Identificação de substâncias orgânicas em analises toxicológicas

Prévia do material em texto

Universidade Federal da Bahia
Campus Anísio Teixeira
Instituto Multidisciplinar em Saúde
Docente: Bruno Moreira
Discente: Mariana Rios Cardoso 
 Identificação de substâncias orgânicas em analises toxicológicas
A utilização de métodos analíticos mais simples e eficazes é algo importante no ramo das análises toxicologicas. Em inúmeros ramos, como a toxicologia forense, as análises toxicológicas são imprescindíveis na identificação e resolução de casos criminais envolvendo tráfico, abuso de drogas lícitas ou ilícitas, problemas esses que assolam a sociedade brasileira. Com relação as drogas ilícitas, a cannabis, conhecida popularmente como maconha, é a substância mais consumida no Brasil, sendo, portanto , uma substância orgânica, um dos principais alvos do tráfico de drogas e assim dos estudos da toxicologia forense.
Segundo dados, 7,7% dos brasileiros de 12 a 65 anos já usaram a maconha ao menos uma vez na vida. As plantas Cannabis, produzem uma família única de compostos terpeno-fenólicos chamados canabinoides, sendo que os mais abundantes e importantes são o canabidiol (CBD) e/ou Δ9-tetrahidrocanabinol (THC). No caso das análises toxicológica para identificação de cannabis, para uma análise prévia, testes colorimétricos são utilizados devido ao baixo custo e sua fácil visualização. No caso da cannabis, os mais conhecidos o Fast Blue B e Duquenóis- Levine. No teste Fast Blue B(sal duplo de cloreto de o-Dianisidina bis(diazotizato) de zinco, envolve uma reação que leva a criação de cromóforos com os grupos ativos da cannabis, os 3 canabinóides THC, CBD e CBN, que combinados, são os responsáveis pela coloração. Se houver presença dos grupos na amostra, a solução apresentará uma coloração vermelho-púrpura.
 O teste de Duquenois-Levine também é muito utilizado, sendo preparado com uma solução de etanol, acetaldeído e vanilina. Após a adição do reagente, adiciona-se ácido clorídrico. Essa solução é adicionada à amostra, e em seguida, ácido clorídrico fumegante. Caso positivo, ocorre a formação de anel azul-violáceo. Segundo estudos já feitos, o teste Fast Blue B é mais eficaz por reagir de forma positiva com menos outras substâncias vegetais. Porém, recomenda-se a o uso dos dois testes em conjunto da triagem, para que assim possa ter um resultado melhor na triagem.
Apesar de simples e eficazes, os testes colorimétricos apenas indicam a presença ou não da substância na amostra, sendo incapaz de mostrar a concentração ou de distinguir a presença de outras espécies vegetais com aspectos morfológicos semelhantes. Dessa forma, faz-se necessário a utilização de procedimentos analíticos mais sofisticados como a espectroscopia de massa, espectrofotometria e exame dos caracteres macroscópicos e microscópicos da planta, para que a investigação seja a mais apurada possível visto que, é o dever do poder judiciário julgar de maneira a não prejudicar inocentes e prejudicar vidas. Apesar dos efeitos nocivos quando usada para fins recreativos, estudos avançam cada vez mais em relação aos benefícios do uso da cannabis medicinal e desse modo, assim como a cannabis, outras substâncias orgânicas tem atrai olhares da sociedade, sendo que estudos para fins de sua identificação são cada mais necessários.