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Fisiologia do hormônio do crescimento (GH) - Resumo Guyton

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Denilson Duarte 
[SISTEMA ENDÓCRINO] [UFCA] 
[FISIOLOGIA DO GH] 
 
 
1 | P á g i n a 
 
Sumário 
Funções fisiológicas do hormônio do crescimento ....................................................................... 2 
Características gerais ................................................................................................................. 2 
Regulação da produção ............................................................................................................. 2 
Efeitos metabólicos ................................................................................................................... 3 
Metabolismo proteico ........................................................................................................... 3 
Metabolismo de gorduras ..................................................................................................... 3 
Metabolismo dos carboidratos ............................................................................................. 4 
Somatomedinas ........................................................................................................................ 4 
Ação prolongada da Somatomedina C .................................................................................. 4 
Farmacologia ................................................................................................................................. 4 
Mecasermina ............................................................................................................................. 4 
Reações adversas ...................................................................................................................... 5 
 
 
 
2 | P á g i n a 
 
Funções fisiológicas do hormônio do crescimento 
 Características gerais 
O hormônio do crescimento, também chamado de somatotropina, provoca o 
crescimento de quase todos os tecidos do corpo que são capazes de crescer. Ele 
promove esse crescimento por meio do aumento do volume celular e do 
número de mitoses, causando multiplicação e diferenciação especifica de alguns 
tipos celulares. Todas as ações do GH são realizadas por meio de receptores 
tirosina quinase. 
 Regulação da produção 
O hipotálamo libera o Hormônio Liberador do Hormônio do Crescimento 
(GHRH), estimulando a adeno-hipófise a liberar o GH. Assim, o GH estimula, por 
conseguinte, a produção de Fator de Crescimento Semelhante a Insulina Tipo 
1 (IGF-1) ou Somatomedina nos tecidos periféricos, principalmente no fígado. 
O hormônio do crescimento junto ao IGF-1 promove feedback negativo no 
hipotálamo. Além disso, o IGF-1 também promove feedback negativo na 
hipófise anterior. O padrão de secreção do hormônio é pulsátil, aumentando e 
diminuindo ao longo do dia. Diversos fatores estão relacionados a esse padrão 
de secreção, como: 
1. As duas primeiras horas de sono profundo, principalmente a 3ª e 4ª 
fase, são responsáveis por estimular a produção do GHRH pelo 
hipotálamo; 
2. Quando o corpo está em jejum ou quando ocorre produção de grelina 
pelo estômago. Então, o hormônio da fome, estimulado a secreção do 
GHRH; A grelina também é responsável por inibir a atuação da 
somatostatina. 
3. Hipoglicemia e/ou baixa concentração de ácidos graxos no sangue 
estimulam, também, a liberação de GHRH; 
4. Deficiência proteica. O déficit proteico é o maior estimulo para secreção 
de GH. É por isso que o hormônio do crescimento promove o 
anabolismo proteico; 
5. Exercício intenso. 
É importante frisar a importância dos níveis proteicos para a regulação de 
secreção do hormônio do crescimento. Crianças que apresentam um quadro 
de extremo déficit proteico irão estimular a secreção do GH. Mesmo com um 
quadro de hiperglicemia, um fator de inibição do GH, a deficiência proteica 
continua a estimular a secreção do GH. Com isso, os níveis de proteína 
possuem maior controle sobre o hormônio do que os níveis de carboidratos. 
Além de produzir o GHRH, o hipotálamo também é responsável por secretar o 
Hormônio Inibidor do Hormônio do Crescimento ou Somatostatina. Ambos os 
são polipeptídios. Além da somatostatina, alguns fatores promovem a inibição 
da secreção de GH, tais como: 
1. Aumento de ácidos graxos livres e glicose; 
2. Envelhecimento; 
3. Obesidade; 
4. Aplicação de GH exógeno; 
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5. IGF-1. 
Efeitos metabólicos 
Além do efeito geral de provocar o crescimento dos tecidos, o GH apresenta 
diversos efeitos metabólicos específicos, incluindo o aumento da síntese de 
proteínas, aumento da mobilização dos ácidos graxos do tecido adiposo e a 
redução da utilização da glicose pelo organismo. 
 Metabolismo proteico 
• Aumento do transporte de aminoácidos através da membrana 
plasmática 
O GH aumenta diretamente o transporte da maioria dos aminoácidos, 
através das membranas celulares, 
para o interior das células. Isso eleva as concentrações de aminoácidos 
nas células e consequentemente a síntese proteica local. 
• Aumento da Tradução do RNA para Provocar a Síntese de Proteínas 
pelos Ribossomos 
Mesmo em concentrações normais de aminoácidos no interior da 
célula, o GH continua a aumentar a tradução de RNA, fazendo com que 
a síntese proteica ocorra em quantidades mais elevadas. 
• Aumento da transcrição nuclear do DNA para formar RNA 
O hormônio do crescimento também estimula a transcrição do DNA no 
núcleo, levando à formação de quantidades aumentadas de RNA. Isso 
promove maior síntese proteica e crescimento se houver energia. No 
final das contas, essa pode ser a função mais importante do GH. 
• Redução do catabolismo das proteínas e dos aminoácidos 
Além do aumento da síntese de proteínas, ocorre redução na quebra 
das proteínas celulares. O provável motivo para a inibição do 
catabolismo proteico é que o GH promove o uso de ácidos graxos livres 
do tecido adiposo para fornecer a maior parte da energia para células 
do organismo. 
 Metabolismo de gorduras 
O hormônio do crescimento promove o aumento da concentração de ácidos 
graxos do tecido adiposo nos líquidos orgânicos. Além disso, nos tecidos, ele 
aumenta a conversão dessas gorduras livres em acetil-CoA e sua utilização como 
fonte de energia. Assim, a gordura passa a ser fonte primaria para produção de 
energia. Por meio da utilização de ácidos graxos para produzir energia e a 
elevação do efeito anabólico de proteínas, o GH promove o aumento da massa 
corporal magra. 
• Efeito cetogênico 
Sob a influência excessiva do hormônio, a mobilização de gordura do 
tecido adiposo fica tão acentuada que grande quantidade do ácido 
acetoacético é formado pelo fígado e liberado nos líquidos orgânicos. 
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 Metabolismo dos carboidratos 
O hormônio do crescimento provoca diversos efeitos que influenciam o 
metabolismo dos carboidratos, tais como: 
1. Diminuição da captação de glicose pelos tecidos; 
2. Aumento da produção de glicose pelo fígado; 
3. Aumento da secreção de insulina. 
Esses efeitos são resultado da “resistência à insulina”, induzida pelo próprio GH. 
O hormônio do crescimento atenua as ações da insulina de estimular a captação 
e a utilização da glicose pelos sistemas musculoesqueléticos e pelo tecido 
adiposo, além disso, a insulina fica incapaz de inibir a gliconeogênese pelo 
fígado. Esses mecanismos levam ao quadro de aumento da concentração de 
glicose no sangue e, como consequência, o aumento compensatório da insulina 
para tentar diminuir essa concentração. 
Por esses motivos, os efeitos do GH são ditos diabetogênicos, e o excesso de GH 
pode produzir alterações metabólicas semelhantes ao diabetes tipo II. 
O mecanismo para induzir a resistência à insulina talvez esteja relacionado aos 
aumentos induzidos pelo hormônio do crescimento nas concentrações séricas 
dos ácidos graxos que, provavelmente, contribuem para a deficiência das ações 
da insulina na utilização da glicose pelos tecidos. Valores acimado normal dos 
AGLs reduzem a sensibilidade do fígado e do musculoesquelético aos efeitos 
da insulina no metabolismo dos carboidratos. 
 Somatomedinas 
O hormônio do crescimento leva o fígado, e em menor quantidade outros 
tecidos, a formar diversas proteínas pequenas chamadas de somatomedinas. 
São essas proteínas que apresentam o potente efeito de aumentar todos os 
aspectos do crescimento ósseo. Muitos dos efeitos produzidos por essas 
proteínas são semelhantes aos efeitos da insulina no crescimento, por isso, as 
somatomedinas também são chamadas Fatores de Crescimento Semelhantes à 
Insulina (IGF). A somatomedina mais importante é, de longe, a somatomedina 
C ou IGF-1. 
 Ação prolongada da Somatomedina C 
O hormônio do crescimento apresenta baixa tempo de meia-vida, inferior a 20 
minutos, pois ele apresenta apenas ligação fraca com as proteínas plasmáticas. 
Em oposição, a somatomedina C tem ligação forte com as proteínas 
transportadoras no sangue. Como resultado, a somatomedina C é liberada 
lentamente do sangue para os tecidos, apresentando meia-vida próximo de 20 
horas. 
Farmacologia 
 Mecasermina 
• Uso indicado para: Para de crescimento não responsivo a GH; Produção 
de anticorpos anti-GH. 
• Apenas uso pediátrico. 
 
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Reações adversas 
• Cefaleia; 
• Hiperglicemia; 
• Glicosuria; 
• Gastrite; 
• Edema; 
• Mialgias; 
• Cetose.

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