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Prof.: Mônica Lajana Espirometria Espirometria Espirometria é um método de analisar a função pulmonar medindo-se o volume de ar que o paciente consegue exalar dos pulmões após uma inspiração máxima. De um modo simplista podemos pensar que a espirometria mede dois parâmetros: 1) quanto entra de ar nos pulmões 2) com que fluxo ele é exalado. Espirometria (latim spirare = respirar + metrum = medida) É a medida dos volumes pulmonares e dos fluxos gerados durante ciclos respiratórios basais ou forçados Doenças Restritivas = Limitam a entrada de ar nos pulmões Doenças Obstrutivas = Diminuem o fluxo de ar Espirometria Volumes Pulmonares Volume Corrente (VC): é o volume de ar que é deslocado durante um ciclo respiratório. Ele compreende uma fase inspiratória e uma fase expiratória. Volume de Reserva Inspiratório (VRI): é o máximo volume de ar que pode ser inspirado além do volume corrente inspiratório até a capacidade pulmonar total. Volume de Reserva Expiratório (VRE): é o máximo volume de ar que pode ser expirado a partir do volume de repouso do sistema respiratório. Volume Residual (VR): é o volume de ar que permanece nos pulmões após uma expiração máxima. Capacidades Pulmonares • A associação de volumes forma as capacidades pulmonares. Capacidade Inspiratória (CI): é a soma do volume corrente mais o volume de reserva inspiratório. Capacidade Residual Funcional (CRF): é a soma do volume residual e do volume de reserva expiratório. Ele corresponde ao volume de ar que permanece nos pulmões após uma expiração normal, ou que corresponde ao volume de ar dos pulmões quando o sistema respiratório está em repouso. Capacidade Vital CV): é a soma do volume de reserva inspiratório, do volume corrente e do volume de reserva expiratório É o máximo volume de ar que pode ser expirado após uma inspiração máxima. Capacidade Pulmonar Total (CPT): é a soma de todos os quatro volumes pulmonares. Volumes e Capacidades Parâmetros Funcionais Avaliados na Espirometria Curva Volume -Tempo Curva Fluxo - Volume Espirometria Compreensão e Colaboração Equipamento Calibrado e Acurado Técnico Treinado Valores de Referência Dados Clínicos Espirometria Sexo : Valores são maiores no sexo masculino Estatura : Relação direta Idade : CVF diminui anualmente a partir dos 35-40 anos Raça:Valores são proporcionais em relação tronco/estatura Peso : Obesidade diminui valores Diretrizes para Testes de Função Pulmonar J Pneumol 2002 Indicações Avaliação de Fumantes Avaliação de Sintomas Pulmonares Doenças Pulmonares Obstrutivas Doenças Pulmonares Restritivas Pré- operatório Tipos de Espirômetros Abertos : A inspiração é realizada fora do aparelho Fechados : A inspiração e expiração se faz dentro do aparelho Volume e Fluxo Computadorizados: Mesa e Portáteis Escolha Tipos de Espirômetros Fluxo e Volume Mesa Portáteis Aspectos Técnicos 1. Explique a finalidade do teste e demonstre o procedimento 2. Registre a idade, altura e gênero do paciente no espirômetro 3. Anote a hora da última dose de broncodilatador usada 4. Mantenha o paciente sentado confortavelmente 5. Deixe as roupas bem soltas 6. Esvazie a bexiga antes do teste , se necessário Aspectos Técnicos Inspire até encher os pulmões totalmente Segure a respiração e coloque os lábios em torno de um bocal limpo Sopre o ar o mais rápido e com o maior esforço possível Estimule bastante o paciente ! Continue a soprar até sentir os pulmões vazios Observe o paciente durante o sopro para assegurar que os lábios estão cerrados em torno do bocal Cheque para determinar se um traçado adequado foi conseguido Repita o procedimento pelo menos duas vezes mais até que idealmente 3 leituras com 100 ml ou 5% entre elas sejam obtidas Aspectos Técnicos V o lu m e, l it ro s Tempo, segundos Aspectos Técnicos Exemplos – Padrões visuais de curvas espirométricas com desempenhos inadequados Parâmetros Funcionais Avaliados na Espirometria CVF – Capacidade Vital Forçada e CVL – Capacidade Vital Lenta CI – Capacidade Inspiratória VEF1 – Volume Expiratório Forçado no Primeiro Segundo VEF1/CVF – Relação Volume Expiratório Forçado no Primeiro Segundo e Capacidade Vital Forçada PFE – Pico do Fluxo Expiratório FEF 25-75% - Fluxo Expiratório Forçado de 25% a 75% da CVF Parâmetros Funcionais Avaliados na Espirometria CVF – Capacidade Vital Forçada Volume de gás que pode ser expirado fortemente do pulmão depois de uma inspiração máxima. CVL – Capacidade Vital Lenta Volume de gás que pode ser expirado lentamente do pulmão depois de uma inspiração máxima. CI – Capacidade Inspiratória Volume máximo que pode inspirado após uma expiração basal. VEF1 – Volume Expiratório Forçado no Primeiro Segundo Volume de gás expirado no 1o. segundo da manobra da CVF. Parâmetros Funcionais Avaliados na Espirometria 1 2 3 4 5 6 1 2 3 4 CVF5 1 VEF1 = 4L CVF = 5L VEF1/CVF = 0,8 V o lu m e , lit ro s Tempo, segundos Interpretação da CVF e CVL CVF é igual ou semelhante a CVL (diferença< que 200 ml) CVF > que CVL CVF < que CVL Diretrizes de função pulmonar. J Pneumologia 2002;28(3):S2-S16. CV Aplicada a Doenças Tempo (s) 100 0 VR CRF CPT Normal % CV Restrição Obstrução Causas de Redução da CV Doenças Obstrutivas Asma, bronquiectasia e DPOC Neoplasias pulmonares Doenças Intersticiais Aumento na quantidade ou tipo de colágeno Doenças Restritivas DNM Anormalidades mecânicas na caixa torácica Obesidade e Gravidez Capacidade Inspiratória Melhor correlação com sintomas pulmonares e resposta ao BD na DPOC do que o VEF1 Critérios de reprodutibilidade: as duas melhores Medidas não devem diferir mais que 60 ml Informações sobre hiperinsuflação pulmonar Diretrizes de função pulmonar. J Pneumologia 2002;28(3):S2-S16. Capacidade Inspiratória e DPOC DPOC CPT CI V o lu m e Normal VR CI CPT VRE VC VRI VR VRE VC VRI Volume Expiratório Forçado no 1º Segundo - VEF1 Monitorização da Resposta a Tratamentos Critérios de Gravidade da Obstrução Correlação com Mortalidade na DPOC Indicação de Intervenções na DPOC Reprodutibilidade: valores não devem diferir de 150 ml entre as curvas VEF1 e Tabagismo 25 50 75 Idade (anos) VEF1 (% à idade de 25) 100 Nunca fumou ou não suscetível à fumaça Parou aos 65 Parou aos 45 Incapacidade Fumou regularmente e suscetível aos seus efeitos Morte 0 25 50 75 Fletcher C et al. 1977 VEF1 e DPOC 7550 25 Incapacidade Morte 0 25 50 75 100 V E F 1 (% d o v a lo r a o s 2 5 a n o s ) Idade (anos) VEF1 e DPOC 0 5 1 4 2 3 L it ro s 1 65432 CVF CVF VEF1 VEF1 Normal Obstruído Seg VEF1(L) CVF (L) VEF1/CVF% Normal 4,15 5,2 80 DPOC 2,35 3,90 60 VEF1 e Doenças Restritivas VOLUME Tempo 1 s VEF1 CVF VEF1/CVF Normal 2,4 3,0 80% Restrição 1,2 1,5 80% Parâmetros Funcionais Avaliados na Espirometria VEF1/CVF – Relação Volume Expiratório Forçado no Primeiro Segundo da Capacidade Vital Forçada Divisão dos dois parâmetros que auxilia no diagnóstico de obstrução de vias aéreas PFE – Pico do Fluxo Expiratório Fluxo máximo alcançado na manobra da CVF Aparelhos portáteis FEF 25-75%- Fluxo Expiratório Forçado de 25% a 75% da CVF Mede a velocidade (ou fluxo) médio expiratório em uma manobra de CVF Curva Fluxo X Volume a b c e d Expiração VOLUME Inspiração Fluxo a) Aumento rápido do fluxo ao início da expiração – elevação quase vertical b) Fluxo máximo pontiagudo c) Descida em linha reta ao diminuir o volume pulmonar d) A curva desce lentamente até a linha zero e) A fase inspiratória é semicircular A fase expiratória é triangular Curva Fluxo X Volume Aspectos semelhantes , proporções menores. Fluxo Expiratório Forçado de 25% a 75% da CVF (FEF 25%- 75%) FEF25%-75%, obtido a partir da análise do fluxo médio no int ervalo de tempo contidoentre 25% e 75% da manobra da CVF Parâmetro auxiliar,proposto para detecção da obstrução das vias aéreas, mostrando-se sensível Grande variabilidade Fluxo Expiratório Forçado de 25% a 75% da CVF (FEF 25%- 75%) Classificação dos Resultados Normal Distúrbio Ventilatório Obstrutivo Distúrbio Ventilatório Restritivo Distúrbio Ventilatório Combinado ou Misto Espirometria Normal Tem seus resultados dentro dos limites de normalidade, comparando seus resultados com as equações de referência para a população estudada. Espirometria :Doença Obstrutiva Diminuição do fluxo de ar pulmonar expiratório Presença de obstrução VEF1 normal ou reduzido CVF normal ou reduzido VEF1/CVF reduzido Espirometria :Doença Obstrutiva DPOC Asma Bronquiectasia Fibrose Cística Neoplasia Pulmonar Causas em número muito menor do que as causas restritivas Espirometria :Doença Restritiva A diminuição da entrada de ar ocorre sempre que há alguma particularidade que restringe a entrada do ar Causas Ausência de obstrução CVF reduzida VEF1/CVF normal VEF1 normal ou reduzido Distúrbio Combinado CVF, VEF1/CVF e VEF1 reduzidos Presença de obstrução e de doença clínica potencialmente r estritiva associada São difíceis de diagnosticar pela espirometria Testes de função pulmonar completos (pletismografia ) Asma e obesidade DPOC e DNM Curva Volume xTempo Obstrutiva Restritiva Mista Tempo Tempo Tempo V o lu m e V o lu m e V o lu m e Ascenção lenta, volume expirado reduzido; tempo prolongado para expiração total Ascenção rápida para platô com volume máximo reduzido Ascenção lenta com volume máximo reduzido; medida de volumes estáticos pulmonares e PFP completa para confirmar Curva Fluxo X Volume Obstrutiva Obstrutiva Grave Restritiva Volume (L) F lu x o ex p ir at ó io Volume (L) Volume (L) Pico do fluxo expiratório reduzido, queda rápida Forma normal, pico do fluxo expiratório normal, volume reduzido Pico do fluxo expiratório reduzido, região média da curva escavada F lu x o ex p ir at ó io F lu x o ex p ir at ó io Padrões de Anormalidades Ventilatórias na Espirometria Distúrbio Obstrutivo Distúrbio Restritivo Distúrbio Misto VEF1/CVF Reduzida Normal ou aumentada Reduzida VEF1 Reduzido Normal ou reduzido Reduzida CVF Normal ou reduzida Reduzida Reduzida Interpretação da Espirometria Contra-Indicações Hemoptise Dor Torácica Diminuição do Nível de Consciência Excesso de Secreção Brônquica “Não há nada de nobre em sermos superiores ao próximo. A verdadeira nobreza consiste em sermos superiores ao que éramos antes”. (Autor desconhecido)
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