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Baseie-se no texto para responder às perguntas deste questionário. A falsa vida no Instagram Estou no aeroporto. Uma mulher pede uma selfie. Faço a pose. Sorrio. Essa cena acontece principalmente quando estou com uma novela de sucesso. Eu me pergunto: para que servem os milhões de selfies clicadas diariamente? Bem, para postar. A foto dá a impressão de intimidade. Mas nem nos conhecemos. A maioria avassaladora das pessoas que postam selfies com famosos não conhece ninguém. São imagens arrancadas, às vezes em situações horríveis. Certa vez, em Belo Horizonte, meu voo estava sendo chamado. Eu entrando no banheiro às pressas. Uma se- nhora me parou para fazer selfie, tentei me safar, ela insistindo… Enfim… Imaginem a situação. Tive de sorrir e me deixar fotografar! O pior é que não sei com quem estou dando um clique. Se for parar num tribunal e disser que não conheço a pessoa, haverá uma selfie! Esse mundo digital cria uma falsa impressão de intimidade! Abro o Instagram e o que vejo? Muita gente com famosos, mais famosos que eu, óbvio. A vida de um Neymar deve ser um martírio! Também há os turistas deslumbrados. Sinto “vergo- nha alheia” ao ver tantos amigos postando fotos de viagem como se fossem a última bolacha do pacote. Vamos combinar. Quem precisa de mais uma retrato de alguém no Coliseu? Ou na Torre Eiffel? Recentemente eu estava com um amigo, seu filho e primo adolescentes no templo budista Zu Lai, em Cotia, São Paulo. É um lindo santuário, com escadarias, pátios, esculturas. Todos tirando selfies e fazendo poses. De repente, percebi: ninguém estava olhando o templo! Só cli- cando. Postar era mais importante que a experiência em si. Outra tendência são as mulheres seminuas e os rapazes de músculos à mostra. No passado, as revistas masculinas pagavam fortunas às mulheres para que ficassem nuas. Hoje é de graça, e as modelos são donas de casa, executivas… Só não há nus absolutos porque o próprio Instagram proíbe. Um amigo desempregado, já maduro, mas com músculos bem desenhados, postava uma foto de praia atrás da outra. Foi fazer uma entrevista. O possível chefe reclamou dos posts. Disse serem ruins para um candidato a cargo de direção. Apavorado, ele parou de postar. Duas semanas. Já está postando tudo de novo. Atenção: quem oferece uma vaga sempre verifica o candidato nas redes sociais. É um risco para o currículo. Fico imaginando a vida dos rapazes que postam fotos de si próprios em academias ou na praia, como pavões. Na real, contam os centavos, levam fora da namorada… Há quem poste batatinhas gordurosas orgulhosamente, como se fossem alta gas- tronomia. E ah… por que tanta gente faz questão de postar seus cachorrinhos? Felicidade igual au-au? O Instagram é uma narrativa. As pessoas criam uma ficção da própria vida. Histórias de intimidade com famosos, de viagens, de alta moda, de gastronomia. Sentem-se mais interessantes, desejáveis. Os posts são um paliativo para a mediocridade de seu dia a dia. Postar virou um vício. Em que realmente acreditam? Em seu trabalho, relações? Ou na personagem criada no Instagram? Walcyr Carrasco, 14/02/2020 – Veja 1) Pode-se afirmar que o principal objetivo do texto é (A) Enumerar as vantagens de estar conectado ao mundo virtual, interagindo constante- mente com várias pessoas durante todo o dia. (B) Criticar os hábitos da cultura criada no universo do Instagram, em que se supervalo- rizam a imagem e a ostentação pelos momentos fora da internet. (C) Informar acerca das possibilidades que o Instagram a seus diversos usuários e do que eles podem fazer com essa inúmera variedade de recursos. (D) Analisar os problemas causados pelo uso excessivo do Instagram e suas consequên- cias no mundo contemporâneo. (E) Informar o leitor acerca da necessidade de abandonar o Instagram para viver os mo- mentos reais, fora da internet, com as pessoas ao seu redor. 2) Marque a alternativa em que houve um erro de concordância. (A) “Quem precisa de mais uma retrato de alguém no Coliseu? Ou na Torre Eiffel?” (B) “Fico imaginando a vida dos rapazes que postam fotos de si próprios em academias ou na praia, como pavões.” (C) “Recentemente eu estava com um amigo, seu filho e primo adolescentes no templo budista Zu Lai, em Cotia, São Paulo.” (D) “Abro o Instagram e o que vejo? Muita gente com famosos, mais famosos que eu, óbvio. A vida de um Neymar deve ser um martírio!” 3) O pronome “que”, em “Abro o Instagram e o que vejo?” (segundo parágrafo), tem valor catafórico ou anafórico? Ele se refere a que termo? (A) Catafórico. “Muita gente com famosos, mais famosos que eu, óbvio.” (B) Anafórico. “Muita gente com famosos, mais famosos que eu, óbvio.” (C) Catafórico. “uma falsa impressão de intimidade.” (D) Anafórico. “uma falsa impressão de intimidade.” (E) Anafórico. “Esse mundo digital”. 4) No trecho “O Instagram é uma narrativa. As pessoas criam uma ficção da própria vida.”, há dois períodos. Eles poderiam ser conectados da seguinte forma: (A) O Instagram é uma narrativa, contudo as pessoas criam uma ficção da própria vida. (B) O Instagram é uma narrativa ou as pessoas criam uma ficção da própria vida. (C) O Instagram é uma narrativa, uma vez que as pessoas criam uma ficção da própria vida. (D) O Instagram é uma narrativa, para que as pessoas criem uma ficção da própria vida. (E) O Instagram é uma narrativa, de sorte que as pessoas criam uma ficção da própria vida. 5) Identifique as orações subordinadas nos períodos abaixo. Se a oração estiver reduzida, desenvolva-a; se estiver desenvolvida, reduza-a. (A) “Disse serem ruins para um candidato a cargo de direção.” (B) “Só não há nus absolutos porque o próprio Instagram proíbe.” (C) Sinto “vergonha alheia” ao ver tantos amigos postando fotos de viagem.” 6) A função da linguagem predominante no texto é a (A) Emotiva (B) Referencial (C) Poética (D) Metalinguística (E) Apelativa 7) Nos trechos abaixo, as lacunas indicarão a posição para o pronome relativo. Indique quais pronomes relativos podem estar lá, mantendo a correção gramatical. Se for necessário inserir uma preposição, faça-o. (A) Eu lhe darei tudo ____ você queira. (B) No momento ____ a vi, sabia que era a garota da minha vida. (C) A praia ____ eu fui nestas férias é paradisíaca. (D) A garota ____ eu mais quero ter é você! (E) O rapaz ____ eu mais necessito é você! (F) A aluna ____ trabalho encantou a turma não pôde vir à aula. 8) Nos períodos abaixo, será necessário que você altere o período a fim de que se altere a relação somente sintática entre os períodos. A relação semântica deve ser mantida ao máximo. (A) Em “Só não há nus absolutos porque o próprio Instagram os proíbe.”, faça a causa se tornar a oração principal, e a consequência, a subordinada. (B) Em “Mesmo que existam dados para preocupação, o Brasil puxa essa média para cima”, troque a adversidade por uma concessão. (C) Em “O rapaz estuda muito porque vai à escola.”, troque a consequência por finali- dade. 9) Analise a sentença abaixo. Em seguida, indique a única reescritura que preserva as rela- ções semânticas do período e está de acordo com a norma-padrão do Português. “Embora eu fosse muito estudioso, nunca ultrapassava meu irmão, que era tão inteligente que até mesmo a professora lhe perguntava algumas coisas. Por ser extremamente habilidoso, todos da sala desejavam a inteligência dele.” (A) Eu, mesmo que fosse muito estudioso, nunca ultrapassava meu irmão, quem era tão inteligente que, até mesmo, a professora lhe perguntava algumas coisas. Por ser de- masiado habilidoso, todos da sala desejavam inteligência dele. (B) Se eu fosse muito estudioso, nunca ultrapassaria meu irmão, que era tão inteligente que até mesmo a professora lhe perguntava algumas coisas. Por ser extremamente habilidoso, todos da sala aspiravam a inteligência dele. (C) Eu, malgrado fosse estudioso, nunca ultrapassavameu irmão, o qual era inteligente de modo que até mesmo a professora lhe perguntava algumas coisas. Todos da sala visavam à inteligência dele, uma vez que era extremamente habilidoso. (D) Meu irmão, que era tão inteligente que inclusive a professora perguntava-lhe algumas coisas, eu nunca ultrapassava, conquanto fosse muito estudioso. Todos da sala, por ele ser habilidoso demais, almejavam sua inteligência. (E) apesar de ser muito estudioso, eu nunca ultrapassava meu irmão, que era inteligente a ponto de até mesmo a professora lhe perguntar algumas coisas. Porque era muito habilidoso, todos da sala desejavam a inteligência dele. 10) A coesão é superimportante para evitar, por exemplo, a repetição vocabular. Analise o trecho abaixo e reescreva-o, de modo que se eliminem as repetições. “O pai foi chamado à escola da filha pelo professor da filha porque, aparentemente, a filha não estava fazendo os deveres de casa. Então, o pai conversou com o professor durante horas. Ao fim e ao cabo, o pai voltou à sua casa muito chateado e, assim que chegou, o pai brigou com a filha, e a filha prometeu ao pai fazer os deveres da filha.”
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