição da emissão 
de gases de efeito estufa que promovem o aquecimento global. Aproveite 
ao máximo as informações fornecidas e também este curso, que foi 
elaborado para complementar o seu aprendizado.
Nós passamos a vida toda aprendendo, não é mesmo? O mundo atual está 
oferecendo mais informações e conhecimentos sobre todos os assuntos. 
A atividade agropecuária passa por mudanças e as tecnologias chegam 
para ajudar o produtor nas suas atividades produtivas e na proteção do 
ambiente rural.
Módulo 1 – As Florestas Plantadas Brasileiras
O curso está organizado em quatro módulos. Confira as aulas que 
compõem cada um:
Aula 1 – Contextualização das Florestas Plantadas Brasileiras
Aula 2 – Sistema Silvicultural
Aula 3 – Escolha da Área
Aula 4 – Estradas, Talhões e Aceiros
Aula 5 – Escolha da Espécie
Aula 6 – Espaçamento
Aula 7 – Aquisição, Transporte e Armazenamento de Mudas para Plantio
Apresentação
5
Aula 1 – Preparo da Área para Plantio
Aula 2 – Correção do Solo
Aula 3 – Adubação
Aula 4 – Plantio e Replantio
Módulo 2 – Preparo para o Plantio
Aula 1 – Controle de Pragas
Aula 2 – Controle de Doenças
Aula 3 – Controle de Plantas Daninhas
Aula 4 – Incêndio Florestal
Módulo 3 – Controle de Pragas e Doenças
Aula 1 – Tratos Silviculturais
Aula 2 – Colheita Florestal
Aula 3 – Equipamentos para Colheita
Aula 4 – Sistemas de Colheita
Módulo 4 – Tratos e Colheita 
Este curso faz parte da Coleção ABC Cerrado – Tecnologias Sustentáveis 
de Produção Agropecuária no Bioma Cerrado. Essa coleção, que é 
composta de sete cursos, é fruto do Projeto ABC Cerrado, que foi 
implementado durante os anos de 2014 a 2019. Vamos conhecer um 
pouco mais sobre esse projeto?
Apresentação
6
O Projeto ABC Cerrado
O Brasil ocupa um lugar de destaque entre os maiores produtores de 
alimentos do mundo, além de ser um dos países que mais preserva o meio 
ambiente – consegue produzir em apenas 27,7% do seu território, enquanto 
mantém 61% coberto com vegetação nativa.
Mesmo assim, durante a 15ª Conferência das Partes (COP-15), em 2009, 
o País assumiu o compromisso de reduzir as emissões de gases de efeito 
estufa (GEE). De lá para cá, a agricultura de baixa emissão de carbono 
(ABC) passou a receber uma atenção maior por parte do Governo e de 
diversas instituições, que criaram programas para incentivar o produtor 
rural brasileiro a adotar técnicas sustentáveis.
O Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR) participa dessas 
iniciativas que contribuem com a meta nacional de redução de emissão 
de gases de efeito estufapela atividade agropecuária. É o caso do Projeto 
ABC Cerrado, que dissemina práticas de agricultura de baixa emissão 
de carbono e estimula o produtor a investir na sua propriedade, para 
impulsionar a produtividade e a renda, ao mesmo tempo em que preserva 
o meio ambiente.
Sete estados, Bahia, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso do 
Sul, Piauí e Tocantins, mais o Distrito Federal, que fazem parte do bioma 
Cerrado, participaram do Projeto.
O projeto foi desenvolvido em parceria com o Ministério 
da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) 
e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária 
(Embrapa), com recursos do Programa de Investimento 
em Florestas (FIP) e do Banco Mundial. 
O SENAR atuou como responsável pela transferência de tecnologias aos 
produtores rurais do bioma Cerrado por meio de capacitação e pela formação 
de instrutores e de técnicos de campo, além de fornecer assistência técnica 
e gerencial à atividade rural, com foco em tecnologias preconizadas pelo 
Plano de Agricultura de Baixa Emissão de Carbono (Plano ABC).
Apresentação
7
Sistema Plantio Direto
Carga horária: 30 horas
Florestas Plantadas
Carga horária: 30 horas
Recuperação de Pastagens Degradadas
Carga horária: 20 horas
Desde a sua criação, o SENAR levou aos agricultores e pecuaristas brasileiros 
os avanços da ciência e da tecnologia. Com este curso, esperamos contribuir 
para o crescimento do seu empreendimento e da produção de alimentos 
com sustentabilidade.
No ambiente virtual de aprendizagem (AVA), você poderá 
assistir ao vídeo que conta a história de sucesso do Senhor 
Alcides e de sua família, que foram beneficiados pelo Projeto 
ABC Cerrado.
Vale a pena conferir!
Os cursos
A coleção ABC Cerrado é composta por um conjunto de sete cursos:
Apresentação
8
Tratamento de Dejetos Animais
Carga horária: 20 horas
Fixação Biológica de Nitrogênio
Carga horária: 20 horas
Mudanças Climáticas e Agricultura
Carga horária: 20 horas
Esses cursos foram desenvolvidos com o objetivo de 
levar a você e aos demais produtores do bioma cerrado 
a atualização das técnicas que favorecem a redução 
da emissão de gases de efeito estufa que promovem 
o aquecimento global, ao mesmo tempo que entregam 
ao produtor maior produtividade e retorno econômico 
na atividade.
Integração Lavoura-Pecuária-Floresta
Carga horária: 30 horas
Apresentação
9
Antônio
76 anos
Teresa
72 anos
João
49 anos
Carmen
47 anos
Rogério
28 anos
Natália
24 anos
Mariana
20 anos
Fazenda Rio Novo
Para facilitar sua compreensão dos assuntos e das técnicas abordadas nos 
sete cursos, apresentaremos o caso fictício da fazenda Rio Novo. Ela é de 
propriedade da família do Sr. Antônio e da Sra. Teresa e fica no estado de 
Goiás, em uma região onde predomina o bioma Cerrado.
Todos dessa família vão se empenhar em adotar práticas sustentáveis 
na propriedade, que trarão maior produtividade e ainda contribuirão para 
reduzir a emissão dos GEE. Cada membro será o responsável por uma 
ação específica na fazenda e acompanhará os participantes dos diferentes 
cursos. Conheça um pouco dessa família.
Apresentação
10
Antônio
76 anos
Ensino fundamental completo
No final da década de 1960, o Sr. Antônio herdou um pedaço de terra no interior 
de Goiás, região de Cerrado, e lá iniciou um discreto plantio de milho. Alguns 
anos mais tarde, passou também a criar gado na mesma propriedade.
Sem muito estudo, viu sua propriedade crescer, fruto de seus esforços e de sua 
esposa, Dona Teresa. No entanto, junto com o crescimento da propriedade, 
também veio a degradação das pastagens pelo gado e pelo manejo incorreto 
da própria pastagem.
Hoje, o Sr. Antônio quer reintegrar as áreas degradadas pela pastagem ao 
processo de produção de alimentos. Com isso, quer evitar a abertura de novas 
áreas para a pastagem, o que é benéfico ao meio ambiente, além de trazer 
economia para o próprio bolso.
Para isso, pretende aplicar práticas que recuperem a capacidade produtiva do 
solo degradado na fazenda Rio Novo.
Você pode acompanhar essa empreitada do Sr. Antônio no curso Recuperação 
de Pastagens Degradadas.
Teresa
72 anos
Ensino fundamental completo
Ao lado do Sr. Antônio, Dona Teresa plantou as primeiras sementes de milho 
na fazenda Rio Novo ainda na década de 1960. Juntos, trabalharam duro para 
que essa propriedade crescesse e fosse produtiva.
Ela é uma pessoa muito observadora e gosta de conversar com outros 
produtores da região. Sempre em contato com os vizinhos e “antenada” em 
tudo que acontece por ali. 
Apesar de não ter tido a oportunidade de estudar além do ensino fundamental, 
viu que seus vizinhos utilizavam uma técnica muito interessante para proteger 
o solo e evitar erosões. Quem sabe a técnica não daria certo na fazenda Rio 
Novo? Resolveu testar e... deu certo!
Agora, Dona Teresa quer aprimorar ainda mais a aplicação da técnica para 
resolver os problemas de conservação de água e solo, como a erosão na 
fazenda Rio Novo. Você pode conferir mais sobre a técnica e os resultados que 
ela obteve no curso Sistema Plantio Direto.
Apresentação
11
João
49 anos
Técnico agrícola
João cresceu vendo seus pais, Antônio e Teresa, darem duro na fazenda Rio 
Novo e presenciou o grande crescimento da propriedade.
Inspirado pela dedicação e amor dos pais pela terra, nunca passou pela sua 
cabeça deixar o campo para exercer outra atividade... Queria fazer a diferença 
no campo!
Assim, ao terminar o Ensino Médio, matriculou-se em um curso técnico 
agrícola. Lá teve a ideia, junto com Carmen, hoje sua esposa, de plantar 
árvores comerciais de rápido crescimento na fazenda, como uma alternativa 
de renda para a família.
Acompanhe o João no curso Florestas Plantadas.
Carmen
47 anos
Técnica agrícola
Carmen conheceu seu marido João ainda na adolescência, no colégio onde 
estudavam. Ao se casar com João, mudou-se para a fazenda Rio Novo, de 
propriedade de seu sogro Antônio.
Fizeram juntos o mesmo curso técnico agrícola, onde tiveram a ideia de 
plantar espécies florestais na propriedade.
Para fazer a ideia dar ainda mais certo, Carmen tem se empenhado em 
integrar a lavoura e as pastagens à nova área florestal.
Sempre cuidadosa, quer aumentar a renda da propriedade, mas sem 
descuidar da legislação ambiental vigente.
Você pode acompanhar o passo a passo de suas ações no curso Integração 
Lavoura-Pecuária-Floresta.
Apresentação
12
Rogério
28 anos
Engenheiro agrônomo
Rogério é o filho mais velho do casal João e Carmen, primeiro neto de Antônio 
e Teresa.
Apaixonado pela terra, formou-se engenheiro agrônomo.
Durante a graduação, percebeu que o dejeto de animais pode se tornar uma 
potencial fonte de energia e até mesmo de renda.
Por isso, tem se empenhado em tratar esses dejetos da forma correta na 
propriedade Rio Novo.
Você pode aprender a técnica utilizada pelo Rogério no curso Tratamento de 
Dejetos Animais.
Natália
24 anos
Bióloga
Natália é filha do casal João e Carmen e neta de Antônio e Teresa. Sempre 
muito curiosa, desde criança desejava ser “cientista”.
Influenciada pelo ambiente em que cresceu, e enxergando uma oportunidade 
para colocar em prática toda a sua curiosidade sobre plantas e animais, tornou-
se bióloga.
Seu Trabalho de Conclusão de Curso foi sobre o ciclo do nitrogênio na natureza. 
Com base nos amplos conhecimentos obtidos em seus estudos, tem defendido 
o plantio, na fazenda Rio Novo, de propriedade da família, de espécies que 
possibilitem a fixação de nitrogênio no solo. Isso permitirá uma melhora na 
fertilidade do solo da propriedade.
Você também pode ter acesso a esses conhecimentos da Natália realizando o 
curso Fixação Biológica de Nitrogênio.
Apresentação
13
Mariana
20 anos
Estudante de Engenharia Ambiental
Filha mais nova do casal João e Carmen, Mariana defende o meio ambiente 
com unhas e dentes, mas sem se descuidar do setor produtivo da fazenda!
Está no terceiro ano da faculdade de Engenharia Ambiental e deseja especializar-
se na área de sustentabilidade no campo.
Quer permanecer na propriedade da família,adaptando a produção às mudanças 
climáticas e fiscalizando a adoção de práticas sustentáveis por todos!
O curso Mudanças Climáticas e Agricultura fala sobre esse assunto e apresenta 
as práticas sustentáveis defendidas pela Mariana.
A família do Sr. Antônio contará com a ajuda do Marcos, 
técnico do SENAR que atende à região. Você perceberá que, 
em diferentes momentos dos cursos, o técnico Marcos enviará 
dicas e orientações por meio de áudios.
Aqui na apostila, vamos facilitar para você e colocar a transcrição 
desses áudios. Porém, ao se deparar com o ícone ao lado, não 
deixe de acessar o ambiente virtual de aprendizagem e passar 
por essa experiência de interação com o conteúdo. As dicas 
são valiosas!
Apresentação
14
Recursos educacionais e interativos
Ao longo do curso, você encontrará imagens, áudios e vídeos. O objetivo 
é tornar seu aprendizado mais interessante e prazeroso. Além disso, 
também se deparará com recursos interativos que ajudarão a aplicar da 
melhor forma os novos conhecimentos.
No ambiente virtual de aprendizagem, sempre que você vir 
um ícone com alguma animação, principalmente com setas, 
significa que uma informação será exibida ao clicar sobre 
ele. Não deixe de conferi-la, pois esses elementos fazem 
parte de uma experiência de aprendizagem completa!
Outro exemplo de recurso interativo são as palavras destacadas, que 
exibirão sua definição ou uma explicação extra quando forem acionadas. 
Veja como vai aparecer lá no AVA.
A maioria dos solos no cerrado é muito antiga, 
bastante modificada pela ação de processos 
químicos e físicos, e possui baixa fertilidade, 
com sérias limitações à produção.
Processos químicos e físicos
Também chamados 
de intemperismo. São 
exemplos: o Sol, a chuva, 
o vento, entre outros.
Durante todo o curso, você terá a companhia do 
João. Como você já viu, ele cresceu vendo seus 
pais, Antônio e Teresa, darem duro na fazenda 
Rio Novo, e presenciou o grande crescimento da 
propriedade. Agora, ele e sua esposa Carmen 
tiveram a ideia de plantar árvores comerciais 
de rápido crescimento na fazenda, como uma 
alternativa de renda para a família.
Então, sempre preste muita atenção no que ele 
tem a dizer!
Apresentação
15
As atividades de aprendizagem têm o objetivo 
de verificar se você teve um bom aproveitamento 
em relação ao conteúdo do módulo. Por isso é tão 
importante acessar o AVA e responder à atividade para 
liberar o módulo seguinte.
Atividades de aprendizagem
A navegação pelo conteúdo deste curso é sequencial e linear. Isso significa 
que você deve acessar o primeiro módulo e conferir todas as aulas. Ao 
final, você realizará a atividade de aprendizagem para, então, liberar o 
módulo seguinte.
Canais de comunicação
Este é um curso autoinstrucional, ou seja, você será o responsável pelo 
seu próprio ritmo de aprendizagem. Mas isso não significa que você está 
sozinho nesta jornada!
Durante seus estudos, você poderá utilizar os canais de comunicação 
disponibilizados no ambiente virtual de aprendizagem (AVA) para 
esclarecer dúvidas técnicas com a monitoria do curso.
Os monitores dão o suporte necessário às dúvidas 
de cunho mais técnico relacionadas ao AVA e às 
regras de conclusão do curso.
Siga em frente e bom estudo!
Módulo 1 – As Florestas Plantadas Brasileiras
16
Módulo 1: 
As Florestas 
Plantadas 
Brasileiras
A floresta plantada comercial para produção de produtos madeireiros ou 
não madeireiros vem se constituindo de uma excelente aliada da agricultura 
e da pecuária nacional. Ao utilizar áreas de pastagens degradadas, a 
floresta plantada traz inegáveis benefícios, tornando os sistemas de 
produção de carne e leite exemplares do ponto de vista da produção 
pecuária, dada a sua contribuição para o bem-estar animal. Integrada 
à agricultura, a silvicultura torna-a mais adequada do ponto de vista 
ambiental, além de incorporar ganhos relativos ao balanço de gases de 
efeito estufa – GEE tão importantes devido à sua relação com a mudança 
do clima no planeta.
Fonte: CNA Brasil / Foto: Wenderson Araujo.
Módulo 1 – As Florestas Plantadas Brasileiras
17
Aula 1 - Contextualização das Florestas 
Plantadas Brasileiras
• Benefícios do setor florestal
• Viabilidade das Florestas Plantadas
Neste primeiro módulo do curso, falaremos sobre a As Florestas Plantadas 
Brasileiras, com foco no bioma cerrado. Confira o que preparamos para 
cada uma das aulas do módulo:
Aula 2 - Sistema Silvicultural
• Sistemas de manejo Alto Fuste
• Sistemas de talhadia
• Sistema de talhadia Composta ou talhadia com 
Remanescente
Aula 3 - Escolha da Área
• Aspectos legais 
• Aspectos técnicos
Aula 4 - Estradas, Talhões e Aceiros
• Tipos de Estradas
• Tamanho dos talhões 
• Planejamento da estradas
Aula 5 - Escolha da Espécie
• Escolha da Espécie
• Produtores Associados
• Produtores Independentes
Módulo 1 – As Florestas Plantadas Brasileiras
18
Aula 7 - Aquisição, Transporte e 
Armazenamento de Mudas para Plantio
• Produtores Associados 
• Produtores Independentes
Aula 6 - Espaçamento
• Espaçamento
• Espécie a ser plantada
• Nível do melhoramento genético
• Influência do sítio
• Objetivo do plantio
• Espaçamentos mais utilizados
Você pode buscar mais conhecimentos com a Embrapa!
Visite a Unidade da Embrapa mais próxima de sua 
propriedade. Todas elas possuem biblioteca com muitas 
publicações disponíveis para leitura, além de pesquisadores 
para poder conversar.
No site da Biblioteca da Embrapa, também é possível 
encontrar muitas informações. Acesse:
• https://www.embrapa.br/biblioteca
O serviço Informação Tecnológica em Agricultura 
(Infoteca-e) dá acesso a informações técnicas na forma de 
cartilhas, livros para transferência de tecnologia, programas 
de rádio e de televisão editados com linguagem adaptada 
de modo que produtores rurais, extensionistas, técnicos 
agrícolas, estudantes e professores de escolas rurais, 
cooperativas e outros segmentos da produção agrícola 
possam assimilá-los com maior facilidade. Visite:
• https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br
Você também poderá comprar livros publicados pela 
Embrapa diretamente no site de comunicação. Acesse:
• http://vendasliv.sct.embrapa.br/liv4/principal.
do?metodo=iniciar
Pronto(a) para começar a primeira aula? 
https://www.embrapa.br/biblioteca
https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br
http://vendasliv.sct.embrapa.br/liv4/principal.do?metodo=iniciar
http://vendasliv.sct.embrapa.br/liv4/principal.do?metodo=iniciar
Módulo 1 – As Florestas Plantadas Brasileiras
19
Aula 1: 
Contextualização 
das Florestas 
Plantadas 
Brasileiras
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, o 
Brasil tem 9.317.327 ha de florestas plantadas com objetivo comercial.
O eucalipto é a principal espécie florestal, ocupando 74,6% da área com 
florestas plantadas comerciais no Brasil. Os estados com maior destaque são 
Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul. 
1713576
88
63
81
87
07
76
68
76
35
36
84
85
20
74
48
16
41
39
13
43
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11
70
51
37
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0
36
87
0
34
88
5
11
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71
21
28
15
Módulo 1 – As Florestas Plantadas Brasileiras
20
As florestas plantadas 
comerciais representam 
apenas 1,0% da área do 
Brasil.
Por outro lado, o País 
tem uma das maiores 
produtividades mundiais 
de eucalipto e pinus. 
Observe o gráfico ao lado, 
em que se pode verificar a 
produtividade brasileira em comparação a de outros países.
O pinus vem em segundo lugar, com cerca de 22%. O restante da área 
plantada com espécies florestais comerciais é ocupado com várias espécies 
de importância econômica.
Amonização Nome científico Estados Ano de 2012 (Área – ha)
Acácia Acacia mearnsii e Acacia mangium
AP, MT, PR, 
RR, RS,AM 148.311
Seringueira Hevea brasiliensis SP, MS, TO 168.848
Paricá Schizolobium amazonicum PA, MA, TO 87.901
Teca Tectona grandis MT, PA, RR 67.329
Araucária Araucaria angustifolia PR, RS, SC, SP 11.343
Populus Populus sp PR, SC 4.216
Outras 33.183
Total 521.131
Módulo 1 – As Florestas Plantadas Brasileiras
21
Benefícios prestados pelo setor 
florestal
As florestas plantadas geram benefícios econômicos, sociais e ambientais 
tanto para grandes empresas florestais, como para médios e pequenos 
produtores.
1. Benefícios econômicos
Exemplos de ganhos econômicos são:
• produção de carvão vegetal,
• madeira,
• carbono,
• lenha e
• escoras para construção civil.
2. Benefícios sociais
Entre os benefícios sociais, a contribuição da produção florestal para a geração 
de trabalhos no País, em 2013, foi de mais de 660 mil empregos diretos. A 
maior parte do potencial de geração de trabalho não esteve nas atividades 
de campo, mas sim nas atividades de transformação e agregação de valor ao 
produto florestal, ao longo da cadeia. 
Entre os empregos diretos gerados na produção florestal, o setor de florestas 
plantadas foi responsável por quase 90% na atividade primária florestal. A 
integração dos pequenos e médios produtores agropecuários à cadeia produtiva 
de árvores é outro importante benefício social.
3. Benefícios ambientais
Entre os benefícios ambientais, a certificação de áreas produtivas traz, além 
dos ganhos para a natureza, o fortalecimento de nossos produtos no comércio 
nacional e internacional, uma vez que os classifica como produtos obtidos a 
partir do uso de boas práticas e que respeitam os limites de uso dos recursos 
naturais, atestando, inclusive, um bom relacionamento com as comunidades do 
entorno da área de produção. 
Também como benefício ambiental, as florestas plantadas proporcionam a 
proteção de áreas naturais, colabora com o projeto de atenuação das mudanças 
climáticas no planeta e gera a maior parte da energia que usa. Em 2014, produziu 
o equivalente a 67% de seu consumo de energia.
Módulo 1 – As Florestas Plantadas Brasileiras
22
Viabilidade das florestas plantadas
Como a produção de madeira é uma atividade de longo prazo, há outro 
movimento mundial que deve ser observado e que deverá contrabalançar o 
aumento de custo. A Organização das Nações Unidas para a Alimentação 
e a Agricultura – FAO, órgão de grande respeitabilidade, prevê que, 
em 2050, a Terra deverá ter uma população de, aproximadamente, 9,5 
bilhões de habitantes. Esse fato, além de exigir um esforço na produção 
de alimentos, elevará muito a demanda de madeira para uso industrial e 
geração de energia.
De olho nos valores
Não é fácil convencer um produtor a se tornar um 
plantador de árvores comerciais em um momento 
de crise, com inflação crescente e dólar em alta, é 
uma tarefa que exige bastante clareza, sinceridade, 
seriedade e técnica.
A FAO estima que a procura por madeira chegará a 5,2 bilhões de 
metros cúbicos por ano, gerando um aumento de 40% na demanda 
por essa matéria-prima nos próximos 35 anos. Isso exigirá o plantio de 
mais ou menos 210 milhões de hectares de eucalipto em todo o mundo, 
considerando os níveis atuais de 
produtividade.
A Embrapa Florestas fez um trabalho 
sobre a avaliação econômica do 
eucalipto partindo da premissa 
de que a colheita de madeira da 
maior parte dos plantios arbóreos comerciais ocorre em torno dos sete 
anos (eucalipto) ou a partir dos treze anos (pinus). Na tabela abaixo, os 
economistas da Embrapa estimaram a rentabilidade de eucalipto plantado 
para produção de lenha vendida em pé em diferentes situações.
hectares de eucalipto
Isso é uma perspectiva a ser considerada 
por quem deseja entrar no mercado de 
madeira para uso múltiplo, por exemplo.
Módulo 1 – As Florestas Plantadas Brasileiras
23
Os resultados mostraram que plantios florestais podem ter rentabilidade 
semelhante e até superior às culturas agrícolas. E vale salientar que o 
sistema de produção de eucalipto escolhido, para a comparação, foi o de 
produção de lenha, sendo este mais simples e com menor possibilidade de 
agregação de valor à floresta.
Sistema 
de 
produção
T.M.A.1 
real Desembolso Terra Juros
Custo 
total
Renda líquida 
anual (R$/ha/ano)
(a.ano) (R$/ha em 7 anos)
(R$/
ha em 7 
anos)
(R$/
ha em 7 
anos)
(R$/
ha em 7 
anos)
Preço 
(R$/m³) 
45
Preço 
(R$/m³) 
32
Alta 
Tecnologia
I.M.A.2 
(40m³/
ha/ano)
3%
6.234,83
1.400,00 1.298,66 8.933,48 523,79 3,79
2.100,00 1.364,90 9.699,73 414,32 -105,68
5%
1.400,00 2.283,17 9.917,99 383,14 -136,86
2.100,00 2.397,37 10.732,19 266,83 -253,17
Baixa a 
Média 
Tecnologia
(30m³/
ha/ano) 
3%
5.159,47
700 994,24 6.853,71 370,9 -19,1
1.400,00 1.060,49 7.619,96 261,43 -128,57
5%
700 1.745,25 7.604,72 263,61 -126,39
1.400,00 1.859,45 8.418,92 147,3 -242,7
Fonte: Moreira; Oliveira (2015).
1 Taxa Mínima de Atratividade (T.M.A.).
2 Incremento Médio Anual (I.M.A.).
Módulo 1 – As Florestas Plantadas Brasileiras
24
De olho nos valores
É bom você saber que sistemas de produção mais 
longos, com foco na produção de múltiplo uso 
(madeira serrada, celulose, lenha etc.), apresentam 
rentabilidades superiores aos cultivos focados 
em um único produto, mas exigem uma maior 
profissionalização dos produtores para que possam 
atender mercados mais exigentes, que pagam 
melhores preços pela produção florestal.
Pontos importantes para a decisão de 
potenciais investidores
De olho nos valores
Fique atento! Além do conhecimento sobre onde a 
plantação florestal comercial está instalada no País, 
nos estados e nos municípios e de compreender 
os benefícios dessa atividade tanto para o Brasil 
quanto para o produtor individual, o potencial 
empreendedor florestal deve ter uma razoável ideia 
dos custos de produção e dos fatores que podem 
influenciar a eficiência econômica das florestas 
plantadas.
Em relação ao custo de produção, a distribuição dos investimentos 
nas diferentes fases de um ciclo de produção do eucalipto é muito 
variável entre os sistemas adotados, uma vez que existem plantios de 
vários tamanhos, em condições topográficas diferentes e com objetivos 
finais também diferentes, que exigem práticas de manejo silvicultural 
específicos, como é o caso da ausência de desbaste e desrama em 
plantações com o objetivo de produção de matéria-prima para a geração 
de energia, ao contrário dos sistemas que visam à produção de madeiras 
para usos múltiplos.
Módulo 1 – As Florestas Plantadas Brasileiras
25
O pleno conhecimento dos custos de produção da 
atividade florestal, como em qualquer outra atividade 
econômica, exerce grande importância no processo de 
decisão do produtor.
Há alguns indicadores econômicos utilizados para auxiliar o produtor 
na tomada de decisão sobre um empreendimento florestal que esteja 
pretendendo fazer. Os mais comuns são o Valor Presente Líquido (VPL) 
e Taxa Interna de Retorno (TIR). Existem, no entanto, outros indicadores, 
como o Valor Esperado da Terra (VET), o Valor Equivalente Anual (VEA) 
e a Relação Benefício-Custo (RBC). Por isso, é importante que o produtor 
solicite o apoio de um técnico que lhe auxilie na escolha do indicador e na 
aplicação do mesmo.
Pontos importantes para a decisão de 
potenciais investidores
Um produtor que queira iniciar um plantio florestal comercial, além 
de buscar conhecer onde estão concentradas as florestas plantadas 
comerciais e os benefícios econômicos e sociais que a atividade florestal 
traz para a sociedade e para os produtores, deve buscar conhecer onde 
estão localizadas as grandes empresas, os arranjos produtivos locais.
O produtor rural deve verificar se existe mercado 
para madeira em sua região, bem como quais são as 
finalidades da produção de madeira mais requisitadas 
ou demandadas, por exemplo, lenha, carvão, celulose, 
moirões, postes, laminação e serraria.
Essas informações auxiliam no planejamento dos 
plantios florestais e na tomada de decisão quanto aos 
investimentos.
Módulo 1 – As FlorestasPlantadas Brasileiras
26
As grandes empresas que utilizam matéria-prima das plantações 
florestais nacionais estão concentradas nas regiões Sul e Sudeste do 
Brasil, por serem estas as regiões onde estão as facilidades para instalação 
de suas indústrias, para exportação de seus produtos, para manter seus 
principais funcionários, dentre outros aspectos.
Se isso é positivo para o desenvolvimento dessas regiões, para as demais 
passa a ser um problema, uma vez que, estando distantes das indústrias 
compradoras de matéria-prima florestal, perdem competitividade devido 
ao frete elevado e terminam não se beneficiando do desenvolvimento da 
indústria florestal.
Veja, a seguir, onde estão os principais mercados para consumo das 
plantações florestais:
Localização dos principais consumidores de carvão vegetal. 
Fonte: IBÁ, SECEX e POYRY (2014).
AC
AM PA
MT
RO
GO
DF
SP
PR
RS
SC
MG
BA
PI
MA
AP
RR
CE RN
PB
PE
AL
SE
ES
RJ
MS
TO
Módulo 1 – As Florestas Plantadas Brasileiras
27
Distribuição geográfica das empresas produtoras de 
celulose e papel no Brasil. 
Fonte: IBÁ, SECEX e PÖYRY (2014).
AC
AM PA
MT
RO
GO
DF
SP
PR
RS
SC
MG
BA
PI
MA
AP
RR
CE RN
PB
PE
AL
SE
ES
RJ
MS
TO
Módulo 1 – As Florestas Plantadas Brasileiras
28
Distribuição geográfica das unidades produtoras de painéis de 
madeira reconstituída e pisos e laminados no Brasil. 
Fonte: IBÁ, SECEX e PÖYRY (2014)
TOAC
AM PA
MT
RO
GO
DF
SP
PR
RS
SC
MG
BA
PI
MA
AP
RR
CE RN
PB
PE
AL
SE
ES
RJ
MS
Módulo 1 – As Florestas Plantadas Brasileiras
29
Aula 2: 
Sistema 
silvicultural
Dois sistemas silviculturais são comuns no Brasil: o Sistema de Manejo de 
Alto Fuste e o Sistema de Manejo por talhadia.
Sistema de Manejo de Alto Fuste
Tradicionalmente, o Sistema de Alto Fuste (SAFu) dispensa o desbaste ou 
a desrama na plantação florestal até o momento do corte final (corte raso), 
conforme imagem acima.
Módulo 1 – As Florestas Plantadas Brasileiras
30
Desrama 
É o processo de queda e/ou remoção dos ramos em uma 
certa porção do tronco de uma árvore, podendo ser artificial 
ou natural, se, respectivamente, provocada pela interferência 
direta ou não do homem.
Desbaste
É uma colheita parcial de madeira, em povoamentos 
ainda imaturos, visando estimular e distribuir o potencial 
de crescimento para um número menor de árvores que 
permanecem plantadas após a colheita. É, portanto, uma 
técnica necessária para quem tem o objetivo de produzir 
toras de grande diâmetro, geralmente destinadas a serraria.
Como é um sistema que adota o corte raso, logo após essa atividade, a 
empresa realiza a reforma do povoamento, podendo, nesse momento, 
utilizar um material genético melhorado, superior ao anterior.
No sistema de Alto Fuste, é importante manter o resíduo da colheita sobre a 
linha de tocos do plantio que foi colhido. O corte da árvore durante a colheita 
deve ser feito de modo que a cepa fique o mais 
rente possível do solo.linha de tocos
Dessa forma, fica facilitado o 
preparo da entrelinha para a 
realização do novo plantio.
Módulo 1 – As Florestas Plantadas Brasileiras
31
Lá na fazenda Rio Novo
Na fazenda Rio Novo tive dificuldade para escolher 
entre os sistemas de Alto Fuste, pois existem vários 
regimes de produção, dentre os quais quatro se 
destacam: 
• “madeira para polpa” (prioriza madeira para 
celulose), 
• “madeira para energia” (prioriza madeira para 
energia), 
• “madeira para uso múltiplo” (atende a vários tipos 
de madeira), e 
• “madeira limpa” (prioriza a madeira sem nós).
Nessas horas a ajuda de pessoal especializado é 
fundamental!
Os regimes que priorizam madeira para celulose e para energia têm 
como objetivo a produção de madeira de menores dimensões.
Esses sistemas de manejo 
são utilizados pela maioria 
das grandes empresas 
florestais, que têm como 
objetivo a produção de 
madeira para a produção 
de celulose, painéis de madeira reconstituída, carvão e energia. Isso 
acontece porque o sistema de Alto Fuste tem como prioridades a 
produção de madeira de menores diâmetros e a maximização da 
produção por área.
Madeiras menores
Neste caso, não planejam intervenções 
periódicas (desrama e desbaste), realizando 
o corte raso de seis a sete anos, a depender 
da qualidade do sítio e da espécie.
Sítio florestal 
É uma área considerada segundo sua capacidade de 
produzir madeira. Leva-se em consideração para a definição 
de um sítio florestal fatores ecológicos, como: a combinação 
de condições biológicas, climáticas e edáficas.
Módulo 1 – As Florestas Plantadas Brasileiras
32
O manejo no sistema de uso múltiplo estabelece desbastes periódicos 
durante o ciclo de produção, podendo variar de dois a três. 
A aplicação desse regime gera toras de várias dimensões, possibilitando 
o atendimento dos mercados de madeira fina até os mercados de madeira 
de grande dimensão. Outra característica desse sistema é o uso de um 
espaçamento inicial semelhante ao regime para produção de madeira de 
dimensões menores.
O manejo no sistema “madeira 
limpa” propicia variadas 
alternativas de mercados e opções 
para o proprietário florestal. O seu 
nome já define que o produto-alvo 
é a produção de madeira livre de 
nós, também chamada madeira 
limpa ou “clear” e que, por isso, 
geralmente vem acompanhado 
de um manejo intensivo com 
desbastes precoces e intensos. Vale 
salientar que o custo de produção 
é alto, pois o manejo intensivo 
exige bastante intervenção no 
talhão, seja para correção do solo, 
seja para realização de desbastes 
e desramas.
De olho nos valores
É importante saber que a produção de madeira 
de qualidade superior e de maior diâmetro de 
tora geralmente apresenta maior valor agregado 
e, portanto, preço elevado. Isso pode aumentar o 
retorno econômico dos plantios florestais.
Módulo 1 – As Florestas Plantadas Brasileiras
33
Sistema de Manejo por talhadia
É um sistema no qual se conduz o crescimento dos brotos nas cepas da 
plantação florestal colhida, iniciando-se um novo 
ciclo florestal. Por isso, o manejo por talhadia 
deve ser operado somente quando são utilizadas 
espécies de eucalipto cujas árvores disponham de 
boa capacidade de brotar após serem cortadas.
A utilização do sistema de talhadia tem como uma das principais 
justificativas a produção de madeira com um custo menor, uma vez que 
dispensa o preparo do solo e a aquisição de mudas após o primeiro ciclo. 
Além disso, proporciona ciclos de cortes mais curtos com antecipação 
de retornos financeiros.
Cepas
Tocos das árvores
Módulo 1 – As Florestas Plantadas Brasileiras
34
Lá na fazenda Rio Novo
Perguntei para o Marcos, técnico do Senar, sobre 
usar o sistema de talhadia para a nossa fazenda. 
Ele me disse que para adotar o sistema de talhadia, 
além da exigência de uso de uma espécie com boa 
capacidade de brotar, deve-se ter em conta que 
vários fatores podem influenciar na produtividade 
das cepas, principalmente a altura que as árvores 
são cortadas durante a colheita, o tipo de solo da 
área de plantio, a face de exposição do terreno ao 
Sol e a época em que a colheita é feita.
Nós, da Fazenda Rio Novo, estamos pensando, pois 
são muitas variáveis a se analisar. 
Além dos cuidados antes da adoção do sistema de talhadia, é necessário 
que o produtor cuide bem das cepas nas fases de emissão, estabelecimento 
e crescimento das brotações.
Fase de emissão 
É a fase principal, pois é nela que as brotações surgem 
das cepas.
Nesse momento, se não forem tomados os cuidados 
com ataques de formigas, sombreamento, competição 
de plantas daninhas, preparo nutricional das plantas 
antes do corte, resíduos da colheita anterior e falta 
de água pode-se até mesmo ocasionar a morte dos 
brotos.
Fase de crescimento
É a fase em que deve ser feito o acompanhamento do 
crescimento e o desbaste de brotações em excesso.
Fase de estabelecimento
É a fase em que as brotações começam a se desenvolver.
Nessa fase, recomenda-se cuidados com os ataques de 
formigas e cupins, quantidade deágua, sombreamento, 
entre outros.
Módulo 1 – As Florestas Plantadas Brasileiras
35
Para a condução da talhadia é aconselhável realizar a adubação, da 
mesma forma como se faz em um plantio normal, assim como é essencial 
o combate às formigas cortadeiras.
O manejo da brotação deve ser feito com o objetivo de recompor a 
população original, por isso, é preciso manejar as brotações retirando 
os brotos inferiores, deixando um ou dois brotos mais vigorosos e bem 
inseridos na cepa.
A retirada dos brotos pode ser feita de forma manual ou semimecanizada. 
O rendimento do sistema semimecanizado é cerca de três vezes superior 
ao sistema manual e com as vantagens de menor desgaste físico do 
trabalhador, melhor qualidade e maior segurança, desde que sejam 
tomados os devidos cuidados, além do uso dos equipamentos de proteção 
individual – EPIs indicados para o caso.
• Para facilitar a brotação das cepas, a colheita anterior 
deve ser feita de modo a deixar um toco (cepa) com 
10 a 15 cm de altura.
• Ao contrário do sistema de Alto Fuste, no sistema 
de talhadia simples, o resíduo deve ser acomodado 
na entrelinha de plantio para não cobrir as cepas e 
causar problema à rebrota. Há, também, a vantagem 
de o resíduo servir de estrada para máquinas de 
colheita, diminuindo os efeitos de compactação do 
solo, evitando danos ao sistema radicular.
O sistema de talhadia, há alguns anos, teve sua adoção diminuída, tanto 
pela velocidade de substituição do material genético pelas empresas 
florestais como pela grande oscilação da produção em segunda rotação. 
Atualmente, no entanto, seja por causa da crise, seja pela melhoria 
do conhecimento sobre o uso do sistema, ele está tendo razoável 
aceitabilidade.
Módulo 1 – As Florestas Plantadas Brasileiras
36
Sistema de Talhadia Composta ou 
Talhadia com Remanescente
Além da Talhadia simples, há também o sistema de Talhadia com 
remanescentes, no qual no momento da colheita do povoamento 
anterior, são selecionadas algumas árvores que continuarão crescendo 
junto com as brotações que serão conduzidas das cepas das árvores 
colhidas, formando uma floresta de dois estratos, um inferior (composto 
de brotações), e um superior (de árvores remanescentes que serão 
conduzidas por um período mais longo para produção de madeira com 
maior valor agregado).
Alto Fuste 
Normalmente dispensa o 
desbaste ou a desrama na 
plantação florestal até o 
momento do corte final. É 
importante manter o resíduo 
da colheita sobre a linha de 
tocos do plantio que foi colhido, 
facilitando novo plantio.
Talhadia
É um sistema em que se conduz o 
crescimento dos brotos nas cepas 
da plantação florestal colhida, 
iniciando-se um novo ciclo florestal.
Tem como uma das principais 
justificativas a produção de 
madeira com um custo menor, uma 
vez que dispensa o preparo de solo 
e a aquisição de mudas após o 
primeiro ciclo.
Módulo 1 – As Florestas Plantadas Brasileiras
37
Aula 3: 
Escolha da área
Na escolha da área para plantio, o produtor deverá considerar tanto o 
aspecto técnico quanto o aspecto legal. O local deve estar adequado às leis.
Aspecto legal
O produtor deverá, obrigatoriamente, ter seu imóvel já inscrito no 
Cadastro Ambiental Rural (CAR) e já deve ter obtido a aprovação 
da localização da Área de Reserva Legal – ARL (variável na região de 
expansão – 35% se o Cerrado estiver na Amazônia Legal e 20% se estiver 
no bioma Cerrado) pelo órgão estadual integrante do Sistema Nacional do 
Meio Ambiente (Sisnama).
O Sisnama é composto de um órgão superior, um órgão central, alguns 
órgãos seccionais e outros órgãos locais.
Órgão superior
Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), 
que assiste o Presidente da República na 
formulação das diretrizes da Política Nacional do 
Meio Ambiente;
Órgão central
Secretaria Especial do Meio Ambiente (Sema), 
a quem cabe a responsabilidade de promover, 
disciplinar e avaliar a implantação da Política 
Nacional do Meio Ambiente;
Módulo 1 – As Florestas Plantadas Brasileiras
38
Órgãos 
seccionais
Órgãos estaduais responsáveis pela execução de 
programas e projetos de controle e fiscalização 
das atividades com potencial para degradar a 
qualidade do meio ambiente;
Órgãos locais
Órgãos ou entidades municipais responsáveis pelo 
controle e fiscalização dessas atividades, nas suas 
respectivas áreas de jurisdição.
Os principais órgãos estaduais participantes do Sisnama, 
geralmente, são os seguintes: Secretaria Estadual do 
Meio Ambiente, Conselho Estadual de Política Ambiental, 
Fundações Estaduais de Meio Ambiente, Institutos 
Estaduais de Florestas e Institutos Estaduais de Gestão 
das Águas, em alguns casos.
Se o órgão estadual não tiver aprovado ainda a 
localização de sua ARL até a ocasião do plantio, o 
produtor deverá insistir na aprovação oficial, sob a 
pena de ter problemas no futuro. Caso o produtor tenha 
de suprimir alguma vegetação nativa para plantar o 
eucalipto, dependerá de uma autorização de supressão 
emitida pelo órgão ambiental competente do Sisnama.
Aspecto técnico
Veja o que o Marcos, técnico do Senar, tem para dizer sobre o aspecto 
técnico da escolha da área.
Módulo 1 – As Florestas Plantadas Brasileiras
39
Dica do Técnico
Olá, gostaria de falar com você sobre os aspectos técnicos da escolha 
da área. 
O eucalipto, fora a sua contribuição na produção de mel, não é 
uma espécie produtora de alimento, e sim uma produtora de fibra 
e madeira. Por isso, não deve ser plantado nos melhores solos da 
propriedade. Esses solos deverão ser utilizados para o plantio das 
culturas alimentares.
Uma vez selecionadas determinadas áreas potenciais na propriedade, 
o produtor deverá fazer uma avaliação das mesmas quanto à 
fertilidade, compactação, drenagem e declividade. Com base nessas 
informações, ele estará mais seguro para definir uma entre as pré-
selecionadas.
Áreas que já não sustentam uma produtividade econômica de culturas 
agrícolas de ciclo curto como arroz, feijão, milho e soja, por exemplo, 
têm grandes possibilidades de, com um pouco de melhoria, serem 
aproveitadas para o plantio do eucalipto ou de outra espécie florestal 
de uso econômico.
Outras áreas que, normalmente, são priorizadas para o plantio de 
eucalipto nas propriedades rurais são as encostas de morros que, por 
terem declives acentuados – mas, dentro do que a legislação permite 
para uso como florestas plantadas comerciais –, não se prestam para 
produção mecanizada de grãos. 
Acho que com essas dicas você pode ter uma ideia melhor de onde 
planejar sua plantação. 
Há casos em que o empreendedor tem terra de boa qualidade disponível 
para plantar a cultura agrícola e florestal, sem prejuízo para o cultivo da 
cultura alimentar. Aí, cabe a ele fazer um balanço, entre prós e contras, 
considerando o valor da terra na região e uso com a plantação florestal.
Ao selecionar uma área para plantio de eucalipto, o produtor deverá 
considerar a proximidade de estradas que possibilitem o tráfego de 
caminhões, tratores, carretas e máquinas para colheita florestal, quando 
for o caso.
Módulo 1 – As Florestas Plantadas Brasileiras
40
Escolha do local para plantio considerando a 
proteção da Reserva Legal.
Módulo 1 – As Florestas Plantadas Brasileiras
41
Aula 4: 
Estradas, talhões e 
aceiros
As plantações florestais comerciais necessitam de estradas que 
possibilitem o trânsito dos veículos de maneira fácil e segura, para atender 
às necessidades de transporte de cargas e serviços e, principalmente, para 
combater incêndios.
Em locais acidentados, é fundamental considerar, no 
planejamento das estradas, a conservação do solo.Cuidado Ambiental
Cuidado 
Ambiental
Tipos de estradas
Ao planejar, o produtor deverá considerar que na propriedade nem todas 
as estradas deverão ter o mesmo padrão de construção. Assim, três tipos 
de estradas deverão ser preparados:
Estrada permanente principal 
Deve ter no mínimo 8 m de largura, com piso 
reforçado, comportando velocidade entre 50 
km/h e 60 km/h.
Módulo 1 – As FlorestasPlantadas Brasileiras
42
Estrada permanente secundária 
Deve ter cerca de 4 m de largura e piso mais ou 
menos no nível da estrada principal.
Estrada temporária
Largura igual à estrada secundária, mas com 
piso não revestido.
Lá na fazenda Rio Novo
Uma grande dica que o Marcos, do Senar, me 
passou foi que as estradas não podem ser feitas 
aleatoriamente. 
As estradas principais, sempre que possível, 
devem ser locadas no sentido leste-oeste, pois 
secam mais rápido e diminuem os atoleiros nos 
períodos mais chuvosos. 
Já os talhões devem ser planejados no sentido 
norte-sul, para que a extração da madeira fique 
mais fácil.
Módulo 1 – As Florestas Plantadas Brasileiras
43
Tamanho dos talhões
É importante que a largura dos talhões não passe de 300 m, uma vez que 
a maior distância de arraste deve ser de 150 m, e o comprimento não deve 
ultrapassar 1.000 metros.
O tamanho do talhão também é importante para a 
proteção da floresta em caso de incêndio.
Por exemplo, em áreas com alta declividade, a 
distância de arraste não deve exceder 50 m.
Planejamento de estradas
Ao planejar a estrada, o produtor deverá considerar os seguintes fatores: 
a conservação do solo, a proteção e a colheita da plantação florestal 
comercial.
A maior ou menor facilidade na construção do conjunto de estradas na 
propriedade vai depender do tamanho do empreendimento e das estradas 
que já estão sendo utilizadas. Muitas vezes serão necessárias, apenas, 
poucas melhorias nas estradas existentes.
• Mobilizar minimamente o solo 
(cortes e aterros);
• Evitar, sempre que possível, a 
retirada de árvores isoladas ou 
de vegetação nativa;
• Aproveitar, ao máximo, 
o traçado de estradas já 
existentes;
• Considerar que a distância 
máxima do arraste de toras 
deverá ser de 150 m;
Módulo 1 – As Florestas Plantadas Brasileiras
44
• Cascalhar os leitos das estradas para que sejam trafegáveis durante 
todo o ano;
• Em área plana, fazer o traçado das estradas de forma simples, seguindo 
a divisão dos talhões;
• Nas regiões acidentadas, manter boas ligações entre as partes baixas 
e as mais altas;
• Considerar, desde o início, os locais de cruzamentos e manobras de 
veículos (caminhões) visando à melhoria do tráfego, principalmente na 
colheita;
• Pensar no escoamento de água e o carreamento de partículas do solo.
A importância de aceiros bem 
planejados 
Os aceiros separam os talhões e servem de ligação com as estradas 
principais. Estes podem ser internos (largura de 4-5m) ou de divisa 
(largura de 15m). Além disso, recomenda-se que a cada quatro ou cinco 
talhões sejam feitos aceiros internos com 10m de largura.
Planejamento de estradas.
Estrada principal
15m
4,5m
4,5m
4,5m
10m
10
m
10
m
4,
5m
4,
5m
4,
5m
Módulo 1 – As Florestas Plantadas Brasileiras
45
Os leitos dos aceiros devem ser transitáveis em, aproximadamente, 
60% de sua largura e devem ocupar cerca de 5% da área útil, quando 
consideradas áreas com topografia plana ou suavemente ondulada.
Os aceiros protegem as plantações florestais contra 
incêndios e no Cerrado são importantíssimos.Cuidado Ambiental
Cuidado 
Ambiental
Módulo 1 – As Florestas Plantadas Brasileiras
46
Aula 5: 
Escolha da 
espécie
O sucesso de um empreendimento florestal, independentemente do avanço 
da sua parte industrial, depende da espécie ou dos clones dela produzidos. 
A primeira coisa a ser considerada na seleção de tal material para o plantio 
é a finalidade da plantação, seguida da adaptação às condições do solo, 
do clima do local e do sistema de produção a ser utilizado.
Em regiões de expansão das florestas plantadas comerciais, a escolha da 
espécie ou de um clone é difícil, uma vez que inexistem testes de materiais, 
o que torna a oferta insegura e restrita. O nível de dificuldade varia se o 
produtor é independente ou não.
• As mudas podem ser propagadas por sementes ou por 
meio da propagação vegetativa, utilizando a técnica de 
estaquia.
• Clone: é um conjunto de plantas com origem única. 
Clones são produzidos por estaquia ou outros métodos 
diferentes do método tradicional de cruzamento, de 
um pai com uma mãe, para obtenção de sementes e 
formação de mudas a partir delas. Por isso, todas as 
plantas produzidas a partir de um clone são iguais.
Módulo 1 – As Florestas Plantadas Brasileiras
47
Produtores associados
No caso de produtores associados a empresas (fomentados ou parceiros), 
o processo de definição da espécie a ser plantada é facilitado. As empresas 
têm seus materiais de plantios testados para a região e adequados para 
o seu produto específico, e os repassam para fomentados ou parceiros 
visando garantir a padronização de sua matéria-prima.
Alguns dos clones mais comuns em plantios no Brasil:
Alguns dos clones mais comuns em plantios no Brasil: 
AEC 1528 GG 100
I 144 H 13
VM 01
Módulo 1 – As Florestas Plantadas Brasileiras
48
Produtores independentes
Nesse caso, a definição da espécie, ou do clone, é mais complicada, uma vez 
que mesmo que esteja localizado próximo a uma empresa que disponha 
de material testado na região, dificilmente o produtor independente terá 
acesso ao mesmo.
Nesse caso, o produtor deverá recorrer a um técnico, que, por sua vez, 
deverá buscar indicações nas seguintes fontes: 
a. zoneamento estadual, quando existir; 
b. resultados de pesquisa indicados para a região do plantio;
c. resultados de produtores já instalados com sucesso na região e que 
já conseguiram resolver a questão da adaptação do material (espécie 
ou clone) ao solo e ao clima onde está localizado o seu plantio.
Módulo 1 – As Florestas Plantadas Brasileiras
49
Aula 6: 
Espaçamentos
No momento da definição de um espaçamento, deve-se levar em consideração 
os seguintes pontos: espécie a ser plantada; grau de melhoramento 
genético do material; fertilidade do solo no local de plantio; objetivo do 
plantio (celulose, lenha, carvão, serraria, usos múltiplos); e espaçamentos 
mais utilizados.
Espécie a ser Plantada
O desenvolvimento das raízes, a estrutura de copa e a exigência nutricional 
(adubação) variam de espécie para espécie e têm de ser considerados na 
escolha do espaçamento. Espaçamentos iguais para espécies com diferentes 
estruturas de copa levam a alterações significativas no fechamento das 
copas.
Espécies com raízes mais expansivas podem iniciar a concorrência 
entre árvores precocemente, principalmente em espaçamentos estreitos 
se houver problemas com disponibilidade de água no solo. Espécies que 
demandam mais nutrientes e apresentam maior taxa de crescimento 
exigem espaçamentos mais amplos para que o sistema radicular possa 
explorar melhor os nutrientes do solo.
Nível do Melhoramento Genético
Materiais melhorados, especialmente os clones, têm comportamento mais 
homogêneo e permitem o uso de um menor número de árvores desde o 
início, ou seja, espaçamentos mais abertos.
Módulo 1 – As Florestas Plantadas Brasileiras
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Influência do Sítio
Como as plantas competem por água, luz e nutrientes, quanto maior o número 
de árvores por hectare, maior será a extração de água e a necessidade de 
luz e nutrientes.
Regra geral para uma mesma condição de luz: em solo 
fértil e água suficiente, espaçamentos menores; solo de 
baixa fertilidade e água pouca, maiores espaçamentos.
Objetivo do Plantio
Cada uso final da madeira exige um espaçamento específico. Árvores 
com espaçamentos maiores crescem mais em diâmetro do que plantas 
em espaçamentos estreitos, sendo mais apropriadas para a produção de 
madeira para serraria, enquanto plantios para celulose e energia (lenha, 
carvão) aceitam espaçamentos menores. 
Quem trabalha com o objetivo de uso múltiplo provavelmente optará por 
iniciar com um espaçamento mais estreito, abrindo-o por meio de desbastes 
ao longo do ciclo de corte.
• Produtores de madeira para serraria e/ou laminação 
não devem exagerar na abertura do espaçamento, 
pois podem ter maior custo com desrama devido à 
maior brotação de ramos e aos ramos mais grossos.
• Espaçamentos excessivamentelargos também 
levam a uma diminuição do diâmetro do tronco, da 
base para a copa da árvore, prejudicando a qualidade 
da madeira, além de induzirem à formação de copas 
muito extensas.
• Produtores de madeira para energia ou celulose não 
devem diminuir demais o espaçamento sob a pena 
de haver falta de água para o povoamento.
Módulo 1 – As Florestas Plantadas Brasileiras
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Capacidade de Brotamento
Espécies que tenham maior capacidade de brotamento necessitam de 
plantio em espaçamento maior quando forem plantadas para condução 
futura em regime de talhadia ou de talhadia com remanescente (talhadia 
composta).
Disponibilidade Hídrica
A disponibilidade de água no local é muito importante para a escolha do 
espaçamento, pois as plantas competem por água.
Ciclo de Corte
Os ciclos de corte influenciam o espaçamento. Enquanto ciclos longos 
demandam espaçamentos mais amplos que permitam um desenvolvimento 
individual maior, os ciclos curtos demandam espaçamentos menores que 
possibilitem o aumento da produção por área, mesmo que em detrimento 
da produção individual.
Encostas ou partes delas com declividade superior a 
45º, equivalente a 100% (cem por cento) na linha de 
maior declive, não podem ser plantadas porque são 
consideradas APPs;
Encostas com declividade entre 25º e 44º são 
apropriadas para atividades agrossilvipastoris. O 
produtor deve evitar também plantar em veredas, 
bordas dos tabuleiros ou chapadas e matas ciliares que 
também são APPs.
Cuidado 
Ambiental
Cuidado 
Ambiental
Espaçamentos mais utilizados
Os principais espaçamentos utilizados no Brasil estão apresentados na 
Tabela a seguir.
Módulo 1 – As Florestas Plantadas Brasileiras
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Espaçamento (m x m) Número de plantas por hectare Finalidade do Plantio
3 x 1,5 2.222 Lenha, carvão, mourões, celulose
3 x 2 16.667 Lenha, carvão, mourões, celulose
2,5 x 2,5 1.600 Lenha, carvão, mourões, celulose
3 x 3 1.111 Celulose, carvão, serraria
Fonte: Silva et al., 2008.
No caso das áreas de expansão dos plantios de eucalipto no Cerrado, 
o produtor deve estar consciente de que os solos são, na sua maioria, 
de baixa fertilidade e de acidez elevada e que, em grande parte das 
situações, há deficiências de água em determinados períodos.
Assim sendo, no momento da definição do espaçamento, o produtor deverá 
escolher entre os clones indicados para a região os que tiverem melhor 
desenvolvimento para plantio em espaçamentos mais amplos, buscando, 
para isso, aconselhamento técnico.
Na escolha do espaçamento, a avaliação econômica é importante, mas 
não deve ser preponderante. O balanço entre o aspecto econômico e o 
ambiental precisa ser levado em conta no momento da decisão.
O uso de espaçamento 
amplo tem limites. De 
uma maneira geral, 
tem-se usado, no 
Cerrado, espaçamento 
de 3 m x 3 m. O ideal 
é que, dependendo 
da condição hídrica, 
o espaçamento varie 
entre 3 m x 3 m e 3,5 m 
x 3,0 m para produção 
de celulose ou uso 
múltiplo.
Ao se trabalhar com harvester, como na imagem, o 
volume médio por árvore é a variável que melhor explica 
a capacidade operacional da colhedora florestal. Maior 
espaçamento, maior volume individual por árvore e maior 
capacidade operacional do harvester.
Cuidado 
Ambiental
Cuidado 
Ambiental
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De olho nos valores
O técnico do Senar me informou que, na escolha do 
espaçamento, a avaliação econômica é importante, 
mas não deve ser preponderante. O balanço entre 
o aspecto econômico e o ambiental precisa ser 
levado em conta no momento da decisão.
Módulo 1 – As Florestas Plantadas Brasileiras
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Aula 7: 
Aquisição, 
transporte e 
armazenamento de 
mudas para plantio
Viveiro certificado de boa qualidade.
Para adquirir mudas de espécies florestais de qualidade, o produtor deverá 
buscar na página do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento 
– MAPA (http://sistemasweb.agricultura.gov.br/renasem) e na página do 
Renasem, na internet, a relação de viveiros certificados que existem em sua 
região; depois os que produzem ou podem produzir o material selecionado 
para o empreendimento; e, por fim, deve visitar os principais viveiros 
selecionados e escolher o melhor em relação à qualidade de muda e preço.
http://sistemasweb.agricultura.gov.br/renasem
Módulo 1 – As Florestas Plantadas Brasileiras
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• raízes bem desenvolvidas;
• diâmetro mínimo de 2 mm;
• três ou mais pares de folhas;
• sem “enovelamento” e sem 
“pião torto”;
• livre de doenças e pragas;
• ter passado pelo processo de 
rustificação;
• ter raízes ativas e que não 
excedam a borda inferior dos 
tubetes;
• tubete ou saquinho cheio;
• posição reta;
• ausência de sintomas de 
deficiência de nutrientes;
• ausência de plantas daninhas;
• ausência de brotações;
• substrato firme.
Uma muda de boa qualidade deve ter as 
seguintes características:
Aspectos da muda 
de boa qualidade.
As mudas devem ser 
transportadas com cuidado, 
empacotadas em plástico 
filme, formando um rolo 
chamado de “rocambole”. 
Quando não puderem ser 
plantadas de imediato, as 
mudas não devem ser armazenadas em locais sombreados. Coloque as 
mudas em canteiros suspensos e provisórios feitos com “tela para pinto”, 
sendo os tubetes distribuídos em alvéolos alternados. As mudas precisam 
ser irrigadas diariamente e monitoradas contra pragas e doenças até o 
momento de serem levadas para plantio.
Módulo 1 – As Florestas Plantadas Brasileiras
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Atividade de 
aprendizagem
As atividades aqui na apostila servem apenas para você ler 
e respondê-las com mais tranquilidade.
Entretanto, você deverá acessar o AVA e responder lá as 
questões. Você terá duas tentativas para responder cada 
questão e só desbloqueará o próximo módulo depois que:
1. acertar as questões; ou
2. usar todas as suas tentativas.
Questão 1
Antônio herdou a propriedade Fazenda Brejo das Almas de seu avô. A região 
na qual a fazenda está localizada é referência em produção de eucalipto 
para a produção de carvão. No entanto, Antônio não quer plantar eucalipto 
porque acredita que será difícil concorrer com os grandes produtores e 
também porque gostaria de uma cultura diferente. Ele, então, contrata você 
para fazer um diagnóstico de mercado e das potencialidades da fazenda, 
para assim poder escolher a cultura a implantar. Dentro deste contexto, 
assinale a alternativa que contém informações referentes às características 
de mercado que você deve levantar para apresentar para o Antônio.
a) Finalidades da produção de madeira mais requisitadas e demandadas, 
existência de mercado, localização dos principais consumidores.
b) Benefícios sociais que a atividade florestal traz para a sociedade e 
para os produtores.
Chegou o momento de verificar sua compreensão dos conceitos 
apresentados até aqui.
Módulo 1 – As Florestas Plantadas Brasileiras
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c) Estimativa de crescimento populacional e da demanda por alimento.
d) Os principais estados e regiões produtoras de eucalipto e pinus no 
Brasil.
Questão 2
João tem uma propriedade em Curvelo, com uma área de 10 hectares com 
eucaliptos de 6 anos de idade, plantados no espaçamento de 3 x 2 metros, 
constituindo um total de 1.666 árvores/hectare. Ele deseja fazer uma 
colheita, retirando apenas parte das árvores, cerca de 80%, destinando 
essa madeira à produção de mourões tratados. As árvores remanescentes 
serão conduzidas à produção de madeira para a serraria. E as brotações 
das cepas também serão conduzidas para mais um ciclo de cultivo. Dessa 
forma, João terá uma floresta com dois estratos, um inferior formado pelas 
brotações e o superior formado pelas árvores não cortadas. Dentro desse 
contexto, assinale a alternativa que corresponde ao sistema de manejo 
adotado por João para a sua floresta.
a) Alto fuste.
b) Talhadia simples.
c) Talhadia composta.
d) Desbaste.
Questão 3
A escolha da espécie que será utilizada na formação do povoamento 
florestal é decisiva para o sucesso do empreendimento, pois a escolha 
de uma espécie errada pode acarretaruma produtividade ruim ou a não 
aceitação deste produto no mercado. O produtor individual, que quer 
iniciar seu plantio, deve ficar atento a quais caraterísticas para a correta 
seleção da espécie?
a) A primeira coisa a ser considerada na escolha da espécie é a finalidade 
da madeira produzida, seguida por adaptação às condições do solo, 
do clima local e do sistema de produção a ser utilizado.
Módulo 1 – As Florestas Plantadas Brasileiras
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b) Adaptação às condições do solo e do clima são as características 
que o produtor deve levar em consideração na escolha da espécie 
a ser implantada.
c) O produtor deve optar por plantar o material que tenha acesso, 
mesmo que este material não tenha sido testado na sua região e as 
características da madeira produzida não sejam as desejadas pelo 
mercado.
d) O sistema de produção utilizado que irá definir qual espécie será 
implantada, pois uma espécie plantada no sistema de talhadia 
simples não pode ser usada no sistema de alto fuste.
Questão 4
No momento da definição do espaçamento, algumas características devem 
ser levadas em consideração, tais como: espécie a ser plantada; grau de 
melhoramento genético do material; fertilidade do solo no local; e objetivo 
do plantio. Determinado produtor deseja fazer o plantio florestal em uma 
área de baixa fertilidade do solo, com pouca disponibilidade de água, com o 
objetivo de explorar múltiplos produtos em sistema de talhadia composta. 
Baseado nessas características escolha a opção correta:
a) O produtor deverá optar por um espaçamento menor, colocando 
mais árvores por hectare, pois nessas condições de solo e clima as 
plantas vão competir menos.
b) O produtor deverá optar por um espaçamento maior, colocando 
menos indivíduos por hectare, visto que ciclos mais curtos de cultivo 
demandam espaçamentos maiores que possibilitem um volume 
individual superior.
c) O produtor deverá optar por um espaçamento maior, pois diminuirá 
a quantidade de indivíduos por hectare, reduzindo a competição 
entre as plantas. E para produção de múltiplos produtos e condução 
da talhadia, o espaçamento maior tem melhores resultados.
d) O produtor deverá optar por espaçamento menor, para favorecer 
o brotamento e a condução da talhadia, pois em ambientes mais 
sombreados, a cepas brotam melhor.

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