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FACULDADE ESTÁCIO DE CURITIBA CURSO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO BRUNO TIZZO MARTIL OTIMIZAÇÃO DO PROCESSO PRODUTIVO DE PINTURA A PÓ Curitiba 2020 BRUNO TIZZO MARTIL OTIMIZAÇÃO DO PROCESSO PRODUTIVO DE PINTURA A PÓ Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel no curso de Engenharia de Produção da Faculdade Estácio de Curitiba. Orientadora: Profª. Ma. Claudia Lorena Juliato Araujo Curitiba 2020 DEDICATÓRIA Primeiramente dedico este trabalho a Deus, que foi minha maior força em todos os momentos de dificuldade, não só na fase acadêmica que venho a concluir, mas em cada vitória alcançada durante minha vida. Dedico todo meu esforço, logo em seguida aos meus pais, José Reinaldo Martil e Claudia Cristina Tizzo Martil, pois sem o auxílio contínuo deles, nada disso seria possível alcançar. AGRADECIMENTOS Gostaria de externar meu agradecimento a instituição de ensino Estácio, por possibilitar a minha formação como Bacharel em Engenharia de produção, por meio de acesso a uma estrutura de qualidade, aliada ao cumprimento da honrosa missão exercida pelos professores, profissionais dedicados a ensinar com zelo e profissionalismo exemplar, a quem também agradeço imensamente. Estendo os agradecimentos aos colegas, que de alguma forma contribuíram com meu avanço, muitas vezes com incentivo e apoio moral, que são de grande importância. “A persistência é o caminho do êxito. ” Charles Chaplin RESUMO O estudo científico a seguir apresentado, tem por objetivo a otimização do processo produtivo de pintura a pó da empresa estudada. Tendo como principais objetivos a substituição de todo processo atual de pintura (processo não contínuo) por um processo continuo sem interrupções. Buscasse com a apresentação do estudo em questão, um aprimoramento e economia de custos e tempo de execução durante o processo de produção, bem como, melhoria na qualidade dos produtos pintados pós tratamento químico e reduzir a mão de obra direta do setor, podendo realocá-las nos demais setores. Palavras-chaves: Pintura a pó, ganho de produtividade, melhoria de qualidade, redução de custo. ABSTRACT The following scientific study aims to optimize the powder coating production process of the company under study. Having as main objectives the replacement of all current painting process (non-continuous process) by a continuous process without interruptions. With the presentation of the study in question, seek to improve and save costs and lead time during the production process, as well as to improve the quality of painted products after chemical treatment and to reduce the direct labor of the sector, being able to relocate them. other sectors. Keywords: Powder coating, productivity gain, quality improvement, cost reduction. LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Processo de limpeza das peças...............................................................15 Figura 2 - Processo de acomodação das peças para banho químico.......................16 Figura 3 - Processo de banho químico das peças....................................................17 Figura 4 - Processo de enganchamento das peças para pintura.............................18 Figura 5 - Layout atual.............................................................................................19 Figura 6 -Processo de banho em spray com produto desengraxante......................21 Figura 7 - Processo de estufa (secagem pós banho em spray)................................22 Figura 8 - Layout novo (mezanino inferior)...............................................................25 Figura 9 - Layout novo (mezanino superior).............................................................27 Figura 10 - ETE (Estação de Tratamento de Efluentes)..........................................28 Figura 11 - Layout novo 3D......................................................................................29 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1 - Gráfico comparativo de Custos ............................................................33 LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Diagrama de Ishikawa realizado..............................................................20 Tabela 2 - Planilha para Controle de tempos do PCP..............................................30 Tabela 3 - Planilha comparativa de Custos..............................................................31 LISTA DE SIGLAS M/Min MetrosporMinuto (unidade de velocidade) PCP Planejamento e Contrôle da Produção MP Matéria Prima MASP Método de Análise e Solução de Problemas FIFO First In First Out (Primeiro que entra é o primeiro que sai) ETE Estação de Tratamento de Efluentes R$/m² Reais por metro quadrado MO Mão de Obra SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................................7 1.1 JUSTIFICATIVA ..............................................................................................................................9 1.2 OBJETIVO GERAL ...................................................................................................................... 10 1.2.1 Objetivos Específicos..................................................................................................... 10 2. METODOLOGIA ............................................................................................................................ 11 2.1 MÉTODO CIENTÍFICO ................................................................................................................ 11 2.2 REFERENCIAL TEÓRICO .......................................................................................................... 11 2.3 PROCEDIMENTO DE PESQUISA .............................................................................................. 13 3. DESENVOLVIMENTO .................................................................................................................. 14 3.1 LINHA DE PINTURA À PÓ ATUAL ........................................................................................ 14 3.1.1 Processo de limpeza das peças ................................................................................ 14 3.1.2 Processo de banho químico das peças .................................................................... 15 3.1.3 Processo de pintura à pó das peças ......................................................................... 17 3.2 PONTOS DE MELHORIAS ENCONTRADAS ........................................................................ 19 3.2.1 Estudo realizado ........................................................................................................ 19 3.2.2 Processo de limpeza das peças ................................................................................ 20 3.2.3 Processo de banho químico das peças .................................................................... 20 3.2.4 Processo de pintura à pó das peças ......................................................................... 21 3.3 PROPOSTA DE PROCESSO................................................................................................. 22 3.3.1 Processo de limpeza das peças ................................................................................22 3.3.2 Processo de banho químico das peças .................................................................... 23 3.3.3 Processo de pintura à pó das peças ......................................................................... 24 3.4 LINHA DE PINTURA À PÓ PROPOSTA (IMPLANTADA) ..................................................... 24 3.4.1 Processo de limpeza das peças ................................................................................ 24 3.4.2 Processo de banho químico das peças .................................................................... 26 3.4.3 Processo de pintura à pó das peças ......................................................................... 29 3.5 CUSTOS PRODUTIVOS ........................................................................................................ 31 3.5.1 Comparativo dos custos produtivos .......................................................................... 31 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................................................... 35 5. REFERÊNCIAS ............................................................................................................................. 36 7 1. INTRODUÇÃO Segundo (Pinto,2010)1 em seu livro A organização do trabalho no século XX: taylorismo, fordismo e toyotismo e para melhor entendimento do processo produtivo continuo devemos entender que nos primórdios das linhas de produção todo e qualquer processo produtivo era realizado artesanalmente, o que não tinha uma rentabilidade boa, já não atendia a demanda da época em meados da década de 70. Tal situação gerou a necessidade das padronizações das atividades de trabalho, criação dos postos de trabalho, qualificação da mão de obra, padronização de processos e produtos (facilitando manufatura). Por isso, diversas alterações consideráveis nas linhas de produção foram realizadas e vem sido, por exemplo, a linha de montagem, criada por Henry Ford (seguidor de Taylor). Tudo durante Segunda Guerra Mundial, gerando facilidades com relação as quantidades de produtos produzidos. No período pós-guerra e com um cenário econômico melhor, o sistema de produção continua ganhou forças, após o desenvolvimento do Fordismo nos Estados Unidos, durante o século XX, o Japão se encontrava em um cenário negativo, devido as técnicas de produção do momento (Fordismo) exigia além de grandes investimentos uma grande quantidade de mão de obra. O Japão não possui muitas MP além de apresentar um pequeno mercado de consumidores, o que inviabilizava o princípio fordista da produção em massa. Nestas condições, surgiu nas fábricas da montadora de automóvel Toyota o processo conhecido comotoyotismo, que apresentava como elemento principal, a flexibilidade na produção e a qualidade de produção. Diferente do modelo de Ford, que produzia gerando estoques o toyotismo só produzia o necessário, reduzindo ao máximo os estoques (reduzindo o “dinheiro parado”). Durante a década de 90, quando se buscou por produtos mais tecnológicos e de qualidade a preços competitivos, gerando técnicas japonesas que com base em manter um processo contínuo dos produtos. Como exemplo, destaca-se o Kanban e o Just-in-time. Just-in-time: com produtos produzido, transportado ou comprado na hora certa, conforme balanceamento de linha dos postos de trabalho. 1 PINTO, Geraldo Augusto. A organização do trabalho no século 20: taylorismo, fordismo e toyotismo. 2.ed. São Paulo: Expressão Popular, 2010. 88p. 8 Kanban: sendo uma ferramenta para o Just-in-time que sinaliza com luzes, etc. sendo o controle do processo produtivo. Dentre outros vários processos e dispositivos com intuito de evitar desperdícios e erros (PokaYoke), eliminando o desperdício, agilizando a produtividade, redução dos estoques, etc. Neste trabalho irei apresentar a situação de um processo de pintura a pó a qual temos um problema de fluxo no processo, tendo um processo instável, sem fluxo e com gargalos de produção. Primeiramente no desenvolvimento será mapeando a atual situação, mostrando o processo num todo e apresentando os gargalos. Numa segunda instância será apresentando uma proposta de projeto, no qual se tem por objetivo a melhoria da produtividade (formando um processo em linha continua gerando fluxo ao mesmo, minimizando ao máximo todo e qualquer gargalo previsto). Isso será um facilitador para a programação da produção junto ao PCP, junto com uma redução nos custos considerável (conforme estudo), sustentabilidade (redução de poluentes), redução de falhas (tanto no tratamento químico como no processo de pintura em si) e otimização do espaço físico disponível (aproveitando da melhor forma possível). 9 1.1 JUSTIFICATIVA A iniciativa principal foi o fato do nosso aumento de demanda e o banho/pintura ser gargalo na linha. O novo sistema de nano pintura é mais econômico, com menos consumíveis e agride menos o ambiente, com sistema bem simples e prático de tratamento de efluentes. A linha de pintura atual conta com uma velocidade máxima de 1,5m/min, já no modelo proposto temos uma velocidade máxima de 2,5m/min, assim garantindo um ganho estimado de 66,6% da produção (isso apenas na pintura das peças, tendo um ganho real maior que o estimado anteriormente). Deverá ser feito um novo balanceamento de produção e programação da estamparia e solda (pré-processos), pois a pintura nova trabalha de forma contínua. Deverá ser feito uma programação de PCP para pintura para facilitar a montagem dos itens que serão montados posteriormente. Deverão ser feitos estudos para montagem de produtos acabados em linha; Layout da produção (pré e pós-pintura) deverá ser redimensionado para que atenda o novo sistema de montagem dos gabinetes e distribuidores pintados. Estoque deverão ser eliminados e a produção deverá ser Just-in-time. 10 1.2 OBJETIVO GERAL Tal estudo deu-se com o intuito de verificar o processo de banho químico e pintura a pó (eletrostática), visando primeiramente analisar com fim de reduzir perdas e aumentar o ganho de produção, na sequência a redução dos custos de manutenção corretiva e preventiva e a sustentabilidade com a diminuição na emissão de efluentes. Além disso, o estudo se desenvolve pelo motivo da vida útil estipulada da atual linha ter ultrapassado seu prazo. Assim, se tem a substituição do banho químico de imersão por banho químico em jato/spray e o acréscimo de propriedades químicas afim de aumentar a vida útil das peças, reduzindo o tempo de limpeza e organização das mesmas no pré-banho em cestos. Linha continua da entrada até a saída das peças tratando-as e pintando- as em sequência, sem perda alguma de produção. 1.2.1 Objetivos Específicos Estudar os processos de produção praticados pela empresa a fim de propor uma nova prática com objetivo de ganho de produtividade Verificar e relacionar a possível redução das falhas, redução dos custos, redução de poluentes. Analisar a possibilidade de ações com finalidade de práticas mais sustentáveis e que diminuam as práticas danosas ao meio ambiente. Expor o projeto envolvendo a otimização do uso da mão de obra direta e a otimização do espaço físico. 11 2. METODOLOGIA 2.1 MÉTODO CIENTÍFICO A metodologia escolhida para realização do estudo foi a exploratório-descritiva, apoiada também na análise do estudo de caso de uma empresa, com suas inferências e metodologias utilizadas na linha de produção específica. A escolha do estudo de caso com apoio para a pesquisa, tem o objetivo de produzir conhecimentos práticos que geram soluções a problemas reais do dia a dia, ou seja, é um estudo de natureza aplicada segundo Neves (pg. 699,2012)2. 2.2 REFERENCIAL TEÓRICO Devido ao fluxo das peças atualmente serem feitas sem um padrãocorreto, o estudo de caso foi realizado afim de colocar o mesmo em fluxo continuo (em linha). Historicamente, observa-se que a produção tem acompanhado o desenvolvimento de diversos sistemas inovadores de produção e encontrado um valioso número de conceitos na administração da produção. No mesmo sentido sobre a inovação tecnológica, observa-se, de acordo com Antunes, que tudo se inicia baseado na engenharia da produção norte americana, conforme é possível observar: A administração da produção, dentro da engenharia de produção norte- americana, no século XX, colocou atenção e destaque na melhoria drástica das operações e processos, ou seja, na efetividade do trabalho das pessoas e na melhoria das máquinas (ANTUNES et al., 2008)3. A base teórica escolhida para fundamentar o estudo de caso foi pautada pelo “5s” e “Jus-in-time”, sendo abaixo possível verificar suas diferenças: 5S -Tendo em vista a motivação e conscientização de toda a linha produtiva para a qualidade do produto, através da organização e da disciplina. 2 NEVES, M. F.; CONEJERO, M. A. Uma contribuição empírica para geração de métodos de planejamento e gestão. Revista de Administração, v. 47, n. 4, p. 699, 2012. 3 ANTUNES, J. et al. Sistemas de Produção: Conceitos e Práticas para Projeto e Gestão da Produção Enxuta. Porto Alegre: Bookman, 2008. 12 Se torna algo de suma importância ter as ferramentas mais utilizadas em fácil acesso, ou manter apenas as coisas necessárias àquele ambiente são algumas das formas de ser mais organizado, otimizar o trabalho e não desperdiçar tempo. Entende-se que esses são os principais objetivos do Programa 5S, uma filosofia focada na organização e padronização do local de trabalho que surgiu no Japão após a 2ª Guerra Mundial, conforme explica a Revista de Certificação 5S4. Os 5S não só melhoram a organização como também promovem uma mudança cultural nas pessoas que passam a compreender a necessidade da melhoria contínua, da simplificação, da redução do desperdício e da eliminação de atividades que não acrescentam valor. Sendo assim, as cinco palavras japonesas que deram significado aos 5S foram: - Seiri – Senso da Utilização ou Seleção; - Seiton – Senso da Arrumação, Organização ou Ordenação; - Seiso – Senso da Limpeza ou Asseio; - Seiketsu – Senso da Saúde, Higiene, Padronização ou Sistematização; - Shitsuke – Senso da Disciplina, autodisciplina ou Manutenção da Ordem. Essa filosofia é capaz de promover mudanças na organização através de práticas simples, promovendo o crescimento contínuo das pessoas e, portanto, a melhoria das organizações. De acordo com Campos (2016)5, após se transformar numa grande potência econômica, o Japão passou a ser foco de pesquisas por organizações de outros países, desejando conhecer as ferramentas gerenciais utilizadas para justificar os seus grandes ganhos de produtividade (Qualidade Total, Sistema de Produção Just- In-Time – JIT; Manutenção Produtiva Total – TPM; Círculos de Controle de Qualidade – CCQ; o princípio de melhoria contínua – KAIZEN). Porém, todas as organizações japonesas são unânimes em afirmar que o 5S é a base física e comportamental para o sucesso destas ferramentas gerenciais. Desta forma, o 5S passou a ser adotado por várias organizações do mundo, como um pré- requisito dos seus modelos de gestão. 4 A certificação 5S. Como formar a cultura e atingir a excelência do 5S na empresa/ Haroldo Ribeiro- São Caetano do Sul: PDCA Editora, 2013 ISBN 978-85-63402-03-5. 5 CAMPOS, Wemerson. Qual a origem do 5S. Disponível em https://www.linkedin.com/pulse/qual- origem-do-5s-wemerson-campos. Acesso em 04/05/2020. 13 Just in time é um sistema de administração da produção que determina que nada deve ser produzido, transportado ou comprado antes da hora certa. Just in time é um termo inglês, entende-se que significa literalmente “na hora certa” ou "momento certo". Senso assim, a ferramenta Just in time é um sistema integrado para otimizar a utilização dos recursos da empresa. Na área de produção entende-se Just in time como uma forma de otimizar um processo usando menos recursos da empresa, mas entregando o produto ou serviço final com a mesma qualidade. Pode-se então concluir que o Just-in-time é importante para auxiliar a reduzir estoques e custos do processo. 2.3 PROCEDIMENTO DE PESQUISA De acordo com Bowersox (2001)6, entende-se por necessário a utilização da ferramenta do estudo de caso, pois são métodos qualitativos seguros para análise. No mesmo sentido infere Eisenhardt: Estudos de casos e outras pesquisas qualitativas utilizam, de forma geral, um direcionamento intencional. Assim, os critérios de escolha dos casos são essenciais para a qualidade dos resultados, devendo ser definidos previamente e com extremo cuidado. O pesquisador deve decidir quais e quantos casos são necessários para atingir a profundidade e amplitude desejada no estudo (Eisenhardt, 1989)7 Sendo os dados, a base para a tomada de decisões confiáveis durante a análise de um problema, e como toda a obtenção de dados deve ser seguido por algum tipo de ação, é importante ficar claro quais são os objetivos da coleta, já que esses indicarão as características que os dados deverão apresentar (WERKEMA, 1995)8. 6 BOWERSOX, J.D.; CLOSS, D.J.: Logística Empresarial: o processo de integração da cadeia de suprimentos, São Paulo: Editora Atlas. 2001. 7 EISENHARDT, K. M. Building theories form case study research. Academy of Management Review. New York, New York, v. 14 n. 4. 1989. 8 WERKEMA, Maria Cristina. Ferramentas estatísticas básicas para o gerenciamento do processo. Belo Horizonte: Fundação Cristiano Ottoni, 1995. 14 Sendo pautado por esses parâmetros, com antecedência, se definiu pela pesquisa sobre a linha de produção de uma empresa, que se iniciou com o reconhecimento do local a ser estudado e com a coleta de alguns dados como a atual conjuntura do processo e se seu procedimento operacional descrito em detalhes. Em um segundo momento foi planejado um estudo com fins de verificação das melhorias e ganhos com a possível modificação proposta. 3. DESENVOLVIMENTO 3.1 LINHA DE PINTURA À PÓ ATUAL 3.1.1 Processo de limpeza das peças Segundo Soares (2009)9 processo é um conjunto de atividades pré- estabelecidas que, executadas numa determinada sequência, produzirão um resultado esperado. Simplificando este conceito, pode-se dizer que processo é qualquer ação ou atividade que transforme uma entrada numa saída, conforme pode- se observar através do exemplo de fluxograma abaixo. Fluxograma 1 - Processos No processo atual, com auxílio de dois operadores, toda e quaisquer peças passam primeiramente por um processo de limpeza com ar comprimido e em seguida são limpas uma a uma com estopa/pano, com a finalidade de eliminar poeira e excesso de óleo as chapas vindas de processos anteriores conforme figura 1 abaixo mostra. Nesse sentido, o autor afirma que todo processo deve, necessariamente, agregar valor na percepção dos clientes do processo. Compreende-se assim, que 9 SOARES, C. M. B. Guia de interpretação e implementação “Compromisso com a excelência” Critério 7 – Processos. Belo Horizonte: Instituto Qualidade Minas, 2009. 15 agregar valor significa que a saída do processo tem maior valor que as suas entradas consideradas individualmente, ou no seu conjunto. A sequência do processo então, necessita acrescentar alguma coisa às entradas, de forma que a saída tenha um valor maior que as entradas. Figura 1 - Processo de limpeza das peças Fonte: (FIBRACEM, 2020) 3.1.2 Processo de banho químico das peças Para continuidade do conceito de produção, observa-se a concepção, da gestão do processo produtivo de acordo com Biermann, onde afirma que é a coordenação de atividadesintegradas que busquem os resultados do negócio com um todo. (BIERMANN, M.,2007)10. 10 BIERMANN, M. J. E. Gestão do processo produtivo. Porto Alegre: SEBRAE/RS, 2007. 16 Após as peças limpas, com auxílio de dois operadores, elas são segregadas e organizadas uma a uma em um sexto conforme a Figura 2, as quais entrara no processo de banho químico. Figura 2 - Processo de acomodação das peças para banho químico Fonte: (FIBRACEM, 2020) O banho químico é uma tecnologia que permite desengraxar as peças garantindo excelente adesão da pintura e para elevar a resistência à corrosão das peças não pintadas. Aplicado por imersão estacionário, tendo como o tempo de contato com o produto químico recomendado é de 2 minutos, escorrimento dentro do tanque por 4 minutos conforme Figura 3. 17 Figura 3 – Imersão estacionária Fonte: (FIBRACEM, 2020) O sistema de secagem é realizado por estufa com temperatura média de 180°C mantido de 6 a 10 minutos, variando de acordo com a massa do material a ser tratado. 3.1.3 Processo de pintura à pó das peças A pintura industrial se constitui por isso num método de proteção anticorrosiva, de maior utilização na vida moderna, com larga utilização nas construções e objetos confeccionados em aço. É difícil precisar quando se usou pela primeira vez, a tinta como elemento determinante de proteção anticorrosiva, mas o fato é que muito se evoluiu no fim do século XIX e no início do século XX, quanto à formulação de tintas. Em todo o mundo, têm-se hoje inúmeras formulações de tintas diferentes, fabricadas com matérias- primas das mais diversas, e que atendem às condições mais adversas possíveis a que ficam expostas as estruturas de fabricadas com aço. O esquema da pintura destina-se primordialmente a proteger a superfície onde a mesma é aplicada, da ação corrosiva do meio (NUNES; LOBO, 1990)11. Em seguida as peças saem da estufa e são retiradas, com auxílio de dois operadores, uma a uma do sexto banhado, logo na sequencia são enganchadas na linha continua para a pintura à pó das peças conforme a Figura 4 abaixo. 11 NUNES,.L.P.; LOBO, C. A. Pintura industrial. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 1990. 18 Figura 4 - Processo de enganchamento das peças para pintura : Fonte: (FIBRACEM, 2020) E então são pintadas na cabine de pintura seguindo os critérios de qualidade estipuladas, sendo que o revestimento conforme especificado pelo catalogo Pintura Industrial com Pintura em Pó (2019) do fornecedor WEG é obtido através da aplicação da pintura eletrostática (poliéster, híbrido ou epóxi), com uma camada média entre 50µ e 80µ para pintura microtexturizada e entre 55µ e 100µ para pintura texturizada (tal controle é realizado com auxílio de um medidor de camada digital). Quando houver alguma especificação do cliente, a camada média a ser respeitada é a requisitada pelo cliente. 19 3.2 PONTOS DE MELHORIAS ENCONTRADAS 3.2.1 Estudo realizado Com base no estudo de Ishikawa (1990)12 os estudos e levantamento das ações foram realizadas por meio do método MASP, inicialmente como o Diagrama de Ishikawa13. O Diagrama de Ishikawa é uma ferramenta a qual utilizamos incluindo toda e qualquer ideia que tem como consequência a causa raiz apontada no mesmo. Os pontos citados são para elaborar o plano de ação, sendo eles: Materiais: São analisados os materiais utilizados no processo ou produto, podendo ser matéria prima, consumível, insumo, entre outros. Pessoas: São analisadas a mão de obra do processo ou produto, averiguando possíveis treinamentos e eficácias do mesmo, entre outros fatores. Métodos: São analisados os métodos utilizados no processo ou produto como o fluxo do processo, instrução do trabalho, plano de controle, garantia de repetibilidade dos mesmos, entre outros. Ambiente: São analisados com relação à saúde e segurança no trabalho de todos os colaboradores referente ao processo, assim como espaço físico, entre outros. Máquinas: São analisados os maquinários com relação ao processo e produto, avaliando possíveis problemas nos maquinários e possíveis causadores de não conformidade afim de garantir o produto e processo. Medida: São analisados os indicadores de desempenho, instrumentos de medição, entre outros fatores quantitativos e qualitativos com relação ao processo e produto. Abaixo demonstra o modelo realizado a fim de verificar a baixa produtividade da linha de pintura à pó atual, analisando cada fator citado acima conforme do pode ser observado na Tabela 1: 12 Ishikawa, Kaoru (1990); (Translator: J. H. Loftus); Introduction to Quality Control; 448 p; ISBN 4- 906224-61-X OCLC 61341428 13 O Diagrama de Ishikawa, também conhecido como Diagrama de Causa e Efeito ou Diagrama Espinha de peixe, é um gráfico cuja finalidade é organizar o raciocínio em discussões de um problema prioritário, em processos diversos, especialmente na produção industrial. 20 Tabela1– Diagrama de Ishikawa realizado Fonte: (o autor, 2020) Logo na sequência mostra detalhadamente os aspectos considerados para confecção do mesmo citado acima. 3.2.2 . Processo de limpeza das peças Ao realizar uma análise prévia com relação ao processo de limpeza das peças, o qual temos um indicie alto de absenteísmo (por ser um trabalho mais complicado de se realizar) tendo falta pelo menos 1(uma) vez por semana por parte dos colaboradores no posto de trabalho e podemos notar um posto de trabalho o qual poderíamos elimina-lo facilmente, realizando uma revitalização no processo. Com essa eliminação conseguiríamos realocar a mão de obra direta para outros setores produtivos da fábrica, consequentemente ganharíamos um tempo significativo no processo. 3.2.3 Processo de banho químico das peças Já o processo do banho químico por imersão é o processo o qual perde mais tempo produtivo na linha, devido a sua “complexidade” em alocação das peças corretamente (dependendo do modelo de item demorando até 15 minutos) no sexto isso acrescentado de um timer alto de escorrimento (4 minutos) e posteriormente outro MEDIDA MÉTODO PESSOAS MÁQUINAS AMBIENTE MATERIAIS BAIXA PRODUTIVIDADE NA LINHA DE PINTURA PROCESSO DE PINTURA À PÓ NÃO CONTINUO INDICIE ALTO DE ABSENTEÍSMO BAIXA VELOCIDADE NA LINHA DE PINTURA À PÓ ATUAL PROCESSO ATUAL NÃO PERMITE UM PROCESSO CONTINUO POUCO ESPAÇO FÍSICO PRODUTO QUÍMICO ATUAL NÃO GARANTE 100% CONTRA CORROSÃO E O TEMPO Diagrama de Ishikawa - Causa e Efeito 21 timer alto na estufa se secagem das peças (aproximadamente 25 minutos), retirando- as do sexto secas e já colocando-as na linha de pintura (a qual muitas vezes fica ociosa devido à falta de abastecimento das operações anteriores). 3.2.4 Processo de pintura à pó das peças Já o processo de pintura à pó possui uma velocidade (1,5m/min) mais lenta em relação a outras linhas de mesmo porte, assim deixando os pintores “ociosos” com relação ao fluxo de peças. Com relação ao espaço físico temos uma certa restrição devido ao fluxo das peças, abaixo segue modelo de layout utilizado atualmente conforme Figura Figura 5–Layout atual Fonte: (o autor, 2020) 1. Representação do sexto padrão processo de banho químico; 2. Processo de banho químico; 3. Estufa de secagem pré-pintura; 4. Cabine de pintura; 5. Forno de cura das peças pintadas. 22 3.3 PROPOSTA DE PROCESSO 3.3.1 Processo de limpeza das peças Com relação ao processo de limpeza das peças, o qual temos um indicie alto de absenteísmo, o mesmo será eliminado com o processo automatizado com uma sequência de cinco tuneis do banho das peças em spray, os dois primeiros tuneis são responsáveis pela limpeza das peças, já os três demais tuneis são responsáveis pelo processo de tratamento químico das peças. O primeiro túnelelimina toda a poeira e óleo que possa estar acumulada nas peças com um produto desengraxante pré-aquecido em 70°C e com uma diluição de 5% em agua conforme especificações técnicas da empresa ICatiba (fornecedor do produto). A seguir ocorre um banho em spray com agua retirando o excesso de desengraxante deixado nas peças preparando para os próximos processos de tratamento (as peças em seguida são direcionadas para o tratamento químico na sequência do banho em spray), conforme é possível observar abaixo. Figura 6–Processo de banho em spray com produto desengraxante Fonte: (Icatiba, 2020) 23 3.3.2 Processo de banho químico das peças No processo do banho químico por imersão o qual temos um gargalo grande de processo devido as suas ”complexibilidade” em alocação das peças corretamente, timer alto de escorrimento, posteriormente outro timer alto na estufa se secagem das peças e na sequência retirada das peças secas do sexto, todas essas dificuldades serão simplificadas com um processo em linha continua já na sequência da limpeza das peças a partir do terceiro túnel de banho por spray. O terceiro túnel será um tratamento químico com um produto nanocerâmico em temperatura ambiente com diluição em agua em 3% conforme especificações técnicas da empresa ICatiba (fornecedor do produto), seguido de um banho em spray nos dois próximos tanques com agua retirando o excesso de nanocerâmico. Na sequência (ainda em linha) as peças passam por cortinas de ar comprimido em todas as direções, eliminando todo e qualquer excesso de agua que possam estar nas mesmas, entrando em uma estufa com 10 metros de comprimento em uma velocidade continua de 2,5m/min tendo uma permanência de 4 minutos na estufa (tempo suficiente para secagem das peças), conforme é possível observar na figura 7 abaixo: Figura 7–Processo de estufa (secagem pós banho em spray) Fonte: (Icatiba, 2020) 24 3.3.3 . Processo de pintura à pó das peças De acordo com Silva, pode-se se entender sobre a composição das tintas em pó é de 100% de matéria-prima sólida (SILVA, 2009). A aplicação da tinta em pó tem aumentado muito nos últimos anos, pois é uma forma de conseguir acabamento nas peças de alta qualidade, além de aumentar as taxas de produção, reduzir custos e estar em conformidade com os padrões ambientais (LIBERTO, 2003). Tintas líquidas requerem a necessidade do uso de solventes, esses solventes necessitam de ventilação, filtragem e sistemas de controle de volatilidade, enquanto que nas tintas em pó não existe essa necessidade (LIBERTO, 2003). Já o processo de pintura à pó possui uma velocidade (1,5m/min) mais lenta em relação a outras linhas de mesmo porte, assim deixando os pintores “ociosos” com relação ao fluxo de peças. Tendo dois pintores realizando todas as atividades de pintura das peças, ficando cada um de um lado da cabine, pintando 100% das peças manualmente. 3.4 LINHA DE PINTURA À PÓ PROPOSTA (IMPLANTADA) 3.4.1 Processo de limpeza das peças Com a nova proposta de processo e tendo como referência o artigo (UNIFEI de 2003) Implantação de um programa ‘5S’ teve início a otimização do espaço físico confeccionando um mezanino, sendo a parte inferior responsável pela organização das peças conforme programação do PCP e logo na sequência as peças da vez (FIFO), mesmo "sujas" são enganchadas na linha agora totalmente continuamente, sem interrupções. Abaixo na Figura 8, pode-se perfeitamente observar o layout determinado na parte inferior do mezanino com seu fluxo de peças e inspeção. 25 Figura 8–Layout novo (mezanino inferior) Fonte: (o autor, 2020) 1. Área com BPI's (modelo de produto) para pintura; 2. Área com BPA's (modelo de produto) para pintura; 3. Área com DIO's (modelo de produto) para pintura; 4. Área de pré-enganxamento para peças menores; 5. Área de retoque de peças pintadas; 6. Área de inspeção dos produtos pintados; 7. Área de descarga de BPI's e BPA's (produtos maiores) pintados; 8. Área de carregamento, inicio de processo; Neste processo atual de limpeza temos agora o processo de túneis (os quais ficam na parte superior do mezanino, o mesmo será mencionado no processo de banho químico abaixo), o primeiro túnel elimina toda a poeira e óleo que possa estar acumulada nas peças com um produto desengraxante pré-aquecido em 70°C e com uma diluição de 5% em agua conforme especificações técnicas da empresa ICatiba (fornecedor do produto), seguido de um banho em spray com agua retirando o excesso de desengraxante deixado nas peças preparando para os próximos processos de tratamento (as peças em seguida são direcionadas para o tratamento químico na sequência do banho em spray). 26 A mão de obra do processo de limpeza de peças foi remanejada (reduzida) para outros setores da fábrica, pois ao invés de quatro operadores agora temos como necessidade apenas dois, sendo um carregando peças e outro descarregando peças pintadas. 3.4.2 Processo de banho químico das peças Com a nova proposta de processo, conforme mencionado já anteriormente, começamos otimizando o espaço físico confeccionando um mezanino, sendo a parte superior responsável pelo banho químico, pintura das peças, inspeção, retoque e destino das peças (sendo peças pequenas no mezanino superior e peças grandes no mezanino inferior). Podemos verificar a situação planejada na Figura 9: Figura 9–Layout novo (mezaninosuperior) Fonte: (o autor, 2020) 1. Área de descarga de DIO's (peças pequenas) pintados; 2. Área inspeção de peças pintadas; 3. Área de retoque de peças pintadas; 4. Área almoxarifado de peças pintadas (pré-montagem); 5. Processo de limpeza com desengraxante pré-aquecido; 6. Processo de limpeza com água; 7. Processo de banho químico com nanocerâmico; 27 8. Processo de banho químico com água; 9. Processo de banho químico com água; 10. Estufa de secagem pré-pintura; 11. Cabine de pintura; 12. Forno de cura das peças pintadas; 13. Filtro das tintas à pó utilizado na cabine de pintura; O processo de banho químico está seguindo da seguinte forma, sendo que começa a partir do terceiro túnel, o mesmo será um tratamento químico com um produto nanocerâmico em temperatura ambiente com diluição em agua em 3% conforme especificações técnicas da empresa ICatiba (fornecedor do produto), seguido de um banho em spray nos dois próximos tanques com agua retirando o excesso de nanocerâmico. Na sequência (ainda em linha) as peças passam por cortinas de ar comprimido em todas as direções, eliminando todo e qualquer excesso de agua que possam estar nas mesmas, entrando em uma estufa com 10 metros de comprimento em uma velocidade continua de 2,5m/min tendo uma permanência de 4 minutos na estufa (tempo suficiente para secagem das peças), logo na sequencia entrando na cabine de pintura. A mão de obra do processo de banho químico de peças foi remanejada (reduzida) para outros setores da fábrica, pois ao invés de dois operadores agora não temos a necessidade de mão de obra alguma, sendo tudo automatizado, garantindo melhor qualidade dos produtos. Sobre o descarte dos efluentes gerados pelo processo de banho temos agora a ETE, que se trata nada mais nada menos que uma Estação de Tratamento de Efluentes que realizada todo e qualquer tratamento de efluentes gerado pelo processo de banho químico, tanto sólido como liquido. Abaixo na Figura 10, segue modelo adotado para tal trabalho: 28 Figura 10–ETE (Estação de Tratamento de Efluentes) Fonte: (Icatiba, 2020) Os principais reagentes utilizados para o tratamento dos efluentes são: A. Carvão ativado B. Cal C. Ácido Clorídrico D. Cloreto de Polialumínio Com todo esse processo de tratamento dos efluentes temos um processo mais sustentável colaborandocom o meio ambiente, na Estação de Tratamento de Efluente segue em etapas, sendo que a primeira etapa consiste na retirada dos detritos sólidos ("grosso") além de limpar o efluente a ser tratado. Na segunda etapa o efluente passa por diversos estágios onde o tratamento foca na qualidade do mesmo afim de retirar qualquer tipo de matéria orgânica que possa ter no efluente. Na terceira etapa ocorre a recuperação do efluente com aplicação de composto com cloro, no caso o Ácido Clorídrico. Com tudo na sequencia o produto pode ser destinado diretamente na rede de esgoto ou reaproveitado para atividades como limpeza de chão ou até sendo possível 29 o aproveitamento do mesmo para uso nos banheiros coletivos em descargas (isso com um sistema bem definido). 3.4.3 Processo de pintura à pó das peças Já o processo de pintura à pó não muda muito, pois o mesmo já era realizado em linha, porém o processo possui-a uma velocidade de 1,5m/min o que é considerado mais lenta em relação a outras linhas de mesmo porte, assim deixando os pintores “ociosos” com relação ao fluxo de peças, foi atualizada para uma velocidade de 2,5m/min tendo um ganho direto de 66,6% da produtividade tendo interrupções quase que nulas (apenas em hipótese de manutenção). Para melhor entendimento e noção geral do novo layout abaixo na Figura 11 segue modelo 3D do mesmo desenvolvido. Figura 11–Layout novo 3D Fonte: (o autor, 2020) 30 De acordo com portal SEBRAE14, o foco do PCP, (Planejamento de Controle de Produção), é facilitar as práticas de planejamento e padronização de produtos e processos. São seus objetivos: • Determinar o produto a ser entregue; • Estabelecer a quantidade a produzir; • Definir e prover o material a ser usado; • Quantificar a necessidade de mão-de-obra; • Calcular o prazo de execução. Diante do estudo de caso, foi realizado um levantamento das peças e atualizados os valores de suas velocidades para programação do PCP, a ferramenta com os dados a serem utilizados para tal tarefa está ilustrado abaixo na Tabela 2: Tabela 2–Planilha para Controle de tempos do PCP Fonte: (o autor, 2020) Tais velocidades e dados serão utilizados para a nova programação de PCP com análise nas criticidades e prazo dos pedidos realizados pelos clientes. 14 SEBRAE. Planejamento de Controle devem integrar todos os setores. Disponível em: https://m.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/planejamento-e-controle-devem-integrar-todos-os- setores,86ac438af1c92410VgnVCM100000b272010aRCRD. Acesso em 07/05/2020. 31 3.5 CUSTOS PRODUTIVOS 3.5.1 . Comparativo dos custos produtivos Para que possamos realizar esta análise temos que juntar as informações atuais com as informações do modelo proposto. Primeiramente tenho que apresentar os fatores levados em consideração para o levantamento dos custos, sendo possível observá-los, conforme descritos abaixo: A. Custo médio de mão de obra utilizado (R$/m²); B. Custo médio dos consumíveis (R$/m²); C. Custo médio dos produtos de banho químico (R$/m²); D. Custo médio da tinta à pó (R$/m²); E. Custo médio do gás (R$/m²); F. Custo médio de energia elétrica (R$/m²); G. Custo médio do aluguel (rateio) (R$/m²); H. Custo médio dos maquinários (depreciação) (R$/m²); Tabela 3–Planilha comparativa de Custos Fonte: (o autor, 2020) R$ 3,10 R$ 0,08 R$ 1,36 R$ 1,57 R$ 2,17 R$ 0,02 R$ 0,24 R$ 0,14 R$ 8,68 7,73 R$ 1,86 R$ 0,08 R$ 0,82 R$ 1,17 R$ 2,51 R$ 0,010 R$ 0,12 R$ 0,62 R$ 7,19 10,53 R$ - R$ 2,00 R$ 4,00 R$ 6,00 R$ 8,00 R$ 10,00 R$ 12,00 CUSTO MÉDIO MO (R$/M²) CUSTO CONSUM. (R$/M²) CUSTO BANHO/ETE (R$/M²) CUSTO MÉDIO TINTA (R$/M²) CUSTO MÉDIO GÁS (R$/M²) CUSTO MÉDIO ENERGIA (R$/M²) ALUGUEL (R$/M²) MAQUINÁRIO (R$/M²) CUSTO GERAL (R$/M²) MÉDIA SEMANAL M²/Kg PROPOSTO ATUAL 32 Ao visualizar o gráfico de custos, vale salientar a afirmativa nesse sentido, segundo Calderelli (2002)15: [...] Custo se refere à representação múltipla de bens ou serviços, para obtenção de um bem de uso ou de troca. E sendo assim, para determinar um custo é necessário o agrupamento de muitos fatores que integram sua estrutura. Acima na Tabela 3 demonstra a incidência dos valores dos seguintes pontos citados acima, na planilha comparativa demonstrada. Com estes valores podemos gerar um gráfico comparativo e analisar melhor a viabilidade do projeto, abaixo no Gráfico 1 demonstro o mesmo confeccionado: Gráfico 1 – Gráfico Comparativo Fonte: (o autor, 2020) 15 CALDERELLI, A. Enciclopédia contábil e comercial brasileira. 27ª. ed. São Paulo: CETEC, 2002. 33 Seguindo com o raciocínio e analisando as informações geradas no Gráfico 1 podemos levar em consideração: A. Custo médio de mão de obra utilizado (R$/m²); Observamos uma redução de custo em 40% no custo médio mão de obra por metro quadrado pintado, isso se deve pelo fato da redução das mesmas por causa da automação dos processos de manufatura. B. Custo médio dos consumíveis (R$/m²); Observamos que mantemos o custo médio dos consumíveis por metro quadrado pintado, isso se deve a continuidade dos mesmo em ambos os processos de manufatura. C. Custo médio dos produtos de banho químico (R$/m²); Observamos uma redução de custo em 39,7% no custo médio dos produtos gastos no processo automatizado de banho químico por metro quadrado pintado, isso se deve pela maior rentabilidade dos produtos utilizados na proposta. D. Custo médio da tinta à pó (R$/m²); Observamos uma redução de custo em 25,4% no custo médio do consumo de tinta à pó por metro quadrado pintado, isso se deve pelo fato das novas pistolas estarem rendendo mais, junto com um melhor sistema de exaustão na cabine proposta. E. Custo médio do gás (R$/m²); Observamos um aumento de custo em 15,6% no custo médio gás por metro quadrado pintado, isso se deve devido a mais queimadores instalados na linha proposta, possibilitando o acréscimo de velocidade na linha. F. Custo médio de energia elétrica (R$/m²); Observamos uma equiparação no custo médio da energia elétrica por metro quadrado pintado, isso se deve pelas mesmas potências equiparadas dos equipamentos, porém a proposta tem um melhor aproveitamento da potência paga. G. Custo médio do aluguel (rateio) (R$/m²); Observamos uma redução de custo em 50% no custo médio aluguel por metro quadrado pintado, isso se deve pela confecção do mezanino e duplicação da área produtiva de pintura. H. Custo médio dos maquinários (depreciação) (R$/m²); 34 Observa-se um aumento de custo em 442,8% no custo médio na depreciação por metro quadrado pintado do maquinário, isso se deve ao alto investimento realizado. Porém observando num geral nota-se que a linha de produção tem uma rentabilidade 26,6% maior com relação a atual, logo conclui-se que com aumento das velocidades e redução dos gastos temos uma linha continua viável. 35 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS O estudo apresentado mostrou dados e fundamentos da Engenharia da Produção possíveis de serem agregados de forma prática na linha de produção da empresa Fibracem Teleinformática Ltda. O estudo de caso foi apoiado na base teórica gerando fundamentação confiável aos dados inferências realizadas sobre o processo de produção estudado. Com isso, entende-se que uma empresa precisa de fatores específicos para conseguir, manter-se no mercado, mas que ela necessita também de uma estrutura organizacional com áreas bem definidas, distribuição de responsabilidades, cargos de confiança entre outros para assim possuir uma base sólida e confiável. Através do diagnóstico organizacional, conhecemos a empresa e sua estrutura do processo de pintura à pó, sendo observados problemas na área de produção,considerando que a mesma é uma das áreas fundamentais da empresa. O estudo possibilitou uma melhor visão teórica de um sistema de produção continuo e seus subsistemas, tendo como referência o Fordismo e Taylorismo. Após análise do estudo, foi possível concluir que a empresa possui vários aspectos positivos, mas existem também aspectos que precisam ser tratados, que na sua grande maioria ocorre devido a falhas nos processos produtivos. Baseado nas avaliações realizadas durante o trabalho na empresa percebe-se a necessidade de melhorias para que os seus objetivos sejam cumpridos com mais êxito contribuindo para consolidar a sua atuação no mercado. Desta forma sugerem-se soluções para que essas deficiências sejam solucionadas com investimentos em processos contínuos, assim possibilitando ganhos mensuráveis no senário produtivo. 36 5. REFERÊNCIAS A CERTIFICAÇÃO 5S. Como formar a cultura e atingir a excelência do 5S na empresa/ Haroldo Ribeiro- São Caetano do Sul: PDCA Editora, 2013. ISBN 978-85- 63402-03-5. ALVES, J. Murta. O Sistema Just In Time Reduz os Custos do Processo Produtivo. Disponível em: Disponível em: https://www.intercostos.org/documentos/congreso04/TEXTO8-3.pdf. Acesso em 04 out. 2019. ANTUNES, J. et al. Sistemas de Produção: Conceitos e Práticas para Projeto e Gestão da Produção Enxuta. Porto Alegre: Bookman, 2008. BIERMANN, M. J. E. Gestão do processo produtivo. Porto Alegre: SEBRAE/RS, 2007. BOWERSOX, J.D.; CLOSS, D.J.: Logística Empresarial: o processo de integração da cadeia de suprimentos, São Paulo: Editora Atlas. 2001. CALDERELLI, A. Enciclopédia contábil e comercial brasileira. 27ª. ed. São Paulo: CETEC, 2002. CAMPOS, Wemerson. Qual a origem do 5S. Disponível em https://www.linkedin.com/pulse/qual-origem-do-5s-wemerson-campos. Acesso em 04/05/2020. GOUNET, Thomas. Fordismo e toyotismo na civilização do automóvel. São Paulo: Boitempo Editorial, 1992. ISHIKAWA, Kaoru. (Translator: J. H. Loftus); Introduction to Quality Control; 448 p, 1990. 37 NEVES, M. F.; CONEJERO, M. A. Uma contribuição empírica para geração de métodos de planejamento e gestão. Revista de Administração, v. 47, n. 4, p. 699, 2012. NUNES, L.P.; LOBO, C. A. Pintura industrial. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 1990. PINTO, Geraldo Augusto. A organização do trabalho no século 20: taylorismo, fordismo e toyotismo. 2.ed. São Paulo: Expressão Popular, 2010. 88p. SANTOS, V. G. V. A FILOSOFIA JUST IN TIME COMO OTIMIZAÇÃO DO MÉTODO DE PRODUÇÃO. FACE - Faculdade Casa do Estudante, p. 13, 2014. SEBRAE. Planejamento de Controle devem integrar todos os setores. Disponível em: https://m.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/planejamento-e-controle- devem-integrar-todos-os-setores,86ac438af1c92410VgnVCM100000b272010aRCR. Acesso em 07/05/2020. 38
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