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54 Unidade II Unidade II 3 POR QUE PLANEJAR? Conforme dados do Sebrae (2014), o sucesso e o fracasso das empresas nos primeiros cinco anos de vida estão associados a três aspectos: planejamento prévio, gestão empresarial e comportamento empreendedor. O planejamento prévio está relacionado ao levantamento das informações importantes do mercado por parte dos empreendedores. Nesse aspecto, mais da metade dos empreendedores não realizou o planejamento de itens básicos antes do início das atividades da empresa. A falta de preparo pode ser observada sob duas perspectivas: informações importantes sobre o mercado; itens básicos. Figura 26 Observação Empresas, em geral, que investem no aperfeiçoamento de produtos e serviços, mantêm-se atualizadas tecnologicamente, buscam inovação nos processos, investem na capacitação e reciclagem dos colaboradores, são mais longevas. A figura a seguir mostra o percentual de empreendedores e as diversas informações sobre o mercado que desconheciam ao abrir o negócio. O aspecto com o maior percentual é a falta de projeção de clientes, bem como o hábito de consumo deles. 55 EMPREENDEDORISMO, CRIATIVIDADE E INOVAÇÃO 18 31 32 33 37 38 39 46 Não levantaram a qualificação necessária da mão de obra Não sabiam o investimento necessário para o negócio Não conheciam os aspectos legais do negócio Não tinham informações sobre os fornecedores Não conheciam a melhor localização Não sabiam o número de concorrentes que teriam Não sabiam qual era o capital de giro necessário para abrir o negócio Não sabiam o número de clientes que teriam nem os seus hábitos Figura 27 – Empreendedores versus desconhecimento de mercado O percentual de empreendedores que não realizou o planejamento de itens básicos antes do início das atividades é exibido na figura a seguir. 21 24 38 50 42 50 55 55 61 Não identificaram o público-alvo do negócio Não identificaram tarefas e os responsáveis por realizá-las Não identificaram necessidades atendidas pelo mercado Não determinaram o valor do lucro pretendido Não calcularam o nível de vendas para cobrir e gerar o lucro pretendido Não definiram estratégia para evitar desperdícios Não elaboraram um plano de negócios Não planejaram como a empresa funcionaria em sua ausência Não procuraram ajuda de pessoas/instituições para abertura do negócio Figura 28 – Empreendedores versus falta de planejamento Dedicar um tempo maior de planejamento é importante, pois permite que se entenda melhor o mercado antes da abertura da empresa, e isso tende a aumentar as chances de sucesso. A falta de procura por pessoas ou instituições para auxiliar na abertura do negócio foi o maior deles, com 61%. Outro dado importante é que 69% dos empreendedores fazem um planejamento por até seis meses para a abertura da empresa e desse percentual 82% das empresas encerram as atividades em até seis meses. Por outro lado, das 31% das instituições que fazem o planejamento por mais de seis meses, 18% encerram as atividades após seis meses de funcionamento. 56 Unidade II Lembrete Dedicar um tempo maior de planejamento é importante, pois permite que se entenda melhor o mercado antes da abertura da empresa. Saiba mais A fim de obter mais informações a respeito das questões do planejamento estratégico e do empreendedorismo como formas de sucesso para as organizações, leia o seguinte artigo: BRINGHENTI, C. et al. Planejamento estratégico e empreendedorismo: uma combinação para alcançar bons resultados. Santa Catarina: Universidade Federal de Santa Catarina, 2001. Disponível em: http://www.dainf.cefetpr. br/~gilda/Downloads%20-%20Arquivos/Disciplinas/Empreendedorismo/ PlanejamentoEstrategico.pdf. Acesso em: 9 dez. 2019. Há uma série de fatores ligados à gestão empresarial, cada um deles possui uma contribuição positiva no processo de longevidade empresarial. O Sebrae fornece dez exemplos de fatores e para cada um deles faz um comparativo entre empresas ativas e encerradas. Os itens que mais se destacam são: inovações tecnológicas e aperfeiçoamento dos produtos e serviços. Das empresas que permanecem em atividade, 72% investem em inovações tecnológicas, por outro lado, daquelas que são encerradas, apenas 62% o fazem. Investimento em propaganda Benchmark dos concorrentes Revisão e atualização do plano de negócios Investimento em capacitação Atualização tecnológica Busca por fornecedores qualificados Acompanhamento de receitas e despesas Controle de custos Inovação contínua dos processos Aperfeiçoamento de produtos e serviços 25 67 37 46 43 58 37 55 62 61 26 69 43 53 50 67 47 65 72 71 Figura 29 – Fatores positivos para longevidade empresarial Os fatores que mais se destacam na estratégia para atrair clientes são: produtos e serviços diferenciados (38%), preços competitivos (31%) e propaganda e divulgação (20%), conforme figura a seguir. 57 EMPREENDEDORISMO, CRIATIVIDADE E INOVAÇÃO Nenhuma ação Pagamento facilitado Preços competitivos Ações diversas Propaganda e divulgação Produtos e serviços diferenciados 14 8 3 4 8 7 18 20 31 23 26 38 Figura 30 – Fatores positivos para atrair clientes e aumentar a longevidade empresarial 3.1 O planejamento faz parte da vida do empreendedor O planejamento é um processo que nunca termina em uma empresa e deve estar presente desde os estágios iniciais do empreendimento. Conforme o empreendimento amadurece, o planejamento continua para definir metas e objetivos de curto, médio e longo prazo. Pense antes de agir. Esopo (620-560 a.C.) O planejamento está intimamente ligado em estabelecer antecipadamente metas e objetivos a serem alcançados pela empresa, levando em consideração os recursos que serão necessários para isto. Segundo Las Casas (2004, p. 57), o termo planejamento é essencial para uma companhia, pois a partir do plano definido, pode-se ter maior clareza onde a instituição quer chegar, de que forma e o que fazer para tal. Na visão de Chiavenato (2007, p. 142), o planejamento estratégico é um conjunto consciente e sistemático de tomada de decisões acerca de projetos que afetam ou deveriam afetar toda a empresa por longos períodos. Em outros termos, o planejamento direciona os gestores a caminhos decisórios que tornem o negócio sustentável e inovador. Observação Planejamento estratégico é um conjunto de processos metodológicos operados em um contexto a fim de definir metas, ações, mobilização de recursos e tomadas de decisões para se chegar a um objetivo com sucesso. 58 Unidade II O planejamento pode ser feito para as várias áreas funcionais de uma empesa, tais como, área de operações, área de recursos humanos, área de finanças, área de tecnologia, área de marketing, área de recursos materiais, entre outras. Embora os planos possam ter propósitos distintos, o ponto em comum a todos eles é oferecer direcionamento e estrutura organizacional considerando um ambiente pungente e dinâmico. Saiba mais Com o objetivo de ter acesso a ferramentas para criar negócios e realizar o planejamento estratégico para empreendedores, acesse: ENDEAVOR. Planejamento estratégico para empreendedores. Endeavor, 2019. Disponível em: https://endeavor.org.br/estrategia-e-gestao/planeja mento-estrategico-para-empreendedores/. Acesso em: 19 dez. 2019. 3.2 O que é plano de negócios? Certamente, há várias definições sobre o que é um plano de negócios. Nos próximos parágrafos existem algumas delas. Recomenda-se que se adote a definição que seja mais clara e objetiva. Segundo Dornelas (2008, p. 96), “[...] plano de negócios é um documento usado para descrever um empreendimento e o modelo de negócios que sustenta a empresa”. Para Degen (2009, p. 208), “[...] plano de negócios é a descrição, em um documento, da oportunidade de negócio que o candidato a empreendedor pretende desenvolver [...]”. Conforme Hisrich, Peters e Shepherd (2014, p. 155), “[...] plano de negócios é um documento preparado pelo empreendedor no qual são descritostodos os elementos externos e internos para o início relevantes para o início de um novo empreendimento“. De acordo com o Sebrae (2017), plano de negócios é: [...] documento que descreve por escrito os objetivos de um negócio e quais passos devem ser dados para que esses objetivos sejam alcançados, diminuindo os riscos e as incertezas. Um plano de negócio permite identificar e restringir seus erros no papel, ao invés de cometê-los no mercado. O plano de negócios pode ser imaginado como um mapa de estrada. Suponha que você tenha que iniciar uma viagem da sua cidade para outra desconhecida. Há várias rotas possíveis, cada uma delas com uma duração e distância diferentes, exigindo um planejamento específico de tempo e custos. É obvio que hoje em dia o GPS ajuda no processo de tomada de decisão. Em negócios, o plano de 59 EMPREENDEDORISMO, CRIATIVIDADE E INOVAÇÃO negócios tem a função do GPS, ajudar o empreendedor a planejar e enxergar o percurso da viagem, e como os recursos serão alocados ao longo dela. Figura 31 O plano da viagem idealizado leva em consideração variáveis externas, tais como, condições do tempo, condições da estrada, condições do veículo, serviços de apoio ao longo do trajeto, segurança das estradas, locais para descanso etc. Nem todas essas variáveis estão no seu controle, mas devem ser pensadas. Da mesma maneira, o empreendedor deve ponderar diversos fatores, como: economia do país, concorrência, novas tecnologias, mudanças na legislação, necessidades dos clientes etc. O plano de viagem deve responder a três perguntas: qual é a minha posição atual? Qual é a minha direção? Como faço para chegar ao meu destino? Essas mesmas questões precisam ser respondidas pelo empreendedor. Lembrete “[...] plano de negócios é um documento usado para descrever um empreendimento e o modelo de negócios que sustenta a empresa” (DORNELAS, 2008, p. 96). A elaboração do plano de negócios envolve uma série de etapas processuais que transitam entre a aprendizagem e o posicionamento no ambiente de negócios. Geralmente, os passos são padronizados, o que facilita o entendimento e desenvolvimento. O tamanho do plano de negócios varia conforme o porte da empresa. Para chegar a uma versão final, são necessárias várias revisões e versões. Observação Existem as seguintes questões-chaves a serem respondidas em qualquer tipo de plano de negócios: “(a) Em que negócio você está? (b) O que você (realmente) vende? (c) Qual é o seu mercado-alvo?” (BANGS, 1998, p. 68). 60 Unidade II Saiba mais A fim de obter todas as informações a respeito de como montar planos de negócios, acesse: SEBRAE. Tudo o que você precisa saber para criar o seu plano de negócio. Sebrae, 2019. Disponível em: https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/ artigos/como-elaborar-um-plano-de-negocio,37d2438af1c92410VgnVCM 100000b272010aRCRD. Acesso em: 10 dez. 2019. 3.3 O plano de negócios O plano de negócios é a principal ferramenta do empreendedor, não importando o tipo de negócio ou projeto a ser desenvolvido. Ele pode ser utilizado em empreendedorismo corporativo, empreendedorismo social e empreendedorismo de startups. Saiba mais Startup é o ato de começar algo, normalmente relacionado com companhias e empresas que estão no início de suas atividades e que buscam explorar atividades inovadoras no mercado. Com a finalidade de aprofundar-se no tema, acesse o site a seguir: SIGNIFICADOS. Significado de startup. Significados, 2015. Disponível em: https://www.significados.com.br/startup/. Acesso em: 19 dez. 2019. No empreendedorismo corporativo, o plano de negócios considera as estratégias no negócio da própria organização, se será algo novo ou um projeto de melhoria. No empreendedorismo social, as empresas são diferentes de ONGs ou empresas comuns, pois elas utilizam estratégias de mercado para buscar soluções aos problemas sociais. Saiba mais A fim de conhecer mais a respeito do empreendorismo social, acesse: BUENO, J. R. Empreendedorismo social: propósitos em equilíbrio com os negócios. Santa Catarina: Sebrae, 2017. Disponível em: https://blog. sebrae-sc.com.br/empreendedorismo-social/. Acesso em: 20 dez. 2019. 61 EMPREENDEDORISMO, CRIATIVIDADE E INOVAÇÃO O plano de negócios deve traduzir várias etapas necessárias para a implementação do novo empreendimento ou projeto em um documento que ofereça uma síntese, as potencialidades no negócio e riscos envolvidos. Isso é o mínimo que se espera de um plano de negócios – um meio para o empreendedor expor as suas ideias em uma linguagem de simples compreensão, para o que os stakeholders do empreendimento percebam claramente a viabilidade no negócio (DORNELAS, 2008, p. 102). Observação Stakeholders significa uma pessoa ou um grupo estratégico de indivíduos com interesse em um empreendimento, empresa, negócio ou indústria, podendo ou não ser um investidor. Stake, em inglês, significa interesse, participação, risco e holder quer dizer aquele que possui. Ao contrário do que pode parecer, o plano de negócios deve ser um documento vivo e dinâmico que tem que acompanhar as frequentes mudanças de mercado. Segundo Dornelas (2008, p. 102), “[...] o plano de negócios, sendo essencialmente uma ferramenta de planejamento que trata de pessoas, oportunidades, do contexto e mercado, riscos e retornos, também muda”. Ele precisa ser amplo e não focado apenas no aspecto financeiro. Devem fazer parte do plano de negócios vários indicadores, por exemplo, de mercado, de capacidade operacional, de capacitação interna da empresa. Os critérios necessitam mostrar a evolução da empresa no decorrer do tempo e a viabilidade de alcance de metas e objetivos a curto, médio e longo prazo. Observação Muitas pessoas têm vontade de empreender, mas acham muito difícil. Mas, na verdade, elas estão realizando atividades profissionais e não querem abrir mão do que já conquistaram. Como já mencionado, o índice de mortalidade das micro e pequenas empresas brasileiras chega a 70% nos primeiros anos de existência. O que talvez você não saiba é que nos Estados Unidos, mesmo com todo o investimento feito pelo governo para o desenvolvimento do empreendedorismo, a mortalidade de startups chega a 50% em algumas áreas. Então, como que em um país com uma economia mais ativa isso acontece? O governo americano realizou uma pesquisa por meio do Small Business Administration e concluiu que 98% dos problemas estão associados à falta de planejamento correto do negócio. Consta a seguir o detalhamento da pesquisa. 62 Unidade II Quadro 8 – Fatores responsáveis pela mortalidade das startups Motivos % Incompetência gerencial 45 Desbalanceamento da expertise 20 Falta de experiência de gestão 18 Desconhecimento do ramo 9 Negligência nos negócios 3 Fraudes 2 Desastres 1 Fonte: SBA (2019). Segundo Bangs (1998, p. 71), as falhas apontadas na pesquisa feita pelo governo americano podem estar relacionadas às armadilhas na gestão diária de pequenas empresas, conforme segue: • falta de experiência; • atitudes erradas; • problemas de localização do negócio; • capital insuficiente; • expansão súbita e inexplicada; • dificuldades em obter créditos financeiros; • capital de ativos físicos em excesso; • utilização excessiva de recursos próprios. A pergunta que se faz é: “como não cair nessas armadilhas e incrementar a eficiência na gestão do negócio? Infelizmente, não existem fórmulas mágicas para isso. Dornelas (2001, p. 93) aconselha ao empreendedor a capacitação gerencial contínua e o uso prático de conceitos teóricos para desenvolver a experiência requerida e o planejamento periódico organizacional. Ainda, para Dornelas (2008, p. 93), enquanto o brasileiro esbanja criatividade e persistência carece de planejamento. E o planejamento é tão importante que mesmo nos Estados Unidos a falta dele impacta negativamente o sucesso de muitos empreendimentos. A questão que pode ser feita neste momento é se o plano de negócios é tão eficaz a ponto dedeterminar o sucesso ou fracasso de uma atividade. 63 EMPREENDEDORISMO, CRIATIVIDADE E INOVAÇÃO Primeiramente, deve existir o cuidado ao se escrever um plano de negócios que não contenha números demasiadamente irreais. Neste caso, não planejar é menos ruim do que planejar conscientemente errado. Essa ferramenta de gestão deve ser utilizada pelo empreendedor que deseja transformar seu sonho em realidade (DORNELAS, 2001, p. 94). Saiba mais Começar um negócio na direção certa pode ser essencial para o sucesso do seu empreendimento. Uma variedade de decisões deve ser feita desde o início em relação a uma infinidade de tópicos. O site a seguir pode contribuir para ampliar o seu conhecimento sobre o tema. https://www.sba.gov/ 3.4 Por que se deveria escrever um plano de negócios? Dornelas (2008, p. 108) cita os seguintes elementos adicionais para justificar a importância de se elaborar um plano de negócios: • identificar novas oportunidades de negócios; • facilitar a obtenção de financiamentos; • compreender e estabelecer as diretrizes do negócio; • melhorar o gerenciamento e o processo decisório empresarial; • possibilitar o monitoramento contínuo da empresa. Degen (2009, p. 208) apresenta dez benefícios que um plano de negócios gera. • É praticamente impossível para as pessoas guardarem na memória ordenadamente todos os dados e as informações necessárias para um novo negócio, e a elaboração do plano de negócio torna o acesso às informações consistente e imediato. • Avaliar o potencial de lucro do negócio e perspectivas de crescimento, projetar o fluxo de caixa, declarar, avaliar e mitigar os riscos do empreendimento, estabelecer o plano de marketing e vendas, estabelecer o plano de operação. • Melhorar a percepção sobre se realmente o negócio exigirá de si e se está disposto a fazer o que for necessário. 64 Unidade II • Simular diferentes estratégias competitivas e avaliar suas consequências. Existem diversas formas de realizar simulações. Podem ser virtuais e reais. As primeiras são feitas por meio de simuladores empresariais, já as segundas podem ser feitas diretamente com consumidores na forma de pesquisas sobre o produto a ser lançado. • É comum o empreendedor criar uma relação de paixão com a sua ideia de negócio. Apresentar o plano de negócio a pessoas de confiança e experientes podem lançar insights e validar ou não a ideia. Isso ajuda muito a manter a objetividade sobre o negócio proposto. • Os riscos do negócio e maneiras de superá-los são evidenciados para todos os stakeholders, isso evita que algo crítico ao projeto fique esquecido. • A dificuldade e o trabalho envolvidos na preparação do plano de negócio testam e comprovam a factibilidade de consecução do negócio e, ainda, a motivação do próprio candidato a empreendedor e os seus possíveis sócios e colaboradores. • Melhora o poder de convencimento dos stakeholders para a obtenção de recursos necessários. • Serve como um manual de montagem e operação do negócio. • O fluxo de caixa projetado no plano de negócios serve de balizador para manter o negócio saudável financeiramente. Lembrete Em primeiro lugar, deve existir o cuidado ao se escrever um plano de negócios para que ele não contenha números demasiadamente irreais. Neste caso, não planejar é menos ruim do que planejar conscientemente errado. 3.5 O plano de negócios como ferramenta de gerenciamento O plano de negócios pode se tornar um instrumento eficaz de gerenciamento desde que as informações nele contidas sejam divulgadas de modo amplo internamente na empresa. De nada adiantam boas informações engavetadas ou perdidas em uma montanha de documentos (DORNELAS, 2001, p. 108). A fim de tornar o plano de negócios um sistema de alta visibilidade interna para guiar o processo de acompanhamento e melhoria organizacional, Rentes, Aken e Butler (1999, p. 63) apresentam um instrumento chamado Painel de metas. Trata-se de um sistema de fácil visualização e compreensão de medidas de desempenho que mostra de maneira gráfica a evolução da empresa ao longo do tempo. Vejamos um modelo a seguir: 65 EMPREENDEDORISMO, CRIATIVIDADE E INOVAÇÃO Meta Resultados J F M A M J J A S O N D Média Aumenta o faturamento em 15% até o final desse ano 1% 4% 5% 4% 6% 9% 7% 10% 12% 11% Meta Objetivo + Valor + Prazo Meta Aumentar o faturamento + em 15% + Até o final desse ano Reduzir a perda de clientes + em 7% + Até o final do primeiro semestre Definição de metas Figura 32 – Painel de metas Apesar de todos os argumentos positivos para a elaboração de planos de negócios apresentados até o momento, muitas pessoas ainda deixam de fazê-lo. Bangs (1998, p. 67) diz que o motivo para isso está nas seguintes justificativas dadas: • está tudo na minha cabeça; • nem sei por onde começar; • não preciso disso; • não tenho afinidade com números; • eu tenho recursos suficientes e não quero perder tempo com isso. 3.6 O plano de negócios como ferramenta de vendas O plano de negócios pode ser utilizado como ferramenta de venda interna e externa a fim de conquistar adeptos ao projeto. Existe uma dificuldade natural de se demonstrar projetos ou ideias, quando se consegue isso, geralmente as exibições devem ser rápidas, objetivas e manter a essência da proposta. É uma tarefa difícil, em especial aos inexperientes. Entre as muitas habilidades exigidas para a apresentação, está a persuasão. Trata-se de uma capacidade que pode ser aprendida. 66 Unidade II Dornelas (2001, p. 108) propõe um esquema geral para ajudar o empreendedor a formatar e alinhar o discurso de vendas do projeto. Após a elaboração do plano de negócios, deve-se considerar o que representa o alicerce do projeto. A apresentação tem de ser programada para acontecer entre 10 e 15 minutos, geralmente com o suporte de slides, folders, amostras etc. É necessário elaborar um sumário executivo de uma a duas páginas. Na sequência, precisa ser desenvolvido o chamado “elevator speech”, em outras palavras a “venda do peixe” na forma de um discurso com duração entre meio a dois minutos, reservado à principal ideia e ao alcance do negócio. A seguir consta o esquema proposto pelo autor. Pr oj eç õe s fin an ce ira s Plano de negócios Apresentação de slides Sumário executivo Elevator speech Conceito Pr oc es so s e op er aç õe s An ál ise es tr at ég ic a Cr on og ra m a de m et as M er ca do e co m pe tid or es Ve nd as e di st rib ui çã o A eq ui pe d e co la bo ra do re s Figura 33 – Esquema para a apresentação do plano de negócio Dornelas (2008, p. 114) diz que a sequência de preparação para a apresentação do projeto pode ser feita de forma invertida, isto é, o empreendedor submete a ideia com uma breve descrição do conceito, caso seja aprovada parte-se para as outras etapas. A fase de elevator speech é considerada pela grande maioria dos empreendedores como sendo a mais difícil. Existem várias maneiras de se fazê-la. Kaplan e Norton (1996, p. 31) apresentam a forma estruturada e sequencial de seis passos, conforme segue: 67 EMPREENDEDORISMO, CRIATIVIDADE E INOVAÇÃO Passo 1 Oportunidade Qual oportunidade será o foco do projeto? Quais são os fatores motivacionais para o lançamento do projeto? O projeto será desenvolvido em quanto tempo? Passo 3 Benefícios Qual será o público beneficiado pelo projeto? Quais serão os benefícios gerados pelo projeto? Passo 2 Abordagem Quais atividades-chave serão desenvolvidas pela equipe? Quais marcos de referências serão considerados? Quais serão os resultados esperados? Passo 4 Recursos Quais serão os custos e as fontes de recursos? Quais serão as pessoas-chave para o desenvolvimento do projeto? Passo 5 Sponsors Passo 6 Riscos Quem são os sponsors? Qual tipo de suporte os sponsors darão ao projeto? Como os riscos serão mitigados? Figura 34 – Forma estruturada e sequencial de seis passos O passo 1 representa a descrição da oportunidade ou problema aser resolvido; no passo 2 é definida a forma ou abordagem que será utilizada para o que foi estabelecido previamente; o passo 3 retrata os benefícios gerados pelo projeto, bem como quem será beneficiado por ele; no passo 4 serão determinados os recursos necessários ao projeto; no passo 5 serão indicados os sponsors (responsáveis pelo projeto) e no passo 6 serão apresentados os riscos do projeto e as formas de mitigá-los. Dornelas (2008, p. 117) fornece um bom exemplo de texto para o elevator speech, O projeto [nome] trará [listar resultados] para [listar beneficiários] através de [listar benefícios]. A equipe responsável é liderada por [especificar o líder] e é composta dos seguintes membros-chave [listar pessoas-chave]. O projeto terá início em [data] e os primeiros resultados serão obtidos em [data]. O custo total será de [valor], correspondendo às seguintes categorias [listar estrutura de custos]. Os recursos que atualmente já temos disponíveis (ou dos quais necessitamos) são de [valor] provenientes de [listar fonte dos recursos]. Os riscos inerentes ao projeto são [falar dos riscos]. Pretendemos gerenciá-los com [mostrar a abordagem gerencial]. Esperamos então que o projeto resolva [falar do problema]. Já temos o projeto aprovado pelas áreas de [listar sponsors] e ainda pelas pessoas [listar sponsors-chave]. Algumas oposições ao projeto são [listar oposições], mas pretendemos tentar convencê-los através de nossa [mostrar a estratégia]. 68 Unidade II 3.7 Stakeholders do plano de negócios Diversos stakeholders podem ter interesse em projetos empreendedores, e nem sempre são somente investidores e bancos, como muitos ainda pensam. Pavani, Deutscher e López (1997, p. 87) ampliam a lista de stakeholders, conforme lista a seguir: • sócios; • clientes; • investidores; • incubadoras; • parceiros; • bancos; • fornecedores; • a própria empresa. Saiba mais O Sebrae disponibiliza um texto interessante de como as incubadoras de empresas podem ajudar uma simples ideia a se tornar um negócio real, leia em: SEBRAE. Como as incubadoras de empresas podem ajudar o seu negócio. Sebrae, 2016. Disponível em: https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/ artigos/as-incubadoras-de-empresas-podem-ajudar-no-seu-negocio,f24 0ebb38b5f2410VgnVCM100000b272010aRCRD. Acesso em: 10 dez. 2019. Qualquer um dos stakeholders pode ter uma necessidade específica. Cada público irá analisar o plano de negócio sob perspectivas específicas. Desta forma, o candidato a empreendedor deve ter certeza que a apresentação do plano de negócio está alinhada ao público-alvo. O plano de negócio é único, porém podem ser feitas customizações. Degen (2009, p. 216) nos fornece alguns exemplos de necessidades específicas de potenciais investidores, banqueiros, colaboradores e parceiros estratégicos. • Investidores individuais e fundo de investimentos: o interesse desse grupo é bem específico e está relacionado ao tamanho do potencial de lucro e crescimento do empreendimento. Neste caso, devem ser detalhadas barreiras a novos entrantes no mercado, estratégia competitiva e oferta 69 EMPREENDEDORISMO, CRIATIVIDADE E INOVAÇÃO de valor superior ao do concorrente. Outro ponto de interesse desse grupo está em conhecer a capacidade gerencial do empreendimento, em outras palavras, quer saber se as pessoas serão competentes para transformar a ideia em negócio de sucesso. Além disso, é importante mostrar a segurança com que o negócio será conduzido. • Banqueiros e agentes financeiros: esse grupo tem interesse na capacidade de o empreendimento garantir o pagamento de financiamentos, então a liquidez da atividade é um ponto importante a ser destacado no plano de negócio. Declarar quais serão as garantias dadas pelos financiamentos concedidos. Demonstrar que o financiamento é adequado à proposta. Apresentar a avaliação de impacto ambiental e social do empreendimento, essa é uma preocupação com relação a prejudicar a marca e reputação do agente financeiro. • Parceiros estratégicos: diversas parcerias estratégicas podem ser feitas, desde pesquisa e desenvolvimento até serviços de atendimento ao consumidor. Nesse aspecto, o parceiro quer ter a garantia que o empreendedor irá cumprir a sua parte dos termos acertados na aliança estratégica. 4 ESTRUTURA DO PLANO DE NEGÓCIOS Cada empreendimento é um projeto, e como cada um deles, tem suas caraterísticas próprias e únicas. Desta forma, é impossível que um plano de negócios seja igual a outro. Assim, não existe uma estrutura rígida e fixa para escrevê-lo. Uma indústria é diferente de uma prestadora de serviços que se distingue de uma empresa comercial. Mas, apesar disso, o plano de negócios deve ter um conjunto de seções que possibilitarão aos stakeholders entenderem completamente a proposta. As seções devem seguir uma sequência lógica que permita ao leitor entender como o empreendimento será organizado, os objetivos e as metas, os produtos/serviços, o macromercado de atuação, o nicho de mercado ao qual está inserido, a estratégia de marketing que será desenvolvida e a situação financeira. O plano de negócios pode demandar muitas horas de trabalho para a sua elaboração. A experiência e o conhecimento do empreendedor, bem como o propósito dele são variáveis que influenciam em seu tempo de elaboração. O profissional deve ter o cuidado de elaborar o plano com razoável abrangência, o suficiente para dar ao investidor e outros stakeholders um panorama completo do projeto e servir de ferramenta de base. É relativamente comum os empreendedores, em especial os menos experientes, preverem a duração que será necessária para a elaboração do plano de negócios. Muitas vezes, somente quando o processo da criação é iniciado o profissional percebe os pontos que ainda não domina por completo, demandando mais tempo ainda para finalizar o trabalho. 70 Unidade II Observação “[...] o empreendedor deve estar ciente de que cada plano de negócio é diferente e todos os outros, dependendo de seu propósito e do leitor” (HISRICH; PETERS; SHEPHERD, 2014, p. 166). Uma questão comum que é formulada ao elaborar o plano de negócios é quantas páginas ele deve ter. A resposta é depende. Depende do público a que se destina e do quão conciso deve ser o plano sem perder a compreensão, análise e avaliação do negócio. Jian (1997, p. 54) sugere os seguintes tipos de planos de negócios e seus respectivos tamanhos: • Plano de negócios completo: é indicado para apresentar a visão completa do projeto e pleitear investimento de maior porte. Tem entre 15 e 40 páginas. • Plano de negócios resumido: é indicado para apresentar informações resumidas a um investidor. Serve como teaser. Tem entre 10 e 15 páginas. • Plano de negócios operacional: é de utilização interna intensiva por todos os níveis organizacionais e serve para alinhar os esforços em direção aos objetivos estratégicos do empreendimento. Tem tamanho variável, pois depende das necessidades específicas de cada empreendimento. Observação Teaser significa “provocar” em inglês. Trata-se de uma forma de chamar a atenção das pessoas para uma campanha por meio de informações impactantes. Degen (2009, p. 213) diz que o plano de negócios completo pode ser dividido em três grandes partes: • Sumário do plano de negócio: 10 páginas, no máximo. • Plano de negócio: entre 30 e 50 páginas. • Plano operacional do negócio: no mínimo, 50 páginas. A seguir são apresentados os objetivos e stakeholders específicos para cada uma das três partes do referido plano completo. 71 EMPREENDEDORISMO, CRIATIVIDADE E INOVAÇÃO Sumário Plano do negócio Plano operacional do negócio Objetivo: apresentar a oportunidade de negócio (conquistar interesse) Stakeholders: amigos, conselheiros, colaboradores, fornecedores, clientes, agentes financeiros, parceiros estratégicos 5 a 10 páginas Objetivo: desenvolver os principais fatores de sucesso do negócio Stakeholders: fornecedores e clientes, parceiros estratégicos, investidoresindividuais, agentes financeiros 30 a 50 páginas Objetivo: fornecer o roteiro para o desenvolvimento do novo negócio (programa de trabalho e orçamento) Stakeholders: candidato a empreendedor, parceiros estratégicos, sócios e colaboradores Acima de 50 páginas Figura 35 – Partes de um plano de negócios • Sumário do plano de negócio: essa parte do plano de negócio é de suma importância para o empreendedor apresentar o seu projeto a diversos stakeholders. Por se tratar de um documento relativamente curto, são no máximo dez páginas, requer menos informações, e tem mais objetividade, facilitando a localização dos dados mais importantes do projeto. Consequentemente, é a parte que pode ser feita mais rapidamente em comparação com as outras duas partes do plano de negócio completo. Alguns optam por escrevê-la mesmo sem ter as outras partes prontas, justamente para buscar a aprovação inicial da ideia, outros preferem fazê-la somente após as outras estarem completas. Os stakeholders mais comuns com interesse nesse documento são: amigos, conselheiros, colaboradores, fornecedores, clientes, agentes financeiros, parceiros estratégicos. Em alguns casos, os candidatos a empreendedor usam o sumário como teaser para gerar interesse pela oportunidade de negócio e angariar apoio e recursos para a sua ideia e só elaboram o plano completo quando conseguem despertar um nível de interesse e apoio (DEGEN, 2009, p. 213). O sumário é mais do que uma simples introdução ou uma lista de tópicos do plano de negócio. Trata-se de uma apresentação completa, estruturada, lógica e resumida. Ele é, assim dizendo, um plano de negócios completo, porém resumido, e pode ser apresentado aos stakeholders independentemente das outras partes estarem completas. A grande maioria dos stakeholders não dispõe de tempo para ler o plano de negócios completo inicialmente, mas não se engane, caso o projeto passe pela primeira fase, eles irão querer ver o plano completo, em especial para a liberação de recursos financeiros. 72 Unidade II • Plano de negócio: essa parte é um dos excertos do plano de negócio completo e deve evidenciar todos os fatores considerados críticos para o sucesso do empreendimento. Deve ter entre trinta e cinquenta páginas. O conteúdo tem por objetivo oferecer aos stakeholders a compreensão em maior profundidade do projeto. A redação e a estrutura têm de ser compreensíveis às pessoas mesmo que não conheçam o nicho de mercado ao qual o negócio irá se inserir. Um cuidado especial deve ser tomado para não incluir neste trecho qualquer coisa relacionada à parte operacional do projeto, justamente para não desviar o foco dos investidores na análise e avaliação do projeto. O propósito aqui é obter apoio e recursos financeiros para o desenvolvimento do empreendimento. Tipicamente, os stakeholders com interesse nessa parte são: fornecedores e clientes, parceiros estratégicos, investidores individuais e agentes financeiros. Como o plano de negócio é o documento que será submetido a diversos stakeholders, o empreendedor deve aproveitar a oportunidade a fim de ouvir críticas, elogios e dúvidas e estar preparado para respondê-las. Caso não sejam respondidas, o plano de negócio precisa ser repensado. Aqui, a emoção deve dar lugar à razão, já as pessoas que estão opinando sobre o projeto têm interesse no potencial retorno e na viabilidade sobre ele. Muitos empreendedores podem não precisar de investidores por possuírem recursos suficientes para iniciar o negócio. Nessa situação, é comum o empreendedor achar que o plano de negócio é uma perda de tempo. “A disponibilidade de recursos próprios ou o sucesso como empregado não garante o sucesso no desenvolvimento de um novo negócio” (DEGEN, 2009, p. 214). Ainda segundo Degen (2009, p. 214), geralmente os empreendedores sem recursos e sem uma carreira brilhante como empregados são obrigados a primar pelo desenvolvimento do plano de negócios e a ter mais consistência e a probabilidade de sucesso é maior. Portanto, a necessidade de obtenção de recursos faz com que o empreendedor garanta um bom plano de negócio. Com o objetivo de que os investidores acreditem no conteúdo do plano de negócio, é fundamental a declaração dos fatores críticos para o sucesso do empreendimento e como o empreendedor se qualifica para desenvolver o projeto, conforme o plano de negócio. “A credibilidade é a base para os investidores avaliarem os riscos e as recompensas de investir na oportunidade de negócio. Sem elas, eles não perderão tempo estudando o plano do negócio” (DEGEN, 2009, p. 215). • Plano operacional do negócio: essa parte do plano de negócio completo tem por objetivo fornecer um detalhamento sobre o que deve ser feito, quem vai fazer, quanto vai custar e quando deve iniciar e terminar. Geralmente, tem mais de cinquenta páginas. Tipicamente, os stakeholders com interesse nessa parte são: candidatos a empreendedor, parceiros estratégicos, sócios e colaboradores. É possível que os investidores queiram ver essa parte do plano para ter certeza que o planejamento detalhado da operação do negócio foi feito, além disso serve para tranquilizar os investidores no sentido de mostrar que o empreendedor tem as ferramentas corretas para desenvolver o projeto com êxito. 73 EMPREENDEDORISMO, CRIATIVIDADE E INOVAÇÃO O nível de detalhamento do plano operacional irá depender da complexidade do projeto. O plano operacional deve conter obrigatoriamente o cronograma, o orçamento do projeto que é utilizado como linha de base para o fluxo de caixa projetado. Observação A linha de base é utilizada durante a fase de planejamento de projetos e fica disponível para que o empreendedor possa acompanhar e controlar o andamento da atividade. Em outras palavras, são dados de referência. 4.1 Uso de softwares específicos para a produção do plano de negócios A utilização de softwares específicos para a produção do plano de negócios não é obrigatória. É possível chegar a resultados satisfatórios apenas usando processadores de textos e geradores de planilhas. Apesar dessa possibilidade, os softwares específicos oferecem uma série de vantagens, principalmente na parte financeira. Atualmente, existe uma grande oferta de softwares específicos para a elaboração de planos de negócios. Vão dos mais simples e acessíveis até os mais completos e de custo elevados. A seguir são listados alguns exemplos de softwares específicos para tal finalidade de criação. Quadro 9 – Softwares específicos para plano de negócio Nome BizPlan Builder Business Plan Pro Make Money Portal Brasileiro Monday Plano de Negócio 3.0 Empreenda Smart Business Plan Luz Outra parte complementar ao plano de negócios é uma apresentação de slides, que será exibida aos stakeholders. Sua duração deve ser entre 30 e 45 minutos (cerca de vinte a trinta slides). 74 Unidade II 4.2 Exemplos de estrutura de plano de negócios Algumas sugestões de estruturas de planos de negócios são apresentadas a seguir. Quadro 10 – Estrutura 1 – Sugestão para empresas industriais em geral I. Capa: a capa é provavelmente a primeira parte a ser notada por quem lê o plano de negócios, dessa forma deve causar uma primeira boa impressão, com informações necessárias e objetivas II. Sumário: o sumário deve possibilitar para quem lê a rápida localização do conteúdo, com título e número da página III. Sumário executivo: o sumário executivo é a seção principal do plano de negócios, pois fará o leitor decidir se irá ou não continuar o restante do plano de negócios IV. Análise estratégica: a análise estratégica serve para direcionar a empresa, aqui devem ser declaradas a missão e a visão. Uma boa ferramenta para essa seção é a análise Swot. Trata-se do cérebro do plano de negócios V. Descrição da empresa VI. Produtos e serviços VII. Plano operacional VIII. Plano de recursos humanos IX. Análise de mercado X. Estratégia de marketing XI. Plano financeiro XII. Anexos Adaptado de: Hisrich; Peters; Shepherd (2014, p.167). Quadro 11 – Estrutura 2 – Sugestão para empresas virtuais I. Capa II. Sumário III. Sumário executivo IV. Conceito do negócio a. O negócio b. O produto V. Equipe de gestão VI. Mercado e competidores a. Análise setorial b. Mercado-alvo c. Necessidade do cliente d. Benefícios do produto e. Competidores f. Vantagem competitiva VII. Marketing e vendas a. Produto b. Preço c. Praça d. Promoção e. Estratégia de vendas f. Projeção de vendas g. Parcerias estratégicas VIII. Estrutura e operação a. Organograma funcional b. Processos de negócio c. Política de recursos humanos d. Fornecedores de serviços e. Infraestrutura e localização f. Tecnologia IX. Análise estratégica a. Análise Swot b. Cronograma de implementação X. Previsões dos resultados econômicos e financeiros a. Evolução dos resultados econômicos e financeiros b. Composição dos principais gastos c. Investimentos d. Indicadores de rentabilidade e. Necessidade de aporte e contrapartida f. Cenários alternativos XI. Anexos Adaptado de: Hisrich; Peters; Shepherd (2014, p. 167). 75 EMPREENDEDORISMO, CRIATIVIDADE E INOVAÇÃO Quadro 12 – Estrutura 3 – Sugestão para pequenas empresas prestadoras de serviços I. Capa II. Sumário III. Sumário executivo IV. O negócio a. Descrição do negócio b. Descrição dos serviços c. Mercado d. Localização e. Competidores f. Equipe gerencial g. Estrutura funcional V. Dados financeiros a. Fontes dos recursos financeiros b. Investimentos necessários c. Balanço patrimonial d. Análise de ponto de equilíbrio e. Demonstrativo de resultados f. Projeção de fluxo de caixa g. Análise de rentabilidade VI. Anexos Adaptado de: Hisrich; Peters; Shepherd (2014, p. 167). Quadro 13 – Estrutura 4 – Sugestão para empresas em geral I. Capa II. Sumário III. Sumário executivo estendido a. Declaração de visão b. Declaração de missão c. Propósitos gerais e específicos do negócio d. Estratégia de marketing e. Processo de produção f. Equipe gerencial g. Investimentos e retornos financeiros IV. Produtos e serviços a. Descrição dos produtos e serviços b. Previsão de lançamento de novos produtos e serviços V. Análise da indústria a. Análise do setor b. Definição do nicho de mercado c. Análise da concorrência d. Diferenciais competitivos VI. Plano de marketing a. Estratégia de marketing b. Canais de venda e distribuição c. Projeção de vendas VII. Plano operacional a. Análise das instalações b. Equipamentos e máquinas necessárias c. Funcionários e insumos necessários d. Processo de produção e. Terceirização VIII. Estrutura da empresa a. Estrutura organizacional b. Assessorias externas c. Equipe de gestão IX. Planos financeiros a. Balanço patrimonial b. Demonstrativo de resultados c. Fluxo de caixa X. Anexos Adaptado de: Hisrich; Peters; Shepherd (2014, p. 167). 76 Unidade II Quadro 14 – Estrutura 5 – Sugestão para negócios corporativos I. Sumário executivo II. Análise de mercado III. Casando a oportunidade e a organização IV. Plano de marketing V. Equipe gerencial VI. Plano operacional VII. Plano financeiro VIII. Riscos críticos e fatores de sucesso IX. Cronograma, prazos e referências X. Natureza do acordo e a proposta de investimento Adaptado de: Hisrich; Peters; Shepherd (2014, p. 167). Quadro 15 – Estrutura 6 – Sugestão “short plan” I. Sumário executivo II. A oportunidade, a empresa e seus produtos e serviços III. Pesquisa e análise de mercado IV. Análise econômica do negócio V. Plano de marketing VI. Plano de desenvolvimento VII. Plano de operações e manufatura VIII. Equipe gerencial IX. Cronograma X. Riscos críticos, problemas e premissas XI. Plano financeiro XII. Apêndices Adaptado de: Hisrich; Peters; Shepherd (2014, p. 167). Quadro 16 – Estrutura 7 I. Capa II. Sumário III. Sumário executivo IV. Conceito do negócio a. O negócio e a oportunidade b. O produto e o serviço V. Equipe responsável VI. Mercado e competidores a. Análise setorial b. Mercado-alvo c. Necessidade do cliente d. Benefícios do produto e do serviço e. Competidores f. Vantagem competitiva VII. Marketing e vendas a. Produto b. Preço c. Praça d. Promoção e. Estratégia de vendas f. Projeção de vendas g. Parcerias estratégicas VIII. Estrutura e operação a. Organograma funcional b. Processos de negócio c. Fornecedores e parceiros d. Infraestrutura e localização e. Tecnologia, patentes etc. IX. Análise estratégica a. Análise Swot b. Cronograma de implementação X. Previsões dos resultados econômicos e financeiros a. Evolução dos resultados econômicos e financeiros b. Composição dos principais c. Investimentos d. Indicadores de rentabilidade e. Necessidade de investimento e contrapartidas do projeto f. Cenários alternativos XI. Anexos Adaptado de: Hisrich; Peters; Shepherd (2014, p. 167). 77 EMPREENDEDORISMO, CRIATIVIDADE E INOVAÇÃO Quadro 17 – Estrutura 8 I. Página introdutória a. Nome e endereço da empresa b. Nome(s) e endereço(s) do(s) diretores c. Natureza do negócio d. Declaração do financiamento necessário e. Declaração do caráter confidencial do relatório II. Resumo executivo III. Análise do setor a. Perspectiva e tendências futuras b. Análise dos concorrentes c. Segmentação do mercado d. Projeções do setor e do mercado IV. Descrição do empreendimento a. Produto b. Serviço c. Dimensão do negócio d. Equipamento de escritório e recursos humanos e. Experiência do(s) empreendedor(es) V. Plano de produção a. Processo de produção b. Instalações físicas da fábrica c. Maquinaria e equipamentos d. Nomes de fornecedores de matéria-prima VI. Plano operacional a. Descrição do funcionamento da empresa b. Fluxo de pedidos de produtos e/ou serviços c. Tecnologia utilizada VII. Plano de marketing a. Políticas de preço b. Distribuição c. Promoção d. Projeções de produtos e. Controles VIII. Plano organizacional a. Forma de propriedade b. Identificação de sócios ou acionistas principais c. Autoridade dos diretores d. Experiência da equipe administrativa e. Funções e responsabilidades dos membros da organização IX. Avaliação de risco a. Avaliação dos pontos fracos do negócio b. Novas tecnologias c. Planos de contingência X. Plano financeiro a. Premissas b. Demonstrativos de resultado pro forma c. Projeções de fluxo de caixa d. Balança patrimonial pro forma e. Análise do ponto de equilíbrio f. Fontes de financiamento e aplicações de fundos XI. Apêndice a. Cartas b. Dados de pesquisa de mercado c. Arrendamentos ou contratos d. Listas de preços de fornecedores Adaptado de: Hisrich; Peters; Shepherd (2014, p. 167). 78 Unidade II Quadro 18 – Estrutura 9 I. Sumário executivo a. Conceito do negócio b. Mercado e competidores c. Marketing e vendas d. Estrutura e operações e. Plano financeiro f. Oferta ou necessidade de aporte de recursos II. Conceito do negócio III. A oportunidade IV. O negócio a. Serviços 1 b. Serviços 2 c. Sistema delivery d. Filial móvel V. Mercado e competidores a. Análise de mercado b. Análise do segmento c. Competidores VI. Marketing e vendas a. Estratégia do produto b. Estratégia de preço c. Estratégia de promoção ou comunicação d. Projeção de vendas e. Estratégia de distribuição VII. Estratégia de desenvolvimento VIII. Oportunidades do mercado a. Riscos e ameaças do mercado b. Pontos fortes do negócio IX. Estrutura e operações a. Estrutura b. Operações X. Plano financeiro a. Investimentos e aporte b. Premissas financeiras c. Indicadores financeiros d. Cenários alternativos Adaptado de: Hisrich; Peters; Shepherd (2014, p. 167). Exemplo de aplicação Considere os diversos modelos de estruturas para plano de negócios apresentadas nesta unidade. Procure identificar quais seriam adequados para cada tipo de negócios a seguir: • drogaria; • fábrica de camisetas; • consultoria de gestão empresarial. 4.3 Modelo de caso Este tópico apresenta o plano de negócio de uma cafeteria gourmet como exemplo completo para a sua inspiração, o textoserá uma adaptação de Degen (2009, p. 232). A cafeteria gourmet A cafeteria gourmet foi pensada para atender as carências das pessoas que trabalham em um centro empresarial, bem como as outras pessoas em seu entorno. Estima-se que são cerca de 5 mil pessoas durante o horário comercial. As necessidades dos cidadãos vão desde um simples café expresso até a 79 EMPREENDEDORISMO, CRIATIVIDADE E INOVAÇÃO pequenas e rápidas refeições. Existe a conveniência de serviços de entrega. O centro comercial dispõe de um saguão central, que é o local mais adequado para o empreendimento. Ele possui boa visibilidade e é de fácil localização e acesso. Tem ainda uma área que pode acomodar as pessoas em pequenas e charmosas mesas e cadeiras confortáveis. A comunicação será pelas redes sociais e o delivery será pelo ifood e similares. A cafeteria gourmet conseguiu um contrato de não concorrência por cinco anos. Sua localização é única, já que não existem outros pontos alternativos que reúnam as mesmas condições do ponto comercial do centro empresarial. Ela opera em horário comercial e em dias úteis, isto é, de segunda a sexta. Uma cafeteria do tipo Starbucks ou mesmo Fran’s Café seria muito boa aqui na região, é o que a pesquisa realizada com as pessoas da área mostrou. Por amostragem, estima-se que 60% dos cidadãos do público-alvo tendem a consumir pelo menos um café expresso por dia e cerca de 40% deles devem consumir pelo menos um salgado ou um doce por dia. A fim de trabalhar com um cenário mais conservador, estima-se que serão comercializados diariamente cerca de 400 cafés a um preço médio de 5 reais, e 200 salgados e doces, a um preço médio de 6 reais. Desta forma, seriam comercializados, em um dia típico, 2 mil reais em cafés e 1,2 mil em salgados e doces, totalizando 3,2 mil reais/dia. Considerando 20 dias úteis, o faturamento bruto estimado será de 64 mil reais. A cafeteria gourmet tem um custo fixo de operação de 30 mil reais (aluguel, condomínio, energia elétrica, seguro, internet, salários e encargos, contador, impostos, depreciação dos equipamentos e instalações, salário do gestor e pró-labore dos sócios). O custo variável é de aproximadamente 1 real por café e 3 reais por salgado/doce. A venda diária estimada de 400 cafés e 200 salgados e doces irá gerar um custo variável diário total de 1.000 reais e um faturamento bruto de 3,2 mil reais. A cafeteria gourmet, como uma forma de reconhecer o bom trabalho dos colaboradores, paga uma comissão sobre vendas de 5%, que corresponde a 160 reais, assim o custo variável será de 1,16 mil reais, e a margem de contribuição líquida diária do caixa será de 2,04 mil reais. A margem bruta é de 40,8 mil reais, resultado de subtração da venda mensal de 64 mil reais do custo variável de 23,2 mil. Considerando o custo fixo de 30 mil reais, a margem líquida é de 10,8 mil reais. A margem líquida representa um retorno vantajoso sobre os 200 mil reais investidos na cafeteria gourmet. O período de retorno do investimento é previsto para 19 meses e o valor presente líquido é de 50 mil reais, para o período contratual de locação do espaço a uma taxa de 1% a.m. Oportunidade Um bom café matinal e aquele cafezinho durante o dia são algo que as cerca de 5 mil pessoas em torno do café não têm. Além disso, muitas pessoas gostam de salgados e doces, durante o dia. Outro ponto a ser considerado é que o ambiente pode trazer indivíduos para falar sobre negócios em um ambiente mais descontraído. 80 Unidade II Até existem outras opções para beber um café na região, porém elas são de baixa qualidade e distantes. A cafeteria gourmet, além de estar estrategicamente localizada, em seu cardápio oferecerá uma variedade de produtos de qualidade superior, por exemplo, cappuccino, latte, mocha, ice coffee, sucos naturais, brioches, croissant, sanduíches naturais, éclairs, mousses etc. O café gourmet terá uma máquina italiana de última geração para o preparo dos cafés, o barista será responsável pela harmonização dos blends de cafés, e vitrines de grande visibilidade para expor os salgados e doces estão estrategicamente dispostas. A cozinha tem padrão internacional de organização e limpeza. A entrega, quando for no centro empresarial, é feita pelo próprio pessoal do café. Quando for fora, ocorre por terceiros e correlatos. O modelo da cafeteria gourmet segue o padrão de redes conhecidas da área, todavia com as devidas adaptações para atender as pessoas da região. Independentemente do nível, todos apreciam um bom café. O negócio tem alta margem e baixo custo. Ele é menos sensível às variações econômicas do país. O contrato de locação por cinco anos e a garantia de exclusividade pelo mesmo período tornam a atividade mais atrativa. O negócio O centro empresarial é um empreendimento recém-inaugurado, são seis grandes edificações com salas exclusivamente comerciais. Sua taxa de ocupação é considerada muito boa, cerca de 85%. O condomínio tem um restaurante dividido em duas áreas, self-service e à la carte. Ele só funciona para o almoço. Existem também algumas lojas, tais como: papelaria, farmácia, butique, cabeleireiro e lavanderia expressa. Não há no local ou nas imediações uma cafeteria no padrão Starbucks ou Fran’s Café para satisfazer a demanda por cafés matinais, refeições rápidas e o cafezinho da tarde. Além disso, a região não conta com um serviço de entrega rápida para produtos típicos de uma cafeteria. Existe uma padaria na região, mas que fica distante da cafeteria gourmet, ademais as pessoas comentam que o café de lá não é bom. E as instalações são antigas e sujas. A cafeteria gourmet foi projetada por um arquiteto da área de gastronomia e terá um visual moderno e aconchegante. A sociedade A constituição da cafeteria gourmet será na forma de sociedade limitada por quotas com capital de 200 mil reais integralizado em 100 quotas por dois sócios. O sócio fundador será responsável pela administração do negócio. O fundador terá 34 das 100 quotas da companhia por ter tido a iniciativa e ter conseguido o contrato de exclusividade, o que em valores equivale a 68 mil reais. O restante das quotas será ofertado a dois sócios investidores. Cada um deles terá 33 quotas, o que equivale a 66 mil reais. 81 EMPREENDEDORISMO, CRIATIVIDADE E INOVAÇÃO Tabela 2 – Constituição da cafeteria gourmet Sócios Número de quotas Participação % Capitalização R$ mil Joca Alves 34 34 68 Investidor 1 33 33 66 Investidor 2 33 33 66 Total 100 100 200 A cafeteria gourmet será gerenciada por uma pessoa com experiência no ramo. Além da gerência, o indivíduo será responsável pelo caixa e por fornecer treinamento para os funcionários no que diz respeito ao preparo de cafés e lanches e à manutenção geral da cafeteria. O gerente terá como incentivo uma participação de 5% nos lucros totais. Estimativa da demanda A localização da cafeteria gourmet é essencial e atenderá a demanda por produtos típicos das quase 5 mil pessoas durante o horário comercial, sendo 3 mil delas diretamente do centro empresarial e 2 mil em um raio de aproximadamente 100 m ao seu redor, conforme ilustra o mapa a seguir. Figura 36 – Mapa da localização da cafeteria gourmet A pesquisa feita pelo fundador mostra que a maioria dos consumidores da cafeteria será de profissionais adultos, com bom nível educacional e que não há correlação entre renda e consumo de cafés especiais. Além disso, as altas margens e o baixo custo do café tornam o negócio altamente rentável e têm pouca influência em momentos de recessão. A demanda pelos produtos da cafeteria gourmet foi avaliada com base em 200 entrevistas telefônicas quantitativas e 20 complementares com perguntas qualitativas com as pessoas que trabalham diretamente no centro. Outros 14 prédios comerciais foram incluídos na pesquisa, identificados com uma estrela no mapa anterior. Nesses 14 prédios comerciais foram realizadas 100 entrevistas telefônicas quantitativas e 100 entrevistas qualitativas. 82 Unidade II Aspesquisas foram efetuadas por quatro alunos do curso superior em marketing durante os dias úteis da semana e em horário comercial. Cada um dos pesquisadores fez dez entrevistas telefônicas quantitativas por dia, sendo que uma delas era qualitativa. A realização das pesquisas durante a semana teve por objetivo identificar se há alguma variação na demanda dos produtos da cafeteria gourmet. A abordagem utilizada para as pesquisas telefônicas era com a notícia de que haveria a instalação de uma cafeteria gourmet no centro empresarial e caso o entrevistado aceitasse responder as perguntas ele ganharia um vale-café e um vale-salgado a serem utilizados após a inauguração da cafeteria. Para que o entrevistado recebesse os vales, ele teria que fornecer seu nome e endereço no centro empresarial ou nos edifícios vizinhos. O objetivo dessa ação era conseguir o contato de potenciais clientes, avaliar a demanda e identificar preferências de cardápio. As escolhas dos entrevistados foram aleatórias nas empresas da região. O entrevistador ligava para a instituição e pedia para falar com o encarregado. Quando o profissional atendia, inicia-se a entrevista quantitativa. Se a pessoa demonstrasse bastante interesse em cafés, o entrevistador complementava a entrevista com as perguntas qualitativas. As principais conclusões das pesquisas quantitativas realizadas foram: • Não existe diferença nas preferências das pessoas que trabalham no centro empresarial das que trabalham no entorno do empreendimento. • Independentemente do dia da semana as respostas seguiram o mesmo padrão. • 87% dos entrevistados consomem regularmente cafés simples e cafés mais elaborados (capuccino, mocaccino etc.). • 51% disseram que consumiriam pelo menos um tipo de café por dia na cafeteria gourmet. • 26% responderam que consumiriam salgados e doces acompanhados de café pelo menos uma vez ao dia. • 13% falaram que não têm o hábito de consumir cafés. • 11% alegaram que irão utilizar o serviço delivery. • 7% afirmaram que irão tomar o café da manhã na cafeteria gourmet. • 5% relataram que consomem um café expresso depois do almoço e outro mais elaborado acompanhado por um salgado ou doce no período da tarde. • 4% preferem um chá com salgado ou doce durante o dia. 83 EMPREENDEDORISMO, CRIATIVIDADE E INOVAÇÃO Com base no exposto, metade das pessoas entrevistadas tanto no Centro Empresarial, quanto nos prédios vizinhos disse que consumiria no mínimo um café expresso ou um café mais elaborado e, destes, metade afirmou que acompanharia o café com um salgado ou com um doce. Como existe a possibilidade de os entrevistados terem exagerado nas respostas, optou-se por considerar a demanda mais conservadora para apenas 10% da detectada na pesquisa. Com essa estimativa, a cafeteria gourmet venderá em média 400 cafés e 200 doces ou salgados. As principais conclusões das pesquisas qualitativas foram: • Pedidos de cafés especiais com base no cardápio sugerido pelo entrevistador. — 54% pediriam capuccino (café expresso quente com um pouco de leite quente, canela em pó, chocolate em pó e espuma de leite). — 23% pediriam café latte (café expresso com um pouco de leite quente e espuma de leite). — 12% pediriam café expresso com panna (café expresso com creme de chantilly). — 6% pediriam café mocha (café expresso, chocolate quente e chantilly). — 3% pediriam capuccino com sabor de amêndoas, nozes ou baunilha (café expresso aromatizado com leite quente, espuma de leite e pó de chocolate). — 2% pediriam capuccino descafeinado (café expresso descafeinado quente com um pouco de leite quente, canela em pó, chocolate em pó e espuma de leite). • Pedidos de salgados com base no cardápio sugerido pelo entrevistador. — 30% pediriam sanduíches naturais de salada de atum, salada de frango ou salada de salmão. — 25% pediriam coxinha creme. — 20% pediriam empadas de frango ou carne ou palmito. — 10% pediriam pão de queijo ou pão de batata. — 15% não pediriam salgados, só doces. • Pedidos de doces com base no cardápio sugerido pelo entrevistador. — 30% pediriam brownie com nozes. — 15% pediriam torta de chocolate. 84 Unidade II — 10% pediriam torta de limão. — 10% pediriam bolo de laranja. — 5% pediriam torta de morango. — 5% pediriam brigadeiro. — 5% pediriam trufas de chocolate. — 20% não pediriam doces, só salgados. • Quatro dos entrevistados manifestaram ter a intenção de tomar café da manhã na cafeteria gourmet e pediriam croissants e pão com manteiga na chapa com um café especial. Apesar da amostragem das entrevistas qualitativas ser menor do que a das entrevistas quantitativas, considera-se que foram suficientes para validar o cardápio e o preço médio dos cafés especiais em 5 reais e salgados e doces em 6 reais. Essa estimativa, mesmo que conservadora, irá gerar uma receita bruta de 2 mil reais por dia em cafés e 1,2 mil reais entre salgados e doces, totalizando 3,2 mil reais por dia. Considerando vinte dias úteis no mês, a receita bruta acumulada será de 64 mil reais. Operação Três fatores para uma boa operação de cafeterias são colocados em ordem de importância: máquina de café, qualidade do café, moedor de grãos e barista. Cordialidade no atendimento, charme do local e asseio são requisitos básicos. A localização também tem forte influência no sucesso do negócio. Máquina de café A máquina de café é o fator mais importante para a produção de cafés expressos e especiais. As melhores delas são as italianas. A cafeteria gourmet irá operar com uma máquina com três grupos para expresso, dois bicos de vapor e uma torneira de água quente. Figura 37 85 EMPREENDEDORISMO, CRIATIVIDADE E INOVAÇÃO Cada um dos três grupos de porta-filtros pode ser operado com um bico unitário para um café ou um bico duplo para dois cafés simultâneos. Um deles pode operar simultaneamente com leite quente e é ideal para produzir capuccinos. A automaticidade da máquina garante uma operação constante e confiável, o que reduz a necessidade de um barista altamente qualificado. É possível produzir cerca de 200 cafés expressos por hora com cada grupo de porta-filtros, totalizando 600 cafés por hora de capacidade da máquina. O volume da operação para a produção de cafés especiais é bem menor, pois cada café especial envolve uma série de operações adicionais. Mesmo assim, estima-se que a produção de cafés especiais seja de 400 por dia, sendo o suficiente para atender a demanda esperada. Optou-se por uma máquina de grande capacidade por dois motivos: primeiro para passar uma impressão de profissionalismo, segundo para atender a demanda concentrada na hora do almoço, o resto do dia a máquina ficará ociosa. Café de qualidade Um café de alta qualidade é fundamental para um bom café expresso. Ele deve ser reconhecido por meio de suas características, por exemplo, a perfeição dos grãos. A cafeteria gourmet pesquisou e encontrou uma minitorrefação de café que teria capacidade de manter o abastecimento com a qualidade requisitada. A moagem do café será feita pelo próprio barista no momento de tirar o café da máquina. Desta forma, o aroma e gosto serão mantidos. Figura 38 Basicamente, existem duas espécies de café, arábica e robusta. O tipo robusta é típico de regiões de baixa altitudes. Tem muita resistência a pragas, o sabor é mais amargo e possui o dobro de cafeína do arábica. Sua espuma é mais abundante do que o do arábica. Já o tipo arábica, desenvolve-se em maiores altitudes, os grãos são mais duros, com aroma mais marcante, possui sabor mais suave e tem só metade da cafeína do tipo robusta. Cada região tem uma variedade do arábica com caraterísticas peculiares. 86 Unidade II A minitorrefação desenvolveu três blends de cafés, um com sabor forte e marcante, outro blend de sabor e aroma mediano e o terceiro blend bastante suave. Outra opção que foi elaborada é o blend do mês, que corresponde a um café especial por mês. A cafeteria gourmet irá vender o café em grãos com a marca dos torrefatores epequenas máquinas de café expresso e moedores de grãos italianos domésticos. Moedor de café A granulometria correta é muito importante para um bom café. O moedor de grãos deve possibilitar a regulagem de moagem e compactação na hora de colocar o pó na máquina de café. Cada processamento precisa ser capaz de moer a quantidade exata do porta-filtro para um expresso. O porta-filtro necessita de quatorze gramas de pó de café para encher até o nível correto. Dos vários modelos de moedores que existem no mercado, aquele que será utilizado pela cafeteria gourmet é o mais confiável deles. Serão três equipamentos, cada um deles será para moer um blend específico para não misturar os sabores. Como a previsão de venda para o café descafeinado não será tão elevada, será utilizado um moedor doméstico, igual ao que é comercializado na cafeteria. Acessórios para máquinas de café expresso Manter as xícaras quentes e higienizadas e ainda o leite refrigerado a 5 °C é importante e para isso será realizado o investimento em um equipamento que fará essas operações. O refrigerador deve manter o leite sempre na mesma temperatura, inclusive em períodos de alta demanda. O esterilizador precisa garantir a higienização e o aquecimento das xícaras também nos picos de atendimento. As xícaras devem ser padronizadas para manter o café a uma temperatura mais equilibrada. Figura 39 Há outros acessórios importantes, tais como, bules de aço, termômetros especiais para verificar a temperatura do leite, espátulas para segurar e aplicar a espuma de leite sobre as xícaras. Além disso, serão necessárias xícaras, porta-xícaras, açucareiros, porta-guardanapos, talheres, copos etc. Uma lavadora de louças é importante para agilizar e profissionalizar o processo da cafeteria. Operação A cafeteria funcionará no horário comercial, das 7 às 19 horas. A oferta de salgados e doces acompanha a demanda e preferência dos clientes durante o dia, isto é, logo cedo a preferência são 87 EMPREENDEDORISMO, CRIATIVIDADE E INOVAÇÃO alimentos típicos de um café matinal, próximo ao almoço a prioridade são lanches e sucos, no período da tarde, o movimento retorna para cafés, salgados e doces. O cliente pode consumir os produtos no balcão da cafeteria, nas mesas ou se preferir pedir pelo delivery. Caso o cliente opte por consumir localmente, as mercadorias serão servidas em xícaras e pratos não descartáveis. As mesas e balcões serão mantidos sempre limpos, asseados e organizados. Para agilizar o serviço, os clientes podem fazer os pedidos diretamente das mesas por meio de um tablet. A vantagem é que eles já fazem o pagamento antecipadamente, reduzindo a probabilidade de deixarem o estabelecimento e se esquecerem de pagar a conta. Organização A cafeteria gourmet empregará oito funcionários, um gerente com experiência no ramo, dois atendentes com experiência em cafeterias, um barista, dois atendentes sem experiência a serem treinados e dois entregadores. Gerente, barista e atendentes vão trabalhar oito horas por dia e os entregadores seis horas por dia. Figura 40 Todos os funcionários usarão uniformes. Eles terão estampados a logomarca da cafeteria. Cada uniforme é composto de camisa bege e branca, calça preta, avental branco, boné cor de café e sapatos leves pretos. Escala de trabalho A cafeteria gourmet está preparada para atender com tranquilidade os clientes durante todo o horário de funcionamento, especialmente nos horários de pico, que vai das 7 às 9 horas da manhã para o café matinal e do meio-dia às 14 horas para o almoço. No período da tarde não está previsto um movimento acima do normal, caso isso aconteça será necessário contratar mais um funcionário. 88 Unidade II O primeiro turno de trabalho tem início às 6 horas e termina às 14 horas. Um dos atendentes experientes é responsável por abrir a cafeteria, ligar os equipamentos e iniciar a preparação dos salgados. O atendente sem experiência e o entregador começarão o trabalho no mesmo horário. O atendente sem experiência é responsável por manter a limpeza e a organização do local. O segundo turno de trabalho começa ao meio-dia e termina às 20 horas. O segundo atendente experiente é responsável por terminar a limpeza, a organização e o fechamento da cafeteria. O segundo atendente sem experiência realiza as mesmas funções do primeiro atendente sem experiência. Os atendentes experientes dão cobertura no caixa nos períodos em que o gerente não estiver. O gerente trabalha em três períodos durante os dois turnos de funcionamento da cafeteria, que correspondem a duas horas pela manhã e noite e quatro horas no meio do dia. O barista, assim como o gerente, trabalha em três períodos, são duas horas pela manhã e no final da tarde e quatro horas no meio-dia. A escala está organizada para atender os dois horários de pico, que vão das 7 às 9 horas e das 12 às 14 horas conforme veremos a seguir. Tabela 3 – Escala de funcionários Funcionário Horário de trabalho 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 Gerente 2 horas 4 horas 2 horas Barista 2 horas 4 horas 2 horas Atendente experiente 1 8 horas Atendente experiente 1 8 horas Atendente sem experiência 1 8 horas Atendente sem experiência 1 8 horas Entregador 1 6 horas Entregador 2 6 horas Horário de pico Layout As instalações são modernas e funcionais. A cafeteria terá uma vitrine para expor os produtos que lá serão vendidos. Além disso, haverá um balcão circular de 60 cm de largura por 10 m de comprimento e mais uma área retangular ao fundo que funcionará como cozinha. Na cozinha, será instalada a máquina lava-louças. A entrada de serviço será pela mesma área. O estoque de alimentos não perecíveis ficará fora da cafeteria, a uma distância de 20 m aproximadamente. Na parte frontal da cafeteria ficará o caixa. Na área central da cafeteria será colocada a ilha para o preparo de cafés. A ilha será planejada para evidenciar a bela máquina de preparo de cafés. A máquina de refrigerantes ficará mais afastada da vista do público. Ao redor da cafeteria gourmet serão colocadas seis mesas com quatro cadeiras cada. Sobre cada uma delas o cliente encontrará guardanapos, açúcar normal e mascavo, canela e chocolate em pó. O local terá capacidade para até vinte mesas, que serão instaladas conforme o público do café for aumentando. 89 EMPREENDEDORISMO, CRIATIVIDADE E INOVAÇÃO Consta na sequência um esboço do layout da cafeteria: Mesas e bancadas para preparo Ilha para preparação de cafés Caixa Entrada de serviço Vitrine de produtos Mesas e cadeiras Figura 41 – Layout da cafeteria Plano financeiro A cafeteria gourmet exigirá um investimento de 200 mil reais, que serão alocados em valores aproximados da seguinte forma: 46 mil reais em equipamentos, 6 mil reais em utensílios, 31 mil reais em estoque e 17 mil reais para contingências. O plano de investimentos pode ser visto em detalhes a seguir. 90 Unidade II Tabela 4 – Plano de investimentos Investimentos Equipamentos $/unid $ total Instalações $/unid $ total Máquina de café expresso 25.500,00 Balcões e pias 55.400,00 Moedor de café (3) 2.500,00 7.500,00 Vitrine 1.500,00 Refrigerador de leite 1.700,00 Mesas redondas (6) 600,00 3.600,00 Aquecedor e esterilizador de xícaras 1.600,00 Cadeiras (40) 250,00 10.000,00 Balcão frio (2) 2.200,00 4.400,00 Porta-bandejas (2) 350,00 700,00 Balcão quente 1.950,00 Cerca decorativa 1.100,00 Lavadora de louça 1.100,00 Lixeiras (2) 140,00 280,00 Freezer 915,00 Custo de instalações 10.000,00 Moedor de café doméstico 60,00 Total instalações 82.580,00 Bules em aço inoxidável (3) 15,00 45,00 Estoque Termômetros (3) 12,00 36,00 Máquinas de café expresso doméstica (10) 540,00 5.400,00 Êmbolo manual (2) 8,00 16,00 Moedores de café domésticos (10) 60,00 600,00 Espátulas (6) 5,00 30,00 Uniformes paraos funcionários (12) 170,00 2.040,00 Telefones fixos (2) 110,00 220,00 Material de propaganda e promoções 7.500,00 Telefones celulares (3) 210,00 630,00 Café 3.200,00 Total equipamentos 45.702,00 Copos térmicos descartáveis (3 tamanhos) 2.300,00 Utensílios Tampas para copos térmicos (3 tamanhos) 760,00 Xícaras de cafezinho (400) 3,00 1.200,00 Prato e talheres descartáveis 5.600,00 Xícaras médias (200) 3,50 700,00 Sacos de papel para entregas 2.100,00 Canecas de porcelanas (100) 4,00 400,00 Açúcar 100,00 Canecas de vidro (100) 4,50 450,00 Adoçante 60,00 Colherzinhas (600) 0,60 360,00 Guardanapos 20,00 Colherzinhas compridas (200) 0,80 160,00 Outros 1.200,00 Colheres (200) 1,00 200,00 Total estoques 30.880,00 Garfos (200) 1,00 200,00 Contingências 16.588,00 Facas (200) 1,00 200,00 Porta-guardanapos (20) 5,00 100,00 Total investimento na Cafeteria Gourmet 181.000,00 Porta-saquinhos de açúcar e adoçante (20) 4,00 80,00 Custo pré-operacional 19.000,00 Bandejas (200) 6,00 1.200,00 Total utensílios 5.250,00 Total investimentos 200.000,00 O custo fixo operacional da cafeteria gourmet está previsto para 30 mil reais mensais. Nele, estão inclusos o custo de promoção e propaganda, aluguel, salários e encargos, contador, retirada do sócio, impostos e taxas, energia elétrica e água, telefone e internet, depreciação etc. O custo variável diário ficará em torno de 1,2 mil reais. A receita bruta média com a venda de cafés, salgados e doces será de 91 EMPREENDEDORISMO, CRIATIVIDADE E INOVAÇÃO 3,2 mil reais. A margem de contribuição é estimada em aproximadamente 2 mil reais. A estimativa de custos fixos, variáveis e receita bruta pode ser vista na sequência. Tabela 5 – Estimativa de custos e receita Custos em vendas Custo fixo $ Custo variável por dia útil $/unid $/dia útil Promoção e propaganda 1.600,00 Custo médio de um café (400) 1,00 400,00 Aluguel e condomínio do ponto 6.000,00 Custo médio de um salgado e doce (200) 3,00 600,00 Salários e encargos 14.000,00 Comissão 160,00 Contador terceirizado 1.500,00 Total 1.160,00 Sócio gestor 3.000,00 Venda por dia útil Impostos e taxas 1.100,00 Preço médio do café (400) 5,00 2.000,00 Energia elétrica e água 700,00 Preço médio – salgados e doces (200) 6,00 1.200,00 Telefone e internet 600,00 Total 3.200,00 Depreciação e outros 1.500,00 Total custo fixo 30.000,00 Margem de contribuição por dia útil 2.040,00 Considerando o mês típico com vinte dias úteis, a estimativa conservadora é a geração de uma receita bruta de 64 mil reais, com custo variável de 23,2 mil reais, o que resultará na margem bruta de 40,8 mil reais. Levando em conta o custo fixo mensal de 30 mil reais, o caixa do café irá contribuir com 10,8 mil reais, que resulta um retorno aproximado de 5% sobre o investimento de 200 mil reais. A previsão é chegar ao primeiro mês de operação da cafetaria gourmet com 25% das vendas de 64 mil mensais, 50% no segundo mês e depois crescer 10% ao mês até atingir 100%, o que acontecerá no 9º mês. O fluxo de caixa projetado para 24 meses pode ser visto em detalhes a seguir: Tabela 6 – Fluxo de caixa projetado para 24 meses Fluxo de caixa Meses Total 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Entradas operacionais de caixa Venda de café 10,00 20,00 24,00 28,00 32,00 36,00 40,00 40,00 40,00 40,00 310,00 Vendas de salgados e doces 6,00 12,00 14,40 16,80 19,20 21,60 24,00 24,00 24,00 24,00 186,00 Vendas diversas Total de entradas operacionais 16,00 32,00 38,40 44,80 51,20 57,60 64,00 64,00 4,00 64,00 496,00 Saídas operacionais de caixa Custo do café 0,10 0,20 0,24 0,28 0,32 0,36 0,40 0,40 0,40 0,40 3,10 Custo dos salgados e doces 0,15 0,30 0,36 0,42 0,48 0,54 0,60 0,60 0,60 0,60 4,65 92 Unidade II Fluxo de caixa Meses Total 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Custos diversos Comissão 0,80 1,60 1,92 2,24 2,56 2,88 3,20 3,20 3,20 3,20 24,80 Total de saídas variáveis de caixa 1,05 2,10 2,52 2,94 3,36 3,78 4,20 4,20 4,20 4,20 32,55 Margem de contribuição 14,95 29,90 35,88 41,86 47,84 53,82 59,80 59,80 59,80 59,80 463,45 Promoção e propaganda 1,60 1,60 1,60 1,60 1,60 1,60 1,60 1,60 1,60 1,60 16,00 Aluguel e condomínio do ponto 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00 60,00 Salários e encargos 14,00 14,00 14,00 14,00 14,00 14,00 14,00 14,00 14,00 14,00 140,00 Contador 1,50 1,50 1,50 1,50 1,50 1,50 1,50 1,50 1,50 1,50 15,00 Retirada do sócio gestor 3,00 3,00 3,00 3,00 3,00 3,00 3,00 3,00 3,00 3,00 30,00 Impostos e taxas 1,10 1,10 1,10 1,10 1,10 1,10 1,10 1,10 1,10 1,10 11,00 Energia elétrica e água 0,70 0,70 0,70 0,70 0,70 0,70 0,70 0,70 0,70 0,70 7,00 Telefone e internet 0,60 0,60 0,60 0,60 0,60 0,60 0,60 0,60 0,60 0,60 6,00 Depreciação e outros 1,50 1,50 1,50 1,50 1,50 1,50 1,50 1,50 1,50 1,50 15,00 Total de saídas fixas de caixa 30,00 30,00 30,00 30,00 30,00 30,00 30,00 30,00 30,00 30,00 300,00 Total operacional de caixa 31,05 32,10 32,52 32,94 33,36 33,78 34,20 34,20 34,20 34,20 332,55 Saldo operacional de caixa -15,05 -0,10 5,88 11,86 17,84 23,82 29,80 29,80 29,80 29,80 163,45 Investimentos Equipamentos 15,00 14,00 17,00 46,00 Utensílios 6,00 6,00 Instalações 23,00 12,50 47,50 83,00 Estoques 31,00 31,00 Contingências 5,00 5,00 5,00 15,00 Total investimento 43,00 31,50 106,50 - - - - - - - - - 181,00 Saldo do período -43,00 -31,50 -121,55 -0,10 5,88 11,86 17,84 23,82 29,80 29,80 29,80 29,80 -17,55 Saldo final -43,00 -74,50 -196,05 -196,15 -190,27 -178,41 -160,57 -136,75 -106,95 -77,15 -47,35 -17,55 Tabela 7 – Fluxo de caixa projetado para 24 meses (continuação) Fluxo de caixa Meses Total 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 Entradas operacionais de caixa Venda de café 40,00 40,00 40,00 40,00 40,00 40,00 40,00 40,00 40,00 40,00 40,00 40,00 480,00 Vendas de salgados e doces 24,00 24,00 24,00 24,00 24,00 24,00 24,00 24,00 24,00 24,00 24,00 24,00 288,00 Vendas diversas - 93 EMPREENDEDORISMO, CRIATIVIDADE E INOVAÇÃO Fluxo de caixa Meses Total 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 Total de entradas operacionais 64,00 64,00 64,00 64,00 64,00 64,00 64,00 64,00 64,00 64,00 64,00 64,00 768,00 Saídas operacionais de caixa Custo do café 0,40 0,40 0,40 0,40 0,40 0,40 0,40 0,40 0,40 0,40 0,40 0,40 4,80 Custo dos salgados e doces 0,60 0,60 0,60 0,60 0,60 0,60 0,60 0,60 0,60 0,60 0,60 0,60 7,20 Custos diversos Comissão 3,20 3,20 3,20 3,20 3,20 3,20 3,20 3,20 3,20 3,20 3,20 3,20 38,40 Total de saídas variáveis de caixa 4,20 4,20 4,20 4,20 4,20 4,20 4,20 4,20 4,20 4,20 4,20 4,20 50,40 Margem de contribuição 59,80 59,80 59,80 59,80 59,80 59,80 59,80 59,80 59,80 59,80 59,80 59,80 717,60 Promoção e propaganda 1,60 1,60 1,60 1,60 1,60 1,60 1,60 1,60 1,60 1,60 1,60 1,60 19,20 Aluguel e condomínio do ponto 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00 72,00 Salários e encargos 14,00 14,00 14,00 14,00 14,00 14,00 14,00 14,00 14,00 14,00 14,00 14,00 168,00 Contador 1,50 1,50 1,50 1,50 1,50 1,50 1,50 1,50 1,50 1,50 1,50 1,50 18,00 Retirada do sócio gestor 3,00 3,00 3,00 3,00 3,00 3,00 3,00 3,00 3,00 3,00 3,00 3,00 36,00 Impostos e taxas 1,10 1,10 1,10 1,10 1,10 1,10 1,10 1,10 1,10 1,10 1,10 1,10 13,20 Energia elétrica e água 0,70 0,70 0,70 0,70 0,70 0,70 0,70 0,70 0,70 0,70 0,70 0,70 8,40 Telefone e internet 0,60 0,60 0,60 0,60 0,60 0,60 0,60 0,60 0,60 0,60 0,60 0,60 7,20 Depreciação e outros 1,50 1,50 1,50 1,50 1,50 1,50 1,50 1,50 1,50 1,50 1,50 1,50 18,00 Total de saídas fixas de caixa 30,00 30,00 30,00 30,00 30,00 30,00 30,00 30,00 30,00 30,00 30,00 30,00 360,00 Total operacional de caixa 34,20 34,20 34,20 34,20 34,20 34,20 34,20 34,20 34,20 34,20 34,20 34,20 410,40 Saldo operacional de caixa 29,80 29,80 29,80 29,80 29,80 29,80 29,80 29,80 29,80 29,80 29,80 29,80 357,60 Investimentos Equipamentos - Utensílios - Instalações - Estoques - Contingências - Total investimento - - - - - - - - - - - - - Saldo do período 29,80 29,80
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