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Direito Internacional do Meio Ambiente

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Direito Internacional do 
Meio Ambiente
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© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou 
quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem 
permissão escrita da Universidade Paulista.
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APRESENTAÇÃO
INTRODUÇÃO/OBJETIVOS
Apresentamos a disciplina Direito Internacional do Meio Ambiente, estruturada em 08 Módulos de 
conteúdos e exercícios, com as características descritas abaixo.
Desenvolver conteúdos relacionados ao meio ambiente e sustentabilidade, tendo como enfoque as 
medidas para a proteção do meio ambiente, considerando a exploração de recursos naturais de forma 
sustentável, os mecanismos e instrumentos de ordenação e planejamento territorial, assim como a 
função social da terra.
Preparar para utilização de conteúdos relacionados ao eixo temático, garantindo a ideia de um perfil 
profissiográfico contextualizado regionalmente.
CONTEÚDOS/LEITURAS SUGERIDAS
CONTEÚDOS DE ESTUDO BIBLIOGRAFIA BÁSICA BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
Módulo 1
GORENDER, Jacob; LE PRESTRE, 
Philippe. Ecopolítica internacional. 
2ª ed. São Paulo: SENAC, 2005.
BAPTISTA, Zulmira M. de Castro. 
Direito ambiental internacional: 
política e consequência. 2ª ed. São 
Paulo: Pillares, 2005.
Módulo 2 
OLIVEIRA, Rafael Santos de. Direito 
ambiental internacional. Ijuí: 
Unijuí, 2007.
FLORIANI, Dimas. Conhecimento, 
meio ambiente e globalização. 
Curitiba: Juruá, 2004.
Módulo 3 
SILVA, Geraldo Eulálio do 
Nascimento. Direito ambiental 
internacional. 2ª ed. São Paulo: 
Thex, 2002.
GUERRA, Sidney. Direito 
internacional ambiental. Rio de 
Janeiro: Freitas Bastos, 2006.
Módulo 4 
GORENDER, Jacob; LE PRESTRE, 
Philippe. Ecopolítica internacional. 
2ª ed. São Paulo: SENAC, 2005.
LANFREDI, Geraldo F. Política 
ambiental: busca de efetividade 
de seus instrumentos. 2ª ed. Rio de 
Janeiro: Revista dos Tribunais, 2007.
Módulo 5 
OLIVEIRA, Rafael Santos de. Direito 
ambiental internacional. Ijuí: 
Unijuí, 2007.
NASSER, Salim Hekmat. Direito 
internacional do meio ambiente. 
São Paulo: Atlas, 2006.
Módulo 6 
SILVA, Geraldo Eulálio do 
Nascimento. Direito ambiental 
internacional. 2ª ed. São Paulo: 
Thex, 2002.
VARELLA, Marcelo Dias. Direito 
internacional econômico ambiental. 
Belo Horizonte: Del Rey, 2004.
Módulo 7 
SILVA, Geraldo Eulálio do 
Nascimento. Direito ambiental 
internacional. 2ª ed. São Paulo: 
Thex, 2002.
LANFREDI, Geraldo F. Política 
ambiental: busca de efetividade 
de seus instrumentos. 2ª ed. Rio de 
Janeiro: Revista dos Tribunais, 2007.
Módulo 8
GORENDER, Jacob; LE PRESTRE, 
Philippe. Ecopolítica internacional. 
2ª ed. São Paulo: SENAC, 2005.
NASSER, Salim Hekmat. Direito 
internacional do meio ambiente. 
São Paulo: Atlas, 2006.
Nota: ver abaixo as referências bibliográficas, para maior detalhamento das fontes de consulta indicadas.
 
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Básica:
GORENDER, Jacob; LE PRESTRE, Philippe. Ecopolítica internacional. 2ª ed. São Paulo: SENAC, 2005.
OLIVEIRA, Rafael Santos de. Direito ambiental internacional. Ijuí: Unijuí, 2007.
SILVA, Geraldo Eulálio do Nascimento. Direito ambiental internacional. 2ª ed. São Paulo: Thex, 2002.
Complementar:
BAPTISTA, Zulmira M. de Castro. Direito ambiental internacional: política e consequência. 2ª ed. São 
Paulo: Pillares, 2005.
FLORIANI, Dimas. Conhecimento, meio ambiente e globalização. Curitiba: Juruá, 2004.
GUERRA, Sidney. Direito internacional ambiental. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 2006.
LANFREDI, Geraldo F. Política ambiental: busca de efetividade de seus instrumentos. 2ª ed. Rio de 
Janeiro: Revista dos Tribunais, 2007.
NASSER, Salim Hekmat. Direito internacional do meio ambiente. São Paulo: Atlas, 2006.
VARELLA, Marcelo Dias. Direito internacional econômico ambiental. Belo Horizonte: Del Rey, 2004.
DÚVIDAS 
Dúvidas deverão ser sanadas na Coordenação do Curso de Direito no horário de atendimento ao aluno.
Bons Estudos!
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DIREITO INTERNACIONAL DO MEIO AMBIENTE
Unidade I
1. MEIO AMBIENTE E RISCO
1.1. Definição.
A expressão “meio ambiente” é utilizada para designar tudo que está à nossa volta, onde vivemos, 
onde trabalhamos, onde moramos, onde nos divertimos.
A preocupação com a preservação do meio ambiente é relativamente nova se compararmos com a 
evolução da humanidade. Ela surge com força, precipuamente, no limiar do século XX, ganhando maior 
intensidade após a sua segunda metade. Antes, era muito pequena o ou quase nada – a preocupação 
do ser humano com o meio ambiente. O fato que vai ser determinante nessa toada de consciência é a 
Revolução Industrial, que fez com que os níveis de degradação ambiental fossem elevados às alturas. 
A relação que o ser humano estabeleceu com a natureza sempre foi conturbada. De um jeito 
ou de outro, o homem sempre sobrepujou a natureza. Desde sempre a sua relação com a natureza 
sempre foi de denominação, explorando os recursos naturais para satisfazer as suas necessidades 
pessoais. Achava-se que os recursos naturais eram ilimitados, e que a natureza sempre supriria com 
abundância esses recursos.
Todavia, com a Revolução Industrial, ocorrida no final do século XXI, com as grandes indústrias e a 
consequente produção de massa, o problema se revelou. O desenvolvimento econômico desordenado 
decorrente daquela revolução, com maior exploração dos recursos naturais e nenhuma preocupação 
com o meio ambiente, trouxe como consequência uma maior deterioração da qualidade ambiental e 
revelou a limitação de seus recursos, que se mostraram finitos.
Por conta disso, algumas pessoas ou grupos começaram a chamar a atenção de que algo precisava 
ser feito para proteger e preservar os recursos naturais, eis que sua má utilização poderia acarretar 
graves consequências para o futuro da raça humana.
1.2. Classificação do meio ambiente
O conceito de meio ambiente é muito mais amplo do que imagina o homem médio. É comum 
relacioná-lo apenas com árvores ou animais. Mas o conceito de meio ambiente é muito mais abrangente 
que isso. Por tudo que já vimos, podemos classificar o meio ambiente à seguinte forma:
a) Meio ambiente natural: É constituído por solo, água, ar atmosférico, flora e fauna.
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Unidade I
b) Meio ambiente artificial. É o espaço urbano construído, constituído pelo conjunto de edificações 
e pelos equipamentos públicos.
c) Meio ambiente do trabalho. É o local onde as pessoas executam suas atividades laborais, cujo 
equilíbrio baseia-se na salubridade do meio a na ausência de agentes que comprometem a saúde 
dos trabalhadores.
d) Meio ambiente cultural. É integrado pelo patrimônio histórico, artístico, arqueológico, paisagístico, 
turístico de um povo.
Podemos perceber, destarte, que o conceito de meio ambiente é bem mais amplo do que tendemos 
a perceber, constituindo, em realidade, um conceito jurídico indeterminado, apto a receber a incidência 
da norma jurídica correspondente à defesa de suas múltiplas facetas.
Por isso éum equívoco pensar no meio ambiente como apenas aquilo que provém da natureza. 
O meio ambiente natural é apenas uma das classificações em que se subdivide o meio ambiente, não 
podendo nos esquecer, jamais, das outras.
1.3. Globalização.
A globalização é um fenômeno que surgiu com o desenvolvimento econômico, apoiado na tecnologia. 
Trata-se de um processo de superação das fronteiras nacionais no desenvolvimento do comércio, que 
ao mesmo tempo possibilita e força a integração regional. Ela se baseia numa larga interdependência 
mundial da economia e da comunicação, formando uma sociedade única.
Esse fenômeno começou a surgir ao fim do regime comunista na antiga URSS, que separava o mundo 
em dois grandes blocos: o capitalista e o comunista. Juntamente com suas diferenças ideológicas, aqueles 
dois grandes blocos enfrentavam-se numa batalha que se denominou “Guerra Fria”, apoiada numa 
corrida armamentista, seguida por uma ameaça concreta de que qualquer uma das duas superpotências 
poderia destruir o mundo com suas armas nucleares. Aglutinados em alianças militares, o bloco liderado 
pelos EUA denominava-se OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte), enquanto o bloco liderado 
pela URSS constituía o Pacto de Varsóvia.
A internet, a rede mundial de computadores, foi desenvolvida no meio da Guerra Fria, na 
década de 1960, quando o governo dos Estados Unidos encarregou o Pentágono de criar um 
sistema de troca de dados eficaz, ágil e à prova de sabotagens. Com o fim da Guerra Fria, e 
especialmente com a dissolução do bloco soviético em dezembro de 1991, a internet tornou-se 
de acesso público, mudando a face o planeta e reduzindo as distâncias e facilitando o surgimento 
do fenômeno em questão.
A principal consequência da globalização é a integração regional. Essa regionalização é construída 
a partir do momento em que os países geograficamente próximos estreitam seus laços econômicos, 
iniciando um processo de unificação de diversos critérios. Os processos de integração econômica 
regional têm se desenvolvido, normalmente, por etapas progressivas e distintas. Os principais objetivos 
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DIREITO INTERNACIONAL DO MEIO AMBIENTE
desses processos de integração regional são a ampliação da resistência frente às barreiras aduaneiras, o 
fomento do intercâmbio tecnológico, a ampliação dos mercados, a maior facilidade de acesso a matérias 
primas e o maior poder de pressão na defesa de seus interesses nas negociações internacionais.
A construção desses blocos econômicos regionais se antepõe ao desafio proposto pela globalização, 
que avança sobre o planeta ignorando as fronteiras, conduzindo os Estados a uma situação de impotência 
e debilidade. A integração regional desses Estados faz com eles adquiram a força necessária para 
enfrentar as grandes potências econômicas (estatais e privadas).
A globalização, como fenômeno econômico que é, vai representar um importante papel na questão 
ambiental. Tanto é, que na Declaração de Johanesburgo, de 2002, restou consignada essa preocupação, 
como se vê no item 14:
A globalização adicionou uma nova dimensão a esses desafios. A rápida integração de mercados, a 
mobilidade do capital e os significativos aumentos nos fluxos de investimento mundo afora trouxeram 
novos desafios e oportunidades para a busca do desenvolvimento sustentável. Mas os benefícios e custos 
da globalização são distribuídos desigualmente, sendo que os países em desenvolvimento enfrentam 
especiais dificuldades para encarar esse desafio. 
1.4. A sociedade de risco como paradigma da gestão ambiental.
A evolução do modelo econômico iniciado com a Revolução Industrial, manifestado especialmente 
pela assunção do capitalismo como modelo vencedor, vai acarretar uma mudança de paradigma no 
modo como devemos observar a relação homem-natureza, no que se refere às atividades empresariais.
Não há dúvida de que a Revolução Industrial exerceu um papel importante na alteração da vida 
humana em todo o século XX e neste início de século XXI. Antes dessa revolução, não havia produção 
industrial em larga escala, sendo que a agricultura era a principal atividade econômica até o século XIX.
A Revolução Industrial veio alterar essa situação, na medida em promoveu retirou o homem do 
campo e o inseriu nos grandes centros urbanos que se formaram em torno das indústrias.
Mas do mesmo modo que esse processo de industrialização aumenta a força produtiva, ele 
permite um crescimento das potencialidades do homem. E quanto maior o potencial humano de gerar 
conhecimento, mais torna incerto o futuro. O aumento do desenvolvimento econômico, de forma 
acelerada e sem uma maior preocupação com fatores externos, vali levar a humanidade numa situação 
perigosa, colocando-a em risco.
A produção econômica da sociedade contemporânea tem por base a busca por inovações, que 
possibilitem o aumento da produção com um menor custo. Essas novas relações econômicas advindas 
daí estruturam-se sobre a busca da modernização de novas tecnologias. Assim, o desenvolvimento vai 
ser ditado pela rapidez com que essas novidades são apresentadas, e a própria sobrevivência da empresa, 
no modelo capitalista em que se funda o mercado, depende da sua adaptação a essas modernidades.
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O problema é que a velocidade dessas descobertas - que aumentam a produção e reduzem os custos 
- não são acompanhadas pelo conhecimento científico necessário para neutralizar seus efeitos. Muitas 
vezes, nem mesmo seus efeitos são conhecidos.
Muitos produtos são colocados no mercado sem que estudo conclusivo sobre seus efeitos tenha sido 
realizado. Basta lembrar, por exemplo, da Talidomida, medicamento utilizado como sedativo e que foi 
responsável pela deformidade de nascituros.
Tais circunstâncias vão caracterizar a sociedade contemporânea como uma sociedade de risco. A 
assunção do risco como elemento preponderante da organização social é o caminho a ser trilhado pelos 
principais instrumentos de interação social, inclusive o direito. É o risco, pois, o novo paradigma que as 
ciências sociais e jurídicas deverão utilizar no seu desenvolvimento.
Não há consenso sobre as origens da palavra “risco”, mas podemos observar duas vertentes. A primeira 
é que ela provém de um termo árabe, utilizado pelos espanhóis na época das grandes navegações, que 
significa correr para o perigo ou ir contra uma rocha. A segunda, é que ela seria derivada do latim risicu, 
que significa ousar, atuar perante a possibilidade de perigo.
Risco e perigo não são sinônimos, mas é evidente que eles se relacionam. Risco é a atitude que o ser 
humano adota diante do perigo ou da possibilidade de perigo; ele refere-se à tomada de consciência 
do perigo futuro e às opções que o ser humano faz ou tem diante dele. Assim, o risco deve estar 
diretamente relacionado com planejamento, estratégia e tomada de decisão.
A sociedade de risco é produto da evolução do modelo econômico surgido com a Revolução Industrial, 
baseado no capitalismo e no livre mercado, onde o incremento das técnicas de produção aumenta 
consideravelmente o perigo para a sociedade. A produção da riqueza é inexoravelmente acompanhada 
por um risco social.
Há um flagrante descompasso entre esse desenvolvimento científico industrial e o conhecimento 
das consequências de seu uso, que faz surgir a insegurança, a incerteza e que conduz o ser humano 
a ter de lidar com os riscos sob uma nova perspectiva, que será importante para a organização social, 
em todos os seus aspectos. Desta forma, o risco deixa de ser um dado periférico da organização social 
para transmutar-seem conceito nuclear, relacionado à própria atividade humana. Se antes a sociedade 
industrial era caracterizada pelos conflitos em relação à produção e distribuição de riqueza, hoje ela é 
centrada no conflito em torno da produção e distribuição de riscos.
A atividade empresarial decorrente da Revolução Industrial traz consigo um risco. Como a atividade 
empresarial é uma atividade humana, podemos afirmar que esse risco é criado pelo próprio homem. 
Em eras passadas, os riscos eram apenas originados de fenômenos naturais, cuja ocorrência inesperada 
ameaçava bens fundamentais. Atualmente, além desses fenômenos naturais, a atuação do homem 
também vai colaborar para essa crise. Trata-se da teoria do risco criado pelo homem, que vai ganhar 
espaço na sociedade industrial do Século XX. As atividades empresariais são notadamente perigosas, 
criando um risco para a sociedade como um todo. O próprio desenvolvimento econômico baseado no 
capitalismo competitivo propicia o aumento dos riscos.
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DIREITO INTERNACIONAL DO MEIO AMBIENTE
E esse risco ameaça, principalmente, o meio ambiente. A relação dessas atividades empresariais com 
a natureza não é pacífica, e o que pode advir daí é o motivo da preocupação manifestada.
Mas, se esse novo tipo de risco surge a partir de um comportamento do próprio homem, isso significa 
que ele poderá ser controlado por medidas restritivas e por mecanismos de gestão de risco. Por conta 
disso, temos que o Poder Público não pode se omitir no exame das técnicas e métodos utilizados nas 
atividades humanas que ensejem risco para a saúde humana e o meio ambiente.
Em relação à iniciativa privada, sabendo-se tratar de atividade que gera riscos, as empresas deverão 
adotar medidas para minimizá-los e evitá-los, através de um sistema de gestão ambiental ativo e eficaz, 
adotando uma postura sustentável.
1.5. Maiores desastres ambientais provocados pela atividade humana.
Vimos que a relação do ser humano com a natureza não é dos mais tranquilos e isso se pode 
comprovar pelos grandes desastres ambientais provocados pelo homem.
1.5.1. 1976: Seveso, Itália.
Em 10 de junho de 1976, na cidade de Seveso na Itália, um acidente provocado pela empresa 
Suíça ICMESA em que tanques de armazenagem se romperam, liberou TCDD (tetraclorodibenzeno) na 
atmosfera, atingindo o norte da Itália. Por conta desse acidente, estima-se que 3.000 animais morreram 
e outros 70.000 tiveram de ser sacrificados. Esse acidente levou a União Europeia a publicar a Diretiva 
de Seveso, com regulamentos industriais mais rígidos.
1.5.2. 1978: França.
Em 16 de março de 1978, na costa da Bretanha, na França, o navio petroleiro Amoco Cadiz, da empresa 
Amoco, sofreu um acidente e se partiu em três e afundou. O navio transportava 220.000 toneladas de 
óleo cru, sendo que vazaram para o mar. Vinte mil pássaros e milhões de moluscos, ouriços, mariscos 
foram encontrados mortos. Quatro meses após o acidente, o óleo ainda chegava à costa francesa.
1.5.3. 1984: Bhopal, Índia.
Em 03 de dezembro de 1984, entre duas e cinco mil pessoas morreram, e outras duzentas mil ficaram 
feridas, quando uma fábrica da Union Carbide localizada na cidade de Bhopal, na Índia, despejou 
aproximadamente 40 toneladas de gás letal – isocianato de metila – sobre a atmosfera da cidade. Outras 
200.000 pessoas ficaram cegas ou feridas.
1.5.4. 1986: Chernobyl, Ucrânia.
Em 26 de abril de 1986, um acidente ocorreu na Usina Nuclear instalada na cidade de Chernobyl, na 
Ucrânia, então integrante da União Soviética, quando o reator central teve problemas técnicos e liberou 
uma imensa nuvem radioativa, que contaminou pessoas, animais, e todo o ambiente. Esse acidente 
liberou radiação em níveis quatrocentas vezes maiores que a bomba atômica de Hiroshima.
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1.5.5. 1986: Basiléia, Suíça.
No dia 1º de novembro de 1986, um incêndio ocorreu na fábrica da empresa química Sandoz, na 
cidade da Basiléia, na Suíça. Em pouquíssimo tempo, os seis mil metros quadrados do depósito 956 
foram destruídos pelo fogo. Mais de mil toneladas de inseticidas, substâncias à base de ureia e mercúrio 
transformaram-se em nuvens tóxicas incandescentes. Tambores de produtos químicos explodiram no ar 
como se fossem granadas. A água usada para conter as chamas carregou produtos altamente tóxicos 
para o Rio Reno, contaminando-o. A fauna aquática daquele rio foi a mais afetada. Foram encontradas 
mais de cento e cinquenta mil enguias mortas entre a Basiléia e Kurlsruhe, na Alemanha.
1.5.6. 1986: Césio 137, Goiânia, Brasil.
Em setembro de 1987, na cidade de Goiânia, em Goiás, um aparelho usado em radiografias foi 
encontrado num hospital abandonado por catadores de lixo. Ele foi desmontado e as partes foram 
vendidas a outras pessoas. Dentro desse aparelho havia uma cápsula de cloreto de césio, que é obtido a 
partir do radioisótopo 137 (daí o nome césio 137). Quando o aparelho foi desmontado, o césio 137 foi 
exposto e contaminou várias pessoas que com ele tiveram contato. Várias pessoas morreram em virtude 
da contaminação. No total, foram 60 mortos e mais de 6 mil contaminados.
1.5.7. 1989: Exxon Valdez.
O Exxon Valdez era um navio petroleiro da empresa ExxonMobil, que, em 24 de março de 1984, depois 
de encalhar na Enseada do Príncipe Guilherme, na costa do Alasca, lançando aproximadamente 150.000 
metros cúbicos de petróleo no mar. Em consequência, centenas de milhares de animais morreram. De 
acordo com as estimativas, morreram 250.000 pássaros marinhos, 2.800 lontras marinhas, 250 águias e 
22 orcas, além da perda de bilhões de ovos de salmão.
1.5.8. 2002: Prestige.
No dia 13 de novembro de 2002, na costa da Espanha, o petroleiro Prestige sofreu avarias decorrentes 
de uma forte tempestade. No dia 19, numa operação para tentar rebocar o navio, ele partiu-se em dois e 
afundou, derramando mais de 77 milhões de litros de óleo no mar. O impacto ecológico e econômico do 
desastre atingiu a região da Galicia e o resto do norte de Espanha, o norte de Portugal e mesmo a costa 
da França. O total dos danos causados pelo naufrágio é estimado em 4.120 milhões de euros. Mais de 
2.600 quilómetros da costa espanhola foram afetados nos meses seguintes ao acidente. Estima-se que 
mais de 20.000 aves foram mortas.
1.5.9. 2010: BP, Golfo do México.
No ano de 2010, um vazamento de petróleo no Golfo do México foi provocado pela British Petroleum, 
uma das maiores empresas de extração de petróleo do mundo, derramou milhões de litros de petróleo 
no mar, durante quatro meses.
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DIREITO INTERNACIONAL DO MEIO AMBIENTE
2. A ONU E A QUESTÃO AMBIENTAL
Com a tomada de consciência, principalmente por parte dos países do primeiro mundo, ocorrida na 
segunda metade do século XX, e tendo em vista que a questão ambiental se afigurava como uma questão 
mundial, a Organização das Nações Unidas (ONU) resolver enfrentar o problema, atuando positivamente 
e promovendo importantes conferências sobre o meio ambiente.
2.1. A Conferência de Estocolmo de 1972.
No início da década de 1970, os problemas ambientais atingiram tal patamar que não podiam mais ficar 
relegados ao segundo plano. Por essa razão, a Organização das Nações Unidas (ONU), realizou a Primeira 
Conferência Mundial sobre o Homem e o Meio Ambiente, na cidade de Estocolmo, na Suécia, no ano de 1972.
Tal conferência teve a participação de 113 países, incluindo Brasil, e tornou-se a primeira grandemanifestação, em nível internacional, sobre meio ambiente, sendo o marco na proteção ambiental. Ela 
gerou um importante documento denominado de Declaração de Estocolmo sobre Ambiente Humano.
As principais discussões ocorreram em torno da contradição entre desenvolvimento e preservação 
ambiental. Dois blocos se formaram, com posições opostas: os países desenvolvidos formavam o primeiro 
bloco e propunham o desenvolvimento zero. Os países em desenvolvimento formavam o segundo bloco, 
e pregavam o direito ao desenvolvimento. O Brasil liderava o segundo bloco.
Dessas duas posições contraditórias – desenvolvimento zero e desenvolvimento a qualquer custo 
– surgiu uma proposta conciliatória, baseada no ecodesenvolvimento, conforme termo utilizado na 
época e que foi o embrião do que veio a ser conhecido como desenvolvimento sustentável. A ideia 
preponderante era conciliar o desenvolvimento com a proteção ambiental.
Por conta disso, vamos encontrar, na Declaração de Estocolmo de 1972, um equilíbrio entre o direito ao 
desenvolvimento e o dever da preservação ambiental, como se vê, especialmente, nos princípio 8, 9 e 11:
8. O desenvolvimento econômico e social é indispensável para assegurar ao homem um ambiente de 
vida e trabalho favorável e criar, na Terra, as condições necessárias à melhoria da qualidade de vida.
9. As deficiências do meio ambiente decorrentes das condições de subdesenvolvimento e de 
desastres naturais ocasionam graves problemas; a melhor maneira de atenuar suas consequências 
é promover o desenvolvimento acelerado, mediante a transferência maciça de recursos 
consideráveis de assistência financeira e tecno1ógica que complementem os esforços dos países 
em desenvolvimento e a ajuda oportuna, quando necessária.
11. As políticas ambientais de todos os países deveriam melhorar e não afetar adversamente o potencial 
desenvolvimentista atual e futuro dos países em desenvolvimento, nem obstar o atendimento de 
melhores condições de vida para todos; os Estados e as organizações internacionais deveriam adotar 
providências apropriadas, visando chegar a um acordo, para fazer frente às possíveis consequências 
econômicas nacionais e internacionais resultantes da aplicação de medidas ambientais.
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Unidade I
Por força da Conferência de Estocolmo, foi criada, na ONU, a Comissão Mundial sobre Meio Ambiente 
e Desenvolvimento, que veio exercer um importante papel nos anos 1980, ao firmar os fundamentos do 
desenvolvimento sustentável como hoje se conhece.
2.2. O Relatório Brundtland.
No começo da década de 1980, para comemorar 10 anos da Conferência de Estocolmo, a ONU 
retomou a questão ambiental, nomeando Gro Harlem Brundtland, então primeira-ministra da Noruega, 
para chefiar a Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento e elaborar estudos sobre a 
ligação entre desenvolvimento e meio ambiente. Os estudos dessa comissão foram condensados em 
um relatório, publicado em 1987, chamado “Nosso futuro comum” (Our Commom Future), mas ficou 
amplamente conhecido como Relatório Brundtland.
Foi nesse relatório que, pela primeira vez, utilizou-se o termo desenvolvimento sustentável, que 
ali foi definido como sendo o desenvolvimento que satisfaz as necessidades da geração presente sem 
comprometer a capacidade de as gerações futuras satisfazerem as suas próprias necessidades.
A expressão desenvolvimento sustentável tornou-se referência em questão de preservação ambiental, 
ganhando aceitação mundial por conta de seu caráter simples e genérico. O relatório apoia-se na ideia 
de que as dimensões ambientais, sociais e econômicas – pilares do desenvolvimento sustentável – devem 
ser consideradas de modo complementar e interdependente, servindo de fundamento para a interação 
das políticas ambientais e de desenvolvimento econômico.
A proposta final do relatório, no que se refere ao desenvolvimento sustentável, abrange a diminuição 
da pobreza, a proteção e preservação ambiental e a justiça social.
2.3. Conferência do Rio – ECO-92
Em 1992, vinte anos após a Conferência de Estocolmo, foi realizada a Conferência das 
Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, mais conhecida como ECO-92. 
Sediada na cidade do Rio de Janeiro, entre os dias 3 e 14 de junho, a ECO-92 reuniu Chefes de Estado de mais 
de cem países, além de representantes de outros mais de setenta. O objetivo dessa conferência era buscar 
modos de conciliar o desenvolvimento socioeconômico com a preservação e a proteção do meio ambiente.
A ECO-92 produziu importantes documentos, como a Carta da Terra, a Agenda 21, a Convenção da 
Biodiversidade e a Declaração do Rio sobre Ambiente e Desenvolvimento. Mas também foi importante, 
pois sedimentou de vez o conceito de desenvolvimento sustentável, como vemos nos princípios 1, 2, 3, 
4 e 27 da Declaração do Rio:
1. Os seres humanos constituem o centro das preocupações relacionadas com o desenvolvimento 
sustentável. Têm direito a uma vida saudável e produtiva, em harmonia com a natureza.
2. Os Estados, de acordo com a Carta das Nações Unidas e com os princípios do direito internacional, 
têm o direito soberano de explorar seus próprios recursos segundo suas próprias políticas de 
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meio ambiente e de desenvolvimento, e a responsabilidade de assegurar que atividades sob sua 
jurisdição ou seu controle não causem danos ao meio ambiente de outros Estados ou de áreas 
além dos limites da jurisdição nacional.
3. O direito ao desenvolvimento deve ser exercido de modo a permitir que sejam atendidas 
equitativamente as necessidades de desenvolvimento e de meio ambiente das gerações presentes 
e futuras.
4. A fim de alcançar o estágio do desenvolvimento sustentável, a proteção do meio ambiente deve 
constituir parte integrante do processo de desenvolvimento e não poderá ser considerada de 
forma isolada.
27. Os Estados e os povos deveriam cooperar, de boa fé e com espírito de solidariedade, na 
aplicação dos princípios consagrados nesta declaração e no posterior desenvolvimento do direito 
internacional na esfera do desenvolvimento sustentável.
A Declaração do Rio aponta ainda que o caminho para se alcançar o desenvolvimento sustentável 
passa necessariamente por uma mudança nos modos de vida, eliminando padrões não sustentáveis 
de produção e de consumo e promovendo políticas demográficas, como vemos no princípio 8.
8. Para alcançar o desenvolvimento sustentável e uma melhor qualidade de vida para todas as 
pessoas, os Estados devem reduzir e eliminar os sistemas de produção e consumo não-sustentados 
e fomentar políticas demográficas apropriadas.
2.4. Agenda 21.
A Conferência do Rio – ECO-92, que tinha como objetivo principal buscar forma de conciliar o 
desenvolvimento econômico com a proteção e preservação dos recursos ambientais, produziu um 
documento que ressalta a importância dos países signatários em se comprometer com a questão 
ambiental e a forma como devem desenvolver ações com todos os setores da sociedade para solução dos 
problemas socioambientais e foi assinado por 179 países. Nesse documento contempla-se um conjunto 
de ações denominado Agenda 21.
A Agenda 21 é um programa de ação, baseado num documento de 40 capítulos, que constitui a mais 
abrangente tentativa já realizada de promover, em escala mundial, um novo padrão de desenvolvimento. 
Trata-se de um instrumento de planejamento para a construção de sociedades sustentáveis, em 
diferentes bases geográficas, que concilia métodos de proteção ambiental, justiça social e eficiência 
econômica, enfrentandoos problemas atuais e visando preservar o futuro. O item 1.3., do preâmbulo da 
Conferência do Rio/92, dispõe:
1.3. A Agenda 21 está voltada para os problemas prementes de hoje e tem o objetivo, ainda, de preparar o 
mundo para os desafios do próximo século. Reflete um consenso mundial e um compromisso político 
no nível mais alto no que diz respeito a desenvolvimento e cooperação ambiental. O êxito de sua 
execução é responsabilidade, antes de mais nada, dos Governos. Para concretizá-la, são cruciais as 
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estratégias, os planos, as políticas e os processos nacionais. A cooperação internacional deverá apoiar 
e complementar tais esforços nacionais. Nesse contexto, o sistema das Nações Unidas tem um papel 
fundamental a desempenhar. Outras organizações internacionais, regionais e sub-regionais também 
são convidadas a contribuir para tal esforço. A mais ampla participação pública e o envolvimento ativo 
das organizações não governamentais e de outros grupos também devem ser estimulados.
 A questão ambiental é uma questão mundial. A degradação do meio ambiente afeta a todo o 
mundo. Desta forma, a preocupação com a preservação ambiental deve ser de todos. A ideia 
central da Agenda 21, então, é que todos os países se unam nessa luta; que se comprometam com 
a causa ambiental. Assim é o disposto no item 2.1., do Capítulo 2, da Conferência do Rio/92:
2.1. Para fazer frente aos desafios do meio ambiente e do desenvolvimento, os Estados decidiram 
estabelecer uma nova parceria mundial. Essa parceria compromete todos os Estados a estabelecer 
um diálogo permanente e construtivo, inspirado na necessidade de atingir uma economia em 
nível mundial mais eficiente e equitativa, sem perder de vista a interdependência crescente 
da comunidade das nações e o fato de que o desenvolvimento sustentável deve tornar-se um 
item prioritário na agenda da comunidade internacional. Reconhece-se que, para que essa nova 
parceria tenha êxito, é importante superar os confrontos e promover um clima de cooperação e 
solidariedade genuínos. É igualmente importante fortalecer as políticas nacionais e internacionais, 
bem como a cooperação multinacional, para acomodar-se às novas circunstâncias.
A Agenda 21 não é programa estático. Pelo contrário, ela se constitui de programas dinâmicos e 
setoriais, de acordo com a realidade de cada região. Assim, cada país irá desenvolve a sua própria 
Agenda 21, como vemos no item 1.6., do Preâmbulo da Conferência do Rio/92:
1.6. As áreas de programas que constituem a Agenda 21 são descritas em termos de bases para a 
ação, objetivos, atividades e meios de implementação. A Agenda 21 é um programa dinâmico. Ela 
será levada a cabo pelos diversos atores segundo as diferentes situações, capacidades e prioridades 
dos países e regiões e com plena observância de todos os princípios contidos na Declaração do Rio 
sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento. Com o correr do tempo e a alteração de necessidades e 
circunstâncias, é possível que a Agenda 21 venha a evoluir. Esse processo assinala o início de uma 
nova associação mundial em prol do desenvolvimento sustentável
No Brasil, a Agenda 21 foi coordenada pela Comissão de Políticas de Desenvolvimento Sustentável 
e Agenda 21 (CPDS), com base na Agenda 21 mundial e apresentada em 2002. A Agenda 21 brasileira é 
um instrumento de planejamento participativo para o desenvolvimento sustentável do país, resultado 
de uma vasta consulta à população brasileira.
2.5. Protocolo de Kyoto.
A Conferência do Rio (ECO-92) resultou num tratado conhecido como Convenção-Quadro das 
Nações Unidas sobre a Mudança do Clima. Esse tratado, que foi assinado por quase todos os países do 
mundo, tinha como objetivo estabilizar a concentração de gases de efeito estufa na atmosfera terrestre, 
evitando interferências antropogênicas perigosas no sistema climático.
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O efeito estufa resulta da concentração de gases na atmosfera que absorvem a radiação 
infravermelha que é emitida pela superfície terrestre. Por conta disso, o calor fica retido, não sendo 
liberado para o espaço.
Primeiramente identificado pela NASA, a agência espacial norte-americana, no início da década 
de 1980, nesse efeito estufa provocado por gases presentes na atmosfera, dois gases – o metano 
e o dióxido de carbono – exercem um papel muito importante: quanto maior a concentração 
desses gases, maior será o calor médio da Terra. O metano aumenta principalmente por conta das 
plantações de arroz e da criação de gado, que são cada vez mais densos. O aumento do CO2 – 
decorrente principalmente da queima de combustíveis fósseis – é mais preocupante, pois enquanto 
o metano é reabsorvido em anos, o CO2 é acumulado em séculos (SORMAN, 2008, p. 232). 
Dentro da normalidade, o efeito estufa é vital para a manutenção da vida na Terra, pois mantém o 
planeta aquecido. Sem o efeito estufa, a temperatura média da Terra seria de -18ºC (dezoito graus 
negativos) em vez dos 15ºC atuais.
Os gases do efeito estufa são, principalmente, o dióxido de carbono (CO2), o metano (CH4) e o óxido 
nitroso (N2O).
O efeito estufa, em si, não é um problema. Pelo contrário, é importante para a preservação da vida. O 
problema ocorre quando esse efeito estufa sai do controle, promovendo uma elevação no aquecimento 
da Terra. Isso geralmente acontece quando há um aumento da concentração desses gases na atmosfera, 
que propiciam uma maior absorção da radiação infravermelha, acarretando um aumento da temperatura 
do planeta, que ficou conhecido como aquecimento global.
Quais seriam, então, as causas do aumento da concentração desses gases na atmosfera?
O desenvolvimento econômico tem um custo alto ligado às questões ambientais. Esse desenvolvimento, 
intensificado a partir da revolução industrial, vai ter interferência direta nesse aumento, em razão da 
emissão desses gases na atmosfera que a atividade industrial promove.
O consumo desenfreado que o mundo vive nas últimas décadas também contribuem, assim como o 
uso de combustíveis fósseis, derivados do petróleo como a gasolina e o gás natural.
A Revolução Industrial fomentou o uso do carvão mineral – que era usado para alimentar as máquinas 
a vapor. A indústria automobilística massificou a produção de automóveis movidos a combustíveis 
derivados de petróleo. As queimas de carvão ou de outros combustíveis fósseis aumentam a emissão de 
CO2 na atmosfera.
Mas é claro que não é só isso: o desmatamento nas florestas, as queimadas e a criação de gado 
também contribuem em grande parte com a emissão desses gases.
A Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre as mudanças do Clima não estabeleceu os níveis de 
redução para a emissão dos gases do efeito estufa, preferindo deixar isso para os aditamentos, também 
chamados, no direito internacional, de protocolos.
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O mais famoso desses protocolos a respeito do clima foi o de Kyoto, quer recebeu esse nome por ter 
sido assinado na cidade japonesa de mesmo nome, em 1997. Trata-se de um tratado internacional que 
determina metas de redução de emissões de gases do efeito estufa (GEE) e estimula o desenvolvimento 
de tecnologias sustentáveis.
O protocolo de Kyoto divide as nações do mundo em três grupos: países desenvolvidos, países em 
desenvolvimento e países não desenvolvidos.
Os países desenvolvidos (constantes do anexo I do protocolo) comprometem-se a reduziras emissões 
de gases do efeito estufa em 5,2%, em média, em relação às suas emissões de 1990. Os países em 
desenvolvimentos (incluindo o Brasil) não têm essa obrigação, mas devem ajudar na redução da emissão 
dos gases.
Para que as metas de redução sejam alcançadas, o protocolo de Kyoto prevê três “mecanismos de 
flexibilidade” que possibilitam aos países signatários cumprir com as exigências de redução de emissões, 
fora de seus próprios territórios.
Dois desses mecanismos correspondem somente a países do Anexo I: a Implementação Conjunta 
(Joint Implemention) e o Comércio de Emissões (Emission Trading); o terceiro, o Mecanismo de 
Desenvolvimento Limpo-MDL (Clean Development Mechanism), permite atividades entre o Norte e o 
Sul, com o objetivo de apoiar o desenvolvimento sustentável.
Um dos mecanismos criados pelo Protocolo de Kyoto, para incentivar a redução da emissão de gases 
do efeito estufa é a Redução Certificada de Emissão, também chamada de Créditos de Carbono. Trata-se 
de um certificado emitido por uma pessoa física ou jurídica que reduziu a sua emissão de gases de efeito 
estufa abaixo da sua cota. Um Crédito de Carbono equivale a uma tonelada de Dióxido de Carbono.
Assim, esses Créditos de Carbono podem ser negociados no mercado mundial. Empresas ou países 
que não conseguirem alcançar a sua meta de redução poderão comprar os créditos da empresas que 
conseguem reduzir suas emissões abaixo de suas cotas.
Os Créditos de Carbono podem constituir um poderoso instrumento financeiro para incentivar as 
pessoas a reduzirem sua emissão e ainda lucrarem com isso. A sua inclusão no protocolo de Kyoto 
decorreu de uma proposta dos Estados Unidos da América, como explica Sandel (2012a, p. 73).
Na conferência sobre o aquecimento global realizada em Kyoto em 1997, os Estados Unidos 
insistiram em que para o estabelecimento de padrões mundiais de emissões poluentes teria de ser 
levado em consideração um esquema de permutas que permitisse comprar e vender o direito de 
poluir. Assim, por exemplo, os Estados Unidos poderiam cumprir suas obrigações no contexto do 
Protocolo de Kyoto ao reduzir suas próprias emissões de gases do efeito estufa ou então pagar para 
reduzir emissões em outros países.
Todavia, críticas não faltam a esse mecanismo de compra e venda de Créditos de Carbono. As 
principais argumentam que isso constitui uma licença para poluir, mediante pagamento. Os mais ricos 
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poderão pagar pelo direito de poluir mais. Criar um mercado global do direito de poluir vai dificultar 
a cultura da contenção e do sacrifício compartilhado que é a base central de toda a ideia de proteção 
ambiental e desenvolvimento sustentável, desde a Conferência de Estocolmo. Muitos críticos comparam 
os Créditos de Carbono com as indulgências (os pagamentos em dinheiro) que os pecadores faziam à 
Igreja, na era medieval, para compensar suas transgressões (cf. SANDEL, 2012a, p. 78). Seja como for, os 
Créditos de Carbono, hoje, são uma realidade.
O Protocolo de Kyoto, para ter validade, precisava da ratificação de 55 países que, juntos, emitem 
55% das emissões de gases do efeito estufa. Somente com a adesão da Rússia, em 2004, atingiu-se o 
número necessário de ratificações, passando a vigorar em 15 de março de 2005.
Todavia, os Estados Unidos da América recusaram-se a ratificá-lo na época. O Presidente norte-
americano George W. Bush, para justificar a sua decisão, alegou que os compromissos estabelecidos no 
protocolo comprometeriam de maneira negativa a economia do seu País. Isso demonstra que não é fácil 
estabelecer uma questão mundial sobre o meio ambiente. Se por um lado todos sabem da importância 
de se preservar os recursos ambientais, por outro a questão econômica fala mais alto. Isso é um problema 
que envolve as necessidades e valores conflitantes entre países desenvolvidos e em desenvolvimento.
Isso foi um duro golpe, que colocou em xeque a própria validade do protocolo, eis que os EUA são o 
país que mais emite gases poluentes na atmosfera.
Mas em 2009, o presidente Barack Obama encaminhou o protocolo de Kyoto ao senado norte-
americano para ser ratificado.
2.6. Conferência de Johannesburgo 2002
Também conhecida como Fórum Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio + 10), a 
Conferência de Johanesburgo não teve o mesmo impacto das conferências anteriores, apresentando 
resultados decepcionantes quando a elas comparada.
Realizada na cidade sul-africana de Johannesburgo, entre os dias 26 de agosto e 4 de setembro de 
2002, tinha como objetivo discutir soluções já propostas na Agenda 21 primordial da Conferência do 
Rio – ECO-92, para que pudesse ser aplicada de forma coerente não só pelo governo, mas também pelos 
cidadãos, realizando uma agenda 21 local, e implementando o que fora lá discutido.
Infelizmente, como apontam Accioly et al (209, p. 651), a Conferência não só não apresentou 
avanços significativos, como ainda apresentou um retrocesso, na medida em que “o estabelecimento 
de metas concretas para a implantação de vários pontos da Agenda 21 foi obstado por diversos 
países desenvolvidos”.
O principal documento produzido por essa conferência foi a Declaração de Johannesburgo sobre 
Desenvolvimento Sustentável, que reafirma os compromissos firmados pelos países que participaram da 
ECO-92, especialmente com o desenvolvimento sustentável, como se vê do item 1:
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1. Nós, representantes dos povos do mundo, reunidos durante a Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento 
Sustentável em Johanesburgo, África do Sul, entre 2 e 4 de setembro de 2002, reafirmamos nosso 
compromisso com o desenvolvimento sustentável.
As metas para combater as ameaças ao desenvolvimento sustentável foram lançadas no item 19:
19. Reafirmamos nossa promessa de aplicar foco especial e dar atenção prioritária à luta contra as 
condições mundiais que apresentam severas ameaças ao desenvolvimento sustentável de nosso povo. 
Entre essas condições estão: fome crônica; desnutrição; ocupações estrangeiras; conflitos armados; 
problemas com drogas ilícitas; crime organizado; corrupção; desastres naturais; tráfico de armamentos; 
tráfico humano; terrorismo; intolerância e incitamento ao ódio racial, étnico e religioso, entre outros; 
xenofobia; e doenças endêmicas, transmissíveis e crônicas, em particular HIV/AIDS, malária e tuberculose.
2.7. Plataforma Durban
Já com 194 países signatários da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre as Mudanças do 
Clima, realizou-se a Conferência do Clima da África do Sul, na cidade de Durban, entre os dias 28/11 e 
11/12 de 2011, para estabelecer um novo acordo sobre a emissão dos gases de efeito estufa. Depois de 
uma longa negociação, chegou-se a um acordo que possibilitou a continuidade do processo climático 
da ONU, que foi chamado de Plataforma Durban.
Essa Plataforma de Durban vale como o início de uma política climática global com vista a reduzir as emissões 
de gases do efeito estufa nas próximas décadas de tal forma que o aumento da temperatura global fique abaixo 
de dois graus Celsius. Esse acordo prevê um roteiro para um tratado sobre o clima global juridicamente vinculativo 
até 2017 ou 2020, o qual deverá obrigar não apenas os países industrializados, mas também os emergentes e 
as nações em desenvolvimento a reduzirem suas emissões. Em troca, a União Europeia concordou com uma 
prorrogação do Protocolo de Kyoto, o único acordo climático vinculativo até hoje.
O mais importante, todavia, é que os Estados Unidos da América e a China deram o seu aval para a 
criaçãode um acordo climático mundial.
2.8. RIO + 20
Em 2012, vinte anos após a ECO-92, aconteceu, também na cidade do Rio de Janeiro, a Conferência 
das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, conhecida como RIO + 20.
Realizada entre os dias 13 e 22 de junho de 2012, teve como objetivo era discutir a renovação do 
compromisso político das nações com o desenvolvimento sustentável.
2.9. DOHA 2012.
Em novembro de 2012, os 194 países signatários da Convenção-Quadro da ONU sobre mudanças 
climáticas reuniram-se na cidade de Doha, no Catar, para discutir, principalmente, a extensão do 
Protocolo de Kyoto, cuja validade terminaria em 2012.
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Nessa conferência, ficou acordada a validade do protocolo de Kyoto até o ano de 2020. Todavia, 
Rússia, Japão, Canadá e Nova Zelândia denunciaram o protocolo e não participam mais do programa 
global de redução de poluentes da ONU. Com isso, muito pouco foi avançado. Como os Estados Unidos 
da América também estão fora, os países que participam do Protocolo de Kyoto respondem por pouco 
mais de 15% da emissão total de poluentes no mundo.
3. PRINCÍPIOS DO DIRIETO AMBIENTAL
O direito ambiental, como ciência autônoma, possui princípios próprios, que têm função informadora, 
e servem de mecanismo de interpretação da norma jurídica. Vamos ver os principais.
3.1. Desenvolvimento sustentável
O desenvolvimento sustentável talvez seja o princípio mais importante do direito ambiental, eis que 
busca conciliar a proteção do meio ambiente com o desenvolvimento socioeconômico, propiciando uma 
melhor qualidade da vida humana.
O desenvolvimento econômico se perfaz com a utilização de bens ambientais, como matéria prima 
na produção industrial (insumo), ou como destinatário dos dejetos dessa produção (poluição).
Como conciliar, então, o desenvolvimento com a proteção ambiental?
Para obter essa resposta, temos que ter em conta, primeiramente, que a proteção ao meio ambiente 
não implica em parar simplesmente o desenvolvimento econômico.
O objetivo central desse princípio, como ficou definido na ECO/92, é atender às necessidades do 
presente sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras atenderem a suas próprias necessidades.
O meio ambiente não é intocável. Pelo contrário, o desenvolvimento econômico de uma nação se faz 
com a utilização de seus recursos naturais. 
O direito ambiental não pretende proibir a utilização dos bens ambientais. O que se pretende, sim, 
é que as mesmas pessoas que usam esses bens, criem mecanismos de preservação e recuperação do 
meio ambiente. O conceito de desenvolvimento sustentável assume um caráter conciliador: pode haver 
desenvolvimento econômico, mas dentro dos limites e do respeito ao meio ambiente.
O desenvolvimento econômico implica na utilização de bens ambientais, que são utilizados como matéria 
prima. Permite-se a utilização desses bens no desenvolvimento da economia, mas desde que haja a contrapartida 
por parte dos empreendedores que é a preservação do meio ambiente para as presentes e futuras gerações.
Destarte, como princípio do direito ambiental, o desenvolvimento sustentável preconiza o necessário 
desenvolvimento econômico e social, mas com a preservação do meio ambiente e a prevenção aos 
danos ambientais. A importância desse princípio se revela, eis que em uma sociedade sem regras nem 
limites para a livre iniciativa, o prejuízo ambiental é uma certeza.
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3.2. Princípio do poluidor-pagador.
Quem polui, ou que causa um dano ambiental, deve ser responsabilizado por seu ato, reparando o dano 
causado. Quem polui deve pagar pelo dano causado. É isso que preconiza o princípio do poluidor-pagador.
O princípio do poluidor-pagador aparece na Declaração do Rio/92, nos princípios 13 e 16:
13. Os Estados devem desenvolver legislação nacional relativa à responsabilidade e indenização 
das vítimas de poluição e outros danos ambientais. Os Estados devem ainda cooperar de forma 
expedita e determinada para o desenvolvimento de normas de direito internacional ambiental 
relativas à responsabilidade e indenização por efeitos adversos de danos ambientais causados, em 
área fora de sua jurisdição, por atividades dentro de sua jurisdição ou sob seu controle.
16. Tendo em vista que o poluidor deve, em princípio, arcar com o custo decorrente da poluição, 
as autoridades nacionais devem procurar promover a internalização dos custos ambientais e o 
uso de instrumentos econômicos, levando na devida conta o interesse público, sem distorcer o 
comércio e os investimentos internacionais.
3.3. Princípio da prevenção
O princípio da prevenção revela a preocupação com a segurança do meio ambiente, sua manutenção 
e preservação para que as próximas gerações possam dele também usufruir.
O objetivo principal é evitar que o dano ambiental venha a ocorrer, pois o dano ambiental dificilmente 
é reparável. Assim, é preferível evitá-lo do que repará-lo após a sua ocorrência.
A prevenção busca minimizar os riscos aos quais o meio ambiente está exposto, principalmente 
pelas atividades econômicas. Mas é preciso ver que o princípio da prevenção não quer impedir essas 
atividades econômicas. Muito pelo contrário. O princípio da prevenção objetiva exatamente possibilitar 
o desenvolvimento humano, controlando os riscos ambientais. E é nesse ponto que ele interage com o 
desenvolvimento sustentável.
Na Declaração do Rio de Janeiro sobre Meio Ambiente (ECO-92), encontramos a prevenção no 
princípio n° 15:
15. Para proteger o meio ambiente medidas de precaução devem ser largamente aplicadas pelos 
Estados segundo suas capacidades. Em caso de risco de danos graves ou irreversíveis, a ausência 
de certeza científica absoluta não deve servir de pretexto para procrastinar a adoção de medidas 
efetivas visando a prevenir a degradação do meio ambiente.
3.4. Princípio da participação.
O meio ambiente é um direito de todos, mas a sua preservação é um dever de todos. Os problemas 
ambientais do planeta não atingem apenas determinadas pessoas, mas sim todo o planeta e, 
consequentemente, todas as pessoas. Não dá mais para achar que o problema não é nosso.
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DIREITO INTERNACIONAL DO MEIO AMBIENTE
Se assim for, a questão ambiental deve ser uma preocupação coletiva. A preservação e defesa do 
meio ambiente devem ser feita por todos os setores da sociedade, e não apenas pelo Poder Público.
A participação aparece no princípio 10 da Declaração do Rio de Janeiro (ECO-92):
10. A melhor maneira de tratar questões ambientais é assegurar a participação, no nível apropriado, 
de todos os cidadãos interessados. No nível nacional, cada indivíduo deve ter acesso adequado 
a informações relativas ao meio ambiente de que disponham as autoridades públicas, inclusive 
informações sobre materiais e atividades perigosas em suas comunidades, bem como a 
oportunidade de participar em processos de tomadas de decisões. Os Estados devem facilitar 
e estimular a conscientização e a participação pública, valorando a informação à disposição de 
todos. Deve ser propiciado acesso efetivo a mecanismos judiciais e administrativos, inclusive no 
que diz respeito à compensação e reparação dos danos.
4. CARACTERÍSTICAS ESPECÍFICAS DO DIREITO INTERNACIONAL AMBIENTAL
4.1. O Direito Internacional
Direto Internacional é o conjunto de regras e princípios que regem os direitos e deveres mútuos dosEstados e de Organismos Internacionais, no plano internacional.
Duas teorias surgiram para justificar o Direito Internacional:
- Teoria voluntarista: o direito internacional se fundamenta na vontade dos Estados.
- Teoria objetivista: existe uma norma que está acima dos Estados.
Todavia, atualmente nenhuma das duas teorias é aceita isoladamente, haja vista não serem 
suficientes para fundamentar o Direito Internacional. O caráter obrigatório de uma norma, na solução 
de um conflito, decorre de consenso entre as partes. 
O Direito Internacional é um conjunto de normas, mas com algumas peculiaridades que o difere do 
direito interno:
- consensualismo: as suas regras caracterizam-se pela autonomia da vontade de seus sujeitos. Estes 
aderem aos tratados por livre e espontânea vontade.
- ausência de formalismo: as suas regras prescindem de forma específica para sua validade. Os 
tratados devem ser celebrados por escrito, mas fora isso, não há procedimentos próprios a 
serem observados.
- ausência de hierarquia: os tratados estão todos no mesmo plano, não havendo um que se 
sobreponha a outro. Excepciona essa regra o jus cogen, que estabelece uma regra obrigatória, que 
prevalece sobre as demais.
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Unidade I
Além disso, devemos observar que:
- não há subordinação dos sujeitos a um Estado: não existe um poder soberano que esteja acima 
dos Estados;
- não há uma norma constitucional que esteja acima das demais: inexiste no plano internacional 
uma norma fundamental que se equipare a uma Constituição.
O Direito Internacional assenta-se em princípios próprios. São eles:
- Igualdade soberana: por esse princípio, todos os Estados são iguais e estão no mesmo plano, 
perante o direito internacional.
- Pacta sunt servanda: é o princípio que confere força obrigatória aos tratados. Nenhum Estado é 
obrigado a assinar um tratado. Mas, se assinar, deverá cumprir o que se obrigou.
- Boa-fé: Trata-se do princípio da boa-fé subjetiva. Os Estados devem estar imbuídos de boa-fé ao 
assinar os tratados, e devem guardar boa vontade para cumpri-los.
- Lex posteriori derogati legi priori: princípio pelo qual a lei posterior derroga a lei anterior. Um 
tratado novo revoga o tratado anterior que cuidava da mesma matéria. Um tratado também pode 
revogar um costume.
As fontes do Direito Internacional dividem-se em primárias e secundárias.
FONTES PRIMÁRIAS:
- Tratado: é o acordo formal celebrado entre sujeitos do Direito Internacional para o fim de produzir 
efeitos jurídicos entre as partes. Tratado é o nome genérico consagrado pela literatura jurídica. 
Outros nomes utilizados com o mesmo sentido são: convenção, pacto, carta, estatuto, etc. 
Tecnicamente falando não há diferenças substanciais entre os nomes adotados para os diversos 
acordos. Atualmente os tratados são as principais fontes do Direito Internacional.
- Costume: é o comportamento adotado de forma generalizada e unânime com a convicção de 
sua obrigatoriedade, ou seja, são práticas reiteradas e aceitas por tudo mundo como se fosse lei. 
Trata-se de um conjunto de normas não escritas que se perenizam no tempo, e que são adotadas 
pelos Estados nas suas relações.
FONTES SECUNDÁRIAS:
- Princípios gerais do direito: São os princípios reconhecidos pelo direito interno e incorporados pelo 
direito internacional.
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DIREITO INTERNACIONAL DO MEIO AMBIENTE
- Jurisprudência: é forma de interpretação pública da lei. É o conjunto de decisões, reiteradas, sobre 
um mesmo assunto, proferidas por um determinado tribunal. No caso, será fonte do direito 
internacional, a jurisprudência internacional, especialmente as proferidas pela Corte Internacional.
- Doutrina: é forma de interpretação não-pública da lei. É o ensinamento dos doutos. No caso, será 
fonte do direito internacional, a doutrina dos juristas mais qualificados de cada nação.
4.2. O Direito Internacional do Ambiente
Além das características inerentes ao Direito Internacional, o Direito Internacional do Ambiente tem 
algumas características que lhe são próprias:
- Direito natural – o direito ao meio ambiente é anterior à lei. Esta não cria o direito, apenas o 
reconhece e o tutela;
- Direito humano – o direito ao meio ambiente insere na relação dos direitos humanos, na medida 
em que se sobrepõe ao poder dos Estados;
- Direito universal – tem como fundamente a própria dignidade da pessoa humana e sua existência;
- Inalienável e imprescritível – como são todos os direitos humanos, não se pode renunciar a esse 
direito, nem transacionar sobre ele.

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