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Avaliação educacional Uni 2

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Curso de Graduação Online | UNISUAM
PEDAGOGIA
Avaliação Educacional
UN
ID
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Definição e a 
Construção da 
Avaliação
Nesta unidade, abordaremos uma perspectiva de avaliação democrática e 
autônoma, que ajuda no crescimento do indivíduo, enquanto sujeito social.
E, para facilitar o seu aprendizado, esta unidade está estruturada em cinco 
tópicos:
T1. Avaliação e Construção de Autonomia
T2. Etapas da Avaliação
T3. A Autoavaliação e o Processo de Aprendizagem 
T4. Avaliar para Qualificar
T5. Definição de Problemas de Avaliação
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Avaliação Educacional Pedagogia Online | UNISUAM 
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Ao final, você será capaz de:
•	 Reconhecer como a avaliação atua na construção da autonomia e quais 
as suas etapas;
•	 Reconhecer como a autoavaliação e o processo de aprendizagem têm um 
papel na vida do indivíduo;
•	 Reconhecer como se deve utilizar a avaliação e a qualificação e quais os 
problemas oriundos da avaliação.
Vamos iniciar a nossa viagem!
Avaliação e Construção 
de Autonomia
Já descobrimos que a avaliação é um processo de coleta de dados e sua 
análise. Mas para que ela contribua para a construção da cidadania, é 
necessário que se assuma a compreensão do indivíduo que aprende e se 
desenvolve, e do próprio processo de aquisição do conhecimento de forma 
contextualizada.
Diante disso, Paulo Freire afirma que “ensinar não é transferir conhecimento, 
mas criar possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção” 
(FREIRE, 2003, p. 47). No entanto, o que observamos na maioria das instituições 
é a supervalorização dos aspectos quantitativos em detrimento dos qualitativos. 
A ênfase dada à avaliação é na certificação e se baseia no cumprimento 
de uma série de requisitos pré-estabelecidos pela organização burocrática 
institucional. Para o educando, a avaliação se caracteriza como ritual de 
passagem, uma condição obrigatória para a continuidade dos estudos. 
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É necessário que a 
avaliação assuma 
a compreensão do 
indivíduo de forma 
contextualizada
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Unidade 02 Definição e a Construção da Avaliação
Mas a avaliação, para ser autônoma, deve ser um processo que considere as 
distintas particularidades e dinâmicas. Devendo sair do papel de dimensão 
classificatória, aquela, que classifica o aluno, de acordo com a sua nota, para 
uma avaliação orientadora e formadora, que forneça subsídios para uma 
prática mais eficaz e satisfatória.
Para uma formação democrática da avaliação, deve-se nortear o aluno para 
que o professor entenda o seu estágio de desenvolvimento. Desta maneira, a 
avaliação não é classificatória, mas orientadora de sua formação. Essa forma 
de avaliar é denominada avaliação formativa.
Avaliação como Emancipadora e 
Autônoma
Quando se classifica a avaliação, tem-se um movimento autoritário; quando 
se registra, em forma de nota, o resultado obtido pelo aluno, fragmenta-se o 
processo de avaliação e introduz-se uma burocratização que leva à perda do 
sentido do processo e da dinâmica da aprendizagem.
A avaliação deve ser considerada como formativa, como um rico processo 
em que avaliador e avaliado busquem então uma avaliação qualitativa. 
É nessa perspectiva que podemos destacar a avaliação emancipadora, 
como elemento principal na construção de uma sociedade verdadeiramente 
inclusiva. Para tal, faz-se necessário que a ética permeie todo e qualquer 
procedimento avaliativo.
Se a avaliação tem sido reconhecida como uma função diretiva, ou seja, 
tem a capacidade de estabelecer a direção do processo de aprendizagem, 
oriunda esta capacidade de sua característica pragmática, a fragmentação e 
a burocratização já mencionadas levam à perda da dinamicidade do processo.
Nunan (2000), em seu texto sobre autonomia, lista quatro estratégias para 
fomentar a autonomia em sala de aula:
Avaliação Educacional Pedagogia Online | UNISUAM 
4
Etapas da Avaliação 
As diversas fases da avaliação desenvolvem papel decisivo nesse processo. 
E nenhuma delas exclui avaliador e avaliado do compromisso de ser o seu 
próprio agente de decisão e responsável pelo processo educativo.
Durante o processo de avaliação, podemos encontrar as seguintes etapas:
 
Quando a avaliação é feita com uso de medidas, segundo Thorndike e Hage 
(1973), deve-se seguir os seguintes passos:
 
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Unidade 02 Definição e a Construção da Avaliação
Já a autora Clara A. Colotto faz algumas modificações introduzidas em função 
dos nossos propósitos, nas seguintes etapas:
1. determinar o que vai ser avaliado = formular objetivos em termos de 
comportamento observável e o que será avaliado: habilidades, atitudes e 
interesses;
2. estabelecer os critérios e as condições para avaliação = representar as 
situações em que o processo é realizado. São indicadores da execução 
de um trabalho.
3. selecionar os procedimentos e instrumentos de avaliação = utilizar-se de 
certos meios ou técnicas mais adequadas para o alcance dos objetivos;
4. quantificar o atributo em unidades de grau ou quantidade = etapa de aferição 
dos resultados.
Confira, a seguir, o mapa das etapas da avaliação:
Avaliação Educacional Pedagogia Online | UNISUAM 
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Romão (1998) sinaliza que as etapas para avaliação sejam em um processo 
dialógico, que em primeiro, permeie em identificar o que vai ser avaliado – 
que se pode traduzir em critérios. Em seguida, estabelecer a construção, 
negociação e estabelecimento de padrões. 
Logo após, estabelecer a construção dos instrumentos de medidas e de 
avaliação para que a próxima etapa construa um procedimento de medida e 
de avaliação e que, por fim, traduz a análise dos resultados.
A tarefa do educador dialógico é trabalhar em equipe interdisciplinar este 
universo temático, recolhido na investigação, devolvê-lo, como problemas. 
Não como dissertação, aos homens de quem recebeu (FREIRE, 1996).
A Autoavaliação na 
Prática Pedagógica
Qualquer pessoa pode experimentar um processo de avaliação contínua. A 
avaliação de alunos permite a organização da sociedade, definindo quem 
pode desempenhar uma ou outra função.
A autoavaliação é um processo cognitivo complexo pelo qual um indivíduo 
faz um julgamento voluntário e consciente por si mesmo e para si mesmo, 
com o objetivo de um melhor conhecimento pessoal, de suas ações, do seu 
desenvolvimento cognitivo. 
Mas, para que a autoavaliação tenha um efeito satisfatório, ela precisa ser 
ensinada pelos professores a seus alunos, para que possam avaliar-se e ter 
uma visão mais clara da situação em que se encontram no momento.
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Unidade 02 Definição e a Construção da Avaliação
Assim, a autoavaliação é efetiva para combater o autoengano ou o excesso 
de expectativas. É um método eficaz porque traz autonomia ao aluno em seu 
processo de aprendizagem.
A autoavaliação permite que os estudantes desenvolvam habilidades 
críticas no que tange a observar e julgar suas próprias aprendizagens. 
Conforme Bernardes e Miranda (2003, p. 21), “[...] com a autoavaliação, 
o aluno conquista a competência de pensar, a capacidade de exercer 
o controle das suas ações bem como de tomar decisões face às suas 
aprendizagens”. 
Mas, para uma autoavaliação eficaz, é importante o cumprimento de vários 
objetivos em relação ao processo de conhecimento. É importante levar em 
conta os seguintes pontos:
Definir Critérios
Em primeiro lugar, é fundamental esclarecer quais critérios devem ser 
seguidos ao longo do processo de avaliação. Definir estes critérios é o 
ponto de partida.
Esclarecer os Objetivos dos Resultados
Uma vez definidas as regras, deve-se esclarecer os objetivos em termos 
de resultado para poder superar uma prova em particular.
Avaliarse os Resultados Ajustam-se aos Critérios
Avaliar cuidadosamente a realização de uma atividade individual, para 
comprovar se os resultados se ajustam aos critérios estabelecidos de 
acordo com a nota final, que pode ser classificada de forma genérica 
como aprovada ou retida.
Saber o Resultado Final
Saber o resultado final é importante para elaborar um plano de ação 
adequado de acordo com o fim proposto. Por exemplo, se um aluno 
mostra desconhecimento em alguma matéria é necessário elaborar um 
plano de ação com o objetivo de corrigir e melhorá-la.
Manutenção do Plano de Ação
No caso de um aluno obter bom resultado em uma autoavaliação, 
isso se deve ao fato de realizar um plano de ação. Nesse caso, vale a 
manutenção desse plano para continuar com esse ótimo nível.
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Como Promover a Autoavaliação?
Além das autoavaliações orais e escritas, uma maneira bem eficaz de 
promover a autoavaliação é o portfólio que abordaremos nas próximas aulas. 
O que podemos adiantar é que, ao utilizar esse instrumento, o aluno, além de 
expressar suas análises apoiadas nas aprendizagens verificadas por intermédio 
do portfólio, tem a capacidade de, no decorrer da construção do instrumento, 
perceber aquilo que ainda pode melhorar, indicando a percepção de seus erros 
e a tentativa de acertos que ficam evidenciados nas atividades subsequentes.
Mas alguns equívocos ainda acontecem na aplicação da autoavaliação. O 
mais grave é a falta de acompanhamento e intervenção do professor. 
Mas podemos citar alguns:
 
Deixar o aluno dar a sua própria nota
Permitir ao aluno dar sua própria nota nada acrescentará na aprendizagem. 
Fazer perguntas genéricas 
Perguntas genéricas dão margem a respostas vagas, o importante são 
perguntas específicas, para que o educando se foque no que realmente precisa 
avançar naquele momento.
É importante a autorregulação por parte do professor, que ele realize um 
conjunto de ações para modificar o que está inadequado. 
O objetivo principal é levar o educando a confrontar seu desempenho com 
o que se espera.
o portfólio É um 
instrumento que permite 
ao educando entender o 
que ainda se pode melhorar 
para a construção do 
conhecimento
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Unidade 02 Definição e a Construção da Avaliação
Natureza da Autoavaliação
Quanto à natureza da autoavaliação, não se deve misturar procedimentos, 
atitudes e conteúdos em uma única autoavaliação, e nem deixá-la para um 
único momento apenas. 
Ela deve ser contínua e separada. E se for de conteúdo, o ideal é ser feita ao 
final de cada tema. Quando o objetivo é avaliar atitudes, pode-se criar uma 
ficha, que possa indicar a evolução ao longo do período.
Leonor Santos, da Universidade de Lisboa, escreveu o artigo “Autoavaliação 
Regulada: porquê, o quê e como?” que define autoavaliação como: “um 
processo de metacognição, entendido como um processo mental interno 
através do qual a própria pessoa toma consciência dos diferentes momentos 
e aspectos da sua atividade cognitiva” (SANTOS, 2002, p. 2).
A autora ao citar Hadgi (1997) menciona a importância desta consciência por 
parte do aprendiz, pois “o objetivo é que o aluno seja ele próprio capaz de 
fazer a sua autocorrecção, sendo para isso necessário compreender o erro 
para criar condições para ultrapassá-lo (SANTOS, 2002, p. 3, grifo nosso). 
Quando o próprio consegue identificar o erro e corrigi-lo, acontece 
aprendizagem. Cabe ao professor interpretar o seu significado, formular 
hipóteses explicativas do raciocínio do aluno, para o poder orientar. 
Embora não existam receitas prontas a servir, apontaremos algumas estratégias 
a serem desenvolvidas pelo professor para desenvolver a autoavaliação 
regulada dos alunos. Vamos conhecê-las!
a autoavaliação leva 
o indivíduo a tomar 
consciência da sua 
atividade cognitiva
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Abordagem positiva do erro
Para que qualquer processo de regulação seja eficaz, ter-se-á de passar, 
numa primeira fase, pela compreensão da situação. 
Questionamento sobre o quê e como fazer
Se a autoavaliação passa por um processo consciente de reflexão sobre 
o que está a fazer e como se está a fazer, o aluno terá de desenvolver a 
capacidade de autoquestionamento. Mais uma vez o papel do professor 
será fundamental. O aluno poderá aprender a colocar-se autonomamente 
boas questões se o professor colocá-las de forma continuada. 
O questionamento por parte do professor pode ocorrer oralmente na 
sala de aula, enquanto os alunos realizam as tarefas propostas, e por 
escrito, tomando por base produções realizadas. 
Explicitação/negociação dos critérios de avaliação
Todo professor deve ter critérios de avaliação. Só assim ele é capaz de ajuizar 
da qualidade de um produto realizado pelo aluno. Ele deve desenvolver 
um processo de negociação com os alunos. Este segundo cenário tem a 
grande vantagem de corresponsabilizar os alunos no processo avaliativo, 
ajudando-os a apropriarem-se mais facilmente desses mesmos critérios. 
Como nos diz Perrenoud (1999, p. 96): 
Toda a ação educat iva só pode est imular o 
autodesenvolv imento, a autoaprendizagem, a 
autorregulação de um sujeito, modificando o seu meio, 
entrando em interação com ele. Não se pode apostar, 
afinal de contas, senão na autorregulação.
Avaliar para Qualificar 
Gadotti (1990) diz que a avaliação é essencial à educação, inerente e 
indissociável enquanto concebida como problematização, questionamento, 
reflexão sobre a ação. Entendemos que a avaliação se faz necessária para que 
possamos refletir, questionar e transformar nossas ações.
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a avaliação É necessária 
para que se possa 
refletir, questionar e 
transformar as ações
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Unidade 02 Definição e a Construção da Avaliação
O mito da avaliação é decorrente de sua caminhada histórica, sendo que seus 
fantasmas ainda se apresentam como forma de controle e de autoritarismo 
por diversas gerações. 
Acreditar em um processo avaliativo mais eficaz é o mesmo que cumprir sua 
função didático-pedagógica de auxiliar e melhorar o ensino e a aprendizagem. 
Quando há mudança de paradigma, cria-se uma nova cultura avaliativa, 
implicando na participação de todos os envolvidos no processo educativo. 
Isto é corroborado por Benvenutti (2002), ao dizer que a avaliação deve 
estar comprometida com a escola e essa deverá contribuir no processo de 
construção do caráter, da consciência e da cidadania. 
Tal construção perpassa pela produção do conhecimento, fazendo com que o 
aluno compreenda o mundo em que vive para usufruir dele, mas, sobretudo, 
que esteja preparado para transformá-lo.
A forma como se avalia, segundo Luckesi (2002), é crucial para a concretização 
do projeto educacional. É ela que sinaliza aos alunos, o que o professor e a 
escola valorizam. 
Comparação entre Concepções de 
Avaliação
Luckesi (2002) traça uma comparação entre a concepção tradicional de 
avaliação com a mais adequada a objetivos contemporâneos, relacionando-
as com as implicações de sua adoção. 
Vejamos, no quadro abaixo, uma comparação entre a concepção 
tradicional de avaliação com um modelo mais adequado para se avaliar, 
segundo o autor.
MODElO tRADiCiOnAl DE AvAliAçãO MODElO ADEQuADO DE AvAliAçãO
Foco na promoção
O alvo dos alunos é a promoção. Nas primeiras 
aulas, se discutem as regras e os modos pelos 
quais as notas serão obtidas para a promoção de 
uma série para outra.
implicação
As notas vão sendo observadas e registradas. Não 
importa como elas foram obtidas, nem por qual 
processo o aluno passou. 
Foco na aprendizagem 
O alvo do aluno deve ser a aprendizagem e o que 
de proveitoso e prazeroso dela obtém.
implicaçãoNeste contexto, a avaliação deve ser um auxílio 
para se saber quais objetivos foram atingidos, quais 
ainda faltam e quais as interferências do professor 
que podem ajudar o aluno.
Avaliação Educacional Pedagogia Online | UNISUAM 
12
MODElO tRADiCiOnAl DE AvAliAçãO MODElO ADEQuADO DE AvAliAçãO
Foco nas provas 
São utilizadas como objeto de pressão psicológica, 
sob pretexto de serem um ‘elemento motivador 
da aprendizagem’, seguindo ainda a sugestão de 
Comenius em sua Didática Magna criada no século 
XVII. É comum ver professores utilizando ameaças 
como “Estudem! Caso contrário, vocês poderão 
se dar mal no dia da prova!” ou “Fiquem quietos! 
Prestem atenção!” O dia da prova vem aí e vocês 
verão o que vai acontecer…”
implicação 
As provas são utilizadas como um fator negativo 
de motivação. Os alunos estudam pela ameaça 
da prova, não pelo que a aprendizagem pode 
lhes trazer de proveitoso e prazeroso. Estimula o 
desenvolvimento da submissão e de hábitos de 
comportamento físico tenso (estresse).
Foco nas competências 
O desenvolvimento das competências previstas 
no projeto educacional devem ser a meta em 
comum dos professores.
implicação 
A avaliação deixa de ser somente um objeto de 
certificação da consecução de objetivos, mas 
também se torna necessária como instrumento de 
diagnóstico e acompanhamento do processo de 
aprendizagem. Neste ponto, modelos que indicam 
passos para a progressão na aprendizagem, 
como a Taxionomia dos Objetivos Educacionais 
de Benjamin Bloom, auxiliam muito a prática da 
avaliação e a orientação dos alunos.
Os estabelecimentos de ensino estão centrados 
nos resultados das provas e exames 
Eles se preocupam com as notas que demonstram 
o quadro global dos alunos, para a promoção ou 
reprovação. 
implicação
O processo educativo permanece oculto. A leitura 
das médias tende a ser ingênua (não se buscam os 
reais motivos para discrepâncias em determinadas 
disciplinas).
Estabelecimentos de ensino centrados na 
qualidade 
Os estabelecimentos de ensino devem preocupar-
se com o presente e o futuro do aluno, especialmente 
com relação à sua inclusão social (percepção do 
mundo, criatividade, empregabilidade, interação, 
posicionamento, criticidade). 
implicação 
O foco da escola passa a ser o resultado de seu 
ensino para o aluno e não mais a média do aluno 
na escola.
O sistema social se contenta com as notas 
As notas são suficientes para os quadros estatísticos. 
Resultados dentro da normalidade são bem vistos, 
não importando a qualidade e os parâmetros para 
sua obtenção (salvo nos casos de exames como o 
ENEM que, de certa forma, avaliam e “certificam” 
os diferentes grupos de práticas educacionais e 
estabelecimentos de ensino).
implicação 
Não há garantia sobre a qualidade, somente os 
resultados interessam, mas estes são relativos.
Sistema social preocupado com o futuro
já alertava o ex-ministro da Educação, Cristóvam 
Buarque: “Para saber como será um país daqui 20 
anos, é preciso olhar como está sua escola pública 
no presente”. Esse é um sinal de que a sociedade 
já começa a se preocupar com o distanciamento 
educacional do Brasil com o dos demais países. É 
esse o caminho para revertermos o quadro de uma 
educação “domesticadora” para “humanizadora”. 
implicação
Valorização da educação de resultados efetivos 
para o indivíduo. 
Adaptado de Luckesi (2002)
13
Unidade 02 Definição e a Construção da Avaliação
Definição de Problemas 
de Avaliação
O processo de conquista do conhecimento pelo aluno ainda não está 
refletido na avaliação. Para Wachowicz e Romanowski (2002), embora 
historicamente a questão tenha evoluído muito, pois trabalha a realidade, 
a prática mais comum na maioria das instituições de ensino ainda é um 
registro em forma de nota, que não revela verdadeiramente o processo 
de aprendizagem.
Para Oliveira (2002) devem representar as avaliações aqueles instrumentos 
imprescindíveis à verificação do aprendizado efetivamente realizado 
pelo aluno, ao mesmo tempo em que forneçam subsídios ao trabalho 
docente, direcionando o esforço empreendido no processo de ensino e 
aprendizagem.
Tal direcionamento deve contemplar a melhor abordagem pedagógica 
e o mais pertinente método didático adequado à disciplina - mas não 
somente -, à medida que consideram, igualmente, o contexto sociopolítico 
no qual o grupo está inserido e as condições individuais do aluno, sempre 
que possível.
Mas os dados registrados são formais e não representam a realidade da 
aprendizagem, embora apresentem consequências importantes para a 
vida pessoal dos alunos, para a organização da instituição escolar e para a 
profissionalização do professor.
A grande falha da prática da avaliação está em valer-se prioritariamente da 
função classificatória em detrimento das demais funções. Luckesi (1995, p.34) 
assim confirma esta posição:
A atual prática da avaliação escolar estipulou como função 
do ato de avaliar a classificação e não o diagnóstico como 
deveria ser constitutivamente. Ou seja, o julgamento do 
valor, que teria função de possibilitar uma nova tomada 
de decisão sobre o objeto avaliado, passa a ter a função 
estática de classificar um objeto ou um ser humano 
histórico num padrão definitivamente determinado.
A função da avaliação fica descaracterizada quando a ênfase é dada apenas 
ao aspecto classificatório. Segundo Ferreira (1992, p.4), deixa de:
ser encarada como um meio de fornecer as informações 
sobre o processo, tanto para que o professor conheça os 
resultados de sua ação pedagógica como para o aluno 
verificar seu desempenho.
T5
Avaliação Educacional Pedagogia Online | UNISUAM 
14
Uma Descrição da Avaliação e da 
Aprendizagem
Uma descrição da avaliação e da aprendizagem poderia revelar todos os fatos 
que aconteceram na sala de aula. Se fosse instituída, a descrição (e não a 
prescrição) seria uma fonte de dados da realidade, desde que não houvesse 
uma vinculação prescrita com os resultados.
A isenção advinda da necessidade de analisar a aprendizagem (e não julgá-
la) levaria o professor e os alunos a constatarem o que realmente ocorreu 
durante o processo. 
Se o professor e os alunos tivessem espaço para revelar os fatos tais como 
eles realmente ocorreram, a avaliação seria real, principalmente discutida 
coletivamente.
No entanto, a prática das instituições não encontrou uma forma de agir que 
tornasse possível essa isenção: as prescrições suplantam as descrições e os 
pré-julgamentos impedem as observações.
A consequência mais grave é que essa arrogância não permite o 
aperfeiçoamento do processo de ensino e aprendizagem. E este é o grande 
dilema da avaliação da aprendizagem.
O entendimento da avaliação, como sendo a medida dos ganhos da 
aprendizagem pelo aluno, vem sofrendo denúncias há décadas, desde que as 
teorias da educação escolar recolocaram a questão no âmbito da cognição.
Pretende-se uma mudança da avaliação de resultados para uma avaliação de 
processo, indicando a possibilidade de realizar-se na prática pela descrição 
e não pela prescrição da aprendizagem.
a descrição da avaliação e da aprendizagem resulta em uma 
fonte de dados da realidade da aprendizagem do aluno
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Unidade 02 Definição e a Construção da Avaliação
Depois de tudo que vimos até aqui, destacamos que a avaliação deve ser 
conscientemente vinculada à concepção de mundo, de sociedade e de 
ensino que queremos, permeando toda a prática pedagógica e as decisões 
metodológicas. 
Sendo assim, a avaliação não deve representar o fim do processo de 
aprendizagem, nem tampouco a escolha inconsciente de instrumentos 
avaliativos, mas, sim, a escolha de um caminho a percorrer na busca de uma 
escola necessária.
Conclusão
Chegamos ao final de mais uma unidade e desejamos queessa aula 
o fundamente para o desenvolvimento de princípios avaliativos mais 
concernentes com a realidade educacional que nos cerca e consequentemente 
nos influencia. 
Além disso, ofereça subsídios para que tomem como parâmetros e construam 
suas próprias, para que o processo de avaliação se torne um ato condizente 
com seus verdadeiros propósitos.
Sucesso e até a próxima aula!
Referências
BERNARDES, C; MIRANDA, F. B. Portefólio: uma 
escola de competências. Porto: Porto Editora, 
2003.
FERREIRA, Paulo Rogério de Paiva. Avaliar: um 
ato que exige mudança. AMAE Educando, 1992.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: 
saberes necessários à prática educativa. São 
Paulo: Paz e Terra, 1996. 
OLIVEIRA, Gerson Pastre de. Avaliação 
Formativa nos Cursos Superiores: verificações 
qualitativas no processo de ensino 
aprendizagem e a autonomia dos educandos. 
Revista ibero-americana de Educacion, 
2002. Disponível em: <http://www.rieoei.org/
deloslectores/261Pastre.PDF>. Acesso em: 23 
mar. 2017.
HADGI, C. l´évaluation Démystifiée. Paris: ESF 
Éditeur, 1997.
Para aprofundar seus conhecimentos em 
relação à avaliação da aprendizagem, 
recomendamos leitura de dois autores 
renomados:
1- Cipriano Carlos Luckesi, com o artigo 
“Avaliação da Aprendizagem: compreensão e 
prática”
http://www.luckesi.com.br/textos/art_
avaliacao/art_avaliacao_entrev_jornal_do_
Brasil2000.pdf
2- Sandra Zákia Lian Souza, tratando de 
“Diferentes visões sobre avaliação”
http://www.educacaopublica.rj.gov.br/
oficinas/ed_ciencias/avaliacao/avaliacao_
historia02.html
aprofundando>
Avaliação Educacional Pedagogia Online | UNISUAM 
16
LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da Aprendizagem Escolar. 2. 
ed. São Paulo: Cortez, 1995.
___________. Avaliação da Aprendizagem Escolar. São Paulo: 
Cortez, 2002.
NUNAN, D. Autonomy in language learning. Plenary Presentation 
given at the ASOCOPI 2000 conference, Cartengena, Columbia, 
2000. Disponível em: <www.nunan.info/presentations/autonomy>. 
Acesso em: 22 marc. 2017.
PERRENOUD, P. Avaliação: da excelência à regulação das 
aprendizagens, entre duas lógicas. Porto Alegre: Artmed, 1999.
ROMÃO, José Eustáquio. Avaliação Dialógica: desafios e 
perspectivas. São Paulo: Cortez, 1998. 
SANTO, Leonor. Auto-avaliação Regulada: porquê, o quê e como? 
Portugal: Universidade de Lisboa, 2002.
THORNDIKE, R.; HAGEN, E. testes y técnicas de medición em 
psicologia y educación. México, Trilles, 1973 p. 27, com tradução 
de Clara A. Colotto. São Paulo: Arx, 2007.
WACHOWICZ L. A.; ROMANOWSKI J. P. Avaliação: que realidade é 
essa? Revista da Rede de Avaliação institucional da Educação 
Superior. Campinas. SP: ano 7, n. 02, p.81 – 100, jun.2002.
17
Unidade 02 Definição e a Construção da Avaliação

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